O destino de Lula, por Wanderley Guilherme dos Santos

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Francisco Proner

Por Wanderley Guilherme dos Santos

No Segunda Opinião

Preocupados com o destino pré-eleitoral de Lula, inflamadas porta-vozes do grande líder descuram-se do que com ele pode ocorrer depois das eleições. Com a tese kamikaze de ou Lula ou nada e a religiosa excomunhão dos que sugerem a possibilidade de o PT abrir mão da cabeça de chapa, hostilizam o eleitorado brizolista e os socialistas contrários a Joaquim Barbosa, ademais de enorme eleitorado de esquerda não automaticamente petista. Quem não se preocupa com isso é partido carona, partido que não tem voto. A sensata opinião de que, na impossibilidade da candidatura Lula, o PT conversaria com aliados históricos sem a preliminar de que a cabeça da chapa lhe pertença, vê-se acusada de traição e, para os mais exaltados, adesão à direita. A ideia de que lutar por justiça para Lula obriga a exigir que seja candidato e, consequentemente, presidente da República, só faz sentido na cabeça de conversos à política de caudilhos. Pode ter sucesso, mas, falhando, cresce a possibilidade da derrota de todos, não apenas dos fiéis petistas, com o abandono do poder legal à direita. O insucesso presidencial não impedirá a eleição de deputados progressistas Brasil a fora, deixando a conta, contudo, para o fantasma de Carlos Drummond: e agora Lula?

À falta de metralhadoras e de quem as queira operar, e a visível fragilidade das hostes em direto combate contra os operadores do judiciário, é surpreendente, não só a negligência, mas a estúpida desmoralização dos mecanismos eleitorais. Vencer as eleições presidenciais em outubro é o único, único, único, caminho legal para alterar, em segurança, as atuais posições políticas e jurídicas separando o complexo das esquerdas do aglomerado das direitas. Sem essa vitória, a idade das trevas se prolongará até o fim do mandato dos deputados progressistas eleitos na onda do “ou Lula ou nada”. Será o nada de Lula.

Prolongada omissão de Lula, em silencioso incentivo aos incendiários, arrisca suas próprias barbas, assistindo a intensificação das ofensas de petistas ao eleitorado progressista, mas não devoto. Por enquanto, Lula ainda pode escolher o caminho que não deseja seguir. Depois das eleições de outubro, o destino de Lula, em um ou em outro sentido, não dependerá mais de sua estrita vontade.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

26 Comentários

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  1. Do outro lado do alambrado.

    Acredito que Luis Nassif apenas publique os textos desse senhor por misericórdia ou escárnio (talvez os dois?).

    Não merece réplica, nem respeito póstumo.

    Como diria Leonel, o Briza: “esse guri anda costeando o alambrado”.

    Perdoe, velho Briza, pois se discordo:

    Esse pulha aí já pulou faz tempo!

    O excremento que ele nos lega é de um primor analítico típico de primatas menos evoluídos:

    – Por que o PT e os defensores da candidatura de Lula devem abrir mão de suas posições, não seria o caso de quem deseja outra alternativa construir esse caminho pelas próprias pernas?

    Bem, eu nem sou defensor da ideia de que vá haver eleições, e havendo, sei que Lula não estará nela, bem como acho que o caminho é a resistência pela desobediência civil, mas para quem se diz apegado a “única saída” (as eleições), qual o sentido de alijar do protagonismo a única força eleitoral com capital para alterar algo?

    A proposta (indecente) de WGS é algo como uma cantada sexual a uma mulher que acabou de ser estuprada, do tipo: “quem sabe agora você goza?”.

    Ele diz que quem deseja ou Lula ou nada ficará sem nada.Pergunto: O que temos mesmo? A vontade que tenho é mandar esse senil senhor tomar em bom lugar, mas a educação me impede.

  2. O sucessor do Lula é Haddad…

    O Lula já tem definido quem irá apoiar. É o Fernando Haddad. Essa história de criar uma frente ampla encabeçada pelo Ciro Gomes é improvável. O Ciro não tem compromisso com o campo popular e possui um temperamento muito instável.

    Provavelmente o Ciro seria um espécie de Erdogan ou Putin brasileiro, visto que tem pouco apreço pelas instituições democráticas e por setores organizados da esquerda. Sua vaidade e arrogância impossibilita qualquer tipo de construção coletiva, o seu traço mais carateristico é a truculência explosiva. Isso sem falar da sua deslealdade. 

    Apoiar a candidatura do Ciro é um caminho sem volta, uma verdadeira cilada para o PT. A candidatura do Haddad é a que melhor representa a continuidade dos projetos bem sucedidos do lulismo e quem melhor estabelece diálogos com as forças políticas progressistas.

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=o7BwVgyv38I%5D

    1. Breno Altman

      Eu ia comentar exatamente sobre essa entrevista.

      Muito providencial da sua parte Rpv.

      Wanderley tem falado mais que a sua boca, e sempre com muita desaprovação, inclusive minha.

      Breno faz uma análise histórica das forças que comandaram o Brasil e ele faz de uma forma insofismável.

      É a história meu caro professor, e o PT foi o único partido de esquerda que conseguiu romper a barreira, conservadores e liberais, tornando-se protagonista na cena política do país, mesmo com seus inúmeros defeitos. Mas que não os tem?

      Quem construiu essa façanha foi o PT, através de seus legítimos fundadores, principalmente Lula e Zé Dirceu.

      Abdicar desse protagonismo ( em favor de quem?), é suicídio político.

      O PT durante sua sobrevivência até os dias atuais, teve mais defecções do que adesões e que deram origem a outros partidos de esquerda, inclusive o abominável PSTU.

      Lula não disputando as eleições, sobra o que?

      Ciro, por exemplo, que se proclama autoungido herdeiro do eleitorado petista?

      Ele passeou por muitos partidos do espectro político que vai da direita ao centro. Nunca passou pela esquerda. Só pegou carona.

      E agora quer ser herdeiro dos apoiadores do PT, na possível ausência do seu maior Líder?

  3. O destino de Lula
    O insistente porta voz de Ciro não perde o rebolado. Dia sim outro também, o mesmo discurso da incapacidade petista de negociar. Esquece que sob os governos petistas o que mais se utilizou foi a aproximação consensual,pois não haveriam tantos avanços econômicos e sociais houvesse o PT optado por hegemonia ideológica, leva o bônus e sofre o ônus. Quanto a Ciro, um personagem altamente permeável e sobejamente egocêntrico. Com ele, e Deus nos livre desta opção, veríamos o retorno das políticas de FHC e seus acólitos. Não duvidem que sob sua batuta, Barbosa seria ministro da justiça, Marina do meio ambiente, Dória do MDIC, Meireles da fazenda e, a cereja do bolo: Bolsonaro da segurança pública. O bipolar Vanderley Guilherme está refém da década de 60, tentando se ajustar ao tempo presente. Os supostos acertos de avaliação do passado não são garantia de plausibilidade no presente. Voltando ao sarcófago das ideias mortas e dos autodesejos.

  4. O QUE OS DOUTOS

    O QUE OS DOUTOS ESCRIVINHADORES ENTENDEM POR FRAUDE?ELEIÇÃO SEM LULA É FRAUDE E NÃO IREI AS URNAS SEM LULA POR NÃO APOIAR MANSAMENTE UMA FRAUDE.ESTAMOS SOB UM GOVERNO ILEGÍTIMO,UM GOVERNO DE BANDIDOS E SOB ESSE ASPECTO JÁ SERIA O SUFICIENTE CONSIDERAR AS ELEIÇÕES UMA FRAUDE. SÓ POR ISSO APOIO LULA NAS ELEIÇÕES,SÓ POR ISSO ENGULO ESTAS ELEIÇÕES;PELO DIREITO DE LULA,EU NÃO BRINCO DE DEMOCRACIA ELA SE FOI QUANDO DESPONTAVA NA JANELA,NUNCA A TIVEMOS NO BRASIL,ONDE DEMOCRACIA SE TEMOS POSTULANTES QUE SÃO PERSEGUIDOS VINTE E QUATRO HORAS POR DIA E OUTROS DEVIDAMENTE POUPADOS?ELEIÇÃO SEM LULA É FRAUDE EU NÃO IREI AS URNAS SEM LULA FAREI CAMPANHA PARA QUE NÃO COMPAREÇAM MESMO PORQUE ESSE PAÍS PRECISA CONHECER A DESGRAÇA DE SER CABRESTADO PELA DIREITA POIS PARECE TER ESQUECIDO PRINCIPALMENTE OS DOUTOS ACADÊMICOS E OS NOBRES ARTICULISTAS QUE ACREDITAM ESTAR NA URNA A TAL DA DEMOCRACIA QUANDO ELA ESTÁ A ESPERA DE SER ALCANÇADA NO CAMPO DE LUTA A ESPERA DE SER REGADA COM SANGUE SEU VITAL NUTRIENTE.

  5. LULA OU NADA! ELEIÇÃO SEM LULA É FRAUDE! SEM LULA É GOLPE!

    AFINAL, O QUE OS PETISTAS QUEREM?

    LULA OU NADA! O nosso candidato será Lula, mesmo que lhe seja negado registro eleitoral pelo TSE. Faremos uma eleição paralela, com urnas ao lado das urnas oficiais. E ganharemos as eleições, elegeremos a maior bancada voltaremos gloriosamente ao governo. Se o sistema jurídico não reconhecer a nossa vitória e não quiser dar posse ao Lula, convocaremos o povo às ruas, pegaremos as armas e tomaremos o poder. Simples assim. Se perdermos nas ruas e na luta armada iremos todos para cadeia ou para o exílio?

    ELEIÇÃO SEM LULA É FRAUDE! Se o Lula for impedido de concorrer faremos campanha por voto nulo e branco e nos retiraremos do processo eleitoral fraudulento. Se a direita eleger o seu candidato não reconheceremos sua legitimidade. Então convocaremos o povo às ruas, pegaremos as armas e tomaremos o poder. Simples assim. Se perdermos nas ruas e na luta armada iremos todos para cadeia ou para o exílio?

    ELEIÇÃO SEM LULA É GOLPE! Sim, é golpe. Ou nós acreditamos que eles deram um golpe pra devolver o governo ao PT 2 anos depois? O golpe não acabou. Ele ainda precisa se legitimar pela via eleitoral, pra passar o desmonte do estado e as reformas liberais no congresso. Ou não haverá via eleitoral se o Lula puder concorrer. O tempo de impedir o golpe passou para o PT. Foi quando viram o governo Dilma se esvair e não fizeram nada. Não perceberam que golpe se evita com povo na rua e armas na mão, enquanto se tem parte do governo, do aparelho repressivo de estado na mão, como fizeram Brizola e Chaves. Apostaram que, se a Dilma caísse, o PT voltaria agora, em 2018, com Lula. Não perceberam que o sistema jurídico estava no golpe. 

    QUALQUER UM DO PT INDICADO POR LULA  GANHA! Seja o Haddad (que perdeu pro Dória no primeiro turno), O Tarso, a Gleisi, o Jacques, fulano ou beltrano, mas que seja do PT. E se perdermos pela fraqueza do candidato, faremos uma bela bancada e talvez algum governador. E nos prepararemos pra 2022. Vamos apostar que o governo eleito se desagaste depois de privatizar o que resta do estado. Nem aí se não existir mais Petrobras nem SUS, nem previdência pública até lá. O importante é voltarmos ao governo, mesmo se tivermos que reinar sobre escombros. Ecomo fizemos nos nossos governos anteriores, não vamos reverter nada em termos econômicos. O que foi privatizado, privatizado fica.

    Das duas uma: ou o PT voltou à sua infância, quando pregava voto nulo e branco ou quer apenas eleger bancada mesmo se for preciso impor ao povo brasileiro a trgédia liberal. Debate-se entre o oportunismo  e o esquerdismo.

    O QUE É PRECISO: ATRAIR O CENTRO E A CLASSE MÉDIA PARA UM PROJETO NÃO LIBERAL

    O PT sofre de uma má interpretação da história. Nela, os movimentos sociais, principalmente o sindical, são o único protagonista. Subestimam o papel da classe média e das contradições internas do bloco de poder. Foram essas contradições que levaram ao fim da ditadura (oposição americana e de parte da burguesia ao papel do estado no II PND do Geisel) e o processo inflacionário que se seguiu no governo Figueiredo, afastando a classe média do seu apoio, culminando no movimento das diretas. Lula só se elegeu em 2002 porque a classe média abandonou FHC e votou nele. Com essa base social Lula atraiu o centro e governou. Agora o PT perdeu a classe média. E tem contra ele toda elite do aparelho de estado. A direita não vai deixar ele concorrer. E se o PT ganhar com candidato próprio, o que é improvável sem o voto e o poder de inluenciar a opinião pública que tem classe média, não governará. Haverá outro golpe apoiado pela mesma classe média.

    Agora é a vez de recompor o centro. É preciso agora tirar o centro e a classe média da órbita da direita. Desarmar o clima de ódio. Recuperar a economia. Atrair parte do empresariado pra um novo modelo econômico. Restaurar o bom senso. O PT pode não conseguir porque está estigmatizado como extremista pelo PIG-Globo. 

    O Ciro não é de direita. É de centro-esquerda, como o Lula. O PT se pretende de esquerda, mas também não é. Esse negócio de inclusão é ideologia da igreja católica. Ser de esquerda é o oposto. É excluir a burguesia do orçamento do estado. Não foi o que o PT fez. Metade do orçamento ia pros rentistas nos governos Dilma e Lula. E assim continua. 

    Se é Ciro ou não, o fato é que precisamos de uma candidatura que atraia o centro para um projeto de recuperação não liberal da economia. Isso o Ciro parece ter, embora o seu temperamento 

    Uma derrota das forças populares vai legitimar a direita pra implementar os projetos liberais que ainda faltam ser aprovados no congresso e privatizar o que resta das estatais.

    Uma vitória com chapa pura do PT reacende o fogo sob o caldeirão social. Vai aguçar o ódio da direita e colocá-la mais fortemente na rota golpista. E o governo eleito terá a dura tarefa de disputar o centro com uma direita ainda mais radicalizada. Se não conseguirmos fazer isso, então iremos fatalmente para o enfrentamento, que não será com argumentos, nem esperanças, nem com discursos. Porque discursos, apelos morais e éticos, só funcionam nas redes sociais e não constituem trunfos políticos relevantes na luta de classes.

    A questão é: temos força pra enfrentar um golpe dentro do golpe, muito mais violento e repressivo? Temos armas pra enfrentar armas? Temos, ao menos, milhões de pessoas nas ruas organizadas e dispostas ao sacrifício máximo em nome da luta política?

    Nos momentos cruciais da luta política, quando o enfrentamento não é mais uma escolha, mas uma imposição da luta de classes, o que o que conta mesmo está nos versos do Vandré na sua Cantiga Brava:

    O terreiro lá de casa

    Não se varre com vassoura

    Varre com ponta de sabre

    Bala de metralhadora

     

    O resto é cegueira política. Ou oportunismo mesmo.

      1. 68?!

        O que houve em 68? Protesto estudantis de massa algumas greves, seguidos do AI5, no fim do ano e início da guerrilha urbana logo a seguir. E a derrota da esquerda no final. É essa a tua proposta? Ou Lula ou a luta armada?

        PETISTAS, CAIAM NA REAL! VOCES NÃO MEXERAM UMA PALHA PRA GARANTIR A DILMA, FORAM COMPLACENTES COM O GOLPE,  ESPERANDO A VOTA DO LULA AGORA. TOMARAM O DRIBLE DA VACA DA DIREITA. AGORA ESTÃO PERDIDOS!

         

    1. A DIREITA AMA DEMOCRATAS

      A DIREITA AMA DEMOCRATAS ASSIM,CONCORDAR COM ELEIÇÃO SEM LULA É CONCORDAR COM SUA PRISÃO POR MEDO DE ENFRENTAR.

    2. Vin Diesel, é o seguinte:

      O Tio Gúgol me contou que um trompete novinho em folha está custando cerca de R$ 500,00, uma merreca, considerando que um único fuzil AR-15 ou uma A-47 pode custar de US$ 10 mil a US$ 30 mil, dependendo do fornecedor, é claro. Temos assim que em termos de armamento, um trompete é muito mais barato e eficaz. Sim, porque segundo o nosso colega aqui do GGN, o Wilsão, um trompete tocando Olê, Olê, Olá, Lulá, Lulá, é capaz e está vencendo todas as batalhas (as semióticas! as semióticas!). 

      Afinal, se as muralhas de Jericó caíram com trombetas, se cada um de nós comprar um trompete em 10 vezes no cartão (50 contos por mês), e tocarmos trompete a gente liberta o Lula e bota ele na presidência. Aos trompetes, cidadãos!

      1. Não sei

        Não sei se a esquerda consegue ganhar a guerra só com “trompetes”.

        Agora, perder a guerra para um adversário que só tem “trompetes”, isso a esquerda já conseguiu.

  6. CISMA

    Acho que o Wanderley erra ao tentar obter do PT o apoio a uma candidatura presidencial alternativa antes de findar todas as tentativas de viabilizar uma candidatura de Lula.

    A luta pela candidatura de Lula é a luta de toda a militância do PT e é ela que mantém a mobilização da militância. Ou o Wanderley acha que aquelas camisas e bandeiras vermelhas das últimas manifestações são vestidas e carregadas por eleitores do Ciro . Os poucos militantes do PT que pensam diferente não são traidores mas, obviamente, estão equivocados. Por que ?

    A não obtenção dessa candidatura pelos meios jurídicos reforçará  junto aos eleitores: 1) o entendimento de que o processo penal contra Lula foi efetivamente uma farsa e tinha como objetivo impedir a sua candidatura; 2) a ideia de que, neste caso, será necessário que o PT, mesmo sendo o Partido hegemônico no campo da esquerda, abra mão da cabeça da chapa presidencial e se adeque a apoiar, para vencer a eleição, uma candidatura presidencial alternativa.

    Do ponto de vista do PT, permitirá que o Partido estabeleça condições de apoio, mais efetivos para a governabilidade, à uma candidatura presidencial alternativa, que permitam a permanência do PT no jogo político no próximo mandato presidencial.  Somente essas condições de apoio permitirão ao PT conclamar seus eleitores a apoiar a candidatura presidencial alternativa ao PT.

    Por outro lado, o PT deverá entrar neste jogo consciente de que as garantias das contrapartidas políticas ao apoio à candidatura presidencial alternativa são passíveis de um dissenso antes do fim do mandato presidencial, visto que a reeleição do presidente eleito entrará no radar de seus demais apoiadores já no 1ª ano de mandato.

    Abrir mão da candidatura de Lula, neste momento, desmobilizará a militância e diversificará a adesão fragmentada do eleitorado lulista pelas diversas candidaturas do campo da esquerda possibilitando, com grandes chances de acontecer, um 2º turno entre um candidato de extrema direita e um candidato de centro direita.

    Provocar um cisma no campo da esquerda agora é um gravíssimo erro político e já está acontecendo. E é isto que o Wanderley está ajudando a acontecer.

    Ciro, por outro lado, deveria se conter e não derrubar as pontes com o PT, pois sozinho e com o campo da esquerda fragmentado não vai ganhar eleição alguma..

    Para qualquer sujeito político sensato, as declarações de Gleisi  Hoffmann se referem ao agora. E desmerecer a Presidenta do PT só cria obstáculos ao apoio à  própria candidatura de Ciro. Felizmente, Gleisi está acima dessas questiúnculas e ofensas políticas.

     

     

  7. Gleisi Hoffman o PT precisa se antecipar aos fatos

    A presidente do PT Gleisi Hoffman já deveria ter criado(se é que já não o fez) um comitê de alto nível envolvendo pessoas da universidade, sociólogos, analistas políticos, militares, advogados, juristas etc…para traçar possíveis cenários para analizar o que pode ou poderá acontecer com Lula na prisão. Suas chances de libertação, suas chances de ser eliminado e de quais formas, tortura psicológica, segurança no cárcere, e contra medidas para se evitar esses eventos. O PT tem se caracterizado por ser um partido que sempre anda atrás dos acontecimentos, sempre reativo, e isso é uma tragédia para segurança do Lula.

  8. Belo discurso
    Um belo post e discurso…

    …Se levarmos em conta que as premissas são verdadeiras.

    Mas é aí que está o questionamento. Autor parte do ponto que basta a centro esquerda ganhar as eleições que a democracia começará a ser restaurada e as instituições voltarão para a legalidade. Isso não vai acontecer.

    Será longo o processo histórico pra se sair deste abismo e autofagia que nos enfiamos nos últimos 4 anos. A eleição é só mais um marco. E perde-la, também poderá significar catalisar este processo histórico.

    A sociedade precisa purgar uma realidade decorrente de suas decisões ou omissões, e expurgar seus conceitos deturpados, construídos ao longo do tempo. Sem isto não teremos como sair pela porta que entramos.

  9. O destino de Lula

    “não vamos deixar que as eleições mudem nada”

    Wolfgang Schäuble, citado por Yanis Varoufakis

    a medida em que as contradições fazem o Lulismo desabar moribundo sob o peso insustentável de suas propostas ocas e de sua prática política vazia, suas correntes internas se soltam, canibalizando-se em disputa pelo espólio do capital eleitoral de Lula.

    é cobra mordendo cobra. abutre bicando abutre. ébrios pelo odor nauseabundo, hienas e urubus não conseguem cessar de girar em torno de um cadáver adiado que procria, obcecados por se apossarem de uma herança em vida.

    muito embora não se possa discordar da palavra de ordem “Eleição sem Lula é fraude!”, é preciso ir além: “Eleição é farsa!”.

    nunca como antes neste país, estiveram tão expostos os estreitos limites desta moldura conhecida pela alcunha de: Democracia Liberal Representativa.

    em meio a derrota e ao fracasso, com tudo ao redor em acelerado processo de putrefação, ainda circula incólume o espectro de uma última quimera: a união das Esquerdas.

    mas a união não se trata de uma palavra inspiradora, facilmente disponível a ser arrancada do dicionário para ser brandida em nome das boas intenções e da paz na terra.

    união é o resultado de relações construídas, e mantidas, tanto através de opções quanto das atitudes e ações coerentes destas decorrentes.

    ao contrário de se constituir em princípio fundador, de causa deflagradora, ou pré requesito indispensável, a união é consequência de ações concretas levadas a cabo coletivamente.

    como quase tudo hoje no jogo de espelhos no qual a quase totalidade da Esquerda brasileira está perdida, a perspectiva está invertida.

    não é a união que gera a luta. é de uma luta imposta por condições incontornáveis que nasce a união.

    .

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