Justiça da Argentina torna pública denúncia de promotor achado morto

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O Centro de Informação Judicial da Argentina disponibilizou, na noite de terça-feira (20), a denúncia apresentada pelo promotor Alberto Nisman, encontrado morto com em seu próprio apartamento no domingo anterior, um dia antes de ir ao Congresso apresentar os argumentos que envolvem a presidente Cristina Kirchner e outros membros do governo no caso de encobrimento de informações sobre um atentando terrorista do Irã ao país, em 1994. A peça está disponível aqui.

Na denúncia, alvo de reportagem da Globo nesta sexta-feira (23), Nisman garantiu que Cristina “não somente foi quem decidiu a articulação deste plano criminoso de impunidade e se valeu de diferentes atores para levar adiante sua execução”. Ele se refere a um suposto plano de abafar o caso na Argentina e entregar as investigações ao governo do Irã, em troca de melhorar as relações comerciais.

“A presidente entendeu que o petróleo iraniano teria a capacidade de aliviar a severa crise energética que o país vem atravessando”, escreveu Nisman.

Segundo o documento, o chanceler Héctor Timerman foi “o principal instrumentador do plano de impunidade idealizado” e “transmitiu ao Irã a decisão do governo argentino de abandonar a reivindicação de justiça pelo caso Amia”, como ficou conhecido o episódio que deixou 85 mortos em uma base judaica.

As acusações chegam também no deputado Andrés Larroque, aliado do governo, e nos militantes Luis D’Elía e Fernando Esteche, o ex-promotor encarregado do caso Amia, Héctor Yrimia, e um suposto espião, Ramón Allan Héctor Bogado, entre outros. O ministro do Planejamento, Julio De Vido, também seria investigado por sua participaçao no suposto plano.

A hipótese de suicídio ainda vigora em relação à morte de Nisman. “Os dados provisórios da autópsia do corpo de Nisman apontam que em sua morte não houve intervenção de terceiras pessoas. Além disso, as perícias policiais confirmaram que o disparo que lhe causou a morte procedeu da arma achada embaixo de seu corpo”, destacou o G1. O teste para determinar traços de pólvora nas mãos do promotor, entretanto, deu negativo. 

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

11 Comentários

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    1. “O argumento principal da

      “O argumento principal da compra de petróleo é falsa pois a Argentina não compra petróleo do Iran.”

      Nada como ler um comentarista que entende mais de Argentina que o Procurador de lá!!!!

       

  1. Como regra, todo suicida,

    Como regra, todo suicida, após sua morte, deix alguma evidência do seu ato. Pode deixar uma carta, pode algum familiar atestar que ele passara antes por algum problema de ordem psicológica sério, como uma depressão profunda; pode ser alguém que acumulou muita riqueza e se viu falido; pode ser que a pessoa tenha amado demais alguém e sido descartada de última hora, etc. Em todo caso de suicídio sempre temos uma declaração de familiares ou amigos para justificação do ato. 

    O que nos intriga em relação ao procurador encontrado morto é a posição dele na sociedade argentina, sobretudo por ele não ter deixado um sequer rastro de suicida; pelo contrário. Estava a mil com suas ideias de levar à Justiça do seu país uma baita de núncia contra o governo vigente, contra a Presidente da Repúbica argentina principalmente. Segundo um dos interrogados, ele lhe pediu emprestada a arma calibre 22, quando tinha em seu poder duas outras  de calibres superiores, o que intrigou esse amigo. 

    Significa muito essa morte acontecer um dia antes da justiça formalizar a denúncia do procurador. 

    Essa história ainda terá muitos capítulos.

  2. ´muito fácil para a a direita

    ´muito fácil para a a direita agora.

    tem a denúncia, com palavras nitidamente partidarizadas,

    digamos, mas o denunciante está morto.

    bela conveniencia, não?

    a quem isso beneficia?

    voce teria certeza que esse texto foi escrito pelo suicida?

    1. Existe uma denúncia com endereço certo…

      …o denunciante está morto… cui prodest?

      Bela conveniência, ou não?

      A pergunta real é: quem é o Gregório Fortunato da Cristina K.?

  3. A moda do poder juripolítico está se espalhando?

    Um passo que antecede golpes é a avacalhação das instituições…

    Fazer política (e diplomacia) inclui fazer concessões, exigências e acordos.

    Excepcionalmente, usam até de força (imposição financeira, policial ou até mesmo militar). Mas se não for força política … não é política. 

    Outro dia li que a oposição queria interpelar um ministro que estava fazendo gestões em torno de uma candidatura à presidência da Câmara, transformando isto em crime e não em que isto seja apenas … política. Tentando criar uma imagem de que os poderes são, mais do que independentes, estanques!

    Nas democracias com 3 poderes independentes, 2 deles são eleitos (pff… o menas pior) por mandatos populares, com papel político, O poder remanescente, com o papel jurídico-constitucional pode ser eleito ou não, este último o nosso caso.

    Assim como na famigerada AP-470 e na atual Lava-Jato (que defendo como investigação discreta, sigilosa sem fazer política e destruir imagens, reputações e empresas, principalmente as estratégicas), vejo neste crime argentino aspectos similares de uso escancarado do Judiciário para fazer política. Senão vejamos:

    1) Assim como no Brasil trabalhista, que não controla sequer sua polícia, quanto mais o Judiciário, que inclusive faz parte notória da oposição (ao contrário dos tucanos, nisto bandidamente competentes), como a presidente argentina iria “articular um plano criminoso de impunidade”, se o responsável por esta punidade (ou não) é um poder independente, que lhe faz oposição?

    2) Este mesmo poder, que extrapola o âmbito jurídico e entra forte no político, tornando públicas investigações que, pelo interesse da governabilidade do país, devem ser discretas e sigilosas (e eficazes na punibilidade, lógico). Jogando fezes no ventilador, criando veladas condenações nacionais antes das apurações? Como no caso brasileiro com empresas estratégicas para a energia e infra-estrutura do país, sem nenhum cuidado (muito pelo contrário) em punir (comprovadamente) apenas as pessoas envolvidas, mas não as instituições?

    3) Como pode países tentando se desenvolver, não conseguirem passar de picadeiros de monumentais CIRCOS, tendo como protagonistas bandidões mafiosos, eficazes e poderosos (a atual oposição com experiência de situação por cerca de 5 séculos), perseguindo bandidos, que em boa parte, pretendem ser no máximo Robin-Hoods (a atual situação que, evidentemente, não foi a culpada de construir “tudo isto que está aí”…)? Mantendo a agitação da platéia através de cheerleaders (as animadoras de torcida da míRdia), com quitutes e refrigerantes em eventuais intervalos?

    Fica cada vez mais claro que a tecnologia de golpes e dominações está muito mais sofisticada do que o mero uso de tanques e bombas (ainda disponíveis). Hoje temos os golpes para-democráticos (48% da população !!!…), construidos com o controle da informação e a “legalidade” dos puros e castos dos homens da lei e da ordem.

    Deles, por eles e para eles!

    E esta frase não me é estranha…

  4. as viuvas do Chavito estao

    as viuvas do Chavito estao sofrendo para defender os amiguinhos bolivarianos.

    para variar estao fazendo aquilo que vivem condenando no PIG ou seja decretando o que teria acontecido mesmo sem  ter 0,1% de ideia sobre o que de fato aconteceu com o sujeito…rs

     

    1. Difernete do Leônidas

      Difernete do Leônidas Risadinha, que, com base em provas sólidas, já sabe que foi a presidente Kichner quem ordenou o assassinato.

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