Os radicais do centro democrático, por Luis Nassif

Centro supõe mediação. Se há a esquerda e a direita, o centro seria o mediador, aquele que levanta os pontos em comum dos dois lados, as melhores propostas, independentemente do lado, e monta a síntese.

O Brasil é um país ideologicamente tão capenga, tão pré-histórico, que por essas plagas desenvolveu-se um tipo político único: os radicais de centro, um grupo de intelectuais que se autonomearam porta-vozes do centrismo e, nesse papel, decidem radicalizar por julgar que, nesses tempos de polarização, vence quem grita mais, ou quem polariza mais – mesmo se autodenominando porta-vozes do centro.

É o caso do jovem Joel Pinheiro da Fonseca, que valoriza tanto a própria opinião que ela se torna a manchete de seus próprios artigos: “No confronto entre união e polarização, prevejo que vai dar união”.

Lembra, em muito, os jogos retóricos das redes sociais, ou mesmo nos comentários de TV e rádio, em que o argumento de autoridade está no modo de entoar o pronome EU taxativamente, independentemente de desenvolver argumentos que embasem a conclusão.

E o que é a tal da “união”? É deixar de fora todos os que sustentam que houve golpe, que Lula está sendo perseguido. “E segundo porque cansamos de tanta briga; está na hora de trabalhar juntos”. Trabalhar juntos significa aceitar as reformas de Michel Temer, se integrar ao mercado global, escolher outras prioridades para o gasto público”. Lembra a história dos centristas portugueses quando começaram a linchar os radicais da Revolução dos Cravos. Tipo, nós não somos radicais, o outro lado é que é um bando de fdp.

Joel, mais dois ou três economistas conhecidos, interpretando papel de uma espécie de Marco Antônio Villa do centro. Todo seu exercício intelectual consiste em descobrir argumentos que fortaleçam suas próprias posições. Não se trata do exercício intelectual de definir objetivos, pensar alternativas, burilar argumentos. Trata-se de vencer a discussão.

Dia desses, almocei com um deles, amigo, ótimo papo, economista brilhante. No entanto, o almoço todo foi um esgrimir de interpretações estatísticas visando testar os argumentos, como se estivesse em um coliseu intelectual.

Faz parte desse jogo propagandístico a ideia de colocar Lula e Bolsonaro no mesmo campo do populismo autoritário. Ninguém que conheça minimamente Lula engole esse argumento. O governo Lula foi fundamentalmente socialdemocrata e, no campo econômico, um híbrido de desenvolvimentismo com liberalismo de mercado.

Aliás, esse hibridismo pode e deve ser criticado como um dos erros centrais. Mas dai a considera-lo um populista vai uma distância estelar. Como pode ser populista se reduziu substancialmente a dívida pública em todo seu período? Se jamais colocou qualquer obstáculo ao livre fluxo de capitais?

A crise do período Dilma se deveu a uma mudança substancial do ambiente econômico, que não foi enfrentada com a estratégia econômica correta.

A ideia da eficiência do gasto público não considera, por exemplo, que o Bolsa Família foi o programa social mais bem administrado do país; que o banco de dados serviu de base para o grande salto do Brasil Carinhoso, a maior obra de Dilma; que a integração entre Luz Pra Todos, Bolsa Família, hortas comunitárias serviu para a criação de uma rede socioeconômica que complementou o Bolsa Família.

Antes de Lula, a tecnologia social era prerrogativa dos liberais, a partir dos trabalhos exemplares de Ricardo Paes de Barros. O próprio Marcos Lisboa era um de seus arautos. Hoje em dia, não há nada parecido no campo liberal, apenas o discurso do anti, anti-gastos sociais, anti-políticas públicas, sem apresentar um projeto alternativo claro, minimamente viável. A ideia da Bolsa Família, os estudos de focalização, foram assimilados pelo grupo de Lula, e completamente esquecidos por esses liberais.

E porque não incluem o BF em seu projeto de país? Porque significaria fazer a mediação efetiva, verdadeira, honesta, de levantar projetos bem-sucedidos independentemente do rótulo dado pela mídia. E esse trabalho tiraria a pureza radical dos nossos centristas e, consequentemente, seu posto de porta-vozes do radicalismo de centro.

Mesmo Marcos Lisboa, autor de um excelente trabalho de melhoria microeconômica, como Secretário Executivo da Fazenda, conformou-se com o papel de mero propagandista político.

Já disseram e se confirma na quadra atual: o subdesenvolvimento é um trabalho de gerações.

O centro democrático vingará não quando o modesto Joel quiser, mas quando houver um grupo crítico de liderança , de lado a lado, com clareza e coragem suficiente para fazer a síntese, com coragem para denunciar os abusos do mercadismo e da estatização excessiva, os erros da falta de regulação e da regulação excessiva, entender a participação social como um primado das modernas democracias, e o uso dos mercados como instrumentos das economias modernas.

A radicalização, de lado a lado, serve apenas de instrumento de promoção dos porta-vozes do radicalismo. De lado a lado.

 

 

 

Luis Nassif

56 Comentários

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  1. Centristas, ma non troppo

    “E porque não incluem o BF em seu projeto de país? Porque significaria fazer a mediação efetiva, verdadeira, honesta, de levantar projetos bem-sucedidos independentemente do rótulo dado pela mídia. E esse trabalho tiraria a pureza radical dos nossos centristas e, consequentemente, seu posto de porta-vozes do radicalismo de centro.”

    Acrescento: 1) porque são falsos centristas, todos têm lado; 2) porque é preciso salgar a terra onde o PT pisou. 

    1. É isso, Fernando

      Salva-se Luiz Carlos Bresser Pereira. Único a valer a pena ler. O resto um amontoado amorfo de aniquiladores dos setores produtivos,

  2. Haja paciência!…

    Nassif, é preciso dar os nomes aos bois: esse pessoal é, sempre foi e sempre será de direita. Esses panacas engomados, medularmente antipovo, não fazem a menor ideia do que seja o centrismo.

  3. *

    A gente deveria parar de usar a palavra radical como ela tivesse uma carga pejorativa;vamos lembrar aquela velha definição de “ir na raiz das questões”. E essa visão de centro me lembra “midia imparcial” ou a “apolítica”. Não se mistura água com óleo. Alguem que consiga o feito de misturar propostas da dita esquerda com a direita, tem lado. O que se diz de esquerda no máximo são visões progressistas.

  4. Considerar o PSDB como opção
    Considerar o PSDB como opção de centro em 2018 é um completo equívoco. O PSDB apoiou em peso a redução da maioridade penal em 2015. Dois dos seus deputados (Rogério Marinho e Izalci) estão entre os maiores defensores da excrescência chamada Escola sem Partido. Paulo Telhada é grande expoente da Bancada da Bala. O PSDB goiano tenta privatizar a educação pública. Essas são ações de partido de centro????

    O partido não defende nenhuma política distributiva de maneira clara, é abertamente liberal na economia e conservador nos costumes. Só é chamado de alternativa de centro porque Bolsonaro se apresenta como exaltador da ditadura e de torturadores.

  5. Na minha humilde opinião,

    o problema desses caras é a incapacidade ou falta de vontade de lidar com a alteridade, com a opinião diferente; que vc, em um ambiente democrático, tem que suportar e equacionar. Isso aí é um bando de mané de direita, como disse um comentarista antes. Vc está gastando vela com defunto barato.

    1. Brincadeiras à parte, a união

      Brincadeiras à parte, a união que esses caras pregam é: eu falo, você diz amém e todos concordamos com isso!

  6. é uma pena que mesmo a opção do chamamento novo, é velhíssima

    vê-se na wikipedia que o economista e filósofo faz parte do Partido Novo. Vai poder facilmente usar o canto da sereia no bando de jovens alienados e irados que tem por formação a falta de exercício de auto-crítica e reflexão resolutiva e que facilmente se deixa levar pelas teses insosas de raivosos colonistas/youtubers/influencers, falsos “pensadores”. O grave de gente assim é que mesmo derivados de duas áreas do campo das humanidades (economia/filosofia), tristemente fazem parte de uma malta insensível, sem empatia e sem a menor capacidade de inclusividade, por isto que no exemplo do almoço com o Nassif, o economista busca o embate dialético – divergente – divisionista – digressivo, com teses de sofisticação 171sísticas, tão patente nestes jovens “pensadores”, sem experiência em pensar por base da causa humana. Uma geração de pessoas com busca da mera erudição e decoreba de teses descoladas da realidade do mundo e não da sabedoria necessária para a inclusão/aceitação, estas sim as bases da ordem e progresso que se busca-se. Isto nunca pode ser alcançado através do divórcio do humanismo, o que é a coisa mais grave que vem acontecendo, pois desta semente não pode nascer nada que não seja toda a prole do separatismo, o maior agente a impedir a síntese consensual, a ida em busca do molhor sem excluir.

  7. A questão é: no Brasil de

    A questão é: no Brasil de fato existe centro? Me parece que centro foi uma coisa que nunca existiu no Brasil. Até porque o propalado centro no Brasil é apenas uma sucursal da direita, de uma direita quase sempre envergonhada, mas de uma direita que com ou sem vergonha nunca teve como pretensão reduzir desigualdades sociais nesse país de herança escravocrata…

    1. Sociedade escravocrata, é

      Sociedade escravocrata, é isso aí. O “centro” no Brasil, dessa galera aí, que o Merval enche a boca para falar, como se fosse o último biscoito do pacote, é assim, “pega o criolo e bota no tronco, mas ínves de 50 xibatadas, dá apenas 25 ok? E manera na força”

  8. Governismo verbal

    Mídia brasileira tem vocação governista por casusa do oligopólio da informação, mas não se adaptou aos tempos democraticos, aparelho da ditadura ainda são empecilhos para o desenvolvimento do país. De um lado apoiam todo tipo de manobra e inovação juridica, e do outro se escondem em buracos de metrô.

  9. Que centro?

    Que centro?

    Que se cala quando as regras básicas do estado de Direito (como a necessidade de provas para condenar) são desrespeitadas?

    Que se cala quando ladrões de carteirinha se instalam no poder e compram com dinheiro do contribuinte a permanência no poder?

    Que se cala quando mudanças extremas na legislação são feitas por um grupo que não tem credibilidade/mandato/confiabilidade para isso?

    Que não percebe a gravidade da situação da democracia brasileira e quer que sejamos coniventes com isso?

  10. Brasil Titanic

    Segue aqui uma analogia (cheia de imperfeições, naturalmente), mas que acordei com ela hoje na cabeça.

    Brasil é um enorme Titanic que não afunda, mas que, por causa do enorme buraco no casco e pelo sucateamento dos seus motores, está sem chances de prosseguir para a Nova Iorque (primeiro mundo) com todos os seus passageiros sãos e salvos.

    Enquanto a elite com Green Card ocupa os poucos botes salva-vidas há outros coxinhas se aproximando da 1ª classe, acreditando que sua salvação virá através da aproximação e “amizade” com aqueles privilegiados e puxam o seu saco pedindo vaga no bote. A maior parte fica aguardando a sua morte na água gelada enquanto alguns poucos conscientes e solidários conclamam o povo para tampar o buraco (perdas internacionais), concertar e melhorar o navio, e levar a todos para terra firme, mesmo que demore mais tempo. Os marinheiros ficam até constrangidos dando passagem aos privilegiados para os botes e disparando contra a população pobre.

    A rede Globo é como aquela turminha que toca violino para manter a população tranquila enquanto acontece o salvamento da elite.

    1. gostei

      Gostei da sua analogia.

      Só acrescentaria o seguinte.

      O povo não acredita que a agua não está gelada, acreditam mesmo que ela está morninha, 20 graus, pois a Globo não informou que estaria gelada, e que aparecerá um super-heroi ( ou seria um pastor-evangelico?) que os salvaria da morte certa.

      Diria também que alguns se sacrificiariam para tapar o buraco com o proprio corpo, afinal somos uma unica nação, temos uma destino em comum, salve, salve…

  11. Nananinanão, Nassif…

    A lógica defendida no texto traz um contrabando comum…

    Supor que o centro é o caminho natural dos lados extremos, um truque comum aos que flertam com a dialética hegeliana vulgar, sem ter noção ao certo o que ela significa…

    Não é nada disso…

    O novo centro não é uma média (até porque o próprio texto que descreve um falso centrista, ou um “radical de centro”) dos dois lados opostos, uma mediatriz matemática…

    O novo centro, ou a nova tese é a superação da anterior pela sua antítese, que se afirma como única verdade possível até que seja contestada.

    É uma redução simplista para caber aqui, mas é mais ou menos isso…

    A ideia de que os lados opostos geram um novo centro com cacoetes dos dois lados é falsa e só atrapalha ainda mais esse jogo confuso…

  12. Entendo que em Política o

    Entendo que em Política o centro é o mediador e também um ponto móvel. Não tem definição única, basta ver o que seria centro em Israel, no Irã ou na Dinamarca. E o Nassif apresenta uma definição didática do centro ideal, “aquele que levanta os pontos comuns dos dois lados, as melhores propostas”. Só que aqui no Brasil, país da jabuticaba, os conceitos são diferentes. Fora as exceções de sempre os que se dizem de centro estão situados bem à direita de Bresser Pereira, levantam os pontos incomuns dos dois lados, fazem a opção por um deles, do qual atraem os negativos, e repelem os positivos do outro lado. Que me desculpem, não vou baixar o nível dando o nome, mas a imagem que tenho de centro é de um grande voces sabem o que. Há sim centristas honrados, mas são em pequeno número. 

  13. A tese radical dos erros de Dilma e Lula….

    Há muito tempo Nassif pesa a mão nesse quesito: Lula e principalmente Dilma erraram feio a mão quando a onda de commodities passou!

    Para ele, os “erros econômicos”, o que eu considero escolhas políticas sobre gestão da economia, foram centrais na queda…

    Ingenuidade? Não sei, mas Nassif deveria saber que a queda já estava  acertada faz tempo…

    Eu vou tentar ser menos agressivo com Nassif que no seu último post polliana (o feliz ano novo), mas não sei se vai dar…afinal, a gente cobra mais de quem mais admiramos…é o caso aqui…

    Nassif não é economista (ainda bem, ufa), mas tem janela suficiente para saber que não foram os erros de Dilma que deterioram o país, ou pior, na verdade, o erro dela foi não resistir mais, ainda que fosse meio que inútil resistir, explico a minha ladainha que se repete faz meses por aqui:

    – Quando o Brasil acenou com a menor taxa de juros nominais quase perto do zero (acho que 1,5% ou 2%, no ano de 2010/2011, não me recordo bem), junto com a decisão de tornar o pré-sal instrumento de alavancagem da saúde e educação, somado a um plano decenal arrojado para a Petrobrás e;

    – Quando passamos a debater o fim da primazia do dólar e dos mecanismos tradicionais multilaterais (fundo dos BRICS);

    – Quando acenamos para a radiclização do processo desenvolvimentista-redistributivista;

    Foi aí que ela caiu…

    É certo que a queda foi acelerada quand chamou Levy (porque aí passou a desagradar quem ainda poderia apoiá-la)…Por ironia, a manutenção do Mantega (não seui porque, odiado por Nassif, que só não bateu menos nele que a namariabraga) poderia significar uma sobrevida maior a Dilma!

    O “erro” talvez tenha sido superestimar a capacidade do mandato (representação) e da gestão econômica de viés local frente a banca internacionalizada e oligopolizada…

    Dilma acreditou demais nas instituições que tramavam sua queda, inclusive na própria importância do seu mandato…Deveria ter chutado o balde…

    Foi afogada nele..

    Enfim, não faz sentido algum ficar falando em erro, porque ffhhcc, ou temer, ou tantos outros da direita que os antecederam cometeram tantos erros que poderíamos até chmaá-los pelo nome certo: crimes de lesa-pátria, e nem assim sofreram admoestação dos seus mandatos!

    Erro em gestão econômica, ou em qualquer outra atividade, existe e pode ser avaliado e reparado ou não…pague-se o preço político dentro da normalidade institucional, salvo raríssimas exceções (e me parece que esse não era o caso da Dilma)…

    Quando Nassif coloca a gestão econômica como causa principal ele quase cede a teoria da culpa da vítima, ou seja, dá um “motivo” para o golpe…alia-se, sem perceber, à direita…

    A questão é deslocar o centro do debate para o lugar certo: Nassif acha que Dilma errou (o que eu não acho, ou pelo menos, não na amplitude advogada por ele) e que a Economia era o eixo central da desestabilização…

    Balela…foi a política que decidiu tudo antes, e nesse sentido, Dilma poderia vender a Petrobrás por 1 real que não agradaria a banca…ou subir os juros a 100% / ano…

    A “confiança” no pacto ruiu quando perceberam (a banca) uma disposição de usar os instrumentos do capital para tentar uma reforma e uma mobilidade da periferia para os arredores do centro (sim, porque sair da periferia geopolítica para o centro só com muito sangue e porrada)…

    Do outro lado, Dilma errou quando acreditou que isso era possível sem uma ruptura dramática…

    Ela não deu o golpe, deram antes dela…

    1. Os radicais do centro democrático

      -> Dilma acreditou demais nas instituições que tramavam sua queda, inclusive na própria importância do seu mandato…Deveria ter chutado o balde… Foi afogada nele..

      -> Do outro lado, Dilma errou quando acreditou que isso era possível sem uma ruptura dramática… Ela não deu o golpe, deram antes dela…

      para reflexão:

      – o momento do golpe preventivo foi em Junho de 2013. todas as condições estavam dadas. inclusive o apoio internacional, até mesmo com logística. mas isto não implica que haveria êxito. possivelmente entraríamos num período de imensa instabilidade, mas que seria altamente fértil para a História brasileira;

      – a grande lição do Golpe de 2016 talvez seja a impossibilidade de mesmo um reformismo de baixa intensidade, não apenas no Brasil como em toda a periférica América Latina. ao se analisar Equador, Bolívia, Argentina, Paraguai e Uruguai, e mesmo a Venezuela, chegaremos as mesmas conclusões do caso brasileiro: sem chutar o balde apenas passaremos por derrotas anunciadas e humilhantes, e não as derrotas inevitáveis que fazem parte de um processo de amadurecimento e acúmulo de forças;

      – portanto, não se trata do “O Que Fazer?”, isto a História já nos ensinou: temos que chutar o balde. a questão passa a ser: “Como Fazer?”. como chutar o balde? é nisto que as reflexões, estudos, debates e, principalmente, a ação concreta devem estar focados.

      p.s.:

      A wage is just another way to say you’re getting robbed

      If you got dreams you got to sacrifice your sleep

      Cuz rent comes quick and food’s not cheap

      I dipped this verse in kerosene won’t you help me light it?

      Best part about it I stole time on the clock to write this

      vídeo: Ephelant & Time – I Stole Time On The Clock To Write This

      [video: https://www.youtube.com/watch?v=6vkTQUHFauc%5D

      .

      1. O balde…

        A História nos mostra quão complexa é a questão…

        Não se trata de quando e como chutar o balde, mas o que há dentro dele e que será derramado…

        Vamos a um exercício chato, que na verdade está proposto pelo mal compreendido (e lacaniano, argh!) Slavoj Zizeck;

        – Temos dois momentos, a tentativa fracassada do Quartel de Moncada e o triunfo daquele pessoal barbudo do Gramma, descidos da Sierre Maestra…

        Pois é:

        O que houve de diferente, já que embora haja conjunturas distantes pelos anos, a situação do povo cubando fosse tão ruim nas duas situações?

        Primeiro: a capacidade organizativa daqueles que se dispõem a dirigir tais movimentos…Sim, prepara-se para uma ruptura é fezer papel de maluco e suicida na maior parte do tempo, é, mal comparando, trocar o pneu com o carro (História) andando, esperar as condições e interferir para que elas aconteçam (ah, essa maldita mistura de materialismo dialético)…

        Depois é saber enxergar os sinais da História…

        Em 1917, ao contrário da historiografia oficial, os bocheviques nem estavam preparados na Rússia qaundo o czar empurrou a conjuntura para sua queda (com o massacre de mulheres, crianças e veteranos, abatidos nas ruas quando pediam mais comida)…Lênin estava no exíliio…

        Veio Kerensky e depois, meses depois, triunfaram os bolcheviques…

        A massa não tinha a menor direção ou “intenção” (os motivos, de Marx) de alterar as condições de opressão para além da satisfação de demandas urgentíssimas (comer)…

        E aí que a porca torce o rabo, porque a História só confirma sua verdade (ou sua farsa) depois que acontece, e aí supomos que sabemos (e ssberemos) sempre o resultado porque já conhecemos as causas passadas (erro teleológico)…

        Não é tão simples, como querem supor aldos fornazieris e que tais…

        A tarefa colocada não é simples, e acho, sinceramente, que tabnto Dilma, quanto Lula ou qualquer outro, não querem se colocar como vanguarda dessa tentativa…

        Assim como nassifs e outros “democratas” não desejam falar de revolução incorrendo no risco de serem taxados de anti-democráticos (eles sabem que o capitalismo de periferia não se reforma e nem vai  ao centro NUNCA, pela própria natureza do capitalismo, que é excluir e sugar as periferias)…

        Como se a ideia de democracia fosse inerente (ou imanente) das formas já colocadas (institucionais)…

         

        Mas isso é outro papo, looooooongo….

        Acho que ninguém quer debater isso de verdade, porque assumir compromisso com tal tarefa tem um viés “religioso” (como nos diz Zizeck)…

        E como nos diz Ted Kacynski (Unabomber), quem não se enquadra ou é preso, morto ou manicominizado…

         

        Um abraço..

        1. Os radicais do centro democrático

          -> E como nos diz Ted Kacynski (Unabomber), quem não se enquadra ou é preso, morto ou manicominizado…

          curioso.

          dias desses aí entre o Natal e o Ano Novo, revi um filme que marcou minha adolescência: “Serpico”.

          no filme, um policial de NY enfrenta uma corporação totalmente dominada pelo crime organizado. e fica frente a frente com o impasse: se enquadrar ou ser preso, ou morto ou pirar.

          quando se é adolescente fica muito óbvio este dilema. então, a vida passa a ser uma busca de alternativa para não se deixar capturar em nenhuma destas três tragédias.

          ou seja: a busca por uma alternativa política é também a busca por uma alternativa pessoal. e vice-versa. uma não é possível sem a outra.

          para não sermos mortos, presos ou nos taxarem como “loucos”, precisamos de alguma forma nos enquadrarmos. mas ao nos enquadramos, que não deixa de ser uma prisão, corremos sério risco de morrermos ou pirarmos.

          é por isto que sempre defendi que não existe militância política separada da vida. é em nossa própria forma de viver que fazemos política. e só é possível fazer política em comunidade.

          possivelmente o maior problema da Esquerda seja ela desejar, no fundo, o mesmo tipo de vida daqueles que deveria combater: a doce vida do grande capitalista, com suas mansões, carrões, iates, jatinhos, bens materiais inúteis, muito dinheiro aplicado e toda uma corte de serviçais a seu pronto dispor.

          Vivendo em tempo fechado, Correndo atrás de abrigo

          Exposto a tanto ataque, Você ta perdido

          Nem parece o mesmo, Tá ficando pirado

          Onde você encosta dá curto

          E pra piorar, Os falsos amigos chegam

          E pra te arrasar, Quem te governa não presta

          Declare guerra aos que fingem te amar

          Chega de passar a mão na cabeça De quem te sacaneia

          vídeo: Declare Guerra – Barão Vermelho

          [video: https://www.youtube.com/watch?v=DYGuA4oaki8%5D

          .

          1. Favor assistir Manhunt: Unabomber…

            A Netflix, assim como todas as plataformas de comunicação e produção de bens culturais de massa, oferece algumas brechas…

            Black Mirror é exemplo…

            A série sobre Ted Kacynski idem…

            Isso não salva todo o conteúdo das reduções e manipulações tipo Hollywood, claro, mas há coisa a ser garimpada…

            Na série em questão, o agente Fitzgerald (o perfilador do FBI que inventou a categoria criminalística que prendeu o Ted, linguística forense) sai de sua vida e vai viver como o alvo dele…

            Isolado, sem nada…

            Essa é a questão:

            A esquerda classe média e pequena burguesa não pertence a classe e não é legatária do sofrimento que diz querer acabar…

            Há um não-pertencimento que só pode ser substituído pelo martírio ou pela farsa…

            É preciso negar a si mesmo para ser revolucionário…

            Aí é que mora o “x” da questão…

            No fundo, escolhas políticas são morais, sempre…apesar de associarmos a um ethos coletivo ou a alguma forma de conhecimento anterior (ideologia)…

            Mas ainda que neguemos a nós mesmos, o que sairá da negação nunca será um integrante da classe pobre, mas um privilegiado que abre mão do conforto…

            Essa contradição se expressa em dubiedade, claro, somos socialistas mas adoramos o conforto capitalista, que sabemos, não será distribuído para todos…

            Por isso que quando alcançamos o poder, quando vanguardas revolucionárias alcançam o poder, a distopia muda de lugar e passa  a ser representada na tentativa de colocar a classe média e a pequena burguesia a força no lugar dos mais pobres (vide a Revolução Cultural), como forma única da criação do “homem novo”…

             

            Ixi, esse troço é doido, rs….

          2. Os radicais do centro democrático

            -> Black Mirror é exemplo…

            -> A série sobre Ted Kacynski idem…

            todas duas me interessam muito. mas quando estou no sítio, como agora, não tenho banda. quando estou no Rio, não tenho tempo. preciso fazer download.

            .

      2. Análise de Nassif

        Considero Nassif o melhor analista da situação atual, mas é um otimista inveterado.

        Fala do surgimento de um centro crítico que medie as ideias como se houvesse mediação possível. O atual centro é a direita disfarçada porque não é possível mediação nenhuma com quem ou vence ou golpeia.

        A mediação dessa tal Realpolitik centrista não foi exatamente a proposta do PT e a fonte de boa parte do que hoje, como engenheiros de obra pronta, apontamos como erros?

         

      3. arkx,vamos deixar de encher

        arkx,vamos deixar de encher linguiça,sem demerito ao seu trabalho,mas o caso do Pavão Misterioso está a frente de qualquer outro.Entre na cruzada comigo no sentido de divulgarmos o assunto,bater nessa tecla,alargar o horizonte do bicho.Vá por mim,sou do ramo,você viu o caso de Rodrigo Tacla Duran,tinha minhas digitais.É uma bomba esse tabu.Guardadas as devidas proporções,lembra de Lurien a filha de Lullla que o sacripanta do Collor jogou em pleno horario eleitoral,e fez um rombo sem tamanho no casco da candidatura de Lullla?Quando o Pavão Misteriosos abrir o rabo,o estrago vai ser grande.Todo cuidado com o assunto é pouco.Nassif está com o dedo no botão.Qualquer escorregão ele delata na hora.

        1. Os radicais do centro democrático

          -> Quando o Pavão Misteriosos abrir o rabo,o estrago vai ser grande.

          aí, este teu assanhamento prá cima do Pavão Mysteriozo vai acabar fazendo o bichano abrir o rabo antes da hora… vai acabar arregaçando ele.

          eu já sei do que se trata. começa com A e acaba com Z. e daqui a pouco tá todo mundo sabendo.

          .

           

    2. Companheiro Hydra ou Hydro,no
      Companheiro Hydra ou Hydro,no caso,comum de dois,seu comentario tem relevancia,vamos combinar.So que a hecatombe devastadora e avassaladora tem natureza politica.O senhor Temer e a figura mais odiada pelos brasileiros e brasileiras ate a quinta geracao.Se as reservas norte americanas fossem transferidas para o governo dele,ele nao dava conta de resolver os problemas daqui.A metade ele roubava.A desligitimacao dele como politico,aliada a percepcao da populacao como o maior Gangster politico de todos os tempos,leva seus comentarios economicos para a pura perda de tempo.Ora,voce ha de convir discutir condicoes e situaçoes economicas,essa,aquela ou aqueloutra nesse momento,e enxugar gelo ou ensacar fumaca.Nao tem sentido.Infelizmente.

      1. Caro amigo…

        Seu julgamento sobre o que escrevo não me interessa…

        Sua análise é pobre e não explica porra nenhuma, até porque, a realidade já nos mostrou que temer ou qualquer outro prescindem de popularidade ou de base social de apoio.

        Você viu alguém nas ruas batendo panelas para a queda dele?

        Bem, eu não.

        Um presidente colocado por um golpe caga e anda acerca de popularidade ou intenções de voto…

        Dilma tinha 74% de apoio em maio de 2013, caiu para 40 % em julho de 2013 e mesmo assim foi para a vala…e olha que nem de longe tinha praticado as maldades pós-golpe…

        O troço é bem mais complexo que os garatujas escritas por ti…

        Confesso enorme dificuldade em decifrar o que você quis dizer, e por certo, tentar seria, de fato,enxugar gelo ou ensacar fumaça.

        Então, faça um favor a nós dois, me ignore…

        Vá ler, estudar um pouquinho, ajuda inclusive na capacidade de se fazer entender pelos outros…

        Nem precisa ser algo denso…crie o hábito, comece por gibis…ou livros da Meg Ryan…Pode ser até o páunocoelho…

        1. Da forma como voce me
          Da forma como voce me respondeu eu nao posso e nem devo ser seu amigo.O meus amigos pertencem a uma outra categoria,por obvio exetuando-se os grosseiros, arruaceiros e maloqueiros .A sua agressividade em nada difere dos Frotas,MBL’S e Loboes e Lobinhos da vida.Os seus textos sao inoportunos e nao guardam nexo com a realidade.Uma forcacao de barra idiota,tipo querer ganhar no grito.Quanto a me mandar estudar,voce cortou o baralho errado.Estudei o suficiente para diferenciar repteis de seres humanos.Se voce estudou o que diz ter estudado,sua resposta vai de encontro de quem tem os livros como seu maior patrimonio.Ha muitas outras maneiras de tentar aparecer,uma delas seria sair fantasiado de Pavao.Estou a procura dele ha tempos,quem sabe depois que voce abrir as penas do rabo,poderemos matar a curiosidade de muita gente,e enfim descobrir quem e o sacripanta.

      2. FALANDO A MESMA COISA?

        “So que a hecatombe devastadora e avassaladora tem natureza politica.”

        Não foi exatamente isso o que Hydra ponderou no comentário? Pois veja o que Hydra disse:

        “Balela…foi a política que decidiu tudo antes, e nesse sentido, Dilma poderia vender a Petrobrás por 1 real que não agradaria a banca…ou subir os juros a 100% / ano…”

        Por isso em sua crítica ao comentário de Hydra não faz sentido dizer:

        “(…) leva seus comentarios economicos para a pura perda de tempo.”

         

        Hydra usou comentários econômicos apenas para argumentar que foi a política o fator decisivo e não o inverso.

        1. Ozilio/Hydra.Sabe o que esta
          Ozilio/Hydra.Sabe o que esta me parecendo essa tabelinha horrenda?Os ultimos debates eleitorais da eleicao Presidencial de 2014. Pastor Everaldo/Levy Fidelis.Uma levantava o outro cortava.Nada me diz que vai ser diferente pelo andar da carruagem,quero dizer,dos comentarios.Me sinto como se estivesse em Martir.

  14.  
    Não há nem jornais de

     

    Não há nem jornais de centro no Brasil de hoje.

    Folha/Globo/Estadão são panfletos da extrema direita.

    E todos os jornalistas seguem o modelo Globo , inclusive na rede pública.

  15. Os protagonistas deste País
    Os protagonistas deste País não são bem intencionados, todos querem empurrar com a barriga os problemas gravíssimos da nação,fazer tudo abrasileirado,meia boca,o JUDICIÁRIO DA FOFOCA (delações) q o diga,por isso falo q teríamos q ser bem honestos e sinceros com nós mesmos e o País não dá para viver de aparências mais e seguir a cartilha seguida até agora, NÃO DEVE HAVER CONCILIAÇÃO,deixem os “bonszões”deitarem e rolarem,depois q ser o já certo DESASTRE será a nossa vez de tentar fazer algo,agora essa de incentivar revolta,povo na rua(deve ser, mas ordeira mente)é dar motivo para intervenção e o cancelamento das eleições ou medida excepcional pelo governo!

  16. Acho que esses caras mereciam

    Acho que esses caras mereciam um Fidel, um Chávez para sentir saudades do Lula. 

    A verdade é que atualmente só existe um cara de centro no Brasil. O Nassif, o resto, desses que se intitulam de “centro”, são no máximo uns Bolsonaros que não falam palavrão. 

    1. É mais ou menos por aí

      É mais ou menos por aí mesmo.

      Mas é imprtante que o Nassif não tome isso como um elogio. Porque não é.

  17. O balde II…ou porque odiamos Pierre Bordieu…

    A diferença entre “terroristas malucos” islãmicos e os herois do Estado Judeu, ou entre Bin Laden e Che Guevara é apenas o lado do balcão da História que ocupam:

    Se foram derrotados ou se venceram…

    É tudo uma questão de narrativa: o vencedor que narra, e o derrotado, objeto da narrativa…

    Nesse sentido, Nassif e outros intelectuais padecem de uma ausência permanente, que é intrínseca nas classes superiores (média e elites):

    – O sofrimento é alheio, e a indignação política que os move (nos move) é sempre “emprestada”…Para fazer a política necessária aos mais pobres é preciso antes abrir mão de quem se é, e isso, em tempos como os de agora, é rotulado como loucura…

    – Já as classes pobres têm o sofrimento, e Marx dizia que tinham pouco ou nada a temer, pro isso são mais resilientes ao esmagamento cotidiano que sofrem, e por isso se colocam sempre como mais dispostas a aguentar mais se houver alguma perspectiva de melhora…

    Os chineses são um exemplo disso…

    Para o pobre chinês de algum canto daquele imenso país, pouca diferença faz se a violência vem do autoritarismo capitalista ou da revolução cultural…Sua vida pouco mudará…

    Então, pelo menos se há um nivelamento por baixo, isso já os satisfaz…porque, de fato, torna as coisas “mais justas”…

    Já para o classe média, intelectuais, essas conjunturas trazem muitas diferenças, porque como habitantes do status quo (parte dele), eles têm muito a perder!

    Por isso Nassif e outros se agarram a ideia (deformada) que têm de Democracia…

    Por isso não ousam ir além…

    É difícil fazer omelete sem quebrar ovos…mas eles tentam…

    1. Bicho,a Estacio demitiu de so
      Bicho,a Estacio demitiu de so cacetada 1.200 Professores.Duvido que nao abriu vagas para Professor de Assuntos Aleatorios.

  18.   Lula já é um centrista,

      Lula já é um centrista, Dilma foi centrista fervorosa; os extremos são a direita como a temos no Brasil e o PCO. Ocorre que a direita, os descendentes dos escravocratas têm tanto poder no país que o outro extremo virtualmente não existe, então o “centro” passa a ser quem defende que “apenas” 90% da riqueza fique com meia dúzia, em vez de 99,9%.

      Centrismo responsável é para país evoluído, Nassif. Aquele Brasil com que sonhamos, não este que temos. Quem tem a faca e o queijo na mão por aqui não quer dividir nem a gordura que fica na lâmina da faca. Esse pessoal deixa a aristocracia francesa do Antigo Regime parecendo exemplo de consciência social, não tem otimismo que mude esse fato.

  19. Existe a possibilidade de um centro no Brasil?

    Muitas pessoas denominam forças reformistas que simplesmente pregam a compatibilização do capital como trabalho de forma racional e republicana como centro. Porém o que diferencia de um centro reformista, racional e republicano do fascismo? Somente a truculência, a existência de um líder e um partido único.

    O desenvolvimento das nações colonialistas no passado, e o imperialismo do pós-guerra é que firmaram a concepção da existência de um centro. Este centro, dominado por partidos burgueses em que seus representantes advindos desta mesma classe, conseguiram até o esgotamento da capacidade de transferência maciça de renda do terceiro mundo para a metrópole, criar a ideia da possível existência de um centro.

    Este centro dominando a máquina pública, judiciário, legislativo e executivo, permitiu como foco principal o crescimento do capitalismo e como subproduto a melhoria relativa de vida das classes trabalhadoras no primeiro mundo. Porém a melhoria desta classe trabalhadora, pela própria imposição do sistema capitalista deve ser relativa, pois se esta melhoria ultrapassar a melhoria das oligarquias o poder pode mudar de mãos.

    Governos como o de Getúlio Vargas, em determinados períodos, Juscelino Kubitschek, Jango, Lula e Dilma podem ser caracterizados como governos de centro, ou seja, promovem um desenvolvimento no país e uma pequena parcela deste desenvolvimento é transferido ao operariado em lato senso. A grande semelhança aos governos ditos de direita é que o poder real (exceto em determinados períodos do governo Getúlio) ficaram nas mãos da Oligarquia.

    Tanto na Europa como nos Estados Unidos, devido ao sistema imperialista/colonialista vigente, a capacidade de transferência de riquezas foi bem maior e mais alongada no tempo, entretanto quando tantos problemas intrínsecos ao capitalismo e a impossibilidade de pilhar recursos naturais e produtos primários por mais tempo mostram o esgotamento das políticas centristas. Com este esgotamento, os países centrais perdem a capacidade de transferir riquezas, principalmente pelos problemas inerentes a concentração capitalista, com isto cria-se o dilema da existência do centro nas metrópoles, caindo esta geralmente para um sistema fascista que regulará dentro do possível a transferência de renda aos mais pobres. O sistema fascista é necessário, pois nos ciclos de baixa simplesmente a contestação das classes trabalhadoras serão eliminadas a transferência de renda sem a contrapartida a população em geral será feita sem a possibilidade de contestação.

    O que são chamados os elementos radicais de centro, não são nada mais do que neofascistas e/ou futuros fascistas que sabendo da incapacidade de transferir rendas aos mais necessitados, sabem perfeitamente que este ciclo se esgotou, e qualquer política impropriamente denominada de populista, que tentar continuar a transferência de renda gerará uma insatisfação das Oligarquias que perderão além de dinheiro, o mais importante, o poder.

    Em países periféricos só é possível existir um centro em situações econômicas globais excepcionais onde o país consiga manter um ingresso positivo de capitais.

    A transferência de renda pode ser feita tanto em períodos ditos “democráticos” como períodos autoritários, vejam alguns períodos do governo Vargas e alguns períodos da ditadura militar. A negação deste princípio é feita por algumas pessoas de esquerda que num processo mental de simplificação da situação econômica internacional, não aceitam que durante um curto período dos 21 anos de governo militar foi possível uma transferência de renda as camadas mais pobres da população. E o mais importante, estes períodos de transferência não precisam necessariamente coincidir com os períodos em que a ditadura estava mais branda.

    O que diferencia um governo real de esquerda de um governo mais ao centro é a transferência contínua e incondicional a situação externa da transferência de renda das camadas superiores a população em geral. A própria transferência incondicional de renda em situações desfavoráveis de mercado, necessariamente se darão se houver uma perda real de poder das oligarquias, pois esta perda de poder será combatida republicanamente pelos órgãos de Estado como judiciário e legislativo.

    Como anteriormente descrito o poder destas instituições estão claramente nas mãos das Oligarquias, que ficam a cada dia mais evidentes pelos fatos mostrados sem a mínima vergonha pelos irmãos Joesley e pelo antigo diretor da Norberto Odebrecht, onde fica claro quem manda no congresso nacional, por outro lado o comportamento indecente do judiciário nacional, mais partidário do que os próprios partidos de direita, mostram claramente a impossibilidade de uma política de partição de renda sem que haja uma transferência real do poder as classes operárias.

    Os últimos parágrafos mostram que o impropriamente chamado centro brasileiro, sabe perfeitamente que sem o saque do dinheiro do trabalhador, a situação não se equilibrará na direção das Oligarquias e querendo ou não quaisquer pessoas que deseje pousar de redistribuidor de riquezas necessariamente terá que enfiar as mãos nos bolsos da Oligarquia, e isto só será possível com a perda do poder da mesma.

    1. Caro amigo, compreendo sua

      Caro amigo, compreendo sua preocupação e vos digo: não existe centro político em lugar algum no mundo..é da natureza intrínseca dos movimentos políticos a vinculação a uma das partes em disputa, e supor que estejam no centro, quer dizer que teria que haver uma neutralidade ou equidistância dos vários polos, que sabemos, nunca são apenas dois…

      Então…essa busca é tão desnecessária quanto inócua…

      1. Leia meu caro com cuidado, o centro definido no texto é uma ….

        Leia meu caro com cuidado, o centro definido no texto é uma direita provisoriamente envergonhada.

        E digo mais, o que não existe são outras posições possíveis, ou é pela conservação do status quo ou pela mudança, direita ou esquerda, há nuances que caem sempre na mesma divisão. Terceira via é uma forma de elegante e delicada de chamar a direita.

        1. Ops…

          Perdão, eu li a sua pergunta como uma metáfora para afirmação, quando você inquiriu se há um centro no Brasil, inferindo que pudesse haver aqui ou em outro canto…

          De toda forma, falamos da mesma impossbilidade…

      2. Voce e um chato,um
        Voce e um chato,um deselegante,um boco moco,um ignorante,um bicao,um penetra,a unica coisa que guarda certa vinculacao com voce e o seu nome.Eu apostaria minha alma como seu nome esta classificado na lingua portuguesa como Sobrecomum.

      3. Voce e um chato,um
        Voce e um chato,um deselegante,um boco moco,um ignorante,um bicao,um penetra,a unica coisa que guarda certa vinculacao com voce e o seu nome.Eu apostaria minha alma como seu nome esta classificado na lingua portuguesa como Sobrecomum.

  20. Charada Jumanji (Décima Carta).

    Do presídio é presidente,

    Guiando Marun na marola,

    Porque mágico inteligente,

    Tem coelho na cartola.

     

    Décima primeira Carta:

     

    Rei de trono alheio,

    Pelo golpe foi reinar,

    Não se olha no espelho,

    E derrete na luz solar.

     

    Teste da primeira carta:

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