Moro ataca STF e diz que será “favorecido” na eleição pelo fim da condenação de Lula

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Em entrevista à Jovem Pan, Moro diz que STF não declarou Lula "inocente" e promete colocar um juiz que valorize "o império das leis" na Corte

Sergio Moro durante live da Jovem Pan
Foto: Reprodução/Jovem Pan

Em entrevista à Jovem Pan, o pré-candidato do Podemos à Presidência, ex-juiz Sergio Moro, atacou o Supremo Tribunal Federal por causa da anulação das condenações de Lula, mas disse que a medida favoreceu sua campanha. Na lógica de Moro, o brasileiro está indignado com as decisões do STF, porque elas mostram que o País retornou à era em que os criminosos de colarinho branco eram poupados.

“Acho lamentável. Respeito o Supremo como instituição, mas é um baita erro judiciário a anulação, por exemplo, do ex-presidente Lula”, disparou Moro.

Se o Judiciário brasileiro não funcionar para a corrupção como funciona para outros crimes, não tem avanço civilizatório. Temos que ter, sim, o império da lei”, defendeu.

Moro é o candidato da terceira via com mais potencial de votos, mas também é um dos nomes mais rejeitados. Na pesquisa Genial/Quaest, ele aparece com 59% de rejeição, atrás apenas de Jair Bolsonaro e João Doria. Ainda assim, Moro está confiança que sua candidatura tem margem para crescer e polarizar com Lula, que lidera as intenções de voto.

Quando questionado pela equipe da Jovem Pan se sua candidatura não será prejudicada pela anulação das sentenças contra Lula, Moro respondeu: “Ao contrário, acho que isso, no fundo, nos favorece.”

“Todo mundo sabe que ocorreu corrupção no governo do PT. Mensalão e petrolão não são invenções de Curitiba ou da imprensa. O que as decisões revelam é que a gente está voltando àquele cenário – com todo respeito ao STF – em que, se você é rico ou poderoso, você não sofre consequências pelos seus atos”, disse Moro, insinuando que a Suprema Corte foi conivente com a corrupção do PT.

A gente precisa resgatar o espírito da Lava Jato, que no fundo, é a construção de um país mais justo, de um país que ninguém está acima da lei. Este discurso é o meu discurso. Nenhum outro candidato tem credibilidade para dizer isso.”

Nas redes sociais, o advogado de Lula, Cristiano Zanin, reagiu à entrevista de Moro. “O espírito da Lava Jato jamais foi de que ‘nenhum cidadão está acima da lei’; o lema era ‘nenhuma lei está acima de nós’. Sempre defendemos que, de fato, ninguém está acima da lei; mas ninguém também pode ser colocado abaixo.”

Em 2021, Moro foi declarado pelo STF um juiz parcial no caso triplex. Suas decisões naquela ação penal, portanto, foram consideradas suspeitas e anuladas. Em paralelo, o STF também referendou decisão do ministro Edson Fachin que anulou os atos da 13ª Vara Federal em Curitiba nos casos contra Lula, por incompetência territorial.

Sem contextualizar os dois julgamentos do STF, Moro afirmou que a anulação dos processos contra Lula não significa que o ex-presidente seja inocente.

“Em nenhuma decisão o STF disse que a sentença foi anulada porque fulano é inocente. Não disse o Supremo que o Lula é inocente, que o Eduardo Cunha é inocente, que o Sergio Cabral é inocente. A gente sabe a verdade, quem roubou a Petrobras e o povo brasileiro”, disse Moro.

“Eu acho que essas anulações geram sentimento de indignação no brasileiro, que quer gente honesta no governo”, apostou.

Confira as 10 maiores violações de Sergio Moro na Web Story do GGN clicando aqui.

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Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

1 Comentário

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  1. Assim como temos um despresidente, temos um desjuiz.
    Se o processo (e não a “sentença”, como ele deveria saber) foi anulado, então não valeu e Lula é inocente até pela própria presunção de inocência.
    Ele deveria se preocupar em julgar alguém (e não “processar”, papel do MP) e condenar COM PROVAS e não com uma vergonhosa inferência politico-opinativa de “atos indeterminados” e nem um centavo de comprovação de dinheiro ou bens recebidos.
    No mundinho paralelo dele, condenar alguém com parcialidade não invalida a “condenação” suspeita” (aí sim, com fartura de provas). Ele pensa que sua “condenação valeu e prontchiu!
    Julgado e condenado deveria ser ele, por dezenas de motivos (a lista é longa, de farsa e crimes processuais até o gigantesco prejuízo que causou ao país).
    Deveria estar feliz por estar livre, ainda mais para candidatar-se a algo.
    Afinal braZil é o nome de um pau extinto.
    E rima com PQP.

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