Intelectuais lançam manifesto do Projeto Brasil Nação

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
[email protected]

 
Da Rede Brasil Atual
 
“A desigualdade volta a aumentar, após um período de ascensão dos mais pobres. A sociedade se divide e se radicaliza, abrindo espaço para o ódio e o preconceito”, afirma o manifesto do Projeto Brasil Nação, idealizado pelo economista Luiz Carlos Bresser-Pereira. O documento busca expor uma “alternativa viável e responsável para o país”.
 
Bresser-Pereira chama a sociedade a se unir em torno de uma ideia de solidariedade nacional frente a “uma crise sem precedentes”, aliada a um “retrocesso com apoio de uma coalizão de classes financeiro-rentista que estimula o país a incorrer em déficits em conta corrente, facilitando assim, de um lado, a apreciação cambial de longo prazo e a perda de competitividade de nossas empresas, e, de outro, a ocupação de nosso mercado interno pelas multinacionais”.
 
Assinam o documento nomes de diferentes áreas, como o embaixador e ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim, o escritor Raduan Nassar, o compositor e escritor Chico Buarque, o cineasta Kleber Mendonça Filho, a cartunista Laerte Coutinho, o jurista Fábio Konder Comparato, a filosofa Márcia Tiburi, o médico Alexandre Padilha, a psicanalista Maria Rita Kehl, e a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, entre outros.
 
O texto classifica como pilares da ideia a autonomia nacional, a democracia, a liberdade individual, o desenvolvimento econômico, a diminuição da desigualdade, a segurança e a proteção do ambiente.
 
Em relação às políticas públicas de caráter econômico, o manifesto apresenta cinco pontos: “Regra fiscal que permita a atuação contracíclica do gasto público, e assegure prioridade à educação e à saúde; taxa básica de juros em nível mais baixo, compatível com o praticado por economias de estatura e grau de desenvolvimento semelhantes aos do Brasil; superávit em conta corrente do balanço de pagamentos que é necessário para que a taxa de câmbio seja competitiva; retomada do investimento público em nível capaz de estimular a economia e garantir investimento rentável para empresários e salários que reflitam uma política de redução da desigualdade; reforma tributária que torne os impostos progressivos”.
 
As medidas anticíclicas desenvolvimentistas, de acordo com o projeto, “levam ao desenvolvimento econômico com estabilidade de preços, estabilidade financeira e diminuição da desigualdade”, a fim de “ajudar a refundar a nação brasileira, unir os brasileiros em torno das ideias de nação e desenvolvimento”.
 
Leia a íntegra do manifesto aqui.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

10 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Acho o Bresser um cara bem

    Acho o Bresser um cara bem intencionado, mas a inviabilidade dessa proposta chama-se Fernando Henrique Cardoso. No auge da sua arrogância ele não está nem aí como o brasil , como nunca esteve. É um picareta incendiário que representa perfeitamente a casa grande. Só olha pro próprio umbigo e se acha o homem mais inteligente do brasil, quiçá do universo. É só lembrar aquilo que ele fez no lançamento dos seus diários (otários ?). Culpou pela milhonésima vez o Pt por tudo que está acontecendo no país e depois foi pedir união nacional. Pode um troço desses? como ele sabe que a (in)justiça brasileira nunca vai incomodá-lo, ele só quer ferrar o Lula via seus amigos da globo, da república de curitiba, do stf , da pgr, da oab….

  2. Novamente?

    É só ver quem estes intelectuais já apoiaram e ver aonde  fomos parar.

    O entendimento deles do que venha a ser gestão dos recursos públicos, não nos interessa.

  3. Intelectuais de esquerda

    Intelectuais de esquerda lançam manifesto……blá blá….sempre encampado pelos eternos suspeitos do costume.

    Agora, “ofender” Karina Vitral de intelectual é forçar a barra, não?

    Gregório Duvivier e Tico Santa Cruz assinaram?

     

     

  4. Manifesto sem moral,agora que

    Manifesto sem moral,agora que começa a atingir todos os políticos e principalmente os INTOCAVÉIS tucanos,

    vem um INFILTRADO tucano Bresser Pereira com ares de cordeiro se meter no ninho progressista e todos caem

    como patinho na conversa dele,deixa o barco rolar e terra arrasada mesmo,agora quem vai se prejudicar mais

    é a direita,só temos que proteger o Lula,não por ser santo,mas para não ser injustiçado pelo Moro mais ainda !!!

  5. O manifesto Brasil Nação

    Intelctuais como Bresser Pereira perceberam há muito que os golpistas têm uma agenda que fere a CF e a soberania nacional, atingindo em cheio os mais pobres. Não se trata de manifesto de esquerda. Sim, de democratas preocupados com o presente e o futuro da nação brasileira. Quem pensa o contrário do que está escrito no manifesto, tudo a leva a crer, só assina manifesto de “intelectuais” do porte de Kim Kataguiri (rs rs rs…), Rodrigo Constantino (o superficial), Mainardi (o romancista que nunca deu certo), Marco Villa (perdido e raivoso na mata), Pondé (quase médico, quase teatrólogo e filósofo sic), Bolsonaro (cheio de incontinências verborrágicas), Dallagnol (messiânico procurado), Moro (o parcial), Janot (o mercador), Moscardi (o que não passa em teste psicotécnico), Janaína Paschoal (a ‘fessora’ da USP), Temer (o traidor que usa mesóclises), Miriam Leitão, Augusto Nunes, Reinaldo Azevedo e Noblat (preocupados unicamente com o estômago deles e o de seus familiares, além dos patrões) e os filhos do Dr. Roberto (cito assim, porque, de fato, não consigo memorizar o nome deles, de tão ocultos que são). Quer-se uma saída honrosa para a crise. O manifesto tem esse objetivo. Se ele terá consequências, como a união em torno de um projeto nacional de desenvolvimento com inclusão, são outros 500. O manifesto é para pessoas que se preocupam com o Brasil e com a grande parte dos brasileiros. Chancelo o manifesto capitaneado por Bresser Pereira. 

  6. É uma boa iniciativa. No

    É uma boa iniciativa. No entanto, se ficar só entre “intelectuais”, não acontece nada, não muda nada. Precisa incluir lideranças populares locais, regionais e nacionais, e dar publicidade massiva ao projeto. Cada um desses “intelectuais” precisa se esforçar por difundi-lo. Se isso é difícil porque os meios de comunicação de massa estão sob controle de forças que não querem mudanças, haverá, por isso mesmo, mais a comemorar em cada conquista.

    Fica um recado a Lula, ao PT e a todos que sonham com um Brasil melhor, “intelectuais”, acadêmicos ou não: Queridos, acreditem, há inimigos. Há gente que sabota as tentativas de encaminhar um Brasil melhor. Não há como conciliar os interesses dessa gente com os dos que querem um Brasil melhor. Essa gente tem que ser combatida, jamais será nem razoável nem convencida. Firmas como a “Globo” – mas esse é só um exemplo – são dirigidas por gente assim, e há gente assim em todos os níveis hierárquicos dessas firmas, dos donos a gerentinhos. A gente sabe quem são os inimigos. Vamos à luta.

     

    1. é uma….

      Segundo Einstein, senão me engano, loucura é fazer sempre as mesmas coisas com as mesmas pessoas e esperar por resultados diferentes. Bandidos transformarão a sociedade na busca por Justiça? O problema não é Frei Chico pegar dinheiro da Odebrecht. Muito menos por consultoria. O problema é falar que nunca faria isto. Esconder que fazia. Enquanto dizia combater tal empresa e tal pratica capitalista. O problema não é a esquerda se enriquecer. com o capitalismo. O problema é passar 40 anos anos dizendo que estava combatendo tal pratica. O futuro do Brasil se baseará em discussões tão rasas e cínicas?

  7. bonito, mas não para em pé

    As contas não fecham.

    Como o Professor Bresser sabe, é condição indispensável para o país retomar o crescimento – o que necessariamente passa por manter juros bem menores e câmbio mais desvalorizado – desacelerar a escalada do gasto público, sobretudo do chamado gasto social (embora boa parte dele se destine à classe média alta), em particular com a previdência. 

    Já se tentou manter os juros baixos na marra em uma situação específica. Isso abriu espaço fiscal e aumentou o consumo ainda mais, mas não mobilizou os capitalistas a investirem mais. Assim, houve queda da produtividade e aceleração inflacionária – a qual foi em parte contida corroendo o espaço fiscal criado. Os lucros cairam, desetimulando ainda mais os investimentos. 

    Sem desacelerar significativamente o gasto, não será possível manter juros baixos por um periodo suficientemente longo. 

    Por outro lado, caso essa restrição seja de fato seguida (algo que foi ensaido por Nelson Barbosa, mas rechaçado pelo PT e pela grande massa das corporações que se abrigam sob a centroesquerda)  , a seguir se poderia migrar para um sistema financeiro mais focado em intermediação e menos em ser oligôpsonio da dívida pública e cartel no crédito às famílias e empresas (em menor medida). Finalmente, assim poderíamos passar a ter uma política industrial e tecnológica com massa crítica para termos um vetor de aumento da produtiviade sustentável (uma coisa não implica automaticamente na outra).

    Completada uma tal mudança, a expansão do nosso estado de bem estar poderia ser retomada, desde que o Estado esteja suficientemente forte para poder arbitrar com alguma margem o ritmo do compartilhamento da prosperidade.

    É triste e em certo sentido injusto, mas é fato de que as razões do lado da economia real que permitiram que o keynesianismo funcionasse se estinguiram definitivamente com a ascensão asiática em grande escala. Estive já entre os que pensavam que o caso brasileiro poderia ser diferente, dada nossa defasagem em indústrias de média tecnologia, intensivas em escala, e nossa baixa relação capital/produto.

    É evidente que estava errado.

    Não vejo muita utilidade em insisitir no erro a não ser deslocar do poder a aliança entreguistas (difíceis de delimitar, boa parte são de esquerda ou assim se vêem) – procuradores – mídia.

    Mas é bom que fique claro que se der certo, quem assumir terá que dar algum nível de calote político.

  8. Sugestão:

    Nassif, com relação ao chamado do Manifesto Brasil Nação, que tal fazer uma rodada com proposições e sugestões dos leitores sobre as ideias de nação e desenvolvimento ?

  9. O QUE FAZER ?

    Lendo e revendo várias das reportagens da série Xadrez, além da simples observação cotidiana dos fatos motivadores e subsequentes do golpe, lembrei de um texto muito bom de quando o FHC ainda escrevia algo que prestava. 

    É um texto de 1970 chamado: Dependência e Desenvolvimento na América Latina: Ensaio de Interpretação Sociológica.

    De forma breve e resumida, a teoria defendida no texto é que as elites econômicas de um país farão de tudo para se manterem no poder, mesmo que isto represente um atraso completo do país em todas as demais áreas. 

    Ele exemplifica os processos de industrialização ocorridos na Argentina, no Brasil e no México, para demonstrar que uma nova elite, além da agrário exportadora havia conseguido chegar ao poder nestes países e por conseguinte trouxeram outras prioridades ao interesse nacional propciando a intensificação do processo de industrialização e um maior desenvolvimento econômico. 

    O contrário ocorreu em países como Peru e Bolívia, por exemplo, que mantiveram sua economia concentrada em produtos primários, com a industrialização majoritariamente centrada na indústria extrativa e com produtos de pouco ou baixo processamento. Apesar destas características estes setores são extremamente produtivos e comparáveis aos das economias centrais em termos de competitividade (ex.: mineração no Peru). Este Dualismo Estrutural (estruturas altamente desenvolvidas lado a lado com estruturas altamente atrasadas) possibilitava que a elite do país conseguisse obter o mesmo (ou próximo) padrão de consumo das classes médias altas dos países desenvolvidos. A isto, deu-se o nome de “Efeito Demonstração”. 

    As elites portanto farão de tudo para se manterem no poder, reforçando a dualidade econômica e pouco se importando para o desenvolvimento nacional já que o padrão de vida destas elites via “efeito demonstração” os deixa satisfeitos, principalmente em comparação ao resto do mundo. 

    O que estamos assistindo ao vivo e a cores é a retomada desta elite rentista, preconceituosa e escravocrata que sentiu que estava perdendo privilégios e está fazendo de tudo para se manter no poder, não importando o restante do país. O início do salto civilizatório que o Brasil passou nos ultimos anos foi o estopin para o golpe devido a sensação de perda de poder relativo. 

    Afinal, além da realidade objetiva do poder aquisitivo (dinheiro) do “efeito demonstração” temos também a sensação de ganhos e perdas de forma subjetiva. Se todos ganham, mas uns ganham mais que outros, os que ganharam relativamente menos perdem poder relativo e consequentemente não conseguem manter seus privilégios.     

    Enquanto não houver uma superação completa desta elite escravocrata, rentista e preconceituosa, juntamente com o fim da principal ferramenta de poder dessa elite (TV Globo), jamais conseguiremos dar um salto civilizatório consistente e perene, tanto em questões sociais, quanto econômicas voltadas ao interesse nacional e a um projeto de país que nos coloque definitivamente no centro do mundo. 

    A pergunta é: Como superar/derrotar esta elite ?

     

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador