Aldo Fornazieri
Cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política.
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Os escombros do PT, por Aldo Fornazieri

Os escombros do PT, por Aldo Fornazieri

As eleições municipais reduziram o PT a pouco mais que escombros. Não faltaram advertências, principalmente a partir de 2013, de que o partido se encaminhava para um desastre. As críticas foram colhidas pelos petistas de duas formas: o menosprezo arrogante por parte de quem detinha poder e direção e acusações por boa parte da militância que, também arrogante, classificava as críticas como PIG, moralistas, esquerdistas etc.

O poder fez muito mal ao PT: a estrutura partidária e dirigentes se corromperam, a militância se domesticou e os movimentos sociais que orbitavam em torno do PT começaram a orbitar em torno do Estado, sendo cooptados e perdendo a energia combativa na luta por direitos e justiça. O PT se transformou no partido dos palácios, dos gabinetes, do luxo e da arrogância. Ninguém promove tal movimento sem que desabe sobre ele, mais dia menos dia, o merecido castigo do povo.

O PT alimentou a mesma crença que as elites históricas conservadoras alimentaram desde os tempos coloniais no Brasil: a de que a sociedade pode ser moldada e transformada desde o alto, desde o Estado. Esta prática sempre engendrou dominação e não liberdade e cidadania. Enquanto esta crença permanecer vigente, o Brasil permanecerá eternamente deficiente em seu conteúdo nacional e popular e a sociedade carecerá de vínculos societários republicanos, orientados para o bem comum e para o interesse público. Aqueles que chegam ao poder sempre se tornarão representantes de grupos e interesses particularistas, a se apossar do erário público em detrimento dos interesses de caráter universalizante. Será sempre o velho patrimonialismo vestido com roupas novas.

O PT se deixou abater pelo erro mais comezinho que as esquerdas vêm cometendo desde o século XX: a corrupção. A corrupção vem sendo, ao longo das décadas, a espada nas mãos da direita e da mídia para fazer rolar as cabeças da esquerda. Os eleitores mostram-se intolerantes à corrupção das esquerdas, pois, querem ver nelas uma reserva moral da sociedade, um exemplo da administração correta da coisa pública, um cimento de ética na sociedade. Quando as esquerdas se corrompem, os eleitores se sentem traídos.

Pouco a pouco, o PT foi caminhando para aquela condição mais indesejável da política: ser odiado. Isto já era visível nas eleições de 2014. De lá para cá, a imagem do partido foi se deteriorando, seja porque as denúncias se revelaram medonhas, seja porque os ataques dos seus inimigos foram devastadores sem que houvesse uma linha de resistência e de contraofensiva. Ao mesmo tempo em que se destruía, o partido se deixava destruir. A cada ataque, a direção partidária reagia com notas burocráticas e protocolares, foi perdendo credibilidade e deixou de ostentar virtudes e força moral capazes de mobilizar a militância. Como já se disse, a direção do PT tornou-se um comitê de generais de gabinete sem exército e a militância se tornou um exército sem generais.

“Ser odiado” é a condição absoluta que precisa ser evitada em política, ensina Maquiavel. Como partido antimaquiaveliano que é, o PT, ao passar da praça para os palácios deixou de olhar a realidade com os olhos da praça, deixou de se situar na planície e passou a olhar o povo com o ângulo de mirada dos palácios. Mas não sabia jogar o jogo dos palácios e passou a acreditar em aliados que eram e são gananciosos, simuladores e ambiciosos. Emprestaram prestígio aos petistas enquanto estes lhes eram úteis e os traíram sem cerimônia na consumação do golpe. Golpe que o próprio PT ajudou a construir seja pela sucessão de erros políticos, de incompetências, e seja pela própria falta de apoio à presidente Dilma em momentos delicados em que o governo caminhava para a deriva.

Pela condução desastrosa que o PT vem tendo nos últimos anos, a direção partidária deveria renunciar nos primeiros dias desta semana. Uma comissão provisória deveria ser constituída com a tarefa de convocar e conduzir um Congresso partidário antes do final do ano. Se nenhum aceno for feito neste sentido, a tendência maior é a de que o PT caminhe para uma divisão irreversível. Não é admissível que os condutores do desastre continuem comandar um partido que foi esperança do povo brasileiro e se afogou nos seus próprios erros. Não há, em torno da atual direção, capacidades políticas, morais e intelectuais que sejam capazes de tirar o partido da crise.

Que fazer?

Esta velha pergunta, que precisa ser recolocada, suscita hoje muito mais dúvidas do que certezas às esquerdas. Antes de tudo, as esquerdas precisam se unir em torno do que sobrou dessa devastadora eleição: Freixo no Rio de Janeiro, João Paulo em Recife, Edmilson Rodrigues em Belém, Edvaldo Nogueira em Aracaju etc.

Com muitas divisões, com baixa propensão à unidade, com um ideário desconectado ao mundo contemporâneo, com organizações autoritárias e burocráticas, com uma retórica que não dialoga com a sociedade, com uma enorme crise em suas visões de mundo, as esquerdas vivem uma defensiva mundial, ao mesmo tempo em que cresce o rancor e o ódio neofascistas.

A crise das esquerdas se alinha com a própria crise civilizacional que tende a se agravar em várias dimensões: ambiental, social, econômica, humana. O mundo do futuro próximo, dizem os economistas e analistas mais atentos, será um mundo sem empregos, com populações que viverão cada vez mais. Em contrapartida, a concentração de renda e riqueza é crescente. As democracias são cada vez menos legítimas e cada vez mais incompetentes em fornecer respostas aos problemas das sociedades.

As esquerdas brasileiras pararam no tempo. Discutem os problemas com retóricas e paradigmas do século XX, quiçá, do século XIX. Nos últimos anos houve um abandono das incipientes experiências de governança democrática que vinham sendo desenvolvidas. Nos municípios, nos estados e no governo federal, os governantes, secretários e ministros ditaram as suas “verdades” às sociedades. Ao mesmo tempo em que direitos deixaram de ser garantidos, não se investiu na inovação e na qualidade dos serviços e direitos. Os governos continuaram analógicos em sociedades digitais. Reformas cruciais, seja no plano macro ou no plano micro, sequer foram cogitadas.

A ideia de aglutinar as esquerdas numa frente, que garanta a unidade na pluralidade, ganha força em face das fragilidades e derrotas recentes. A construção dessa frente, se vier a se concretizar, contudo, necessita de um processo amplo de definição de conteúdos programáticos e de métodos de condução dos processos internos. A perspectiva é a de que essa frente aglutine partidos, movimentos políticos e sociais, indivíduos e grupos cívicos, num novo tipo de organização e de relação política, sem as práticas hegemonistas e de controle burocrático, tão comuns às esquerdas.

A derrota eleitoral, somada ao golpe e às perspectivas de retrocessos em direitos, foi avassaladora. Subestimá-la, persistir nos erros e não fazer autocrítica significa contribuir para a consolidação de um projeto conservador que vem se delineando. Neste momento, o desafio das esquerdas é paradoxal: precisa construir sua unidade ao mesmo tempo em que promove um ajuste de contas.

Aldo Fornazieri – Professor de Filosofia Política.

Aldo Fornazieri

Cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política.

124 Comentários

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  1. A esquerda esta hoje como a

    A esquerda esta hoje como a direita se encontrava, tempos atras.

    O conservadorismo tomou o poder jogando no quanto pior melhor.

    A tatica foi essa.

    O que sobrou da esquerda optara agora pela mesma pratica?

    Seria o melhor caminho ou talvez mesmo o unico?

    A situação atual é a prova definitiva de que não existe espaço para uma esquerda democratica em paises tão desiguais, como o Brasil?

    Os derrotados de agora, ao escolherem lutar no campo democratico, não estariam apenas nadando contra a mare?

    É certo tentar governar numa situação em que se consegue apenas conquistar uma pequena parte do poder, onde o resto, os meios de comunicação, a “justiça”, o controle financeiro esta nas mãos do adversario?

    Conseguira um prefeito, por mais bem intecionado, realmente vencer as contradições que se encontram cristalisadas dentro de uma grande metropole, num pais socialmente medieval?

    Podera ele resolver os grandes problemas que afligem a maior parte da população, como as enchentes, a sensação de insegurança, o transporte precario, a falta de moradias?

    Não sobrara apenas selecionar apenas uma avenida para passeios aos domingos e algumas areas para poucos ciclistas?

    É possivel que, apesar dos rojões da vitoria, a direita tenha dado um grande tiro no pe.

    Como dizia Brizola o petismo é a esquerda que a direita sempre sonhou.

    Talvez, se mais esperta, deveria protege-lo, conviver com ele.

    Ao aniquila-lo fecharam o caminho para uma esquerda que tentava vencer as desigualdades atraves da “democracia”.

    Tomaram o poder, mas não conseguiram e não conseguirão, evidentemente, contornar os problemas consequentes de tanta desigualdade. Eles se agravarão.

    Não é improvavel que apenas acenderam o estopim da revolta, da conflagração.

    Não existe convivencia politica com um Dorio ou com o que ele representa.

    Se inteligente, ele deveria aproveitar bem os poucos minutos de paz que a sua vitoria proporcionara.

    A direita fez o mesmo que aqueles fazendeiros atrasados promovem ao incendiar  suas terras para limpar o pasto.

    Perderão o controle do fogo.

  2. pois é, o PT deveria ter

    pois é, o PT deveria ter aprendido com o governo do ES (1995/1998), Vitor Buaiz, quando, ao final, sem qualquer criatividade e com sinais claros de riqueza incompatível de vários secretários, nem se candidatou na sequencia. Lembro-me da AP470, quando os líderes do partido diziam que deveriam refundar a agremiação e…não me vem a mente algo feito nesse sentido. 

    por outro lado, mesmo que no nível nacional tivessem acertado mais, institucionalmente/moralmente, não teríamos escapado do golpe, que tem um viés geopolítico (ou não?), afinal, não houve o crime e mesmo assim, bem, o resto já sabemos. NÃO podemos esquecer que a mídia é poderosa e manipula como quer e desde seus interesses: simples assim. isso vem sendo debatido, divulgado desde Papa Pio XXI, passa por Guy Debord e chega aos estudos atuais. sendo assim, acho que é demais exigir apenas do partido uma mea culpa. somos vítimas de uma onda conservadora, moralista, farsante e temos uma história de conciliação, não de ruptura pela esquerda (a ruptura é sempre deles e o catolicismo faz o resto do trabalho de contenção). somos pacíficos (?), dizem… 

  3. Chega de Rui Falcão e sua turma

    O PT foi fraco em todo esse processo de impeachment. Esperavam sacrificar Dilma Rousseff para continuar mais à frente. O resultado, somado à todo resto, foi essa varrida do mapa politico brasileiro. Mas como nada é difinitivo, que troque-se o mais rapido possivel (comentei isso ha algumas semanas) a direção do partido e que se repense qual advir que o PT quer para si e para o Brasil.

  4. Esquerda para o além!

    Aldo Fornazieri, me desculpe, mas seu artigo tem um fundamento moral, quase similar ao da esquerda que busca a igualdade moral no além – como o PSTU e outros partidos messianiacos de esquerda. Ou como dizia Lênin – “o esquerdismo doença infantial do comuniismo”. 

    A política não é o campo da moral, voce bem sabe, mas o da realidade. 

     

    1. Equivoca-se redondamente, Ronaldo

      A política é o campo da conquista da legitimidade.

      “Realidade” nenhuma, sob força alguma, sobrevive se não gozar de legitimidade suficiente. Nem “classes para si” sobrevivem se essa construção não gozar de legitimidade (os marxistas adoram esquecer-se desse passo lógico, porque, no fundo “classe para si”, para eles, não é mais que uma evanescência fenomenológica).

      Portanto, política é, sim, o campo da “moral”.

      1. Engano weberiano!

        Caro Ricardo, a tipologia ideal de Weber é vazia e inepta, porque cognitivametne contra a lógica aristótelica. Os tipos ideais de nada servem porque predicam apenas propriedades, e não a essência, vide Órganon contraposto a Economia e Sociedade, bem como A Obejtividade do conhecimento nas Ciências Sociais. 

        A legitimitade é um fim a se que se chega de dominação não tradicional, e como tal pressupoem meio, por isso voce indicou a moral como meio. Nada mais cristão! Isso é proprio da intelectuadade que é iluminada e vive no mundo academico e de shoping center, com forte formação moral, com boa familia provendo tudo, não tendo que se adquerar a um jogo de errar e “perdoar”. Lula, por ter vivido isso na infância, é uma animal político astuto, raposa e leão. Mesmo no mensalão, Lula foi reeleito, prova de que a questão não é moral. 

        A realidade, pressuposta acima, como o social, é aquilo que ocorre, que se  manifesta. A classe para si, numa pespectiva marxista, é parcialmente de origem hegeliana, o escravo eleva-se a consciência nos conflitos do mundo. Sua referência a classe para si, que parece ser também sua concecpçã, é própria da esquerda messianica, um operário sem etnia, sem cidadania, sem historicadade de nacão. 

        1. Lenio Streck já fala há algum

          Lenio Streck já fala há algum tempo que a moral predou o Direito. Agora a moral predou a política, cuja legitimidade decorreria mais daquela do que da ética. Não penso duas vezes em ficar com a ética da justiça social do Lulismo ao invés da ‘moral’ messiânica (e criminosa) do sergio moro que ganhou as eleições ontem.

          O PT (e a esquerda a reboque) perdeu foi no discurso da narrativa, aqui e no mundo, isso tá escancarado. Não tem muito bate papo, tese, autocritica…o ponto é esse.

          Aqui a derrota é mais sensível pq recentemente experimentamos um timido pacto social com outras nuances, que já foi pro lixo. Com a fragmentaridade liquida (Bauman) estamos sem referências, as grandes corporações nadam de braçada e a sociedade do espetaculo (midia) vomita a moral que eles nunca tiveram para um bando de carneirinho rezar nessa cartilha difusa, uns por cinismo (classe media), outros por medo teleguiado de perder o pouco que tem (classe baixa). A cultura do medo venceu (Barry Glasner), medo do outro, dos ‘corruptos’ (sempre os outros corruptos) dos terroristas, dos comunistas, dos esquerdistas etc. Vejam a votação dos bolsonaros no RJ.

          Somos um país de verdugos com o dedo apontado para a ‘moral’ alheia e não conhecemos uma linha de um livro sobre a conturbada história brasileira e a dominação vertical das grandes corporações na ‘solução’ de todos os conflitos sociais. Os militares deram lugar ao Ministério Público (e ao Judiciário) e essa ‘esquerda’ bate palma. Tudo em nome dessa “moral” aí.

      2. E quando a moral é aplicada a

        E quando a moral é aplicada a um só partido visando seu extermínio através de mentiras, manipulações e intenções espúrias como é que fica? Nazi fascismo?

      3. A política é o campo da

        A política é o campo da conquista do poder, e o poder não vem com facilidade se a legitimidade não vier junto. Portanto, há uma ligação forte entre “política” e “moral”, embora seja campos bem distintos, pelo menos enquanto a “moral” conferir ou retirar legitimidade. Mas o fato de a “moral” conferir ou retirar legitimidade é um fato político, não moral, e é de si mesmo um problema, por que não existe essa “moral” abstrata e isenta, fora da luta de classes.

        De fato, não há “realidade” em política que não seja, pelo menos em parte, construída pela própria ação política. Mas aí o problema é outro, é o recusar-se a construir a realidade, sob o pretexto de que já uma “realidade”, que é então sacralizada. Aí, sim, é preciso dizer que o campo da política definitivamente não é o campo da realidade: ou a política existe para mudar a realidade, ou então não precisa existir.

        (Mas o que isso tem a ver com “classe em si” ou “classe para si” é menos claro. Não gosto dos termos, e prefiro classe-objeto e classe-programa, mas a crítica que você faz da disjuntiva parece incompleta, talvez pressupondo um contexto que não ficou explicitado. Não há classe-programa sem classe-objeto, e as políticas da social-democracia – que ignora a classe-programa por que a classe-objeto é tudo que importa, e portanto se abstém de mudar a realidade – e do leninismo – que pressupõe que a classe-objeto é um estorvo à classe-programa, a qual por sua vez reside no mundo das Idéias Platônicas, e portanto se propõe a mudar a realidade sem partir da “realidade realmente existente” – só podem conduzir ao fracasso.)

        Portanto, o campo da política não é nem o da “realidade” entendida como “essa porcaria que está aí” nem o da “moral” entendida como a moral burguesa vigente. O campo da política é o campo da luta pelo poder, e “moral” e “realidade”, não como abstrações, mas como o jogo de relações sociais, vigentes e imaginadas, são tanto instrumentos como fatores limitantes ou partes do que deve ser criado/transformado/destruído nessa luta.

    2. Os sofismas conservadores dos ‘imoralistas’

      Não existe nenhuma realidade humana que não estejam presentes  valores, ética, e um comportamento orientado por esses valores, uma moral. Podem haver morais diferentes e até opostas, mas não nada humano em que não exista alguma moral. Afirmar que não existe nenhuma moral é afirmar uma moral sofista: os valores e os comportamentos mudam de acordo com ‘a realidade’.Mas se o fundamento dessa moral é a ‘realidade’, então ela é uma moral conformista e conservadora, afirma que aceitar a realidade tal como existe é um valor e que transformá-la e um valor não aceitável. Por exemplo, houve um golpe e devemos nos conformar a ‘realidade’ ao invés de ficar dizendo ‘fora Temer’. A politca nessa visão conservadora – que conserva a realidade tal como ela existe – não serve para transformar a realidade só para se adaptar a ela e para justificá-la.

      1. Principio da não-contradição e relativismo.

        Caro André, não neguei a existência da moral, somente afirmei que não é ela que guia as ações politicas, vide Maquiavel. Ademais, a moral naquilo que ela é, que foi definida por Aristóteles como nossa capacidade de lidar com a virtude e os vícios, é universal. Pode-se te-la, nessa universalidade, em maior ou menor grau, mas ela esta presente em todos os povos. 

        Sua referência critica a minha afirmação, tomada da critica aos sofistas gregos, parece ser referenciada no idealista Platão e sua moral reguladora da vida política. Lembremos, afinal, que na República, aquele que é pego mentido deixara de ter qualquer valor na pólis. 

        Ademais, caro André, ao afirmar a moral como imperativo, mesmo que em formas morais diferentes, voce destriuiu a  própria, pois a afirmou relaitva por morais diferentes. Caiu na vela bricandeira de Sócrates – “Só sei que que nada sei”, ou em um idto moderno dessas versão, diria Nietzsche – “É proibido proibir”.

        1. Dialética, Hegel e não Kant.

          Não é Platão, é Hegel lido através de MArx. Minha critica aos sofistas toma como base o que Hegel chama da dialética sofista, a que a opinião muda de acordo com as circunstancias e não apresenta nenhuma sintese.

          Não afirmo a moral como imperativo – isso é Kant – ou como emanada do ‘outro mundo’, o das ideias – Platão. Me pareceu que voce partiu desse argumento para afirmar uma oposição entre ‘o campo da moral’ e o ‘campo da politica’ (o da realidade). Na sua resposta voce parece continuar partido dessa moral que segundo HEgel ‘é um dever-ser que nunca é’ e por isso é só um imperativo e não uma realidade (ela nunca é, só deve ser). Como voce persiste na moral do entendimento (Kant) e não da dialética, encontrou uma ‘antinomia’ na minha resposta, um realtivismo que só tem sentido se eu tivesse partido da moral como  imperativo categórico.

          Se afirmo a moral como parte da realidade e não como imperativo categórico, abstrato, meramente pensado, não há nenhum problema em constatar a existencia de várias morais contraditórias na realidade. Não há nenhum realtivismo nisso pois digamos o ‘amoralismo’ na politca só tem sentido e existencia em contraposição a alguma outra moral na politica. Não cabe falar de ‘imoralismo’ se não existe uma moral – as duas são inseparáveis. Isso não é relativismo, isso é dialética.

          1. Prevelaceu o idealismo hegeliano.

            Caro Andre, tanto faz, se Platão ou Hegel, no final você ficou preso ao idealismo, pois, embora afirmando uma leitura de Marx sobre Hegel, não indicou que leitura é essa. Você indicou a síntese, mas sem dizer qual, apenas indicando-a. A síntese hegeliana é um “passar”, este “passar” é de um finito a um infinito – afirmar, negar, suprassumir, conservar -, vide A Ciência da Lógica, bem como  A Fenomenologia.

            O campo da política não é nem moral nem amoral necessariamente. Voce afirma uma dialética que é apenas palavra, nada mais. Seus argumentos não possuem historicidade, e neste sentido são proprios de um a priorir idealista hegeliano, que Adorno flagrou e superou.

            Observe nos comentários de Luis Henrique Donaddio, logo abaixo, como ele movimenta as categorias, as contradiz, supera, indica fatos e historicidade, isto é a dialética marxista. A que voce indicou é puramente idealista.

            Vide A Nação Mercanitilita de Jorge Caldeira, para ver como se deu a moral escrava e o malandro. Aliás, Bezerra da Silva é um grande mestre para os adpetos da moral imperativa.

  5. Esquerda Democrática?

    Não aprendemos nada com o golpe? A democracia não é valor para a burguesia e elite de Estado no Brasil. Devemos sim, e a luz desses fatos, ler bibiografias sob Stalin, eu, que era antistalinista, farei isso.

    1. O quê é
      E não o que poderia ser.
      Isso é realidade.
      Fazer juízo de valor de Stalin é tão improdutivo quanto de todos os colegas dela, contemporâneos.
      Mas conseguiu destruir na guerra, se prisioneiros, todos inimigos internos.
      No Brasil, os inimigos do estado tomaram a máquina estatal.

    2. Acho melhor ler a biografia e

      Acho melhor ler a biografia e os artigos politicos de Rosa Luxemburg. A esquerda sempre tem mais a aprender com a derrota do que com as supostas vitórias. Supostas, porque o stalinismo é um cadaver que a esquerda deve retirar de suas costas e jogar para quem de direito; a contra-revolução fascista.

    3. Ou se inspirar em Putin e

      Ou se inspirar em Putin e Erdogan. Dirigentes que não se preocupam com  suas biografias “republicanas e democráticas” mas defendem a integridade do país que presidem.

      A democracia brasileira serve a quem? Para a grande imprensa conseguir aumentar em até 900% o repasse de verbas governamentais? Para retirar direito dos mais pobres com o congelamento das verbas para saúde e educação? Para acabar com a aposentadoria e reduzir à metade a pensão dos deficientes e dos pensionistas? Para retirar direitos trabalhistas? Para entregar o pré sal para a petroleiras internacionais?

      Essa balela de democracia os Estados Unidos exportaram para a destruição do Iraque, Afeganistão, Líbia e  agora da Siria. No Brasil não precisou, nossas instituições e suas lideranças são podres o suficiente para entregar o país sem qualquer resistência.

  6. E agora José?

    Faltou ao PT e a presidente Dilma mais de Erundina. Erundina preferiu a derrota a se aliar com essa turma do PMDB e outros partidos à direita. Erundina teve a coragem que Dilma não teve de sentar na cadeira de Eduardo Cunha e dizer: Aqui não! Dilma teve uma grande oportunidade ao ir ao Senado, mais ao invés de denunciar seus lagozes preferiu fazer uma defesa apaixonada de sua inocência. Estivesse Erundina naquele dia no lugar da Dilma certamente penas iriam voar. Dilma, Lula e o PT foram condescendentes com seus inimigos mais vorazes, deram-lhes asas e agora se perguntam: O que fazer? Como disse o professor Fornazieri só restarm escombros e eu acrescentaria, contaminados.

  7. Quando o Fornazieri acerta…

    Ele acerta mesmo!

    O problema é que eu acho que ele está falando para as moscas, principalmente aqui nesta blog, pelo ambiente em que ele se tornou, esse ambiente dedicado a chafurdar em vitimismo míope (basta ver o último “xadrez” do Nassif, o que pretende — apenas pretende, mas não o faz — “reconhecer” a “grande derrota”).

    1. quando….

      Fornazieri, agora? Para quem ainda não crê, quem derrubou a presidenta foi a esquerda e não a oposição. Até a guerrilha colombiana evoluiu. O fato histórico, político, aquela forma de mudar a realidade politica ficou em outras décadas. Todos aceitaram uma nova forma de obejtivos sociais ou dito de esquerda. Até Cuba ou China se movimentaram. Aqui, jogaram a Dilma aos tubarões. A fábula da tartaruga e o escorpião cai como uma luva sobre a esquerda brasileira.O pior é que os frutos de diversas politicas sociais, diplomáticas, estruturais realizadas nestes últimos governos como SAMU, Médics Para Todos (não somente, mas principalmente os cubanos. Quem utilizou seus serviços sabe do que falo), reestruturação das empresas e sistema de concessões do gov. Dilma e outros inúmeros exemplos.  Agora será tudo jogado no lixo, e pior sendo acusado pelos problemas que paralisaram o país.  A esquerda brasileira depois de tantos tropeços históricos não conseguiu ser mais do que a esquerda brasileira.  Limitada, ignorante e ditatorial. Quem perde é o Brasil.  

    2. Qual é, Ricardo? O artigo

      Qual é, Ricardo? O artigo está completamente descontextualizado. Falar do arraso do PT sem abordar o movimento da mídia aliado a lava jato, e ate mesmo ao Judiciário em geral é faltar com a verdade. Se o Moro vazasse quem é o santo e quem é o careca o resultado da eleição em São paulo seria o mesmo? Se o PGR investigasse o Aécio e o tornasse réu como tornou o Lula o resultado das eleições seria o mesmo?

      Quando o caixa 2 vai ser legalizado para livrar o Psdb e o caixa 1 do PT vai ser criminalizado existe um objetivo fascista claro de exterminar uma agremiação política com a anuência da mídia e do judiário. Aldo Fornazieri esta sendo desonesto intelectualmente nessa análise porque não a faz comparativamente com outra agremiação política ou com o nazi fascismo que toma conta do país.

  8. O articulista só esqueceu da Lava Jato
    Também tenho várias críticas ao PT, sobretudo na questão social, mas fazer um artigo desses e não citar o partidarismo da Lava jato é um absurdo.
    O PT poderia não estar envolvido em corrupção alguma que mesmo assim iriam taxa-lo de corrupto, porque a Lava jato tem lado, o articulista sabe muito bem disso.
    O que está em curso no Brasil é um extermínio do maior partido do país e uma tentativa de deixar a esquerda com uns 50 deputados federais “puros” quem está a esquerda do PT não percebeu isso até agora

  9. Finalmente uma análise

    Finalmente uma análise consciente, de um pensador de esquerda, sobre a situação real do PT. A maioria dos artigos aqui publicados é de um negacionismo e de um vitimismo atroz.

  10. Republica fascista do paraná,

    GOLPISTAS FASCISTAS DO PARANÁ

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    JUSTIÇA FASCISTA

    Procuradoria Geral da República, Janot e messianicos,  STF, Teori, Stf, Gilmar, Stf, Toffoli, Stf, Fux, Stf, Carmem Lúcia, Stf, Fachin, Stf, Celso de Melo,  TRF4 Porto Alegre, Quarta Câmara Criminal TJ São Paulo, juiz Niwton Carpes da Silva , juiz Paulo Bueno de Azevedo, Joaquim Barbosa  e ……………………………………………………………………………..

    POLÍCIA POLÍTICA FEDERAL

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    MIDIA GOLPISTA

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    A rede Globo de Televisão é composta de 124 emissoras ´- 5 emissoras próprias e 119 afiliadas de norte a sul e de leste a oeste.

    Rede Globo de rário – 9 emissoras próprias e 40 afiliadas no Brasil de norte a sul e de leste a oeste

    Jovem – 77 emissoras retransmissoras

    Band News – 65 emissoras

    Qualquer comentarista, mesmo sendo professor graduado da Usp, que analisar a destruição do PT fora do contexto acima estará faltando com a verdade.

    OBS. Mas pode até almejar um espaço na grande mídia se o fizer dentro desses parâmetros.  Porque essa é a análise que a grande mídia estará fazendo hoje.

     

     

     

  11. Concordo com muita coisa,

    Concordo com muita coisa, muita mesmo. E infelizmente não sei se terá saída para o PT, o ódio que se verifica hoje contra o partido é uma coisa absolutamente assustadora.

    Foram muitos erros, muitos, inclusive achar que se poderia fazer o que os de sempre, sempre fazem. 

    O pior é que se teve tudo nas mãos, uma aprovação quase unânime que possibilitaria se fazer o que quisesse, desde as reformas mais abrangentes possíveis, como se voltar para a base que levou o PT ao Poder.

    Isso não retira a absoluta sacanagem da mídia, o judiciário partidário e o MP que praticamente virou um partido político.

    Mas se tratou com quase desprezo as ferramentas de poder. Escolhas péssimas para os tribunais. Ainda pior para a chefia da PGR. Divulgação quase zero do que foi feito.

    Hoje eu acordei absolutamente arrasado, não sei quantos e quantos anos, quiçá decadas serão necessários para que a esquerda efetivamente volte ao poder.

     

     

     

  12. A capacidade crítica imanente das esquerdas

    Ou “o conto da caroxinha”.

    Depois de tomar um sossega leão da Lo Prete ao vivo em rede nacional, ser linchado nos comentários do vídeo no youtube, Fornazieri ainda acha que o PiG é “teoria da conspiração”.

    1- A reforma pode ser feita por baixo? Ah naquele período entre 2002 e o “mensalão”? Se utilizando do que? Da EBC que não existia e não existe mais?

    2- O ódio que se tem do PT, algo que nem os americanos alimentaram por Bin Laden, é culpa do PT ter se lambuzado…

    3- De repente o PT se torna parte das esquerdas? Peraí, mas ele não era irrecuperável, os escombros?

    O maior partido de “esquerda” foi varrido das câmaras municipais e das prefeituras, algo que se repetirá no congresso, aliada à consciência de que um governo Lula com o congresso que “estará” aí, será Dilma 2. 

    O Psol alucina com seu aumento de 8,2 % (+4 vereadores uhuuu!) nas câmaras municipais que em proporcionalidade à queda de 44,8 (-2.272 vereadores) do PT, torna todo esse papo de aglutinação uma grande babozeira. O PSOL ajudou a sangrar o PT, o PiG é o grande responsável pelo ódio, dado que a população não tem acesso a tv a cabo, internet, ou controle remoto (falta pilha, sei lá). 

    Autocrítica não ganha eleição. Mea culpa no Jornal nacional é moralismo barato, esse processo se ocorrer será interno, e não se dará dentro de uma estrutura partidária envelhecida que é o esqueleto de absolutamente todos os partidos, até do PSol que já nasceu velho. Quer que o PT faça o que um teste de psicológico para ver quem é pelego ou quem está se utilizando da máquina apenas para ser eleito? 

    Aglutinação? Está contando o PSB e o PDT como esquerdas? Ah tá!

  13. para min tem toda razão….

    e eu me pergunto se o problema não é ainda maior….para min não é so uma crise nas esquerdas, mas uma crise mundial da propria definição de “politica” e do “estado nacional” que esta em jogo, temos uma acumulação de meios financeiros e de  poder “de facto” nas transnacionais como nunca tivemos ou seja que essa corporações ja tem muito mais poder que a maior parte dos  “Estados-Nação” que tivemos ate hoje, isso e a automatização da industria……….me parece que tempos sombrios se aproximam….se nada for feito….e não é discutindo as “sutilezas” do socialismo/comunismo que vamos encontrar soluções…sempre lembrando que isso que acontece no Brasil, esta acontecendo em todo lado com maior ou menor intensidade…a “morte da politica” convem perfeitamente à esses grupos economicos….se a monsanto era ja um monstrengo agora a bayer/monsanto e uma Hidra de Lerna de 200 cabeças….

  14. O Brasil chancelou o golpe

    O Brasil chancelou o golpe !!!

    Esse povo MERECE toda a miséria que a quadrilha do Temer vai proporcionar ao Brasil !!

    Soberania ??? O BRasileiro caga para isso !!! Viramos putinhas de americanos !! 

    45 e confirma !!!

    Povo cretino !!!

  15. Com umas “esquerdas” dessas….

    …quem precisa de Direita? Não consegui ler o texto inteiro porque a leitura vai causando um crescente desconforto. Ofende ver a distância das afirmações em relação às realidades mais elementares. Então, só resta perguntar ao autor. Vcs aparentemente venceram (aparentemente, bem entendido!!). Festajaram e festejam o desenrolar do processo de aparente imolação do inimigo comum, aparentemente fragilizado, indefeso e inerte. Agora que se consideram vencedores e com um suposto espaço livre (supostamente vaxio) para seu crescimento, o que pretendem ser quando crescerem? E, olha, caro Sr. Aldo. Eu juro que isso não é pura arrogância. Eh um pouco de justificada arrogância que se junta a mais pura e sincera manifestação da impressão que gera a flagrante fragilidade e inconsistência de análises que nunca permitiram a certas esquerdas lograssem ser capazes de romper as intransponíveis barreiras da irrelevância.

  16. Acusar o PT pelo partido não

    Acusar o PT pelo partido não ter tido forças para enfrentar uma frente composta por toda a Grande Midia, toda a direita conservadora e tribunais de excessão comandado por juizes sem qualquer pudor  não tem sentido. Se o problema fosse apenas o odio ao PT a esquerda se reinventava com outra sigla qualquer. O que temos é um exterminio da esquerda no país, com perseguições a artistas, jornalistas, politicos, jovens, movimentos afirmativos, muito similar ao que aconteceu na decada de 60. Não é fazendo critica ao PT que vamos sair desta.

  17. Aos “vencedores” as

    Aos “vencedores” as batatas..,…e que paremos de nos imolar com essa coisa de que somos um antro de corrupção como aponta Fornazieri, que coisa meu deus…tanta fala absurda

    1. Falou Spin.
      Ganhamos um

      Falou Spin.

      Ganhamos um Berlusconi que representa com perfeição, por seu artificialismo e desonestidade, o Estado brasileiro atual. Sem contar que o Moro que  promoveu inicialmente a candidatura do Dória, posando ao lado dos santos Fernando Capez e  Cinel da Gocil, é o mesmo juiz que trabalha para combater a corrupção do PT. Apoiado pela midia golpista capitaneada pela Rede Globo que rouba até processo para não pagar imposto.

      Por falar nisso: quem pagou a palestra em que o Moro lançou a candidatura do Dória? Porque o Dória em sua primeira manifestação como eleito disse que vai visitar o Lula que será preso em Curitiba? Dos nossos homens representantes do Estado não é só o careca Moraes que vaza agora? O botocado também  faz parte do seleto grupo que determina quem vai preso no país?

    2. Algumas partes do texto desse

      Algumas partes do texto desse Aldo Fornazieri são defensáveis, tal como a necessidade de se rearticular a esquerda em novas bases, talvez como frente, etc.

      Agora, essa cantilena de que a estrutura do PT se corrompeu é digna daqueles procuradores-mauricinhos da Lavajato – esse autor poderia tornar-se o porta-voz dessa operação. O PT cometeu o erro de caixa 2, que sequer era considerado crime pela legislação penal. Mas isso aconteceu há muitos anos, como no caso da AP-470, na qual pessoas foram condenadas pelo enquadramento indevido e golpista de suas ações em tipificação penal não adequada, com ocultação de provas que inocentariam os réus, por parte do PGR Antonio Fernando e pelo famigerado ministro Barbosa. No caso da Lavajato, o tesoureiro do PT foi preso com todas as doações tendo sido legalmente declaradas; onde está o crime? Se esse senhor não sabe disso, é ignorante do que fala; se sabe, escreve com má-fé.

      Uma das coisas boas da queda do PT também vai ser a irrelevância analítica desses pensadores que se posicionam na posição preguiçosa de que tudo é culpa do PT. Pronto, agora a culpa será de quem?

      Os principais erros do PT foram erros políticos, como as nomeações para o STF e a PGR, além de outros. Essa cantilena da corrupção já encheu o saco.

  18. blablabla… o camarada vem

    blablabla… o camarada vem jogar sal na terra do vencido.

    E propor alianças dentro do gueto, a receita que a direita lhe encomendou prescrever.

  19. Esquerdas

    Muito bom o texto do Aldo. A esquerda precisa interagir, formando mesmo um “setor” dentro do qual seus representantes, com poder e bom senso, dialoguem e realizem os acordos imprescindíveis à recuperação para 2018. Se não fizerem isso, irá minguar mais e depois, com a pauta de mudanças amparadas pelo justicialismo, implantada e implementada, não adiantará mais muito retomarmos o poder, que então não terá mais poder de nada.

  20. Os frequentadores deste blog

    Os frequentadores deste blog parecem criancas, a culpa nao e minha a culpa e do Marquinhos, do Luizinho do Joaozinho. Trocando os nomes, a culpa nao e do PT, e do Moro, do STF, da midia…

    Fala serio, ninguem esta dizendo que a culpa foi APENAS do PT. Mas a culpa foi tambem e do lado da esquerda foi principalmente do PT. Primeiro, achou que ia algum dia passar a perna na direita. Mesmo nomeando os piores juizes para o STF, os piores procuradores para o PGR, nao fazendo NADA, repito NADA para conter a PF golpista. E nao venham dizer tambem que os sinais so comecaram em 2013 a partir da lava jato. O Mensalao foi o primeiro sinal e muito forte. Colocar o Genoino e o Dirceu na cadeia foi um absurdo e eu nao vi o PT partir para o confronto, ficou ali quietinho esperando a “marola” passar, doidos para nao serem atingidos. E a mesma coisa foi na Lava Jato, ficaram quitetinhos e o proprio apoio do Lula foi bem pequeno. Quando comecaram as manisfestacoes – provavelmente tarde demais – eu nao vi aqui no Rio de Janeiro o PT vestindo a camisa, eles estavam la, mas eram menos do que eu esperaria.

    O resultado eh que tudo que o PT fez de bom para o Brasil em 12 anos – e foi muita coisa – vai pelo ralo em menos de 2 anos. Entao os PTistas tem que parar de fazer beicinho e se reorganizar. A esquerda precisa do Lula, precisa do Tarso, do Raul Pont, do Haddad, do Suplicy, do Pimentel, do Joao Paulo e de muitos outros.

     

  21. Os frequentadores deste blog

    Os frequentadores deste blog parecem criancas, a culpa nao e minha a culpa e do Marquinhos, do Luizinho do Joaozinho. Trocando os nomes, a culpa nao e do PT, e do Moro, do STF, da midia…

    Fala serio, ninguem esta dizendo que a culpa foi APENAS do PT. Mas a culpa foi tambem e do lado da esquerda foi principalmente do PT. Primeiro, achou que ia algum dia passar a perna na direita. Mesmo nomeando os piores juizes para o STF, os piores procuradores para o PGR, nao fazendo NADA, repito NADA para conter a PF golpista. E nao venham dizer tambem que os sinais so comecaram em 2013 a partir da lava jato. O Mensalao foi o primeiro sinal e muito forte. Colocar o Genoino e o Dirceu na cadeia foi um absurdo e eu nao vi o PT partir para o confronto, ficou ali quietinho esperando a “marola” passar, doidos para nao serem atingidos. E a mesma coisa foi na Lava Jato, ficaram quitetinhos e o proprio apoio do Lula foi bem pequeno. Quando comecaram as manisfestacoes – provavelmente tarde demais – eu nao vi aqui no Rio de Janeiro o PT vestindo a camisa, eles estavam la, mas eram menos do que eu esperaria.

    O resultado eh que tudo que o PT fez de bom para o Brasil em 12 anos – e foi muita coisa – vai pelo ralo em menos de 2 anos. Entao os PTistas tem que parar de fazer beicinho e se reorganizar. A esquerda precisa do Lula, precisa do Tarso, do Raul Pont, do Haddad, do Suplicy, do Pimentel, do Joao Paulo e de muitos outros.

     

  22. Sem precisar se concordar com

    Sem precisar se concordar com tudo, o parágrafo abaixo sintetiza as causas do desencanto com o PT e as raízes da grande tragédia nacional, a incapacidade de construirmos uma REPÚBLICA minimamente fundamentada no Bem Comum:

    O PT alimentou a mesma crença que as elites históricas conservadoras alimentaram desde os tempos coloniais no Brasil: a de que a sociedade pode ser moldada e transformada desde o alto, desde o Estado. Esta prática sempre engendrou dominação e não liberdade e cidadania. Enquanto esta crença permanecer vigente, o Brasil permanecerá eternamente deficiente em seu conteúdo nacional e popular e a sociedade carecerá de vínculos societários republicanos, orientados para o bem comum e para o interesse público. Aqueles que chegam ao poder sempre se tornarão representantes de grupos e interesses particularistas, a se apossar do erário público em detrimento dos interesses de caráter universalizante. Será sempre o velho patrimonialismo vestido com roupas novas.

     

  23. corrupção do PT ? cara palida

    Que existem erros cometidos pelo PT , não tenho duvidas. Entretanto o diagnóstico do sr. Fornazieri é brutalmente equivocado. Qual politico do PT flagrado em corrupção não foi expulso do partido ? Em que periodo da história brasileira a corrupção foi tão combatida ? O que faltou ao PT foi pragmatismo na manutenção do poder.  Faltou incentivo às mídias alternativas. Faltou conhecimento e reformulação do judiciário. Enquanto fhc indicou gilmar mendes para ministro, Lula indicou joaquim barbosa . Dilma reconduziu rodrigo janot para a PG… ingenuidades que custaram caro.

  24. Com licença aos experts em

    Com licença aos experts em política.

    O dedo na ferida está em “o menosprezo arrogante por parte de quem detinha poder e direção e acusações por boa parte da militância que, também arrogante, classificava as críticas como PIG, moralistas, esquerdistas etc.”

    Para mim, simples assim.

  25. Confesso que não li o artigo é mais do mesmo! Explico

    Todos colocam a culpa de todas as mazelas do Brasil no PT!

    O PT foi fundado como um partido trabalhista, democratico e de esquerda, quando muitos da “esquerda” preferiram aderir ao MDB/PMDB criado pelos militares, o PT foi a luta e cumpriu seu papel da melhor maneira.

    Discordo que o PT tenha que ser refundado! O QUE DEVE SER REFUNDADO É O BRASIL!

    Houve luta pelo fim da escravidão? Não! Foi dada, pela Independência? Não! Foi dada! Pela República? Não! Foi dada! Até a volta da democracia e as DIRETAS JÁ foram dadas pelos militares. SEM LUTA!

    Acho que o Brasil é que tem que se refundar! Esta ai sofremos um golpe, estamos nas mãos de uma mafia, onde os mafiosos do PMDB querem dinheiro a qualquer custo e os mafiosos do PSDB querem o dinheiro e o poder a qualquer custo! O segundo mandato de Dilma foi dinamitado pelo PMDB na figura do Eduardo Cunha, com o apoio das ESQUERDAS (pasmem) do STF, do congresso, dos empresários e todos comandado pela GLOBO! quem pode resistir a isso??

    A LAVA JATO FINALMENTE VENCEU O BRASIL! Destruiu nossa democracia, nosso sistema politico, deu o golpe apeando a Dilma da presidência, destrui nossa Petrobras, pré sal, industria naval, construtoras e com apluso do tal povo brasileiro! Não passamos de uma piada, e a culpa disso não é do PT! É NOSSA!!!

    1. É isso, essa idealizaçao do

      É isso, essa idealizaçao do PT e do Lula ja deu. O PT ta inserido nessa realidade social hipocrita que vc citou, nunca foi o elixir dos males do Brasil que uma classe media cinica busca como alibi no discurso da decepçao.

      Como vc mostra nosso pacto social é aos trancos e barrancos, é dado pelas corporaçoes da vez (hj o MP). Lula tentou finalmente inverter essa lógica de algum modo mas o petë náo presta porque náo faz politica como na suecia. Ora, essa pataquada ai dessa `esquerda` ja encheu, ta faltando livro de historia pra essa ìntelectualidade`?

    2. Acho que seu problema foi não

      Acho que seu problema foi não ter lido o texto, o fato é que me parece que aesquerda brasileira que ainda defende o PT irrestritamente sofre da síndrome de Estocolmo, o partido traiu os seus militantes, não só na ética e moral, mas em programas de governo, como podem achar bom um programa que privelegia empresas amigas do Estado e detrimento de milhares??? Isso não faz sentido nem na direita muito menos na esquerda.

    3. Ana, 5 estrelas para você.

      Ana, 5 estrelas para você. Estou escrevendo as 5 estrelas porque, pelo menos no meu computador, o blog está lento e não responde.

      A questão não é o PT. São nossas instituições e nossas elites. O Psol, se crescer, com as insituições e a imprensa que temos, vai ser perseguido e extinto da mesma forma. Foi assim com o PTB de Vargas, Jango e Brizola e será sempre assim enquanto tivermos essa plutocracia lesa pátria  brasileira comandando uma imprensa e um Poder Judiciário tão sórdidos. O poder Executivo e o Legislativo  e o poder do voto são só encenações permitidas por quem realmente tem poder  nesse país.

    4. Comentário cheio de erros

      Quase todos os quadros mais antigos do PT eram do MDB (que não foi “criado” pelos militares, os milicos deram à oposição ao golpe de 64 a possibilidade de criar um partido, e foi criado o MDB).

      E não foi criado como um partido “trabalhista” – aliás, boa parte do PT desprezava o trabalhismo varguista.

      De resto, leia o artigo com mais cuidado. Não está pondo a culpa do país no PT. 

      O Aldo é um pensador de esquerda, com muitos textos importantes sobre a esquerda brasileira, e merece mais cuidado na leitura. 

      Menos bile, mais razão.

  26. É como se a farsajato não

    É como se a farsajato não tivesse existido. Não é questão de vitimização. Quem destruiu o PT foi a mídia e o judiciário. Erros, todos têm. O PSDB entregou o país em frangalhos para o PT, praticou muito, mas muito mais corrupção que o PT, teve apagão de energia, de água, tem Santo, Careca, Néscio, as merdas que o PT fez pode multiplicar por 10 quando se trata dos tucanos. Mas o psdb é o partido da mídia e da justiça. Alguém acha mesmo que se o tratamento fosse igual aos dois partidos JD teria vencido a eleição assim nessa maciota e o psdb teria crescido 15% no país? Ah, fala sério.

  27. PT

    A direção do PT não investiu nas redes sociais, deve ter achado que era brincadeira de ‘burgueses”, a direita entendeu e criou uma legião de militantes virtuais que inundaram a rede com notícias verdadeiras e falsas contra o partido e não houve respostas a altura, para cada notícia favorável, deve existir uma centena contrária, nem investiu nos blogs de esquerda, que na verdade pregam para convertidos, com isso o PT envelheceu não persuadiu a nova geração, viveu na órbita da força do Lula, não sei se é tarde ou não para reagir, mas se não mudar e voltar a lutar, será exterminado da política com a união da mídia, judiciário e redes sociais. Querendo ou não Fernando Haddad é jovem e será reconhecido daqui um tempo, depois do desmonte que o Dória fizer, deve-se investir em novos quadros, a velha classe política morreu, vide a ascenção do Dória, se não houver esse mea culpa, o futuro não existirá.

  28. O texto desse cara não me

    O texto desse cara não me agradou!!Ele esqueceu de dizer que Moro em 2 anos  só prendeu petistas e a Globo  filmando!!Se isso não dor demolidor seria só a Bomba atômica??/sic

    Concordo  quando ele diz que o PT precisa   se renovar!Concordo  tb  quando ele diz-Foi apedrejado  continuamente, e não revidou!!! Militância prepotente?  acho a Militância  uns guerreiros, imbatíveis, suportam os erros do PT e não desanimam!Ontem mesmo estavam frustrados, hoje  já renasceram bora pra luta!!!

  29. As pessoas que comentam aqui

    As pessoas que comentam aqui desconhecem a realidade interna do PT. Não sabem como é que a hegemonia da atual direção foi construída. Faz me chorar…

  30. Não sou petista e depois de

    Não sou petista e depois de 2002 foi a primeira vez que votei e foi no PSOL, mas daí a achar que foi só erro do próprio PT o Aldo errou veio. 

    Algumas variantes estão correta, mas não considerar a variante da mídia golpista nem do judiciário fascista tenho a mais plena convicção que é um erro.

    A (baixiíssima) qualidade do serviço oferecido pelo Estado que não foi atacada pelos governos petistas é uma realidade. Um exemplo foi a questão dos direitos por demissão, que tranquilamente um desempregado poderia pegar apenas uma via simples de sua homologação e dar entrada apenas numa agencia da Caixa e receber seu FGTS e seguro desemprego diretamente numa conta bancária e não passar por todo tipo de humilhação para conseguir esses dois direitos básicos. Isso é assim desde que esses direitos foram criados e um governo de um partido dito dos trabalhadores tinha o dever (a obrigação) de ter mudado. Sem contar a palhaçada que é entrar numa agência da Caixa apenas para receber uma informação do PIS. Um absurdo se considerar que se trata de um banco social!

  31. Olha, eu ia (re)começar esse

    Olha, eu ia (re)começar esse debate com o pessoal da esquerda alice, mas depois de ler a frase: “castigo do povo” eu parei…

    “(…)Ninguém promove tal movimento sem que desabe sobre ele, mais dia menos dia, o merecido castigo do povo(…)”

    Será que esses cretinos (desculpem a aspereza) não percebem que o PT, assim como qualquer outro partido progressista na América Latina, que ousasse disputar espaço para deslocamento do eixo de poder hegemònico no tabuleiro geopolítico sofreria esse destino?

    Será que esses imbecis (desculpem) estão realmente se arrogando porque estão a comer os restos da carnificina que fizeram (não com o PT, leiam bem) mas com a Democracia nesse país?

    Será que imaginam que vão ter algum fututo porque lhes deram algum protagonismo secundário nessa Idade das Trevas que se anuncia?

    Será que têm a dimensão do que verdadeiramente está em jogo, e se imaginam capazes de ocupar o lugar que foi construído com 30 e tantos anos de História, e com três governos e meio que mesmo sem atacar as questões estruturais do capitalismo periférico, conseguiu dar uma dimensão a esse país jamais vista, e movimentando uma placa tectônica da pobreza?

    Essa palhaçada moralóide de criticar o PT pela “opulência”, pelo “luxo”, meu zeus, que complexo de vira-latas franciscano é esse? 

    Então deveríamos nos auto-imolar e oferecer água da bica aos chefes de Estado, ou deveriam os ministros jantar no comida a quilo sem balança só para parecerem “populares”????

    Que cazto de gente é essa, que fala em “popular”, em “castigo do povo”, mas vive aqui hierarquizando saberes e culturas, metendo o malho no funk, nos proibidões e em outras manifestações populares, chamadas de “inferiores”, ou baixa cultura, torcendo o nariz bos(t)a nova quando ouve algo que agride os tímpanos delicados?

    Pelamordedeus, é essa a crítica sofisticada que o PT deveria assimilar?

    Ainda bem que não ouvimos nada desse latrinório…

    Será que esses beócios não enxergaram que a encruzilhada petista se confunde com o entrave civilizatório que assola o mundo?

    Ou será que esses palermas não enxergam que uma eleição onde Trump tenha a chance de mandar na maior economia do planeta depois de 2008 é algo gravíssimo, e que as repercussões desse fenômeno ao redor do planeta, com golpes setentrionais, conflitos armados no Oriente Médio e violência terrorista na Europa não são meras coincidências?

    E vem o arrogante perguntar-se (retoricamente, porque ele imagina saber a resposta): “O que fazer”?

    Bem, eu rejeito essa pergunta, porque acho que qualquer crítica honesta que mereça servir de referência para nós, petistas, considerarmos onde erramos e o que devemos evitar é:

    O que o PT poderia fazer difeferente do que foi feito?

    Fechar o Congresso?

    Censurar a mídia?

    Romper com o comércio EUA e Europa, mantendo relações apenas com os BRIC e adjacências?

    Compor um ministério e um governo que exigisse atestado de pureza ideológica dos candidatos?

     

    Em tempo:

    Com minoria parlamentar no Rio, caso ganhe, vai ser divertido ver o marcelo fr(ou)xo (aquele que foi embora porque estava ameaçado pela milícia, uai, agora não está mais?) montar um governo sem coalizão alguma, e só com pureza ideológica!

    1. Sim, é o povo de Moisés!

      Concordo contigo Hidra.

      Quem fala do castigo do povo é que e esclue dele, ou está distante, por consumo e valores. 

      Isto, tem tem a ver com a influência da teologia da libertaçao por Leonardo Boff, que diz há pouco que o povo é o juiz de tudo, (mais ou menos isso – não lembro bem).

    2. Sou de esquerda e bem por

      Sou de esquerda e bem por causa de um vomitório igual a esse que não consegui participar de mais de três reuniões com os donos da verdade do mundo. São imbecilidades iguais a essa que vão continuar a implodir a esquerda; ou a desconstruí-la.

  32. Esse tipo de discurso só serviu p/ ajudar o golpe

    Tivemos um governo popular por mais de uma década, conseguimos conquistas importantes, o PT perdeu o poder nao por seus erros mas por seus acertos. Atingiu os limites de “tolerância” das democracias oficiais, Simples assim. Esse discurso moralista é de Direita, sempre foi. Lacerdismo repaginado, dá um asco!

    1. Sempre Lúcida Anarquista

      Sempre Lúcida Anarquista Lúcida !!! DEvemos sepultar o udenismo dentro da esquerda. Pq a grande corrupta é a direita, mas o combate a corrupção só abate a esquerda. 

      O Udenismo na oposição quando viramos governo virou republicanismo. Aí que tudo foi para o ralo !!!!

    2. Concordo plenamente com você.
      Concordo plenamente com você.

      O erro do PT foi justamente ser santelmo, não aparelhar – sim, APARELHAR – o STF, o MP, a PF, etc justamente como TODOS os outros fazem. Tivesse feito isso, não passaríamos pelo que passamos, ainda que o PT fosse tão corrupto quanto o PSDB e PMDB.

      Incrível, esse pessoal deve ler a fábula do lobo e do cordeiro e imaginar que se o cordeiro fosse ainda mais imaculado, viria a ser poupado pelo lobo. É no mínimo muita infantilidade.

  33. Algumas observações:
    “O PT se

    Algumas observações:

    “O PT se deixou abater pelo erro mais comezinho que as esquerdas vêm cometendo desde o século XX: a corrupção. A corrupção vem sendo, ao longo das décadas, a espada nas mãos da direita e da mídia para fazer rolar as cabeças da esquerda.”

    Embora isso seja verdade, é uma parte muito pequena da verdade. A verdade toda é a seguinte: o nosso sistema penal criminaliza e pune a corrupção; o nosso sistema político eleitoral torna impossível ganhar eleições sem corrupção. Então não se trata de uma mazela moral do PT (ao contrário do que pensa(va) Heloísa Helena, com seu “meu pai me ensinou a não roubar”). Trata-se de um dilema que afetará todo e qualquer partido que queira ganhar eleições. Parte da esquerda resolve isso abstendo-se de ganhar eleições, seja para se satisfazer, masturbatoriamente, com sua própria superioridade moral, seja postulando um processo não-eleitoral que a levará ao poder “um dia”, sem que precise até lá participar do jogo político, que, evidentemente, inclui as eleições. Mas essa parte da esquerda é parte do problema, não da solução.

    “Antes de tudo, as esquerdas precisam se unir em torno do que sobrou dessa devastadora eleição: Freixo no Rio de Janeiro, João Paulo em Recife, Edmilson Rodrigues em Belém, Edvaldo Nogueira em Aracaju etc.”

    Entretanto, não podemos tomar um resultado eleitoral como centro da política. Ganham-se eleições quando se obtém vitórias políticas, não quando se obtém um estado de pureza moral abstrato. Perdem-se eleições quando se coleciona derrotas políticas. Nesse sentido, o PSDB não obteve uma vitória política ontem: obteve uma série de vitórias políticas durante os anos de 2015 e 2016, que culminaram no resultado eleitoral de ontem. Entre estas vitórias, existe uma que é a consecução de uma unidade política da direita, sob a hegemonia tucana. Mas essa unidade é também ela um resultado, não um pressuposto. Dória não derrotou apenas Haddad. Derrotou também seus companheiros de direita, Russomano e Marta, além do próprio setor serrista do PSDB (alguém disse por aqui que enquanto os amadores da esquerda se dividem, os profissionais da direita se unem, mas não parece ser o caso dos profissionais da direita que até anteontem estavam tentando impugnar a candidatura de Dória). E essa vitória de Dória contra Marta, Russomano e Serra não foi construída com apelos a uma unidade abstrata: foi construída por uma demonstração prática de que ele era o candidato capaz de encarnar o sentimento anti-popular em São Paulo, por cima de questões religiosas (o que era impossível para Marta com seu passado petista, e para Russomano com suas ligações religiosas). A unidade não veio antes da luta interna, veio depois dela e em consequência dela.

    O que sobrou desta devastadora eleição é o mesmo que sobrou da devastadora campanha política da direita durante os dois últimos anos – e não é nem apenas, nem principalmente, as candidaturas de Freixo, João Paulo, Edmilson e Edvaldo – por importante que seja para todos nós, e para a democracia brasileira, passar por cima dos ranços partidários e apoiar Freixo, para quem é petista, e apoiar João Paulo, para quem é PSOL. É a ainda existente rede de resistência, encarnada em sindicatos e movimentos sociais, que não pode ser destruída por derrotas eleitorais, por mais devastadoras que sejam.

    Uma auto-crítica é evidentemente necessária; mas nem é a autocrítica de uma suposta capitulação diante da corrupção, nem a auto-crítica da nossa tendência à divisão: é a autocrítica da tática seguida pelo PT (e copiada em grande parte pelo PSOL) de ganhar eleições presidenciais e depois mudar as coisas de cima para baixo. É também a autocrítica da estratégia “democrático-popular”, ou seja, de conciliação de classes, adotada pelo PT, que conduziu ao não enfrentamento de questões fundamentais como a concentração de propriedade no setor de imprensa e comunicação. Mas esta só se fará quando formos capazes de chamar o problema pelo nome, “modo de produção capitalista” e avançar um alternativa socialista, que não seja apenas algum tipo de “capitalismo popular”, “capitalismo nacional”, ou “capitalismo democrático”.

    1. Clap, clap, clap, clap

      Fora, talvez, um certo grau de irrealismo no final do comentário. Porque o problema de nao termos enfrentado essas questoes fundamentais é, pelo menos em grande parte, NAO TERMOS FORÇA SUFICIENTE PARA ISSO, nem em termos da realidade política brasileira nem em termos de consciência da populaçao. Entao, se come pelas beiradas enquanto dá, e chega um ponto que nao dá mais. Ou temos a ilusao de que a situaçao de poder atual e as regras políticas realmente permitiriam a mudança de regime? Ou, ilusao maior ainda, de que temos força política suficiente para passarmos por cima delas?

      1. Soyons réalistes, demandons

        Soyons réalistes, demandons l’impossible.

        Sim, você tem razão: mais não foi feito por que nos faltou força política para isso. Porém a estratégia, escrita e documentada e aprovada nos encontros e congressos do PT, era:

        ganhar a presidência da república como instrumento num processo de acumulação de forças em direção à transformação social

        (Cito de memória; as palavras certamente serão outras, mas o conteúdo é/era/foi esse.)

        Porém a presidência da república não foi usada como instrumento para acumular forças em direção à transformação social. Ao contrário, a carência de forças foi usada como instrumento para evitar tensionamentos com a ordem vigente. E é isso que tem de mudar. Ou bem usamos as posições no aparelho de Estado para demonstrar, didaticamente, os limites da ordem vigente e portanto a necessidade de mudá-la, ou fazer política se torna um exercício de administração da impossibilidade de qualquer mudança substantiva. E aí, erramos. Digo isso como petista, militante e filiado, que não vai mudar de partido por causa do impeachment, da Lava Jato, da condenação penal do Zé Dirceu – e, muito menos, por causa de uma derrota eleitoral bastante previsível.

        1. A questao aqui é outra versao da piada da oraçao da freira

          Que lutemos todas as lutas pelas quais podemos conquistar algo. Que saibamos dos limites da realidade, nao alimentemos ilusoes idiotas. E que saibamos onde está o limite entre uma coisa e outra…

          Concordo com vc no fundamental, só tenho restriçao a um certo tom de “revolucionarismo” meio fora de propósito (é só um “tom” que sinto, posso estar enganada; essa de exijamos o impossível tava bem em 68, agora nao dá mais para esse discurso). Já vi esse filme antes, e nao gostei do final. Foram mais de 20 anos de trevas…

          1. É preciso não cutucar a onça

            É preciso não cutucar a onça com vara curta.

            Disso derivam duas consequências opostas:

            1. Não se cutuca a onça, ponto.

            2. Arranjamos uma vara mais comprida (de preferência daquelas que solta chumbo pela ponta).

            A maior parte dos comentários aqui no Nassif vai no sentido contrário, propondo cutucar mais a onça sem trocar de vara. Ou até arranjando uma mais curta ainda (tipo votar em Ciro Gomes, que é o que há de curto em termos de vara).

          2. Concordo de novo, MAS (sempre há um mas, rs)

            A questao é a de se temos varas mais longas ao nosso alcance…

          3. Bora procurar…
            (e também é

            Bora procurar…

            (e também é bom entender curteza e comprimento; alguns parecem achar que vara de dez centímetros está de bom tamanho, ou até que quanto mais curta, mais comprida; em alguns comentários sinto um imenso desejo de derrota catastrófica. Por isso Getúlio, Jango ou Brizola, historicamente derrotados – muito mais derrotados do que o PT -, são tão frequentemente citados como exemplos do que fazer.)

  34. De novo demonizando o PT?

    Deixando de lado a cegueira do personalíssimo texto do autor quando se recusa a enxergar que o vencedor dessas eleições foi a iniciativa privada oligopolizada, agigantada e estrangeira, tendo como pelotão de front firmas como a “Globo” e a Abril fazendo campanha diuturna tanto para demonização do PT especificamente quanto contra a Política de forma geral, num ponto parece-me que quase acertou: o pessoal pensa em “esquerda” como reserva moral. Mas mesmo nesse ponto há alguns estratagemas dos pseudo-esquerdistas. Uma que nada como esperar – e até cobrar – perfeição para quem quer apontar defeitos. E outra que, sim, espera-se tanto que as “esquerdas” sejam reservas morais quanto se tem a mais absoluta certeza de que as “direitas” são corruptas, sujas, imorais. Infiltrar privatista na administração pública é o mesmo que professor de Física ensinando que essa ciência é, no fundo, uma grande baboseira.

    ***

    E não é que as campanha eleitorais promovidas pela iniciativa privada dessa vez deram certo? E são campanhas eleitorais tocadas não apenas às vésperas de eleições mas no dia-a-dia, mesmo, através da demonização dos políticos, da política e da própria noção de cidadania. A pessoa abre mão de exercer sua cidadania porque, antes de ver-se como cidadã, vê-se como consumidora. Antes de enxergar a república tudo o que vê lhe parece Mercado. Um indicativo disso é que somadas as ausências de voto (nulos, brancos e abstenções) ganharam em primeiro turno em diversas cidades. Em São Paulo, por exemplo, Dória foi apenas a segunda opção. A primeira foi o não-voto. E o que isso nos diz?

    Diz, entre outras coisas, que vencem as elições aqueles que defendem a não-política. E nesse quesito Geraldo Alckmin, por exemplo, é imbatível. Dória também. Mas colocar representantes da iniciativa privada para gestão pública é bem pior que colocar o cachorro para tomar conta da linguiça, é bem pior do que corrupção através dos crimes de prevaricação e peculato. É corromper a coisa pública em sua essência, volvê-la para atendimento prioritário ao que não é público, ao que é privado.

    Perdem os trabalhadores, perdem os funcionários públicos, perdem micro, pequenos e médios empresários brasileiros, ganha a iniciativa privada estrangeira, aquela que se baseia no dólar do FMI.

    ***

    Ok, manter políticos sob contante terror de que venha a ter sua reputação assassinada pela imprensa privada, particular (com razão e verdade ou sem, tanto faz), é uma das formas da iniciativa privada exercer poder sobre o que é público, uma forma dessas empresas pautarem a política. Mas e o mínimo de ética que se espera da imprensa? Ora, quem é que espera que a iniciativa privada, principalmente administrando o que é público, seja minimamente ética? Talvez espere-se isso das “esquerdas”, mas das “direitas”?

  35. Querem o FIM da Soberania do Brasil

    Nunca subestime o Poder da Comunicação. Essa nova e crescente onda conservadora está bastante alinhada com os magnatas das comunicações e/ou com a submissão de fiéis a redes de igrejas neopentecostais que estão se unindo para uma tomada de poder, mas não com um projeto de nação e soberania nacional.

    Analisar a derrocada do PT nestas eleições na minha visão é muito complexo. São muitas forças internas e externas que querem banir a filosofia da esquerda não só no Brasil como no mundo.

    O PT pode ter errado, mas errar faz parte do processo.

    O PT foi derrotado pois não aceitou: negociar com FMI; de ser subalternos dos EUA; de fornecer os campos de Petróleo para “as grandes Irmãs” ; e por aí vai …

    O Brasil só começou a esboçar um projeto de nação com Lula. E não foi por acaso que o Palácio do Alvorada, executivos da Petrobras e outros ministros de estado, juízes e etc. estavam todos grampeados pela inteligência norte-americana.

    Sérgio Moro, Michel Temer e companhia só são fantoches (traidores) de um grande projeto que é acabar com a Soberania do Brasil.

  36. Dória nada! Sr. Indiferença e lobbies vencem eleições de2016

    >> Que Dória que nada! Sr. Indiferença e lobbies vencem eleições de 2016, por Romulus

     

     ROMULUS

     SEG, 03/10/2016 – 13:02

    Que Dória que nada! Sr. Indiferença e lobbies vencem eleições de 2016

    Por Romulus

    (I). Centros e grotões

    No Facebook o amigo Ciro d’Araújo constata:

    “Eleição do Rio ganhou o não votar. Abstenção foi maior do que a votação do Crivella. Depois disso veio brancos e nulos, que somaram mais votos que o Freixo”.

    Sim, no Rio… uma das cidades mais politizadas do Brasil, que tantas vitorias deu a Brizola e a Lula (inclusive em 89). Dois líderes do campo popular que ousaram ciscar ali… no terreiro da Globo.

    Em São Paulo não foi diferente: o candidato “Sr. Indiferença” – a soma de abstenção + votos brancos + votos nulos – ganhou a eleição para prefeitura. Ou melhor, “no tapetão” da lei eleitoral, acabou perdendo para o segundo colocado: João Dória. O tucano teve mais de 10 mil votos a menos que o “Sr. Indiferença”.

    Se em São Paulo e no Rio foi assim, imaginem-se os números nos “grotões” – expressão pejorativa infeliz, aliás… celebrizada por colunistas políticos da grande mídia do eixo…

    – … Rio-São Paulo!

    Mais humildade, colunistas das metrópoles…

    Aliás, diante de tal grau de alienação, será ainda adequada essa dicotomização geográfica do voto? Pode-se ainda falar em “grandes centros” e “metrópoles” vs. “grotões”?

    Bem, se os colunistas tiverem apego e quiserem continuar usando a expressão preconceituosa para com os interiores, melhor seria generalizar então a sua abrangência: falemos agora de “grandes grotões” vs. “pequenos grotões”… ou “grotões centrais” vs. “grotões periféricos”…

    Que tal?

    O que preferirem, Srs. colunistas. Sintam-se à vontade: não cobro royalties.

    *

    (II). Critério democrático

    Creio ser mais democrático esse uso generalizado da expressão, não?

    Se bem que… “mais democrático”? Critério um tanto démodé no Brasil de 2016, não? Há até quem o considere subversivo, ora vejam! Bem, melhor deixar a discussão terminológica de lado e seguir adiante na análise, antes que me acusem de saudosista. Ou pior: de “viúva da Constituição”… ou de “viúva da democracia”!

    Tempos brabos! Vai que um japonês “da Federal” – usando tornoseleira eletrônica (!) – bate na minha porta às 6 da manhã e me conduz coercitivamente. Para ser então perguntado, inquisitorialmente:

    – Que tal “democracia” é essa, elemento?
    – Caaaalma, Sr. Juiz! Não precisa de prisão preventiva para arrancar minha delação. Eu falo da democracia livremente: cresci nos anos 80, ouvindo falar muito dessa tal. Costumavam dizer que era “incipiente”… “imatura”… e que precisava ser “aprofundada”. Falavam isso certamente baseados na crença (excessiva?) no processo civilizatório. Na certeza de que esse não anda para trás… acreditavam no tal do “progresso” da bandeira, sabe? Ora, que nada! A tal da “incipiente”, “imatura” e “superficial” morreu ainda menina… assim, virou anjinho! Uma hora bateu suas asinhas e foi-se embora destas paragens…
    – Ah, foi-se embora, elemento? Para onde?
    – Difícil precisar, Sr. Juíz… anda muito discreta hoje em dia: Trump nos EUA, Le Pen na França, Brexit xenófobo no Reino Unido, “não” à paz na Colômbia…
    – E quando é que ela volta para o Brasil, elemento?
    – …

    *

    (III). Como chegamos aqui (1)

    A demonização da política logra pouco a pouco o seu intento: um grau ainda maior da já alarmante alienação da população brasileira, alheia a tudo e a todos nas instâncias do poder.

    A população está:

    (i) Saturada da política e dos políticos, todos “farinha do mesmo saco”; e portanto…
    (ii) dessensibilizada/anestesiada diante dos sucessivos fatos políticos; e portanto…
    (iii) indiferente, cínica.

    – Tanto faz como tanto fez…

    *

    (IV). Patrimonialismo versão millennial

    E assim, sem o contrapeso mínimo das urnas – magrinhas, magrinhas, coitadas… – e de bases eleitorais atentas, ativas e mobilizadas, fica mais fácil ainda impor a agenda dos lobbies dos diversos setores da economia em prejuízo do todo da sociedade. Trata-se da versão millennial do velhíssimo patrimonialismo… lá do Weber e do Raimundo Faoro, lembram?

    Se o Estado mínimo e a “privataria” não passam no teste das urnas, dá-se golpe, todos (já) sabemos.

    Mas isso não significa que antes, durante e depois do golpe não se possa aproveitar a estrutura existente do Estado em favor de certos interesses particulares, não é mesmo?

    (a) Como?
    – Com a autoridade devidamente “capturada” pelos lobbies (regulatory capture).

    (b) O entrave:
    – O poder político… “essa gente” eleita que “não entende nada da parte técnica”, escolhida de 4 em 4 anos por “gente que entende menos ainda!”. Imaginem: a maioria deles não tem nível superior, não passou por disputados concursos, não tem pós-graduação no exterior… sequer frequenta colóquios bacanas dos stakeholdes todo mês, ora!

    (c) A solução:
    – A busca cada vez maior de independência – em face desse tal “poder político” – dos órgãos do Estado judicantes, com poder de polícia e reguladores.

    Notem que “coincidência”:
    – Não parece muito mais fácil implementar essa agenda independentista num contexto de (i) desgaste da classe política, (ii) vácuo de poder, (iii) déficit de representação e (iv) cinismo da população, culminando numa democracia sem vigor, abatida pela indiferença e caracterizada por baixas taxas de votação?

    Evidente que sim!

    Resistir à sanha independentista quem haverá de?

    (d) Exemplo de captura?
    – A famosa porta-giratória (revolving door), que faz o diretor do Banco Itaú (e antes desse o do Bank Boston e antes desse o do George Soros e antes desse…) virar Presidente do Banco Central do Brasil. Apenas para amanhã voltar ao Itaú (e congêneres…) com o passe ainda mais valorizado.

    (e) Sonho de consumo dos independentistas?
    Escrever “em pedra” a pretendida independência diante da sociedade e de seus representantes eleitos.

    Como?
    Com leis de boa governança que consagrem essa “independência” – aliás, “boa governança” segundo quem mesmo, hein?

    Mandatos fixos de diretores e presidentes… indemissíveis pelo poder político…

    – Oh, glória!

    Sim, “independência”…

    Mas, impertinente que sou, ouso perguntar:

    – “Independência” de quem, cara-pálida? Do Itaú – da ida e da volta da porta-giratória – é que não haverá de ser, não é mesmo?

    O Banco Central é apenas o exemplo mais evidente, em um Estado cuja metade do orçamento foi capturada por rentistas. Mas isso se repete em todos os segmentos econômicos regulados pelo Estado: CVM, CADE, SUSEP, ANVISA, ANP, ANA, ANAC, ANTAQ, ANATEL, ANEEL, ANS, ANTT… ou nos segmentos em que o Estado atua através de estatais (Petrobras, BB, CEF, Eletrobrás…).

    E não apenas…

    O Supremo não autorizou juízes (!) a embolsar cachês pagos por palestras sem que o seu valor tenha de ser tornado público? Aliás, bota – caché – nisso… nunca uma denominação foi tão adequada!

    Para além de “cachês” – escondidos – por “palestras”, que dizer de cursos no exterior pagos por “terceiros generosos” (quem?)? Dentre os quais até mesmo interesses estrangeiros, incluindo governos que não o nosso?

    Algo a ver com essas observações aterradoras do Miguel do Rosário, no Blog do Cafezinho?

    – Captura do regulador?
    – Conflito de interesse?
    – Risco moral do regulado (moral hazard)?
    – Abuso de poder de mercado dos regulados?
    – Ineficiência do mercado viciado?
    – Busca de renda por quem é “amigo do rei” (rent seeking)?

    Será tudo isso preocupação de marxista radical?

    Ou até de quem leu os manuais de Economia (bastante) ortodoxos e que crê – de coração – no capitalismo?

    Digo, o capitalismo verdadeiro: com seus “mercados competitivos”, livre entrada de novos competidores e livre saída de empresas ineficientes.

    Está aí a telefônica “Oi” para não nos deixar esquecer de como o “capitalismo” (entre aspas mesmo) e seus “riscos” (novas aspas…) “funcionam” (mais ainda…) no Brasil.

    E isso não é tudo:

    Trata-se apenas de uma das modalidades de captura das autoridades, na classificação proposta por Engstrom. No caso, a captura material. Além (a) da porta giratória e (b) da propina, essa modalidade engloba também (c) os “célebres” financiamentos de campanha e (d) a ameaça de boicote econômico-financeiro ao Estado em caso de “desacordo” com o lobby.

    Soa familiar?

    Pois é…

    Segundo o autor, todas essas sub-modalidades equivalem em alguma medida a corrupção política. Ou melhor: corrupção da política.

    Já a captura não material é mais sofisticada: pode ser também denominada “captura cognitiva” ou “cultural”, na qual o regulador – e/ou o juiz e/ou o procurador! – começam a pensar da mesma maneira que o lobby!

    – “Lobby”?
    – Seria esse apenas o privado?
    – Por que não se incluiriam aí também governos estrangeiros?
    – Ou terceiros “generosos” querendo iluminar o pobre Brasil de sabedoria?

    A assimilação da catequese advém (i) da proximidade (indevida?) entre lobby e autoridades; bem como (ii) da embalagem bonita do “presente” que “generosamente” é dado.

    – Aliás, “presente”… será presente de grego a troianos ávidos e ambiciosos?
    – Troianos antes circunscritos por uma fronteira, digo, muralha, que impedia o ato de generosidade de se realizar?
    – Hmmm…

    Saga homérica ou não, chega-se finalmente ao ponto em que as autoridades são pautadas – agora já involuntariamente, na fronteira entre o seu consciente e inconsciente – pelo lobby catequizador.

    Exemplo 1:
    O lobby já entrega o trabalho pronto – bonitinho e até com grife de banca chique! Assim, como não haverá de prevalecer a lei do menor esforço, tão bem resumida por dois comandos: “Ctrl + C” / “Ctrl + V”?

    Algo a ver?

    E aqui?

    Exemplo 2:
    Em tática mais sofisticada ainda, e de longo prazo, o lobby, através do financiamento de pesquisas, colóquios entre pares e lisonjas – tais como premiações – consegue estabelecer – não a sofridas marretadas mas a deleitáveis queijos, vinhos e “verdinhas” – o “consenso científico” em determinado domínio técnico.

    Mas notem bem: não qualquer consenso científico, aleatório… trata-se de um consenso científico específico: aquele que o lobby tem por “certo”… aquele para chamar de seu.

    Aliás, como acadêmico não posso deixar de me perguntar:
    – Se o ponto de chegada já é pré-estabelecido na saída, há que se falar ainda em “cientificidade” para esse “consenso” (olha as aspas aí de novo…).

    Pois é… também digo que não.

    A maneira como o credo neoliberal impregnou – mediante generosos financiamentos – os maiores centros do conhecimento econômico, do final dos anos 70 até a primeira década do século XXI, é o exemplo de manual (textbook case) dessa tese.

    Para quem comungava do credo: dinheiro, fama e glória.
    Para quem o criticava: penúria, opróbio e ridicularização.

    Fácil chegar a um “consenso” (aspas) “científico” (de novo…) assim, não é mesmo?

    Foi preciso a maior crise econômica e a maior recessão desde os anos 30 para que esse “santo graal” caísse no chão e se estilhaçasse. Mas não sem deixar profetas atrasados na Periferia do mundo, ignorantes da (nova) “Boa Nova” do Centro.
    [Ver “Trem-bala para o abismo – a política econômica da recessão, de André Araújo, aqui no GGN]

    Lisonjas… lobby… captura não material… corrupção da política…

    Algo a ver?

    (exemplos – infelizmente – não exaustivos)

    *

    (V). Como chegamos aqui (2): correias de transmissão

    Voltando ao início do artigo, falávamos de:

    (i) Saturação com a política e com os políticos; e portanto…
    (ii) dessensibilização/anestesia; e portanto…
    (iii) indiferença, cinismo, que levou a…
    – Número recorde de abstenções, votos brancos e nulos. O tal “tanto faz como tanto fez”…

    Mas atenção para as correias de transmissão que nos trouxeram até aqui:

    (a) Noticiário mundo-cão na (e da) política na grande mídia; e portanto…
    (b) Demonização da política em geral e de certas forças políticas e certas correntes de pensamento em particular; e portanto…
    (c) Dessensibilização / indiferença, desprezo e cinismo; e portanto…
    (c) Alta taxa de abstenção e de votos brancos e nulos; o que reflete…
    (d) “Bases” (com aspas…) eleitorais alienadas, indiferentes, e políticos eleitos fracos, sem o respaldo de urnas “gordas”; o que cria um vácuo de poder suscetível à…
    (e) Busca de independência das autoridades não eleitas.

    I.e., “independência” do poder político, bem entendido! Não do segmento econômico regulado e de “terceiros generosos”, no Brasil ou fora dele.

    – E quem é que fornece a graxa que faz as polias da grande mídia girarem, girarem e girarem…? Mídia que: (1) produz o noticiário mundo-cão da política; e (2) vende aqueles tais “consensos” (aspas) “científicos” (de novo…) como “a verdade revelada”?

    Ora, quem fornece a graxa à mídia são eles mesmos: os lobbies!

    Atenção para o “plim-plim”! Num oferecimento de Itaú, Bradesco, Vale, Ambev, seguradoras, indústria farmacêutica, Shell, Gol/Tam, Vivo/Claro…

    E assim se fecha o círculo de captura das autoridades não-eleitas pelos lobbies, que passam a buscar independência do poder político para melhor corresponder às expectativas dos patrocinadores. E por que não dizer captura também do eleitorado, nesse caso por omissão (induzida)?

    O resultado – de hoje – está aí embaixo, descrito pelo amigo Ciro.

    Urnas vazias… cinismo e indiferença… demonização da política… lobbies… captura das autoridades e dos eleitores… tudo isso num círculo infernal.

    Nada é “coincidência”.

    E as correias de transmissão de que falamos seguiram rodando enquanto você lia este texto.

    Como perguntei acima: resistir quem haverá de?

    *   *   *

    Da série “quer que eu desenhe?”

    *   *   *

    Rapidinha: o temor que a direita tem de Dilma enquanto mito político em construção

    Presidenta Dilma vota em Porto Alegre. Apoiadores e imprensa são impedidos pela Justiça e pela truculência da Brigada Militar de registrar o momento do seu voto.

    O que temem tanto?

    [video:https://youtu.be/8hRnuB5I1uY%5D

    Entenda:

    “Temer, o PSDB, aliados – e Marina! – terão de aceitar: Dilma continuará sua trajetória rumo a construção de um mito político.
    Que ironia!
    Mas nada original:
    Não foi o julgamento injusto e a pena de morte que tornaram Sócrates maior como figura?
    Sem entrar em debate teológico / histórico: não foi o julgamento injusto e o sacrifício de Jesus de Nazaré (Deus e/ou homem) que fundou uma fé?
    Pois é…
    O mito do homem (e da mulher!) justo, injustiçado por poderes corrompidos ou por uma democracia já degenerada pela demagogia, cala fundo na psique humana. Existe desde que o mundo é mundo.
    No golpe contra Dilma Rousseff de 2016 temos os dois: poderes corrompidos aliando-se a demagogos (i) nas corporações do Estado – STF/Justiça, PGR/Janot, PF; (ii) nos grandes grupos de imprensa familiar; e (iii) nas instituições da sociedade civil organizada – OAB, FIESP, CNA, FEBRABAN, igrejas, etc., para julgar – e condenar! – alguém unanimemente reconhecida como justa.
    Dessa perspectiva, os algozes de Dilma “fizeram a sua fama”. Da mesma forma que, a seu tempo, o Sinédrio e os Romanos – secundados também por populares em frenesi, não é mesmo? – aumentaram a de Jesus de Nazaré, homem e/ou Deus. E ainda, o tribunal popular ateniense aumentou a dimensão da figura do filósofo Sócrates, ao condená-lo de forma iníqua à morte por envenenamento com cicuta.
    Quantos outros exemplos não haverá desse mito?
    Joana D’Arc queimada na fogueira da inquisição, Tiradentes enforcado e esquartejado como bode expiatório, Dreyfus, vítima do antissemitismo e de uma armação, o suicídio de Vargas, instado pelas mesmas forças que agora golpearam, novamente, a democracia no Brasil…
    Deve-se ter cuidado ao brincar de feiticeiro. O caldeirão pode transbordar e queimar quem se supunha mais esperto do que de fato era.
    Como disse uma certa justa tratada com iniquidade atroz:
    – A vida é dura, Senador!”

    *   *   *

    (i) Acompanhe-me no Facebook:

    Romulus e Maya Vermelha, a Chihuahua socialista

    (perfil que divido com a minha brava e fiel escudeirinha)

    *

    (ii) No Twitter:

    @rommulus_

    *

    (iii) E, claro, aqui no GGN: Blog de Romulus

    *

    Quando perguntei, uma deputada suíça se definiu em um jantar como “uma esquerdista que sabe fazer conta”. Poucas palavras que dizem bastante coisa. Adotei para mim também.

    1. Romulus, me desculpa. Eu

      Romulus, me desculpa. Eu geralmente gosto dos seus comentários, mas…

      “Em São Paulo não foi diferente: o candidato “Sr. Indiferença” – a soma de abstenção + votos brancos + votos nulos – ganhou a eleição para prefeitura.”

      … esse argumento foi usado à exaustão pelos perdedores de 2014, e não era nem menos nem mais absurdo naquele momento do que agora. Se houve menos gente que votou em Dilma (ou Dória), houve ainda menos gente que votou em Aécio (ou Haddad).

      Só existe uma diferença, e ela é a favor do tucanos. Eles falavam essa barbaridade para dizer “vocês não ganharam” (e, portanto, é lícito derrubar o governo minoritário). Parece que agora vamos usar esse troço para dizer “nós não perdemos” (e, portanto, vamos desistir do jogo).

      Na boca deles, soava pelo menos coerente com uma estratégia de luta pelo poder. Na nossa… nem isso.

      1. Caro,
        Em momento algum eu

        Caro,

        Em momento algum eu pretendo dizer que “Dória não ganhou” por causa do “Sr. Indiferença” (atenção: faço isso no artigo, mas como ironia!), que nao deve ser empossado, que nao deve governar ou que deve sofrer um golpeachment!

        Não… nós somos – e temos de nos manter – diferentes da direita mesmo.

        Apenas pego o fenômeno da indiferença política – caracterizada por ela ter “vencido” a eleiçao nas duas maiores cidades do Brasil, entre varias outras cidades – para analisar como chegamos até essa situação.

        Compreende?


    2. Rommulus

      Resumo sua brilhante análise em uma frase:

      “O MPL f… a democracia e a república brasileira por causa de 20 centavos.”

      Não fosse por eles não estaríamos aqui, neste cenário de guerra, faixa de gaza, terra arrasada.

      1. Rs
        Aí vc me intriga com

        Rs

        Aí vc me intriga com nossos amigos Psolistas num momento em que a união é um imperativo de sobrevivência.

        Vamos colocar uma pedra sobre o passado, mas sem esquecer as lições tiradas dali.

        “forgive… not forget”, em inglês.

        Bora? 😉

    3. Não seria a politica que se tornou apolitica?

      Acho que algo dessa monta e que não acontece só no Brasil, merece uma reflexão séria e profunda sobre coisas como silencio, indiferença, negação, democracia e politica.

      Para mim o não voto coloca uma série de questões: Será que várias das abstenções votos nulos e brancos não foram uma forma de dizer que não se aceita mais a politca que se resume ao voto, uma politica em que o poder e a soberania do povo só existe de fato no momento eleitoral?  Uma politica em que nem mesmo o voto tem valor, pois o eleito pode ser derrubado por um golpe? Não teriam alguns eleitores respondido com indiferença a indiferença que recebem da ‘politica’? São os eleitores do não voto que são apolticos ou foi a politca que se tornou apolitica?

      Eu obviamente não tenho a resposta, mas essas questão estão sendo colocadas a muito tempo fora do Brasil. Acho que é hora de pensarmos seriamente nelas.

      1. Aguenta aí!

        Cara,

        Comecei a responder o seu comentario e me empolguei.

        To escrevendo outro post. rs

        Mas bem menor!

        1/5 desse ai só.

        Aguenta aí!

      2. Veja se ajudei ou atrapalhei tentando responder:

        >> Eleições municipais vol. 2: política se tornou apolítica?!, por Romulus
         

        ROMULUS
         TER, 04/10/2016 – 05:32
         ATUALIZADO EM 04/10/2016 – 05:37

        Eleições municipais vol. 2: política se tornou apolítica?!

        Por Romulus

        Questão interessante colocada pelo comentarista André B depois de ler o post de ontem (“Que Dória que nada! Sr. Indiferença e lobbies vencem eleições de 2016”)

        – A política se tornou então apolítica?

        Para responder, temos de fazer a distinção entre duas das várias acepções da palavra política.

        Por definição, a “política” enquanto correlação de forças com vistas a cuidar dos problemas da polis não pode ser apolítica. Seria ilógico e mesmo contrafático. Até nas ditaduras mais fechadas e sanguinárias, nos regimes mais autocráticos, há ainda essa tal correlação de forças, embora restrita a um “colégio eleitoral” mínimo. Pense num ditador “militar” vs. seus generais, como em Angola ou na Coreia do Norte. Ou no Comitê Permanente do Politburo do Partido Comunista da China – composto por apenas de 5 a 9 pessoas. Na China isso fica ainda mais claro: evidentemente a atual complexidade da sociedade chinesa exige correlações de força muito mais abrangentes do que os acertos entre a meia dúzia do Politiburo.

        Mas no que tange à palavra “política” em sua dimensão partidária-eleitoral nas democracias ocidentais – centrais ou periféricas – não tenham dúvida: a política se torna cada vez mais apolítica. Sim: um oximoro, um paradoxo apenas aparente.

        Primeiro porque o colégio eleitoral volta – depois de 100 anos de expansão e franqueamento democratizante – a se estreitar.

        Agora num movimento “voluntário”, em que o eleitorado “deliberadamente” fica indiferente à disputa política tradicional. Isso quando não resolve votar naquele que chega de repente e promete fazer a “casa cair”:

        (i) Ou pregando uma “pegadinha” deliberada nos políticos tradicionais, que tantas “pegadinhas” vêm pregando neles há décadas (modalidade 1 de “voto de protesto”);
        (ii) Ou num impulso de rejeição generalizada, refletindo um descontentamento difuso, não muito bem articulado ou mesmo verbalizado (modalidade 2 de “voto de protesto”);
        (iii) Ou, em último caso, como resposta ao desespero diante da indigência batendo às suas portas. Nesse ponto, a taxa de desconto (conceito da Economia) do europeu e do norte-americano pauperizado volta àquela da África Subsaariana. O que importa é garantir o jantar de hoje à noite. E não “impedir o aquecimento global” ou evitar uma guerra comercial como a que levou à Segunda Guerra Mundial.
        Trump promete nada menos que rever todos os acordos comerciais bilaterais dos EUA, para uma substituição de importações tardia… algo inimaginável! E afirmo isso como especialista na disciplina. Só não digo que Trump pratica estelionato eleitoral (mais um) porque ninguém pode afirmar ao certo o que se passa na cabeça do sujeito. Vai que….

        E como chegamos aqui, a este completo descasamento entre eleitorado e a classe política e partidos tradicionais?

        A minha tese é a de que isso decorreu de um processo de divórcio lento e demorado – 30 anos!

        Qualquer divorciad@ confidenciará que os longos são os piores… qualquer sentimento de respeito, apreço e mesmo consideração terá tempo suficiente para sumir por completo diante da sedimentação e da introjeção da ideia de que o outro não fará mais parte da sua vida. Não só não fará parte como, a partir de determinado momento, pode passar facilmente à figura de antagonista, em caso de “litigio”.

        E qual foi o causus belli entre o eleitorado e a classe política tradicional?

        A implementação em menor ou maior velocidade – mas “inexorável” – do Consenso de Washington a partir dos anos 80.

        Não importava em quem se votava: Democrata ou Republicano, PT ou PSDB. O grosso do programa de governo – a parte que trata da “fatia do leão” dos orçamentos públicos – já estava dado por FMI, Banco Mundial e credores das dividas soberanas (outros Estados ou banca internacional).

        Diferença se havia – e havia! – limitava-se a:

        (i) políticas de mitigação da pauperização da base da pirâmide, como transferência de renda; ou
        (ii) esforços para dar ao sistema uma cara menos desumana, tentando cavar pequenas rachaduras nos “tetos de vidro” (glass ceilings), instransponíveis aos filhos desse andar de baixo. Verdadeiras barreiras “sutis” à ascensão social.

        E por que de tetos de vidro? Porque são “invisíveis”, “suits”… pode-se admirar toda a beleza do que fica para além deles. Mas o incauto debaixo que ousar avançar contra os mesmos quebrará a cara. O vidro é blinddo!

        *

        Pois bem. Recapitulando, ficamos então com:

        – 30 anos de Consenso de Washington “inexorável”; e
        – Escolha apenas entre com ou sem “anestesia”.

        Ora, num quadro assim inevitavelmente surgirá a indagação: “votar para quê?”

        E isso seja na Europa Ocidental da “socialdemocracia” (a partir daí com aspas mesmo…), no modelo “com anestesia”, seja nos EUA da Reaganomics e da trickle down economics, o “gotejamento” do topo para a base da pirâmide da riqueza que se deixa crescer – “sem embaraços do governo!” – lá em cima. Ou seja: o modelo zero anestésico.

        E por que num segundo momento passa-se da indiferença do eleitorado à hostilidade aberta contra a política tradicional? À sua negação?

        Porque os rentistas e financistas abusaram.

        Tomaram partido da alavancagem que detinham sobre o poder político para sangrar os orçamentos até quase o ponto de ruptura.

        Soa familiar no Brasil de 2016 e de teto de gastos não financeiros por 20 anos?

        Rentistas e finança foram extremamente favorecidos pela conjuntura:

        – Fim da ameaça (alternativa?) “vermelha”;
        – “Fim da História” (?) de F. Fukuyama, como corolário da “inexorabilidade”;
        – A liberalização selvagem dos mercados no Centro e na Periferia, muitas delas se valendo da nossa já conhecida “Doutrina do Choque”, de Naomi Klein.

        Eles abusaram sim… produziram a maior concentração de renda da História humana! Em 2016, pela primeira vez o célebre 1% do topo detém mais riquezas que todos os outros 99%.

        O divórcio é então por culpa exclusiva dos rentistas e de sua ganância?

        Não. Os políticos também abusaram nos artifícios que costumam utilizar para mascarar a tunga que finança e rentistas fazem no orçamento público.

        Que artifícios?

        Os da política, ora: discursos insinceros, hipocrisia, cinismo, cara de pau e sucessivos estelionatos eleitorais.

        Resultado?

        O eleitorado ficou imune. Está “dessensibilizado”, como digo no post de ontem. Isso com a ajudinha providencial da grande mídia e dos seus patrocinadores, como explico lá.

        Que fazer agora quando os que foram sacaneados por 30 anos resolvem sacanear de volta o sistema com a única arma que lhes resta – o voto?

        “Greve”? “atos públicos”? “boicotes”? “desobediência civil”?
        Quando? Onde?

        Situação difícil…

        Ainda mais num contexto de fim do “carreamento” do mercado de opinião pela mídia hegemônica, por natureza moderada e moderadora, em virtude da mudança tecnológica e da ascensão das redes sociais e de suas bolhas rivais.

        Ainda vamos bater muito a cabeça antes de descobrir como sair deste buraco em que nos encontramos.

        Por ora, imperativos de sobrevivência:

        – União (desesperada?) das esquerdas e política de contenção de danos, com luta pela mitigação das perdas dos setores populares / vulneráveis.

        Simples assim.

        *   *   *

        (i) Acompanhe-me no Facebook:

        Romulus

        *

        (ii) No Twitter:

        @rommulus_

        *

        (iii) E, claro, aqui no GGN: Blog de Romulus

        *

        Quando perguntei, uma deputada suíça se definiu em um jantar como “uma esquerdista que sabe fazer conta”. Poucas palavras que dizem bastante coisa. Adotei para mim também.

    4. Comentário excelente, mas seria melhor dividido em vários…

      Fatie seus comentários, Romulus, sao ótimos e informativos mas grandes demais, os assuntos se misturam, as pessoas cansam de ler.

      1. Desculpe, cara Anarquista.
        Eu

        Desculpe, cara Anarquista.

        Eu sei!

        Esse entao ficou enorme – mas nao é bem um comentario. É um post no meu blog que tem a ver com a discussao aqui. Trouxe para ca porque queria o comentario dos amigos (ate essa sua critica!) e ele nao vai sair no GGN. Posts grandes assim e “caóticos” fogem da linha editorial.

        Como o comentario dos amigos daqui eh muito importante para mim, coloquei aqui na discussao tb.

        De qualquer forma obrigado por me prestigiar com a leitura e o seu comentario.

      2. O Vol. 2, provocado pelo colega aí debaixo, ta menor:

        >> Eleições municipais vol. 2: política se tornou apolítica?!, por Romulus
         

        ROMULUS
         TER, 04/10/2016 – 05:32
         ATUALIZADO EM 04/10/2016 – 05:37

        Eleições municipais vol. 2: política se tornou apolítica?!

        Por Romulus

        Questão interessante colocada pelo comentarista André B depois de ler o post de ontem (“Que Dória que nada! Sr. Indiferença e lobbies vencem eleições de 2016”)

        – A política se tornou então apolítica?

        Para responder, temos de fazer a distinção entre duas das várias acepções da palavra política.

        Por definição, a “política” enquanto correlação de forças com vistas a cuidar dos problemas da polis não pode ser apolítica. Seria ilógico e mesmo contrafático. Até nas ditaduras mais fechadas e sanguinárias, nos regimes mais autocráticos, há ainda essa tal correlação de forças, embora restrita a um “colégio eleitoral” mínimo. Pense num ditador “militar” vs. seus generais, como em Angola ou na Coreia do Norte. Ou no Comitê Permanente do Politburo do Partido Comunista da China – composto por apenas de 5 a 9 pessoas. Na China isso fica ainda mais claro: evidentemente a atual complexidade da sociedade chinesa exige correlações de força muito mais abrangentes do que os acertos entre a meia dúzia do Politiburo.

        Mas no que tange à palavra “política” em sua dimensão partidária-eleitoral nas democracias ocidentais – centrais ou periféricas – não tenham dúvida: a política se torna cada vez mais apolítica. Sim: um oximoro, um paradoxo apenas aparente.

        Primeiro porque o colégio eleitoral volta – depois de 100 anos de expansão e franqueamento democratizante – a se estreitar.

        Agora num movimento “voluntário”, em que o eleitorado “deliberadamente” fica indiferente à disputa política tradicional. Isso quando não resolve votar naquele que chega de repente e promete fazer a “casa cair”:

        (i) Ou pregando uma “pegadinha” deliberada nos políticos tradicionais, que tantas “pegadinhas” vêm pregando neles há décadas (modalidade 1 de “voto de protesto”);
        (ii) Ou num impulso de rejeição generalizada, refletindo um descontentamento difuso, não muito bem articulado ou mesmo verbalizado (modalidade 2 de “voto de protesto”);
        (iii) Ou, em último caso, como resposta ao desespero diante da indigência batendo às suas portas. Nesse ponto, a taxa de desconto (conceito da Economia) do europeu e do norte-americano pauperizado volta àquela da África Subsaariana. O que importa é garantir o jantar de hoje à noite. E não “impedir o aquecimento global” ou evitar uma guerra comercial como a que levou à Segunda Guerra Mundial.
        Trump promete nada menos que rever todos os acordos comerciais bilaterais dos EUA, para uma substituição de importações tardia… algo inimaginável! E afirmo isso como especialista na disciplina. Só não digo que Trump pratica estelionato eleitoral (mais um) porque ninguém pode afirmar ao certo o que se passa na cabeça do sujeito. Vai que….

        E como chegamos aqui, a este completo descasamento entre eleitorado e a classe política e partidos tradicionais?

        A minha tese é a de que isso decorreu de um processo de divórcio lento e demorado – 30 anos!

        Qualquer divorciad@ confidenciará que os longos são os piores… qualquer sentimento de respeito, apreço e mesmo consideração terá tempo suficiente para sumir por completo diante da sedimentação e da introjeção da ideia de que o outro não fará mais parte da sua vida. Não só não fará parte como, a partir de determinado momento, pode passar facilmente à figura de antagonista, em caso de “litigio”.

        E qual foi o causus belli entre o eleitorado e a classe política tradicional?

        A implementação em menor ou maior velocidade – mas “inexorável” – do Consenso de Washington a partir dos anos 80.

        Não importava em quem se votava: Democrata ou Republicano, PT ou PSDB. O grosso do programa de governo – a parte que trata da “fatia do leão” dos orçamentos públicos – já estava dado por FMI, Banco Mundial e credores das dividas soberanas (outros Estados ou banca internacional).

        Diferença se havia – e havia! – limitava-se a:

        (i) políticas de mitigação da pauperização da base da pirâmide, como transferência de renda; ou
        (ii) esforços para dar ao sistema uma cara menos desumana, tentando cavar pequenas rachaduras nos “tetos de vidro” (glass ceilings), instransponíveis aos filhos desse andar de baixo. Verdadeiras barreiras “sutis” à ascensão social.

        E por que de tetos de vidro? Porque são “invisíveis”, “suits”… pode-se admirar toda a beleza do que fica para além deles. Mas o incauto debaixo que ousar avançar contra os mesmos quebrará a cara. O vidro é blinddo!

        *

        Pois bem. Recapitulando, ficamos então com:

        – 30 anos de Consenso de Washington “inexorável”; e
        – Escolha apenas entre com ou sem “anestesia”.

        Ora, num quadro assim inevitavelmente surgirá a indagação: “votar para quê?”

        E isso seja na Europa Ocidental da “socialdemocracia” (a partir daí com aspas mesmo…), no modelo “com anestesia”, seja nos EUA da Reaganomics e da trickle down economics, o “gotejamento” do topo para a base da pirâmide da riqueza que se deixa crescer – “sem embaraços do governo!” – lá em cima. Ou seja: o modelo zero anestésico.

        E por que num segundo momento passa-se da indiferença do eleitorado à hostilidade aberta contra a política tradicional? À sua negação?

        Porque os rentistas e financistas abusaram.

        Tomaram partido da alavancagem que detinham sobre o poder político para sangrar os orçamentos até quase o ponto de ruptura.

        Soa familiar no Brasil de 2016 e de teto de gastos não financeiros por 20 anos?

        Rentistas e finança foram extremamente favorecidos pela conjuntura:

        – Fim da ameaça (alternativa?) “vermelha”;
        – “Fim da História” (?) de F. Fukuyama, como corolário da “inexorabilidade”;
        – A liberalização selvagem dos mercados no Centro e na Periferia, muitas delas se valendo da nossa já conhecida “Doutrina do Choque”, de Naomi Klein.

        Eles abusaram sim… produziram a maior concentração de renda da História humana! Em 2016, pela primeira vez o célebre 1% do topo detém mais riquezas que todos os outros 99%.

        O divórcio é então por culpa exclusiva dos rentistas e de sua ganância?

        Não. Os políticos também abusaram nos artifícios que costumam utilizar para mascarar a tunga que finança e rentistas fazem no orçamento público.

        Que artifícios?

        Os da política, ora: discursos insinceros, hipocrisia, cinismo, cara de pau e sucessivos estelionatos eleitorais.

        Resultado?

        O eleitorado ficou imune. Está “dessensibilizado”, como digo no post de ontem. Isso com a ajudinha providencial da grande mídia e dos seus patrocinadores, como explico lá.

        Que fazer agora quando os que foram sacaneados por 30 anos resolvem sacanear de volta o sistema com a única arma que lhes resta – o voto?

        “Greve”? “atos públicos”? “boicotes”? “desobediência civil”?
        Quando? Onde?

        Situação difícil…

        Ainda mais num contexto de fim do “carreamento” do mercado de opinião pela mídia hegemônica, por natureza moderada e moderadora, em virtude da mudança tecnológica e da ascensão das redes sociais e de suas bolhas rivais.

        Ainda vamos bater muito a cabeça antes de descobrir como sair deste buraco em que nos encontramos.

        Por ora, imperativos de sobrevivência:

        – União (desesperada?) das esquerdas e política de contenção de danos, com luta pela mitigação das perdas dos setores populares / vulneráveis.

        Simples assim.

        *   *   *

        (i) Acompanhe-me no Facebook:

        Romulus

        *

        (ii) No Twitter:

        @rommulus_

        *

        (iii) E, claro, aqui no GGN: Blog de Romulus

        *

        Quando perguntei, uma deputada suíça se definiu em um jantar como “uma esquerdista que sabe fazer conta”. Poucas palavras que dizem bastante coisa. Adotei para mim também.

        1. Ainda acho grande demais… Mas o comentário é seu

          Só acho uma pena, porque desencoraja a leitura, e seus comentários sao muito bons, informativos.

          1. é o que o tempo me permite

            Obrigado!

            Tb acho uma pena. Mas, como hoje a maioria dos meus artigos fica apenas no meu blog e nao sai no GGN, tenho de divulgar por conta propria nas redes sociais (Face, Twitter, Whatsapp, hangouts…). Isso da um trabalhao.

            Entao, acabo colocando “varios artigos em 1”, para concentrar o esforço de divulgaçao.

            Sei que nao é o ideal e que ate desencoraja, como vc diz, mas é o que o tempo me permite hoje.

            De qualquer forma, obrigado pelos seus comentarios.

          2. OK. É o q dá. Mais nao deve ser exigido…

            O mesmo vale para a avaliaçao dos governos do PT, rs. Fez-se o que foi possível. Se nao responde aos anseios de algo Ideal, que alguns ingênuos buscam, fazer o quê? Mandar lamber sabao, rs.

          3. É difícil combater o pensamento único

            A Globo teve sucesso em demonizar o PT e desacreditar a melhor época da política brasileira. O pior é que parte da esquerda, em parte por ingenuidade e em parte por oportunismo, reforçou esse discurso, aumentando com isso a vitória da Direita. Esse discurso dos “erros do PT” ajuda a Direita. Claro que erros houve, nao existe governo nenhum, partido nenhum, que nao cometa erros, os anjos estao todos no Céu, nao na sociedade. Mas ficar insistindo nisso é fazer o jogo da Direita.

  37. Lendo os comentários, percebo

    Lendo os comentários, percebo dois tipos de tendência:

    1. O problema não somos nós, são os nossos inimigos, que, veja só, tiveram o desplante de lutar contra nós e nos derrotar. Bom, é por isso que eles são inimigos. Se nos derrotaram, foi por que em algum momento não soubemos lutar contra eles.

    2. O problema somos só nós, o inimigo não tem nada a ver com isso. Se tivéssemos acertado sempre, não teria havido nem luta, quanto mais derrota. Ora, o inimigo não luta contra nós por que nós cometemos erros, mas por que, para ele, os nossoa acertos são piores que os nossos erros.

     

  38. Joga pedra na Geni..

    “O PT se transformou no partido dos palácios, dos gabinetes, do luxo e da arrogância. Ninguém promove tal movimento sem que desabe sobre ele, mais dia menos dia, o merecido castigo do povo” exceto o PMDB, claro..

  39. Discordo da análise, mas concordo com os direcionamentos

    Essas generalizações (“estrutura partidária e dirigentes se corromperam, a militância se domesticou…”) confundem e não captam toda realidade. A conclusão de que Dilma caiu porque quis ou o PT se acabou por seus próprios erros, como sugere Aldo, são vazias. Houve uma guerra desleal e perdemos batalhas importantes.

    Houve sim registros de corrupção em empresas de capital misto sob a gestão petista, mas não na administração direta dos governos Lula e Dilma. Ali nunca houve corrupção. No governo Haddad, não houve sequer denúncias de ilícitos, ainda que ele estivesse de início coligado com Maluf.

    Nesse lamento de quem ficou de fora, Aldo repete o discurso adolescente e infantil de Erundina. Ainda assim, concordo com a necessidade de união das esquerdas.

  40. Diagnóstico duvidoso

    Que o PT cometeu erros, eu concordo, mas e os outros? Cometeram erros ainda piores e nem por isso sofreram impeachment, tampouco perseguição implacável da mídia oligopolista e da Justiça. Esse diagnóstico peca por não reconhecer isso. O PT pecou sim por não ser mais maquiavélico e por lidar de forma ingênua com atores de alta periculosidade como a mídia oligopolista, elementos do sistema judiciário, e vários bandidos do Congresso. Estes últimos estão livres e duvido que o MP tome alguma medida contra eles. O PT de Dilma acreditou que o republicanismo por parte do governo geraria republicanismo recíproco. Deu no que deu. A política foi demonizada e os ge$tore$ ganharam as eleições. Quer dizer, perderam para os votos nulos, brancos e abstenções, mas conquistaram os cargos.

  41. Está tudo dominado pela máfia demotucana!

    Não há como resisitir a mais de 20 anos de perseguição e discurso anti-PT feito pela grande imprensa demotucana. Aliados a eles entrou o judiciário e outros agentes públicos, que passaram a operar para a máfia demotucana. Agora, a esquerda e o PT deve  deixar o republicanismo e contra-atacar, obstruindo votações, sendo oposição a qualquer esforço de mundança da quadrilha que tomou o poder e parando o país, da mesma forma que fizeram com os seus governos. Devem também buscar aliados nos órgãos públicos para dar andamento às investigações da corja demotucana, que não são poucas. Precisam acompanhar e cobrar a prisão de bandidos como Aécio, Alckimin, Serra, Agripino, Álvaro Dias, ACM, Richa, FHC. Está tudo dominado pela máfia demotucana e é preciso urgentemente reverter isso.

  42. Análise corretissima. Em todo

    Análise corretissima. Em todo o país o PT perdeu autoridade moral. Mesmo que as acusações de natureza penal possam ser relativizadas, não há como negar  que tenha se transformado “no partido dos palácios, dos gabinetes, do luxo e da arrogância”. Caminhava aceleradamente para se transformar no novo PRI, totalmente descaracterizado e corrupto. Não há como negar que políticos corruptos estavam ganhando espaço.

    A direita brasileira termina brequando este processo. Chutou para fora dos palacios e jogou com estrondo de volta para o colo do povo brasileiro.

    Os movimentos futuros são cruciais. Para não sofrer liquidação total e resistir à ofensiva fascista, é preciso que o comando da sigla passe para lideranças que reconquistem a autoridade moral perdida e que definam novos rumos. 

    1. Mea culpa

      Mea culpa, minha máxima culpa.

      Vamos todos fazer atos de penitência e de autoflagelação, assumiu que fomos tentados pelos luxo, que nos tornamos arrogantes, aqui na minha cidade, ir de joelhos a vizinha cidade de Trindade. 

      Com tudo isso, reconquistaremos a autoridade moral.

        1. Meus amigos – numa luta longa

          Meus amigos – numa luta longa e dura como esta à qual nos propomos, a autoridade moral é fundamental. Me desculpem, mas as lideranças do PT proximas de mim – falo do estado de Goiás, onde está Trindade – são hoje autênticas burocracias de aparelho. Não muito diferente de outras tantas agremiações país afora.

          Foi muito bem a candidata a governo em Goiás. Foi excelente seu programa e seu desempenho. Mas seria preciso oxigenar toda a estrutura do PT por aqui, para que ela se transformasse em real alternativa.

      1. Autocrítica não é se

        Autocrítica não é se autoflagelar, autocrítica é tentar entender onde você errou e onde você poderia ter feito diferente. Não é aniquilar tudo de bom que você fez só porque fez algumas coisas erradas.

        O problema é que neste caso do PT os erros colocam em riscos todos os acertos, que foram muitos. A direita está ai para desconstruir tudo, desde a previdencia, a educação a saúde até a velocidade dos carros na Marginal. E eu não estou muito otimista, acho que existe chances dela conseguir e o retorcesso ser gigantesco. E enquanto a esquerda se degladia, o Bolsa Familia vai embora, o Mais Médicos vai embora, o Minha Casa vai embora, o Programa de Cisternas no Nordeste vai embora e etc e etc

        E onde o PT errou e o que ele poderia ter feito diferente. Primeiro, o PT e os frequentadores deste blog devem parar de se fazer de vítima, “o poder do PIG”,  o judiciário e bla, bla, bla.

        Para começar, o PT errou ao usar a mesma estratégia da direita para chegar ao poder. Errou ao escrever a carta aos brasileiros. Mas vamos dar o beneficio da dúvida , a aliança teria permitido o PT chegar ao poder, a carta aos brasileiros acalmou o mercado. Mas depois do primeiro governo Lula, a popularidade dele era tal que ele poderia ter enfrentado alguns desafios:

        – Lula e Dilma indicaram 9 ministros para o STF (Joaquim Barbosa, Carmen Lucia, Levandowski, Fux, Toffoli, Rosa Weber, Luis Barroso, Teori e E Fachin). Nao acertou com nenhum!!!! Repito, não acertou com nenhum!!!! Qual é a explicação possível para a maior incomptência política da história do Brasil? O FHC nomeu só um do ponto de vista da direita acertou na mosca. Alguém tem alguma duvida que se ao invés destes nao sei nem qual adjetivo eu uso tivesse indicado 9 Fabios Konder não teria havido impeachment?

        – Lula e Dilma nomearam duas vezes o Roberto Gurgel e o Rodrigo Janot e foi o desatre que foi. Qual a justificativa para nomear pela segunda vez? Não consigo imaginar qualquer? Porque após o primeiro mandato do Janot a Dilam não nomeou a Ela Wiecko? Novamente, o FHC nomeou o Geraldo Brindeiro e foi um sucesso, mais de 450 processos engavetados.

        – É verdade que a briga com o PIG não é fácil, mas gastar R$ 600 milhões por ano em propaganda apenas com a Globo??? Alguém explica? Poderia ter mostrado cojones e ter colocado a receita federal em cima da Globo.

        Estes são apenas 3 exemplos de que algumas medidas nem tão complicadas assim teriam mudado muita coisa. Nao ha uma simples frase de condenacao moral, mas sim de condenacao da estupidez, que eh muito pior. Podem chamar de autocritica.

    2. Está tudo dominado pela máfia demotucana

      O que me estranha é a facilidade que a direita, com apoio da imprensa e atualmente de agentes públicos, mantem grandes corruptos há décadas no poder sem ser incomodada. Demos uma marcha ré no tempo. Está tudo dominado pela máfia demotucana.

  43. Análise perfeita, só lamento ter demorado tanto a vir

    Sobre a cooptação dos movimentos sociais, sobre a resposta arrogante às críticas (ou simplesmente ignorando, ou classificando quem criticava como PIG, direitista, tucano, etc, etc.), sobre as práticas pouco éticas e tudo mais… essas eram coisas evidentes e já apontadas há 10 anos atrás (na época das comunidades do orkut, ainda….), mas governo, partido e militância se mostraram impermeáveis a tudo isso. Foi preciso chegar ao fundo do poço para que parte da nossa esquerda voltasse a ter um pouco de humildade e passasse a pelo menos cogitar não ser a dona absoluta da verdade e das boas intenções. Torçamos por uma auto-crítica profunda do partido, senão, longa vida ao PSOL. E se o PSOL insistir nos erros econômicos e administrativos… lamentável, mas a esquerda deixará de ser uma opção séria para o país por bem mais que uma década. Por fim, uma passagem lapidar, que merece ser repetida, para não ser esquecida em meio aos velhos vícios brasileiros: “O PT alimentou a mesma crença que as elites históricas conservadoras alimentaram desde os tempos coloniais no Brasil: a de que a sociedade pode ser moldada e transformada desde o alto, desde o Estado. Esta prática sempre engendrou dominação e não liberdade e cidadania.”

  44. Sabe quando o PT começou a

    Sabe quando o PT começou a cair e não foi por causa da corrupissaum?

    Quando pessoas doutas tipo o Fornazziere encamparam a pauta da revolussaum primaveril dos R$0.20, do Não Vai Ter Copa, da inocência dos blackblocs, e nos levaram a este fragoroso inverno.

    Era legal ser revolussionario, fazer revolussaum.

    Afinal, fazia tempo que navegávamos em mares calmos, céu de brigadeiro, precisávamos dar uma agitada na pauta dos direitos, que eram apenas reformistas kapetalistas, que não eram estruturais, que faltava vontade política, que não eram levadas ao congresso, estávamos cansados da inércia e do populismo consumista, que o grande problema era ter levado o povo ao consumo e não à consciência política, que não bastavam cotas, mesmo que conquistadas a duras penas, ao mesmo tempo em que cobrávamos ação, criticávamos a coalizão com, principalmente o PMDB, sem o qual ninguém governa.

    Análises que iam ao encontro da direita e eram reproduzidas na mídia hegemônica. 

    Houve erros sim, mas houve também muita ajuda dos sabichões para que nos jogassem neste caos.

    O problema jamais foi a corrupissaum da esquerda, por mais que ualquer pessoa em sã consciência não possa concordar com este tipo de desvio ético.

    Vou dar um exemplo de proximidade com a população, movimentos sociais etc.

    Meu candidato a vereador foi escolhido como o melhor vereador de SP pelo movimento Voto Comsciente. Sempre foi atuante junto à periferia, foi responsável por uma série de melhorias em sua região, assim como em toda SP. O cara trabalhava diuturnamente, sem folga, em todas as questões. Saúde, moradia, transporte, educação, com grandes conquistas para a população. 

    Ficou na suplência e sabem o que eu ouvi de quem não votou nele, apesar de ser “”quem grande cara, faz mesmo, ponta firme”? Que ele não fez mais que obrigação, pois foi eleito pra isso. 

    Tentei argumentar que este seria um bom motivo para reelegê-lo e me responderam que tem que dar chance pra outro.

    Qual a parte de falta de proximidade e politização que não houve? 

    Esta resposta veio de pessoas, ativistas regionais que estavam lutando junto com ele e votaram em outros.

    Cansei, cansei, cansei.

  45. Sabe quando o PT começou a

    Sabe quando o PT começou a cair e não foi por causa da corrupissaum?

    Quando pessoas doutas tipo o Fornazziere encamparam a pauta da revolussaum primaveril dos R$0.20, do Não Vai Ter Copa, da inocência dos blackblocs, e nos levaram a este fragoroso inverno.

    Era legal ser revolussionario, fazer revolussaum.

    Afinal, fazia tempo que navegávamos em mares calmos, céu de brigadeiro, precisávamos dar uma agitada na pauta dos direitos, que eram apenas reformistas kapetalistas, que não eram estruturais, que faltava vontade política, que não eram levadas ao congresso, estávamos cansados da inércia e do populismo consumista, que o grande problema era ter levado o povo ao consumo e não à consciência política, que não bastavam cotas, mesmo que conquistadas a duras penas, ao mesmo tempo em que cobrávamos ação, criticávamos a coalizão com, principalmente o PMDB, sem o qual ninguém governa.

    Análises que iam ao encontro da direita e eram reproduzidas na mídia hegemônica. 

    Houve erros sim, mas houve também muita ajuda dos sabichões para que nos jogassem neste caos.

    O problema jamais foi a corrupissaum da esquerda, por mais que ualquer pessoa em sã consciência não possa concordar com este tipo de desvio ético.

    Vou dar um exemplo de proximidade com a população, movimentos sociais etc.

    Meu candidato a vereador foi escolhido como o melhor vereador de SP pelo movimento Voto Comsciente. Sempre foi atuante junto à periferia, foi responsável por uma série de melhorias em sua região, assim como em toda SP. O cara trabalhava diuturnamente, sem folga, em todas as questões. Saúde, moradia, transporte, educação, com grandes conquistas para a população. 

    Ficou na suplência e sabem o que eu ouvi de quem não votou nele, apesar de ser “”quem grande cara, faz mesmo, ponta firme”? Que ele não fez mais que obrigação, pois foi eleito pra isso. 

    Tentei argumentar que este seria um bom motivo para reelegê-lo e me responderam que tem que dar chance pra outro.

    Qual a parte de falta de proximidade e politização que não houve? 

    Esta resposta veio de pessoas, ativistas regionais que estavam lutando junto com ele e votaram em outros.

    Cansei, cansei, cansei.

    1. É isso aí Nilva

      Concordo com voce, Nilva. A esquerda ideologicamente pura, imaculada, tem um odio incontido ao PT, e o Fornazieri é um grande representante deste corrente de pensamento. Ele está mais preocupado em bater no PT, em qualquer circunstancia, do que em ajudar a iluminar o momento tenebroso que atravessamos.

  46. a reconstrução das esquerdas


    Para iniciar: Uso o termo ” esquerdas” mas não concordo com o uso dos termos esquerda e direita , assim como o uso no plural da esquerda e não da direita.

    Entendo que todas as tendências tem variantes.

    Bem, discordo que para a reconstrução das esquerdas, tem se que fazer um mea culpa e assumir toda a penitência por esta derrota. Guinar a direita , então , como sugere Aldo, é o fim da picada.

    Que o poder corrompe é mais do que sabido, tanto que, a finalidade da doutrina de esquerda é chegar a falta total de poder, de poderosos e obedientes. Se fosse para ficar com a elite mandando e o povo ( plebe) obedecendo, não precisaria de esquerd(s).

    O PT se empolgou, Não subiu no salto, mas uma euforia tomou conta de um partido que se achava imbatível. Se melecou no dinheiro público para mobilização de sua ideologia e consecução de seus projetos. Investiu em mídia , em serviços, em melhorias com um dinheiro que vinha de modo escuso e que transitava por orgãos paralelos. É o que se diz ” aprelhamento do estado”.

    Lamber feridas não vai resolver nada. Ganhar terreno , hoje, significa a volta as origens. Mas se os partidos de esquerda devem ser honestos e a ruptura desta honestidade é considerada traição, como fazer para recuperar a confiança do traído? Seria impossível dentro da leitura de Aldo. Então só restaria lamentar-se.

    Dar a volta no cenário que a mídia pinta é a única saída. Comprovar que é melhor do que os outros , ainda que erre, ou se locuplete é a única coisa que se pode fazer.

    porém, a conclusão do processo eleitoral do 1o. turno, nos mostra uma realidade interessante: Não aceitar alguém é a nova ordem.

    neste quadro , temos a esperança de que um novo líder possa ocupar este vácuo. Bater firme na direita é o único modo de deixar as atuais direita e esquerda em pé de igualdade. Formar um líder independente é um desafio a ser vencido.  

  47. Ganhou quem ouviu as ruas….

    Excelente o artigo. Ou o PT mucha as orelhas e começa a se reconstruir ou passará a ser mais um PSTU da vida.

    Sandra Cavalcante num artigo de jornal salientou muito bem que a característica mais importante para um político se eternizar é a humildade. A medida que o político se esquece dela, se afasta do povo e de seus eleitores, se apruma pra bancarrota. Com o PT não foi diferente: começou em  com um ministério mágico, compondo competências de vários partidos, mas aos poucos, conforme cresceu seu sucesso, foi enxugando seus colaboradores e se atrelando às raposas mais podres da política por comodidade e por ingenuidade. Nas ruas o povo expressou seu descontentamento expelindo qualquer partido de suas manifestações. O PT ignorou. Se manteve cego às demandas populares. Aí vem um almonfadinha, raposinha filho de político experiente, e diz que abre mão do salário de prefeito e só quer ser gestor não político. Arrembenta nas urnas. Assim será também com o próximo candidato a governador ou presidente que se propor a acabar com a aposentadoria dos políticos. Arrebentará também. O povo sabe que é necessário enxugar, até aceita ou engole reduzir direitos, mas não se conforma com a injustiça da classe política nadar de braçada nas benesses pagas pelo povo e exigir dele sacrifícios. O sistema político está podre, se auto-beneficiando mesmo num quadro de extrema economia. Não estranhem se o povo pedir pelo absurdo da volta dos militares. Espera-se apenas igualdade de sacrifícios.

    Na história sempre se viu que quando o poder reinante não enxerga o inconformismo do povo, então aceita-se até o extremo exagerado como solução. Corrupção sempre houve e sempre haverá. Mas ela só agride quando debocha da inteligência do povo.

    1. De novo a humildade cristão!

      Não é possivel o PT ser mais um PSTU, porque este nunca foi um PT. O PSTU “prega “, fala somente para os convertidos. Edmund Wilson, em Rumo a Estação Finlândia, já observa esse carater moral de membros da esquerda. São os guardões da moral e bons costumes da esquerda.

  48. “Corrupção”

    Artigo muito bom, Sr. Fornazieri, porém só faço o comentário adicional de que não foi a “corrupção” que derrubou o PT, e sim seu republicanismo. O PT é tão corrupto quanto qualquer outro partido, se aceitar doações de campanha de caixa 2 for considerado “corrupção; e isto porque nosso sistema eleitoral não deixa opções a quem não queira aceitar doações. Sem as doações, o PT teria sido um PSOL. Não teria se aliado a ninguém e talvez não teria nem ganho nada, eleição nenhuma, isto é um presidencialismo de coalizão, infelizmente.

    Aquilo que aqui chamamos de “corrupção”, é legalizado em quase todos os países do mundo, nos EUA é chamado de Lobby. sem isto, uma democracia num sistema capitalista não funciona. Nos EUA e na maior parte do planeta. é normal que empresas doem dinheiro para políticos aprovarem projetos de seu interesse. Aqui só a direita tem este privilégio.

    O combate a “corrupção” foi na verdade apenas uma desculpa para pegar petistas, pois teriam apeado o PT do poder até por uma multa de trânsito se não achassem nenhum outro motivo.

    ———

    Agora quanto a Maquiavel, isto o autor do post tem razão. Sem Maquiavel, nenhuma disputa eleitoral será vencida. Maquiavel é um incompreendido; 90% do que Maquiavel escreveu é ótimo, e plenamente aplicável a qualquer democracia do século XXI. Os outros 10% que Maquiavel escreveu, e que parecem anti éticos, precisam ser compreendidos que eram devido a terem sido escritos 400 anos atrás, por um homem recém saído da Idade Média. Alguma coisa que Maquiavel escreveu realmente é preciso relevar e entender no contexto da época em que foi escrito. Mesmo assim, a maior parte do que ele escreveu continua atualíssima e imprescindível para se ganhar disputas de poder.

    Recomendo aos governantes de esquerda, ler Maquiavel (o Príncipe), Sun Tzu ( A Arte da Guerra),  Lao tse ( Tao Te Ching), e Baghavad Gita, quatro  ótimos Livros best Seller sobre a arte de  governança,  de estratégias e de batalhas. E lógico, treinar muito Xadrez, a nível Master.

    O republicanismo do PT será definitivamente enterrado, outros partidos de esquerda o sucederão no poder. E desta vez, não irão nomear inimigos para cargos chave, nem fritar omeletes na casa do adversário.

    Num jogo político a nível Master, onde a direita é discípula  fervorosa de Maquiavel, não há lugar para ingenuidades.

  49. Ao PT (assim como a qualquer

    Ao PT (assim como a qualquer partido tradicional brasileiro) falta responsabilização pelas ações e transparência das decisões. As direções de partidos devem ter suas ações discutidas pelos interessados. E, caso sejam percebidas como inadequadas, a direção possa ser alterada. Em democracias mais estáveis, eleições ruins levam a novas direções, demissão das velhas.

  50. Tem quem cai sozinho, tem quem é derrubado. Tem os 2.

    Se há uma culpa ao PT por sua situação atual é a de atuar publicamente como se os adversários lutassem limpo, dentro das regras, etc. e tal,como se não fossem usar todo o poder que tem e sempre tiveram há séculos para retomá-lo por bem ou mal.

    Entendendo autoridade como um poder reconhecido, o PT (e seus governos) que teve delegação do povo para usá-la, abdicou dela contra aqueles que não a tiveram durante 13 anos, mas que jamais abdicaram do poder.

    Eles tinham autoridade (e consequente poder, embora o inverso não seja necessariamente verdadeiro) sobre a ABIN, sobre a policia federal, sobre as forças armadas e suas inteligências, os ministérios, as estatais, enfim, a faca e o queijo na mão para fazer em 13 anos contra a quadrilha do 1% e seus políticos, o que a lava-jato fez em 2, lá na instância primária.

    Cortar da míRdia cartelizada o fôlego que eles cortaram dos blogs “sujos” e da EBC em 24 horas.  Fazer o inevitável toma-lá-dá-cá da governabilidade ativo e não passivo:

    Não um ” eu te dou e vc me apoia” mas um “ou vc me apóia ou vai em cana” (o que acabaria acontecendo com o tempo, fazendo a limpeza na velocidade e quantidade POSSÌVEL).

    Não tem nada a ver com desviar-se da “pureza esquerdista”. O mundo não é puro e o poder sempre foi dos poderosos, seja nos EEUU, na ex-URSS, no Reino Unido, na Coréia do Norte,na Etiópia.ou neste torrão varonil.

    A diferença básica é no alcance e abrangência do poder e poderosos, para o individual/grupal restrito ou para o coletivo amplo.

    O resultado esta aí.

    Não porque alguém caiu.

    Mas porque foi derrubado.

    Porque, apesar de autorizado, até por necessáio e merecido,

    Não soube dar porradas

    Merecidas

  51. Disgusting……

    Aldo tece as críticas de sempre, as acusãções de sempre esquecendo toda a obra do PT. Fala do PT como se fosse o seu PSDB. Isto não é verdade. O PT caiu mais por seus méritos do que por seus deméritos. A arrogância dos palácios de que Aldo fala é tão distante do PT quanto o apartamento de ABC de Lula é de Higienópolis, ou do apartamento em Paris.  Tão distante quanto a aposentadoria de Dilma e a riqueza de um Serra.  Será que a distancia do PT às bases, pode sequer ser comparada com a proximidade de todos os outros partidos.  È disgusting e desgastante ouvir esta ladainha, que não compreendeu ainda o que é ser governo neste nosso país. É muito fácil hoje falar em incompetências do PT. Quando hoje se vê juizes incompententes. porque violam a legislação, abertamente, fazem peças jurídicas totalmente incompetentes.  misturam julgamento com investigação, e mesmo após tantos erros e tanta incompetencia, estão incensados como sendo brilhantes astutos e audazes.. Caro Aldo,  é importante dar o nome certo às coisasn, a queda do PR  não tem nada a ver com erros do PT , ou incompetências .  pois isto liquidaria definitivamente todos os oponentes políticos. OU será que você acha que o nosso usurpador de plantão é um gênio.  Tudo isto ocorreu agora, mas vem sendo tentado desde que um operário sentou no ALvorada. Demoraram, mas a economia e a crise mundial falou mais alto. E saiba que este povo vota na economia. Neste   momento esta casta  que assumiu estava em desespero,  como fera acuada se torna de fato perigosa. Veremos o que farão e depois venham me falar em competência e incompentencia. Eu diria que nem a mídia é competente, é apenas cínica e tem poder e força.

    A incompetência do PT, será que foi o republicanismo?  Ao contrario seria  anti democrático. Parece que ninguèm se importa com a destruição de todas as nossas instituições. Veja de fato a operação Lava Jato e verás que acusados do PT somam uns poucos que se contam nos dedos. E destes  a maioria não enriqueceu, seu mal foi , por razões republicanas ter sentado à mesa com bandidos.  POrtanto modere as  suas palavras quanto a corrupção. Veja que não estou dizendo que não há, mas é claro que se isto fosse relevante nenhum partido estaria no poder. A arrogância de que tanto falam é apenas porque  não concebem esta plebe em determinados cargos.  Como diziam é um zé ninguém muito do metido a besta. Se arrogância fosse o mais importante o que seria do PSDB, Dória e Cunha. 

    Reconstruir um movimento de oposição sim, esta comiseração é ridicula.

  52. Vou mais longue…..

    Para min se o projeto prioritario é por o Brasil no trilhos da “normalidade” democratica num prazo mais ou menos curto, eu acho que não so as esquerdas devem ter um projeto minimo em comun como toda ajuda é boa.Quero dizer que ter nesta frente ampla, gente de centro e mesmo “liberais” na definiçao “classica filosofica”(definição minimalista wiki:Liberalismo é uma filosofia política ou uma visão de mundo fundada sobre ideais que pretendem ser os da liberdade individual e da igualdade.Os liberais defendem uma ampla gama de pontos de vista, dependendo de sua compreensão desses princípios mas, em geral, apoiam ideias como eleições democráticas, direitos civis, liberdade de imprensa, liberdade de religião, livre comércio e propriedade privada).Não acho que o problema politico no Brasil seja so um problema direita /esquerda, mas uma real reflexão sobre o que o Brasil e Brasileiras/os querem como pais, um grande pacto me parece nescessario para voltar a normalidade…..Eu não vejo o “governo (fora)Temer como um governo neo liberal, para min eles são um grupo de capatazes cercados de um bando de jagunços……eles estão trabalhando para “os outros”.Todo cidadão democrata e republicano(patriota no sentido de querer o melhor para o seu pais) seria bem vindo.Não creio que Tancredo Neves teria o mesmo discurso que Aecio Neves…..não creio que Ullises Guimarães estivesse de acordo com esta bandalheira, a mesma coisa com Pedro Simon e muitos outros…Tenho duvidas se Enrique Ricardo Lewandowski ou Marco Aurélio Mendes de Farias Mello estão de acordo com esta palhaçada…eu acho que se tivermos uma inversão da tendencia atual, mais gente vai sair do mato….juizes, promotores e mesmo parlamentares.Por as coisas em termos de esquerda moçinhos e direita/centro bandidos, me parece um pouco infantil…o debate de fundo ideologico pode ser feito numa segunda etapa….prioridades amigos, prioridades……..     

  53. DA DERROTA DO PT PODE SURGIR UMA FRENTE REPUBLICANA

    DA DERROTA DO PT PODE SURGIR UMA FRENTE REPUBLICANA

    Apesar de ter sofrido uma “expulsão branca” do PT na década de 1990, sempre reconheci a importância de algumas de suas políticas e mesmo continuei votando em alguns de seus candidatos. Por questão de independência e autonomia, há duas décadas dou apoio aos seus programas políticos relevantes e inclusivos à cidadania, e mesmo a candidatos que lutam individual e quixotescamente por algumas bandeiras civilizatórias. Nos últimos 20 anos milhares de pessoas com aderência social, participativas em todos os setores da sociedade, se afastaram do PT. Todavia, o dilema é que, no geral, as opções à esquerda, também carregam os mesmos vícios, ou seja, de autoritarismo ideológico, ou da mais reles corrupção.

    Continuo um humanista republicano radical (no sentido de políticas e convivências iluminadas nestes princípios). E, ao contrário de ver messianicamente o fim do mundo na derrota humilhante e punitiva do PT, entendo que o seu peso, ao mergulhar na intolerância e no saque do patrimônio do povo, com desclassificados e gente sem profissão transformadas em milionários, possibilita um movimento de reordenação democrática (sem adjetivos), republicana, humanista, inspirada em princípios de “economia comuneira”, em que a dualidade da parte partidária se relacione dialeticamente com o todo da nação; que o Estado não seja apenas parte da tática, do meio, para o dirigismo do todo. Antes de tudo, a derrota do PT é um aviso, quando não um diagnóstico, também para outras organizações autoritárias e obsoletas pretensamente de esquerda e revolucionárias.

    Mais ainda, não se constrói o necessariamente transformador, o novo, com gente carcomida pelo obsoleto e pelos vermes oportunistas e corruptos da sinergia burguesa; com aquela gente que forma a legião dos executores dos projetos fraternos e humanos; com aqueles que oscilam entre a empáfia de estadistas até a triste cena de habitantes de penitenciárias.

    Dói, e como dói, olhar algozes de sonhos, anos de militância decente de milhares de pessoas… Ex-camaradas como presidiários…

    A culpa não é da burguesia grileira, do estamento que domina o país desde o Império, da direita fascista e rancorosa, do lúmpen que oscila entres as mãos que oferecem esmolas e oportunidades clientelistas. Os responsáveis são aqueles que não estiveram e não estão à altura dos desafios da história. Apesar de empunharem bandeiras aparentemente generosas, promovem retrocessos dolorosos. A realidade é que o Brasil terá tempos dificílimos pela frente. E já circula por aí que o “mal” venceu o “bem”. Ilude-se quem quer com fórmulas prontas, transferidoras da culpa aos outros. Quer dizer, com tais pressupostos, talvez não se consiga superar a médio prazo a derrota histórica sofrida porque a tropa principal não estava pronta e a estratégia/táticas adotadas tergiversou a utopia popular.

    O texto do Aldo ajuda em muito compreender aquilo que muitos petistas e ex-petistas alertavam desde a década de 1990. Alguns iluminados pela história e cultura política, mesmo antes…

  54. PT, o bode expiatório no expurgo da esquerda

    O PT tinha que dar o exemplo, afinal sempre lutou contra a Velha Política e seu modus operandi.

    Este é o consenso incluindo petistas, simpatizantes e a esquerda em geral. Incluindo este que escreve.

    É também o argumento do STF, da PF, do MPF, do Moro, da imprensa golpista, dos que colaboraram para a saída de Dilma, entre eles o FHC, o Aécio, o Serra.

    Mas o mesmo não é exigido do PMDB, do PSDB, do DEM e do Temer, Renan Calheiros, Aécio, FHC, Serra.

    Ou seja, eles podem roubar e fazer o que quiser porque é o que se espera deles. Mas o PT?

    Quer dizer, não se está questionando o roubo em si, mas de forma moralista se questiona somente o PT. 

    O bode expiatório é o PT.

    Então os outros partidos podem roubar?

    Adultos que não conseguem pensar que não adianta quem meta a mão no caixa do erário, importa é que é errado que ninguém pode fazê-lo, seja para comprar emenda de reeleição ou para financiar partidos políticos como se fez na Petrobras desde a ditadura militar, seguiu no governo Sarney, adentrou no Collor, Itamar, no FHC, no Lula e na Dilma.

    Vocês são primários.

    Moralistas.

    A democracia foi sequestrada por estes grupos e corporações que faziam lobby na Petrobras, financiavam políticos e sequestraram o voto do povo.

    Não temos uma democracia real. Temos uma farsa. Votamos, mas não temos a garantia de que nosso voto será respeitado.

    O que se faz em todas as instâncias do estabilishment é condenar o PT para condenar a política e condenar o povo.

    A conspiração está sendo orquestrada por vários atores que desejam que o Brasil não se modernize.

    O desejo da plutocracia é mudar tudo para que tudo fique igual.

    Não se enganem. As manobras estão sendo realizadas para que a plutocracia continue dando as cartas retirando das ruas o poder de definir agendas no Congresso e judiciário.

    Tornando possível a volta do neoliberalismo.

    Mas a resposta está nas ruas, na organização de coletivos, associações, sindicatos, partidos políticos que podem impedir o avanço da agenda conservadora.

  55. 2º o autor o PT deu o Golpe ?

    O Sr. Aldo, autor do texto, citou 8 vezes “as esquerdas”, mas, o único partido citado é o PT, porque será ?

    E, pelo raciocinio do autor, o João Goulart foi o responsável pelo golpe de 64 ?

    Pera aí né !

  56. PT substitui o mordomo

    O modismo da hora à esquerda(?) do espectro político é um discurso único: o PT é o culpado de tudo! Vai ser assim, criminalizando o PT e elegendo-o o bode expiatório que se pretende construir uma Frente para recuperar o país para a democracia? A direção nacional do PT deveria fazer uma vigilância constante na vida de seus mais de mil filiados para ver se estão agindo honestamente em seu dia-a-dia? Onde no mundo está este partido tão puro que não tem um só corrupto em suas fileiras? A corrupção não é mais inerente ao ser humano como era antes? Eleger um alvo e assestar nele tudo de ruim que a democracia está vivendo no Brasil é muito fácil e cômodo. E o rolo compressor do Poder Econômico que concentrou todos os seus muitos e caros recursos em derrotar os candidatos de Esquerda (e não só os do PT) não conta? Em 13 anos todas as mazelas sociais, políticas e econômicas de mais de 500 anos deveriam ter sido resolvidas? É uma análise enviesada em todos os seus aspectos, sem profundidade e feita no calor da hora.

  57. Depois do touro abatido todo

    Depois do touro abatido todo mundo se acha com coragem de pegar no chifre. Pois é isso que temos agora: um processo de expiação que para algum desavisado pode até parece que regredimos à Idade Média na qual eremitas saiam perambulando pelas ruas conclamando pelo arrependimento dos pecadores: “Arrependei-vos, irmão, enquanto é tempo! Se não Satanás vos espera!”

    Tempos da (nada) Santa Inquisição onde hereges, bruxas e quem mais afrontasse a Santa Madre eram torturados para confessarem o que sabiam, o que não sabiam e o que deveriam saber. Algo mais ou menos parecido com o Tribunal do Santo Moro, respeitadas, é claro, as proporções. Ou seja: pelo menos no primeiro se poderia arrepender e sair numa boa. Já no segundo, necas de Curitiba, digo, pitibiriba! 

    Logo no pórtico de entrada, esse aviso que certamente Dante copiou para inserir na sua Divina Comédia:

    Antes de mim coisa alguma foi criada

    Exceto coisas eternas.  e eterna eu duro

    Deixai toda a esperança, vós que entrais!

    Se é inegável e irrespondível muito do que o articulista aduz, da mesma maneira é evidente que carrega nas tintas e nos pincéis numa análise que perde parte da sua consistência em razão de simplismos nada condizentes com o perfil e a respeitabilidade desse intelectual. Para quem estivesse aportando agora no planeta Terra certamente apreenderia que esse PT merece tudo que está passando e mais alguma coisa. 

    Sobra péssima retórica enquanto falta consistência factual a frase abaixo:

    O PT se transformou no partido dos palácios, dos gabinetes, do luxo e da arrogância.

    Que o PT cometeu erros e equívocos, nada a questionar. Entretanto, indaga-se: quem não cometeu ao longo da história do país? Onde estão os fatos e as situações que possam corroborar juízo tão definitivo? Quem do PT ficou rico, milionário, após os 14 anos de Poder? O Lula, o José Dirceu, O Genoíno, o Suplicy, o Palloci…….Quem? Arrogância quando e porque se recebe críticas exatamente pelo contrário, ou seja, a tibieza(beirando à covardia) com que exerceu o Poder, cujo exemplo maior foram as indicações para o MP e o Supremo, feitas com excesso de republicanismo? 

    Enfim, um artigo aceitável e pertinente enquanto não descambou para formação de juízos terminativos e descabidos. 

     

     

     

     

     

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