Jornal GGN – Mesmo com o recesso parlamentar, a CPI da Covid no Senado não irá parar as investigações. Com mais de 2 mil documentos nas mãos para análise, técnicos e assessores dos parlamentares irão destrinchar indícios que ainda não foram levados aos depoimentos.
Um deles é a denúncia de uma propina mensal de até R$ 296 mil a servidores e políticos do Ministério da Saúde. Uma ex-servidora denunciou que a empresa VTCLog fechou contratos com o Ministério da Saúde, na gestão de Ricardo Barros, em 2018, no governo de Michel Temer, e que desde aquele ano, a empresa se beneficiou dos contratos para a logística e distribuição dos insumos e vacinas.
Até então, o serviço era prestado pela Central Nacional de Armazenamento e Distribuição de Imunobiológicos (Cenadi), ligado ao Ministério da Saúde, e a empresa estatal foi instinta por Barros naquele ano, quando começou a contratar a VTCLog.
O contrato previa o “transporte e armazenamento” de praticamente todos os insumos para o SUS durante 60 meses. Contabilizando os aditivos que a empresa recebeu e se beneficiou até hoje, os valores chegaram a R$ 592,733 milhões.
Segundo uma ex-servidora, este contrato envolveu um esquema de corrupção, que teria repassado 10% do total dos valores. Pelas contas, seriam R$ 59,2 milhões, o que anualmente teria significado quase R$ 1 milhão para os enolvidos.
Ainda segundo a denúncia, o ex-diretor de Logística da pasta, Roberto Dias, recebeu 10% disso, ou R$ 99 mil. Ricardo Barros e outros dois políticos, não revelados pelos senadores, seriam beneficiários do retante, ou seja, R$ 890 mil.
Segundo essa servidora, Dias se encontrava “constantemente” com a presidente da VTCLog, Andreia Lima Marinho. Assim que os trabalhos presenciais da CPI retornarem, ela será ouvida. Oficialmente, os envolvidos negam as acusações.
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