Lobão, de malandro a otário, por Augusto Diniz

Exemplo de músico que usou a esperteza para lidar com os mais fortes, Lobão caiu agora na rede da canalhice política.

O músico foi um dos primeiros a levantar a bandeira da necessidade de numeração de discos, para maior controle das vendas pelo artista. Certa vez, disse achar um absurdo o álbum com a música “Me chama”, auge do sucesso do cantor na década de 1980 e que tocava dia e noite nas rádios, ter vendido “apenas 60 mil cópias” segundo sua gravadora. Realmente era muito pouco em uma época sem internet.

Tempos depois do surgimento das rádios comunitárias, Lobão foi a elas (legais e ilegais) para promover seus discos. Com isso, evitaria pagar o famigerado jabá cobrado pelas emissoras de rádio comerciais, controladas pela mídia tradicional, para que suas músicas fossem executadas.

Também colocou seus discos, produzidos por gravadora própria, à venda em banca de jornal. A estratégia visava fugir da cadeia nefasta da indústria do disco, que no passado ainda lucrava com a comercialização de cds.

Lobão foi quase voz única nessas suas ações no meio musical. Costumava criticar outros músicos. Disse (com razão) que o sertanejo Luan Santana não passava de um “cantor pop de segunda linha”. Já acusou o grupo Paralamas do Sucesso de plágio de suas músicas.

Em seu livro autobiográfico, afirma estar vivo por sorte. As drogas o levaram ao inferno por várias vezes. O livro expõe de forma clara sua personalidade: um ególatra em pessoa.

O músico Lobão conviveu com o mundo crápula da indústria da música, com inescrupulosas gravadoras e emissoras de rádio, e empresários do show business nada confiáveis.

Na política, vai entendendo que o mundo não é muito diferente. Com um detalhe: a canastrice política é feitas mais às claras.

Depois de comparecer a manifestações contra Dilma, repudiar intervenção militar e ir a Brasília para protestar, descobriu exercer papel de otário na mão de um suposto líder e ex-candidato à presidência.

Lobão está aos poucos caindo na real, onde o discurso político tem o valor de uma nota de R$ 3. Se tiver mesmo agindo por ideologia (a sua é de linhagem conservadora) ou em busca de audiência para si, a velha malandragem do Lobão poderá ser pouco para sobreviver a outro submundo, pior do que o da indústria da música.

www.augustodiniz.com.br

Redação

21 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Exemplo perfeito do malandro

    Exemplo perfeito do malandro “agulha”  dá o c* sem perder a linha. De bom em tudo isto a revelação de que nunca passou de um udenista disfarçado de artista e que fooi usado como massa de manobra por um político desonesto. Quanto ao político, bem, aquele demonstrou toda sua capacidade de mobiliação popular, levando 800 pessoas ao seu pretenso protesto.Perdeu todo o capital político que conseguiu amealhar com mentiras e ajuda da mídia golpista.

  2. Tacada dupla!

    Nessa aí o Aécioporto golpista se saiu bem: ao mandar o Serra pra avenida pagar mico junto com o Lobão e suas vivandeiras, com uma só flecha derrubou o “vampiro”, o “lobo mau” e ainda poderá posar de homen deizendo que não participa das tentativas de golpe!

  3. Texto tolíssimo, despolitizante, vulgar. Cai no velho vício:

    Cai no velho vício de não discernir o artista (q artistas vivem ou podem viver noutra esfera,e é como artista q deve ser res- peitado).Como cidadão pode ser criticado,mas não juntando uma coisa com outra.Sim,ele fala de si mesmo,q teve essa ou aquela doença,família toda mais do q neurótica,etc.É de se dar um enorme desconto.Ele não é um cidadão dos mais poli- tizados,acho q nem pretendeu ser.O post-título é q é despolitizante.Gilberto Freyre apoiou 64 (parece tb q tinha ligações afeitvas c/a família Castelo Branco).Parece-me q Ulisses Guimarães(um político)tb apoiou depois se opôs.Dom Hélder Câ- mara(v.ótimo documentário já postado e destacado no GGN,fala depassado no Integralismo.Senso comum,senso crítico?

  4. Não há ódio inocente!
    Lobão

    Não há ódio inocente!

    Lobão enganado?

    Isso nunca!

    Mas que mostra sua porção IGNORANTE é maior que sua porção LUCIDEZ!

  5. Lobão bobão do aócio e aócio

    Lobão bobão do aócio e aócio joão bobão do fhc! Mas até o “helicóptro” deu um chega pra lá na doideira que é esse senhor lobão. O áocio é malandro, percebeu que esse lobão só traria coisa ruim para suas intençõe políticas pró-bolso, por isso sacaneou e não compareceu. O aócio é vagabundo e oportunista, mas não é louco. Já o senhor lobão, começo ter minhas dúvidas sobre seu momento emocional.

  6. A verdade é que o ostracismo

    A verdade é que o ostracismo é uma droga para os ególatras. Aí, vale tudo.  E bem sabemos que há um nicho no mercado….todo aquele que se levanta contra o governo, tem espaço garantido.  Pronto!!  Foi a senha para que ele se levantasse do seu retiro, para tentar conquistar as massas – umas 1000 pessoas !!  Aí, ele que tb não é nenhum burro de carteirinha mas sim um necessitado de atenção e talvez até de dinheiro – usa dos velhos clichês para delírio da mananda. 

  7. Inocência ou espertice

    Não parece a mim que a metamorfose ambulante, que pula de polo a polo nas opniões não só políticas, como ideológicas, seja fruto de inocente movimento. Ultimamente, ser reacionário, aproximar-se do radicalismo direitista, rende a intelectuais, filósifos, ou músicos no ostracismo, espaço que somente suas obras ou idéias não valeria. Vejamos: 

    – Há Merval, o acadêmico das letras cujo ÚNICO LIVRO é uma coletânea de artigos, 

    – Há Pondé, filósofo cuja pastiche direita fashion consiste numa comédia sem graça de costumes, um desfile de estereótipols rasos e ralos que faz os Simpsoms pareces uma obra de um grande intelectual, 

    – Há Jabor, aquele cineasta de dotes duvidosos, que era melhor escritor, e agora se convertera numa espécie de inquisitor total. 

    – Há Rodrigo Constantino, o novo pensador de política econômica do grupo Abril, que dispensa maiores comentários. 

     

    O que há de comum entre eles? Que suas obras, sozinhas, NÃO PELAS POSIÇÕES, MAS PELO CONTEÚDO, não os garantiriam a notoriedade que tem. Eles existem notáveis e faceiros, muito mais por VOCALIZAREM POSIÇÕES REACIONÁRIOS DOS GRUPOS DE PODER QUE REPRESENTAM, do que pelo tamanho que realmente tem. Daí julgo Lobão de forma diferente: Lobão está sendo novamente esperto, ao perceber que ser radical de direita no Brasil rende a ele espaço que não teria de outra forma. 

     

     

     

     

  8. “Se tiver mesmo agindo por

    “Se tiver mesmo agindo por ideologia….”

    Não tem essa de ideologia. Essas ações são orientadas por estímulos e reações básicas do tipo amigo/inimigo.

    Foi dito no texto: o ponto de virada dele foi a mobilização pelo projeto de numeração dos discos que não contou com o apoio dos famosos da mpb, todos identificados com sendo “de esquerda”. Ou seja: deixaram o lobão falando sozinho; daí veio a raiva dele a qualquer coisa que pareça com o que ele acha que é “de esquerda”.

    Lembro de uma frase dele que eu até achei engraçada na época. Em outras palavras ele disse que adoram dizer que lutaram contra a ditadura, etc., mas contra as gravadoras são uns “ursinhos carinhosos”!

    1. Não é bem assim

      Na época em que artistas pediram numeração de discos, Beth Carvalho, uma das mais atuantes militantes de esquerda do universo artístico nacional, foi uma das poucas que empunhou a bandeira. Mas, de fato, Lobão criticou muito o universo artístico por não se opor as gravadoras. Abraço, Augusto 

  9. A Ideologia do Lobão é dinheiro

    A explicação do comportamento do Lobão e mais simples. Hoje, qualquer artista que esteja apagado em popularidade, basta criticar o PT que a mídia dá espaço. Começa ir no Danilo Gentili, depois começar a aparecer na Folha, logo vira cronista da Folha, a lacy da veja começa a falar bem da pessoa, os coxinhas abração, pronto, o cara está de volta aos holofotes da fama. Muito mais simples que batalhar por boas músicas. Ou seja, a ideologia do Lobão é dinheiro.

  10. Minha homenagem ao Aécio,

    Minha homenagem ao Aécio, Lobão e, principalmente, aos Mamonas:

    Sábado de Sol

     

    Sábado de Sol
    Convoquei o Lobão
    Pra fazer passeata
    Questionando a eleição

     

    Chegando lá
    Mas que vergonha
    Só tinha pamonha
    Estava tudo
    Uma loucura
    Pediam até
    A ditadura

     

  11. Drogas pesadas.

    Das drogas que Lobão usou até hoje a mais pesada, sem dúvida, é a política. Dos submundos que adentrou o mais lamacento, sem dúvida, é a política. Lobão morreu, só esqueceram de avisá-lo e esse zumbi que se rasteja agora de passeata em passeata não quer deitar. Tive os três CD’s dele lançados nas bancas e até os achava “bons”. Apoiei sua intensão de lutar contras esse antro que eram essas gravadoras. Mas me cansei de ouvir suas “babozeiras” e já de saco cheio de suas “nóias”, me armei de um martelo e trucidei aquelas mentiras contidas nos mesmos. Não sobrou caco pra contar o que aconteceu. Só lamento pelo dinheiro gasto naquelas porcarias, poderiam ter sido usados para músicas de verdade. Lobão está sofrendo muito! O vejo como um daqueles que Dante, em a Divina Comédia, vê nos vários estágios de sofrimento. O certo é saber que dalí, ele não mais sairá.

  12. LOBÃO

    Não concordo com as posturas políticas de Lobão, acho, inclusive, um absurdo questionarem a legitimidade da reeleição de Dilma Rousseff, como fez FHC, ela foi eleita por voto direto, pela maioria dos brasileiros, mas, enxovalhar o Lobão como estão fazendo, acho um exagero, ele é uma pequena peça nesta engrenagem, me faz lembrar o triste episódio da vida de Wilson Simonal, sem julgar o mérito da questão.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador