Afeganistão: o moto contínuo do terror

E os EUA descobriram: matar civis afegãos fortalece o Talibã.

Do Estadão.com

Estudo relaciona morte de civis afegãos a ataques do Taleban

A cada incidente enolvendo a morte de civis, insurgentes retaliam com seis ataques contra tropas02 de agosto de 2010 | 23h 36

WASHINGTON- Um estudo publicado pelo Serviço Nacional de Pesquisas Econômicas dos Estados Unidos afirma que a cada vez que forças americanas ou da Otan matam civis afegãos acidentalmente, insurgentes e seus simpatizantes retaliam com seis ataques contra tropas estrangeiras nas próximas seis semanas.

A pesquisa que será publicada nesta terça-feira, 3, vai ao encontro da visão de estrategistas contrainsurgência que acreditam que as baixas civis ajudam o Taleban a recrutar mais militantes.

“Nossos resultados mostram que se forças contrainsurgência no Afeganistão querem minimizar o recrutamento rebelde, eles precisam minimizar a morte de civis, apesar do grande risco que isso significa”, afirma o estudo.

O lema de que proteger civis é a chave para enfraquecer o Taleban é o centro da estratégia do general David Petraeus, que foi designado para comandar as forças ocidentais no Afeganistão após a demissão de Stanley McChrystal.

“As pessoas são o centro da gravidade”, escreveu Petraeus em um comunicado a suas tropas. “Só os oferecendo segurança e conquistando sua confiança, o governo afegão poderá triunfar”.

O novo estudo, intitulado “O efeito de baixas civis no Afeganistão e Iraque”, mas que foca mais no Afeganistão, usa relatórios recentes da Otan sobre mortes e ferimentos de civis e “ações significantes” de militantes afegãos, separados pelos distritos do país.

Os documentos analisados dão conta de 4.077 mortes de civis em 2.118 incidentes entre janeiro de 2009 até março de 2010.

A pesquisa também concluiu que a relação entre mortes de civis e ataques insurgentes funciona no inverso. Se as forças ocidentais conseguem evitar dois incidentes nos quais matam ou ferem civis, podem esperar menos violência dos insurgentes nas próximas seis semanas. 

Luis Nassif

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