Os clássicos de 2008 – 1

A crise internacional implodiu conceitos, análises, prognósticos, e abriu espaço para besteirol poucas vezes visto no país.

Na eleição dos episódios sub-intelectuais mais significativos de 2008, meu voto vai para o artigo de Demétrio Magnolli “Lehman Brothers, Marx & Sons”, publicado no Estadão e no Globo.

Merece um repeteco, por ser a maior comprovação de que, para atender à demanda de mercado por “neocons”, a primeira regra é: seja tosco e deturpe conceitos até o limite da baboseira.

Quando o Lehman Brothers entrou em bancarrota, provocando a implosão de Wall Street, os filhos órfãos de Karl Marx começaram a disseminar uma narrativa ideológica da crise que é tão desonesta quanto reacionária. Essencialmente, eles dizem que o neoliberalismo faliu e que a causa da catástrofe é a desregulamentação do mercado financeiro. Neste mantra, convertido em senso comum, uma mentira factual fica protegida atrás da paliçada conceitual de uma fraude.

A não ser que exclua o presidente da França, da Alemanha, o presidente do Banco Central Europeu e a torcida do Flamengo dessa categoria, sua afirmação é uma tolice enfática.

O neoliberalismo não faliu porque não existe. A fraude conceitual ampara-se no ocultamento dos dados empíricos. Nos anos 20, tempos do liberalismo, os gastos públicos sociais nos EUA (pensões, educação, saúde e welfare) não alcançavam 5% do PIB. Depois, com o New Deal e os “30 anos gloriosos” do pós-guerra, criou-se o Estado de Bem-Estar e os gastos sociais cresceram até perto da linha de 20% do PIB. Segundo o teorema histórico que emoldura a noção de neoliberalismo, o Estado de Bem-Estar ruiu sob os golpes hayekianos de Ronald Reagan. Mas – surpresa! – os números contam outra história. A “era Reagan” não provocou contração dos gastos sociais, conseguindo apenas estabilizá-los temporariamente. Hoje, eles ultrapassam os 20% do PIB (veja o gráfico no blog  de Gilson Schwartz).

Provavelmente, Gilson preparou o gráfico para mostrar ao Magnolli que – ao contrário do que supõe o geógrafo – o Estado nunca deixou de cumprir seu papel com as políticas sociais. Aí o Magnolli resolveu utilizar o gráfico em proveito próprio, esqueceu que, no primeiro parágrafo, situava as críticas ao neoliberalismo na desregulamentação do mercado financeiro. Ignorou a proliferação dos paraisos fiscais, os fundos offshore, a grita internacional contra as políticas sociais. A coerência dos argumentos não resistiu a dois parágrafos: é um recorde.

O Estado de Bem-Estar é um fruto da democracia de massas. O neoliberalismo só poderia existir com a restauração da democracia restrita dos tempos do liberalismo, quando o direito de voto era privilégio de uma minoria.

De onde tirou isso? O que tem a ver a democracia direta com a desregulamentação do mercado financeiro? Explique o fenômeno Madoff, Lehman Brothers, explique em qualquer categoria de pensamento se enquadram seus colegas do clube da auto-ajuda, quando condenam Bolsa Família, gastos com Previdência Social. Em qual categoria se enquadram os defensores da “lição de casa”, que converteram a política econômica no exercício de gerar superávits para pagar juros.  Uma asneira, à altura do público que pretende atacar: os semi-extintos “filhos de Marx”, personagens criados por ele.

Os filhos de Marx não entendem isso porque hostilizam o princípio democrático, que imaginam representar uma invenção “burguesa”. Eis o motivo pelo qual suas análises econômicas se chocam com os dados empíricos.

Os “filhos de Marx” não fazem a crítica do neoliberalismo, porque, para eles, é apenas uma faceta a mais do capitalismo. A crítica é feita por Krugman, Roubini, aqui no Brasil por Delfim, Bresser, Nakano, Belluzzo.

Na hipótese de desabamento de um viaduto condenado por erros de engenharia, deve-se culpar a lei da gravidade? É algo assim que fazem os filhos de Marx quando atribuem o colapso financeiro a uma combinação de ganância com livre mercado.

O que dizer desse argumento? Até o pai dessa esbórnia, Alan Greenspan, reconheceu que a crise se deveu a essa combinação, em depoimento ao Congresso americano. E vem esse profissional do livro didático atribuir o diagnóstico aos “filhos de Marx”.

A referência à “ganância” nada diz sobre esta crise específica, pois o imperativo do lucro é um traço estrutural da modernidade capitalista, mas diz muito acerca de um pensamento econômico contaminado pelos dogmas do cristianismo medieval. Quanto à desregulamentação, ela só existe no mundo imaginário dos ideólogos.

O mundo está reavaliando esse modelo. Não se discute o lucro, mas uma dinâmica que leva à busca do lucro desmedido, que está na raiz de todas as grandes bolhas especulativas. Mas  o bravo caçador de fantasmas atribui a crítica a esse modelo aos “dogmas do cristianismo medieval”. Em seu artigo , Gilson diz: “Ora, um dos maiores defensores da ação governamental nos mercados foi John Maynard Keynes, que tinha alergia a marxismo e marxistas. Ele revolucionou a teoria econômica há 70 anos, justamente porque soube ir além do maniqueísmo Estado X Mercado”.

O economista Steven Horwitz escreveu uma carta aberta a seus “amigos da esquerda” identificando as diversas regulamentações políticas que incentivaram o tsunami especulativo no mercado imobiliário (o link está no blog de Gilson Schwartz). Ele prova factualmente que o mercado no qual se armou a tragédia nada tem de liberal, articulando-se sobre uma teia de regras, emanadas do Executivo e do Congresso, que pavimentaram o caminho rumo à concessão de empréstimos cada vez mais arriscados. Fannie Mae e Freddie Mac são corporações hipotecárias tecnicamente privadas, mas patrocinadas pelo poder público, que operavam sob garantia de resgate estatal em caso de falência. As agências reguladoras autorizaram-nas, em 1995, a entrar no mercado de subprime e exigiram dos bancos privados um aumento dos empréstimos imobiliários para devedores com poucos recursos.

Nenhuma palavra sobre a desregulamentação pós-crise da Nasdaq, em 2003, unanimemente considerada o ponto de partida para a crise de 2007/2008.

O que espalhou a crise pelo mundo inteiro foi o subprime, um produto financeiro criado em cima de hipotecas. Ele é a bomba criada pela desregulamentação Mas o ex-filho de Marx não veio para explicar, veio para confundir. Além disso, depois de amaldiçoar os tais “filhos de Marx” que atribuem a crise à ganância, o bravo articulista atribui à ganância a crise. E tome falta de lógica.

Para salvar sua narrativa ideológica sobre os mercados desregulamentados os filhos de Marx erguem um Muro de Berlim metodológico entre as esferas da economia e da política. O conservador Horwitz é mais honesto, evidenciando a presença ubíqua da “mão visível” do Estado no financiamento privado do mercado imobiliário americano. Mas a sua honestidade tem limites, definidos por uma perspectiva ideológica. A utopia inviável de Horwitz é um retorno à idade de ouro liberal e ele prefere criticar a “mão visível” democrata à republicana. Por esse motivo, menciona só de passagem a política econômica da “era Bush” e, sobretudo, não a vincula à guerra no Iraque.

Pela primeira vez na história, uma guerra de grandes proporções foi conduzida por um governo que não conclamou os cidadãos a fazerem sacrifícios, mas, explicitamente, a “irem às compras”. A mistura tóxica de juros baixos e cortes de impostos com um déficit orçamentário crescente formou o pano de fundo da ciranda especulativa num mercado intensamente regulamentado. A implosão das altas finanças nos EUA, contagiando os mercados internacionais e anunciando a recessão global, não é obra exclusiva do governo Bush, mas tem as digitais de uma “mão visível” disposta a tudo para assegurar apoio interno à política externa cruzadista dos neoconservadores. A análise econômica reacionária dos filhos de Marx oculta tudo isso.

Lá vem os “filhos de Marx” descendo a ladeira. É uma lógica tão tortuosa quanto a dos blogueiros de Veja.

Neoliberalismo é um signo que adquiriu diferentes significados desde o seu uso inicial, no fim do século 19. A partir das “revoluções” de Reagan e Margaret Thatcher, contudo, sua utilização se disseminou e seu significado deslizou rumo a um colapso. Depois da queda do Muro de Berlim, neoliberalismo sofreu um processo de redução fetichista, convertendo-se em senha de identificação coletiva de uma confraria dos derrotados – algo como um lenço de lapela pelo qual um nostálgico do “socialismo real” reconhece seus iguais. Não há problema nisso, com a condição de que a nostalgia de uma minoria não destrua a capacidade pública de decifrar o sentido das coisas.

Tecla sap, por favor! Pois a profundidade do autor não me permitiu decifrar o sentido das coisas, seja lá o que as coisas forem.

Marx podia estar fundamentalmente errado, mas nunca deixou de buscar as articulações entre economia e política. Seus órfãos, traindo-o, inventaram uma economia “neoliberal” desregulamentada e denunciam uma “contradição” fatal quando os governos “neoliberais” se preparam para estatizar o núcleo do sistema financeiro. Eles não percebem que um padrão de regulamentação está sendo substituído por outro. Nem que a “mão visível” da política está presente nos dois.

Transformar a maior crise desde 1929 em uma mera mudança de “padrão de regulamentação” é demais. Nem os “filhos de Marx” merecem tanta simplificação assim.

Luis Nassif

41 Comentários

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  1. Acho interessante a maneira
    Acho interessante a maneira como escrevem.
    Todos criam alguma frase de efeito e logo a seguir, viram-se contra os pseudo ex-marxistasorfãosdarevolução.
    Descem o malho e engrenam nova frase embusteira.
    Não há dúvida que cavalgam bem alguns tópicos.
    Mas é só.
    Pois na visão geral, aparecem como cavalgadura dum discurso monocórdico.
    E eles sabem que esse discurso, enfeitado como noiva de baile de feira, rende algum.
    Dá uma certa “fama” e os faz achar-se prestigiados.

  2. O que “faliu” o deus-mercado
    O que “faliu” o deus-mercado foi a antiga e tradicional pilantragem. Mas isso o Magnoli não poderia escrever, porque o pessoal que tem o Estadão nas mãos desde a tal “reestruturação” trabalha nesse ramo.

  3. O meu voto pra uma pessoa e
    O meu voto pra uma pessoa e pra uma categoria.

    A categoria é,sem dúvida alguma,ECONOMISTAS.

    Por muito tempo estavam perdendo terreno pros ”cientistas políticos”( O QUE É ISSO? )

    Mas numa reviravolta fantástica,os economistas viraram o jogo e ganharam de LAVADA. A bem da verdade são uns ”MÁE DINAH”( sem tirar e nem por)

    Já no sentido individual, o troféu vai pra MANGABEIRA.

    Nassif escreveu sobre um membro da ABL que deu um parecer sobre escrita favorecendo DD( e um outro tinha recusado,mesmo necessitado financeiramentre,a faze-lo)

    São muitos tbm os renomados nomes e seus ”pareceres”.Tipo:A favor ou contra?

    Mas MANGABEIRA ganhou a taça:

    depois de ficar anos( na pgn 2 da FOLHA) MASSACRANDO o governo Lula,virou…virou… virou o que? ”Semi-ministro” Dele.

    Mangabeira mentiu antes,depois ou continua mentindo?Isso que é sede de poder, hein?

    Ninguém ganha dele.

  4. É o texto típico do
    É o texto típico do “jornalismo” neocon:

    O texto com tom agressivo (geralmente com o um apelido jocoso – filhos de Marx) contra quem não pensa como ele;

    Afirmação de que os opositores a suas idéias são teóricos, sem censo prático;

    Por fim, o real não é levado em conta, para que suas teorias se justifiquem.

  5. Nassif, na época comecei a
    Nassif, na época comecei a ler esse texto e parei logo no primeiro parágrafo onde diz: “…os filhos órfãos de Karl Marx começaram a disseminar uma narrativa ideológica…”. Foi demais pra inicio. Parei.
    Qualquer artigo que começa com esse viés ideológico, ainda mais de quem escreve, é dose querer ler até o final.

    Esse seu comentário foi à época ou é de agora? Não lembro tê-lho visto.
    Agora, ainda bem que vc esclareceu essa frase: “O Estado de Bem-Estar é um fruto da democracia de massas. O neoliberalismo só poderia existir com a restauração da democracia restrita dos tempos do liberalismo, quando o direito de voto era privilégio de uma minoria.” senão eu iria ficar boiando pro resto da vida.
    “…neoliberalismo sofreu um processo de redução fetichista…” “…confraria dos derrotados…” “…nostalgia de uma minoria…”
    Uma máquina de falar besteiras ( e da-lhe copy/paste da internet).

    Ainda bem que com a sua “análise” o texto ficou mais “digerível” (???). Não acredito, ficou mesmo?
    O caça-fantasmas foi uma tirada muito boa. Na mosca
    È isso o que digo, os textos dos caras são pura ideologia. Depois rotulam os outros.
    Daqueles editoriais do Estadão, Nassif, você pode retirar material farto para a categoria “Clássicos 2008”

  6. “É uma lógica tão tortuosa
    “É uma lógica tão tortuosa quanto a dos blogueiros de veja”, diz o nassif. E por acaso foi justamente num desses blogueiros que li, pela primeira vez, a curiosa tese de que o neoliberalismo nunca existiu, era uma categoria criada pelos marxistas ou viúvas do Socialismo, algo assim.
    Os caras estão dando nó em pingo d’água para desdizerem o que diziam ontem! Tentam “provar” que foi excesso de regulamentação e de Estado que causou a bancarrrota. É o cinismo elevado a sua máxima potência…
    Por isso a gente precisa, cada vez mais, ler The Economist, NYT, Le Monde, El País, etc. Qualquer um desses órgãos, entre outros, destrói a mídia cartelizada brasileira e os “especialistas ” de ocasião, sempre prontos a dar palpites errados sobre qualquer tema, da ótica mais reacionária imaginável. A quem pensam enganar, ainda?

  7. Quando você não compreender
    Quando você não compreender algo, culpe o “cristianismo ocidental”. A bíblia não condena o lucro, mas a ganância.

  8. Pô, Nassif, tá querendo
    Pô, Nassif, tá querendo estragar o ano da gente, que já se promete difícil, citando logo no dia 1 um sujeito que nem esse?
    Para você e sua família um excelente 2009, com muita saúde, serenidade e paciência para enfrentar as pesadas batalhas que vêm por aí.
    Vocês sabem que sempre contarão com a gente para o pouco que pudermos fazer, em todos os campos, para apoiá-los.
    Feliz Ano Novo!

  9. Feliz 2009 a todos! Ô,
    Feliz 2009 a todos! Ô, Nassif, acho que vc dá muita asa a cobra. Alguém ainda lembra do Arthur Virgílio? Esse cara ai é uma sub-espécie da grotesca figura amazonense, mas de uma maneira mais triste. Fico chateado mesmo é quando vejo alguém tão preparado e inteligente como Daniel Pizza embarcando na onda radical, cega para os fatos.

  10. Os anos 70 deixaram coisas
    Os anos 70 deixaram coisas boas de se lembrar,entre muitas os movimentos estudantis.Alguns como Demétrio “papa-légua” Magnolli se perderam nas marombas neo-obtusas dos anos 90.Fazer o que quando se acredita que todo peão é como um pequeno empresário a vender seu suor como se fôsse um estilo,como se fôsse sua alma.

  11. Vai meu voto para a matéria
    Vai meu voto para a matéria escrita por Mendonça de Barros, “Decoupling, a prova final”, publicada o dia 30/5/2008, 1 dia depois do Topo Histórico do Ibovespa! (veja o “timing” do autor)

    A LEITURA cuidadosa dos números do PIB americano relativo ao primeiro trimestre de 2008 nos mostra a intensidade do que se convencionou chamar de “DECOUPLING”. Essa expressão tem sido usada nos últimos anos para chamar a atenção para um novo equilíbrio na economia mundial. Nesse novo mundo global, a economia americana já não tem mais a mesma posição de liderança que caracterizou as últimas décadas. No passado, o ciclo econômico nos Estados Unidos influenciava de forma marcante, e quase sincronizada, o comportamento das outras nações.
    Na virada do século, esse equilíbrio começou a mudar com a ascensão da China como economia de primeira linha. Com ela, vários outros países passaram a pesar na dinâmica do mercado global, levando a uma redução do peso americano na formação do PIB do mundo. O economista Jim O’Neill, do banco de investimento americano Goldman Sachs, foi o primeiro a alertar para essa nova realidade. Os chamados Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China, seriam no futuro próximo um novo centro dinâmico no equilíbrio mundial.
    Posteriormente ele adicionou outras economias menores e em estágio menos avançado de desenvolvimento a esse novo centro de poder econômico. Chamou-as de “NEXT ELEVEN”. Esse grupo de países, mais alguns dos tigres asiáticos já envelhecidos pelo tempo, teria força suficiente para tornar o ciclo da economia americana menos importante no contexto global nas próximas décadas. Como toda coisa nova em economia, esse novo quadro de equilíbrio de forças foi recebido com certo escárnio pelo analistas econômicos mais conservadores. Mesmo aqui no Brasil, um dos países que mais se beneficiam com esse novo quadro, essa novidade foi questionada por muitos.
    Minha defesa entusiástica do fenômeno dos Brics nesta coluna também foi, várias vezes, recebida com risos irônicos. A crise na economia americana provocada pelo colapso do mercado imobiliário representou um teste muito duro para a tese do “DECOUPLING”. A desaceleração na Europa parecia ser uma prova inconteste da absoluta dominância do ciclo econômico nos Estados Unidos nas várias regiões do mundo. Analistas mais afobados, inclusive o criador dos Brics, passaram a falar de um “RECOUPLING”, ou seja, a volta do domínio americano.
    Os números do PIB no primeiro trimestre recolocam o debate nos seus termos devidos. Nos primeiros três meses do ano, a absorção doméstica nos EUA encolheu 0,1% em relação ao mesmo período de 2007, cruzando a fronteira tão temida da recessão econômica. Já o aumento de estoques pelo setor produtivo adicionou 0,2% ao PIB, fazendo com que a contribuição doméstica total seja de 0,1%. O 0,8% adicional veio da contribuição do comércio exterior, com exportações maiores do que as importações. Nos últimos 12 meses, esse número é superior a 1%.
    Ou seja, a maior economia do mundo não entrou em recessão porque o dinamismo do mundo emergente permitiu que as empresas americanas desviassem sua produção para outros países. As exportações crescem a taxas próximas a 15% ao ano há muitos meses.
    Esse fenômeno fica ainda mais claro quando analisamos os resultados das empresas americanas nesse período. Sem considerar as instituições financeiras, os ganhos no mercado doméstico apresentaram uma redução de 2,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Já os lucros das empresas nas suas atividades no exterior tiveram um aumento de 35% nesse mesmo período. Façam seus julgamentos…

  12. Esse neocon é doutor em
    Esse neocon é doutor em geografia,mas a pergunta é: qual a sua grande obra para a geografia escrita por ele? Vendo as suas análises imagino que o grande MILTON SANTOS está imaginamdo…

  13. Nassif:
    Enquanto não houver
    Nassif:
    Enquanto não houver um modo, plausível de se cobrar, daqueles que emitem prognósticos, os erros gossseiros cometidos – em 2008, então, o que se verificou foi um acinte, os comentaristas, agências de rating, etc… continuarão a ocupar o noticiário ( muitos deles nitidamente orgulhosos por ali estarem- é como se tivessem chegado ao Olimpo), para repetir, tal qual ventríloquos dos patrões, aquela sopa de números, na maioria das vezes completamente fora da realidade; tem gente que, até hoje, elogia e, pior ainda, explica a postura do nosso BC. Uma vergonha.
    Para ajudar na manutenção deste quadro, as emissoras de televisão, por sua vez, escolhem a dedo os “analistas do óbvio”, sempre alinhados com a corrente predominante – não é permitido o contraditório.

  14. O texto serve como exemplo de
    O texto serve como exemplo de retórica, ainda que chinfrim. É, digamos, recheado de expressões “estéticas”, com algum potencial de convencimento: “paliçada conceitual de uma fraude”, “pensamento econômico contaminado pelos dogmas do cristianismo medieval”, “Muro de Berlim metodológico”.
    E, finalmente, a pérola: “Depois da queda do Muro de Berlim, neoliberalismo sofreu um processo de redução fetichista, convertendo-se em senha de identificação coletiva de uma confraria dos derrotados – algo como um lenço de lapela pelo qual um nostálgico do “socialismo real” reconhece seus iguais. Não há problema nisso, com a condição de que a nostalgia de uma minoria não destrua a capacidade pública de decifrar o sentido das coisas”.
    Demétrio dá lá suas pinceladas, embora o resultado seja surreal e, portanto, pouco recomendável em se tratando de um texto pretensamente analítico.
    Não que tenha deixado de ser inteligente. Apenas foi vencido pela preguiça.

  15. Nassif, aqui vai a minha
    Nassif, aqui vai a minha contribuição para os ‘clássicos’ de 2008, em matéria de asneira, é claro. Creio que o texto abaixo deve ser a ‘obra-prima’ da ‘Doutora’ e ‘Especialista em Epidemias’, Eliante Cantanhede:

    “Alerta amarelo!

    Com sua licença, vou usar este espaço para fazer um apelo para você que mora no Brasil, não importa onde: vacine-se contra a febre amarela! Não deixe para amanhã, depois, semana que vem… Vacine-se logo!

    A febre amarela é uma doença infecciosa causada por vírus e pode ser fatal. Hoje mesmo (terça, 08/01), morreu um homem de 38 anos em Brasília, plena capital da República, com febre alta, dores musculares, náuseas e vômitos. Possivelmente, foi vítima da doença. O alerta nem é mais amarelo, já é vermelho. E a vacina é altamente eficaz. Tomou, está livre da doença.

    Desde 1942 a febre amarela urbana era considerada extinta no Brasil, onde ainda ocorrem casos esporádicos de febre amarela silvestre, ou seja, originada nas matas e florestas. O vírus causador, os sintomas e os riscos são praticamente iguais nas duas formas, que se distinguem apenas pela área geográfica da contaminação.

    As pessoas não transmitem a doença umas para as outras. A via de contaminação é o mosquito, inclusive aquele nosso já bem conhecido Aedes aegypti, agente transmissor também da dengue. Se alguém vai a uma bucólica cachoeira em Mato Grosso, sem vacina, pode voltar contaminado de lá e sair espalhando o vírus para os mosquitos urbanos que tanto nos incomodam – e podem nos matar. Foi só o Aedes voltar ao Brasil, lá pelo final da década de 80, para que a dengue voltasse junto com ele e que o fantasma da febre amarela viesse novamente nos assustar.

    Agora, ele está aí, pairando não apenas nas áreas mais habituais, que são Norte e Centro-Oeste (regiões de extensas e lindas florestas e matas), mas sobre todo o país, tanto nas regiões silvestres como nas urbanas e rurais. Com o detalhe de que essa maldita doença é restrita à América do Sul, à América Central e à África. Tanto que a vacina já é obrigatória para quem vai à Venezuela, por exemplo.

    Além da vacina, o Estado é responsável pelo “fumacê” para matar os mosquitos, mas você também tem de fazer a sua parte e tomar todos aqueles cuidados que cada um de nós deve também ensinar às pessoas próximas, especialmente às que não tenham bom grau de acesso à informação. São os mesmo cuidados para a dengue: evitar água parada em jarros, pneus, pratos, poças, além de usar sacos fechados para jogar o lixo fora.

    Bem, o Orçamento, os impostos e os cortes de gastos estão a mil por hora em Brasília neste pós-CPMF, com ministros do Executivo, todo o Legislativo e o Judiciário em pânico diante da tesoura da área econômica do governo.

    O fantasma da febre amarela, portanto, paira sobre o país como um alerta num momento crucial, para que a saúde e a educação sejam preservadas antes de tudo o mais.

    Senão, Lula, o aedes aegypti vem, pica e mata sabe-se lá quantos neste ano –e nos seguintes.”.

    http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/elianecantanhede/ult681u361459.shtml

  16. E, ainda, a dúvida:

    Como a
    E, ainda, a dúvida:

    Como a nostalgia de uma minoria pode destruir a capacidade pública de decifrar o sentido das coisas?

  17. O problema não é quem (
    O problema não é quem ( sacana ou fanático? ) escreve mas quem paga por esse tipo d delírio e ainda publica, isso pra não falar dos q leem e acreditam…

  18. Fannie Mae e Freddie Mac
    Fannie Mae e Freddie Mac nunca foram autorizadas a entrarem no mercado subprime. A própria definição de “subprime” é empréstimo para devedor com perfil mais arriscado e risco maior, portanto fora do alcance de agências financeiras oficiais.
    Pode ser comparado ao financiamento da Casas Bahia, que empresta mesmo para quem não tem acesso a financiamento bancário. A diferença é que as Casas Bahia sempre manteve um controle apertado desses financiamentos e nunca se meteu no mercado imobiliário.
    Acusar as agências reguladores de obrigarem os bancos a emprestarem dinheiro para quem não tinha condição de pagar é de uma desonestidade intelectual impressionante. Ainda quero ver algum órgão público capaz de forçar todos os grandes bancos americanos a entrarem numa operação onde sabem que vão perder dinheiro.
    Esses argumentos foram rebatidos à exaustão inclusive pela grande imprensa financeira e só sobrevivem em alguns sites que tentam jogar a culpa de crise no excesso de regulação.

  19. Nassif,
    A Lúcia Hipolito
    Nassif,
    A Lúcia Hipolito realmente tem se superado. Talvez por falta de experiencia jornalisticas…mas os “micos” que ela paga são fantásticos. É de morrer de rir.
    Esta semana ela resolveu criticar os gastos do Governo Federal com publicidade e publicou um post que beirou o absurdo.
    O mais interessante é que muitos entraram e comentaram a desonestidade da “colonista”.
    Esta semana O GLOBO online ficou com uma chamada para o Noblat muito “interessante”: popularidade de Lula no DF é de 59%. E aí o amigo do “Daniel Mendes” começou a tecer hipóteses sobre o porquê. A desonestidade foi tanta que ele se “esqueceu” de dizer que o ótimo e bom (59%) mais o regular (28%)…somavam 87%…ou seja, desaprovação, mesmo, só de míseros 13%.
    Eles estão desesperados.
    Quero deixar claro que a questão não é de preferencia política, mas de honestidade jornalística. É o mínimo que podemos cobrar. Ou pelo menos que coloquem o logotipo de Serra2010 bem visível antes de qualquer Post.
    E a felicidade é saber que, cada vez mais, menos gente cai na deles. A máscara caiu. E esta nossa comunidade aqui presta um serviço imenso ao Brasil a cada dia que revela, sem proselitismo, algo que esteja, pelo menos, mais perto da verdade e da vontade de construção de um Brasil melhor.
    Por isso, e por outras, parabéns a todos deste espaço e um 2009 e mais luta pela democracia e pelo Brasil.

  20. Nassif,
    Nessa categoria
    Nassif,
    Nessa categoria seria possível incluir o comentário estapafúrdio, ridículo e grotesco da cientista social (?) Lúcia Hipólito, na CBN, comparando o fiasco da seleção brasileira ( 0X0 contra a Bolívia/Maracanã), ao “mal que o Lula fez ao País”?

    Consegue o link?

  21. Caro Nassif

    (…) “A mistura
    Caro Nassif

    (…) “A mistura tóxica de juros baixos e cortes de impostos com um déficit orçamentário crescente formou o pano de fundo da ciranda especulativa num mercado intensamente regulamentado”.

    Acho que essa frase é uma pérola também, até o ex-oráculo do mercado admtiu que o mercado precisa de regulamentação, e vem esse sujeito dizer. “num mercado intensamente regulamentado”.

    Ele está competindo com o Olavo de Carvalho.

    Sds,

  22. Hamilton

    obrigado por
    Hamilton

    obrigado por formular a pergunta de uma forma tão sensacional. É algo que sinto, mas que nunca consegui definir direito. Abraço.

  23. Nao eh por nao ter graduacao
    Nao eh por nao ter graduacao em Geografia, mas por nao ter nenhuma obra que contribuiu para a Geografia como muitos: Milton Santos, David Harvey, Manoel Correia de Andrade, Roberto Lobato Correa e tantos outros. Eh um doutor em Geografia para conseguir status e credibilidade para vender livros didaticos.

  24. blog de Gilson Schwartz). Ele
    blog de Gilson Schwartz). Ele prova factualmente que o mercado no qual se armou a tragédia nada tem de liberal, articulando-se sobre uma teia de regras, emanadas do Executivo e do Congresso, que pavimentaram o caminho rumo à concessão de empréstimos cada vez mais arriscados.

    PAREI DE LER AÍ.

    PELAMORDEDEUS…

  25. Magnoli se superou em um
    Magnoli se superou em um Globonews Painel cujo tema era a Rússia. Começou a chutar seus conhecimentos sobre aquele país. Porém não contava com a presença de um especialista, que desconstruiu todos os “dogmas” rezados pelo professor. Ficou a cara no chão.

  26. Penso que devemos relativizar
    Penso que devemos relativizar e compreender as estultices proferidas pelo midiático geógrafo.
    Trata-se daquela personalidade que necessita repudiar seu passado ultra-revolucionário-esquerdista-radical. Por isso ele atribui todos os pecados aos “filhos de Marx”, com uma repugnância freudianamente explicável.
    Aparentemente, coloca-se no outro extremo. Só aparentemente.
    Em vez de girar 180º, movimentou-se muito mais. Girou 360º e não percebeu que encostou a bunda em sua própria bunda.
    O discurso continua autoritário. Porém, agora é caótico de direita. Tornou-se um “libelu” elevado à potência menos um.

    O radicalismo é uma maneira do indíviduo se projetar no grupo, impondo-se pelo efeito manada. O Demétrio foi libelu quando era vantajoso, enquanto estudante. E tornou-se neocon quando a demanda jornalística assim exigiu. Antes do aparecimento da demanda, ele não fazia o jogo. E se não houvesse o clube da auto-ajuda neocon, ele ficaria na dele, ao contrário de conservadores convictos, como Olavo de Carvalho.

  27. O liberal segundo Sêneca é um
    O liberal segundo Sêneca é um escravo (de luxo). Os que exercem as profissões liberais são obrigados a seguir essa escravidão. Hoje teoricamente o computador nos liberaria um pouco desse confinamento. Por outro lado é uma coleira eletronica.;

    O Libderalismo gostaria que os impostos fossem todos reunidos numa cpmf única. Que todo mundo tivesse trabalho em vez de assistencia. Que o governo as leis impostos fossem feitos para ajudar e não para atrapalhar.

    LIBERALISMO EXTREMO.
    O celular é um autentico instrumento liberal. Por isso é tão usado por liberais radicais na cadeia. Outro exemplo de liberal radical é camelo que não paga imposto aluguel , essas coisas ….

  28. Nassif,

    tudo
    Nassif,

    tudo bem?

    inicialmente parabenizo-o pelo trabalho do seu blog e por conseguir mapear bem as ramificações do pensamento NEOCON no Brasil.

    Na categoria dos clássicos de 2008, não me esqueço de um artigo publicado pelo José Arthur Gianotti criticando a Lei Seca.

    Neste artigo há uma boa síntese do que pensa a Direita no Brasil.

    Lula – Estado autoritário- Stalinista- Já quis calar a imprensa- e agora quer controlar até sua vida no trânsito.

    Um abraço,

    Paulo.

  29. Demétrio Magnoli é a nossa
    Demétrio Magnoli é a nossa versão do David Horowitz. Um caçador de comunistas fantasmas. Uma experiência ruim com grupos de esquerda na juventude e pronto, virou anti-esquerda virulento. Se passasse uns anos em terapia resolvia. E de quebra nos poupava desses textos presunçosos, recheados de alucinações pós-traumáticas.

  30. O DOUTOR Magnoli (incríve o
    O DOUTOR Magnoli (incríve o título do cidadão), consegue provar atravez de absurdos fundamentos atraves de um artigo (e nada mais) que esta crise tota é de responsabilidade dos “filhos de Marx). O cara é um louco total !

  31. nassif:
    como filho de marx
    nassif:
    como filho de marx acho que é possível escrever todas essas besteiras
    sem citar tantos.pra mostrar conhecimento?essa doutoriça de direita,
    assanhada no globo,é muito insegura.e tem gente que ainda leva a sério esse papo de “doutor”.você já ouviu alguém falar “doutor einstein”?
    claro que não.o homem não precisa,pela densidade do que fez.já o moço
    acima só tem a apresentar o título acadêmico.grande coisa!
    romério

  32. Nassif,
    Escolherei um
    Nassif,
    Escolherei um clássico curto e grosso, mas do tamanho de um paquiderme, cometido pelo jornalista Ricardo Noblat, qual seja: em seu blog ao falar do Ministro Gilmar Mendes, cometeu o ato falho e disse “Gilmar Dantas”, o citado blogueiro levou porada de todos os lados, mas sua fixação de unir duas pessoas numa só, o fez repetir o ato falho no programa Roda Viva e em rede nacional denominou o Presidente do STF de “Gilmar Dantas”.
    A prisão de Daniel Dantas = 10 anos de prisão e R$ 10.000.000,00.
    O 1º ato falho do Ricardo Noblat = Levar pancada de todos os lados.
    O 2º ato falho do Ricardo Noblat = Não tem preço.

    Ato falho nada. Ele não quis perder a bela sacada que teve.

  33. Então na verdade, esse
    Então na verdade, esse Demérito Magnoli é apenas um capanga do Kamel. Este com certeza, com sua ilimitada cara de pau, encomendou um texto ao magnânimo geógrafo, que provasse por A + B que ao contrário do que diz o filho de Marx, Greenspan, a culpa da crise não é a falta de regulação do mercado. E o solícito funcionário do jornalismo kameliano, produziu esse primor de texto rococó, ou seria rococô? PS: Nassif, é por isso que a torcida do flamengo veste a cor vermelha, porque são todos comunistas?

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