Redes sociais: o quinto poder na política, como mostra análise da eleição no Senado

Análise mostra que ambiente digital fortalece ação de influenciadores de eleições coletivas: "Foram eles que catalisaram as modificações na discussão política da internet, com efeito direto no plenário"

Jornal GGN – Um artigo de análise, publicado neste domingo (24) na Folha de S.Paulo, mostra o impacto das manifestações nas redes sociais na eleição que definiu o novo presidente no Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Ao longo do mês que antecedeu o pleito, o senador alagoano Renan Calheiros (MDB) era citado nas editoriais especializadas em política e corredores do Parlamento como o favorito a assumir o comando da Casa. Mas a previsão não vingou, por influência da movimentação nas redes sociais.

Entre a sexta-feira (1º de fevereiro) e sábado (2), quando, após o adiamento das eleições no Senado, foram feitas duas rodadas, o nome de Renan foi citado 1,6 milhão de vezes no Twitter.

Segundo levantamento realizado pelos jornalistas Marco Aurélio Ruediger e Lucas Calil, no sábado, das 16h às 19h, o senador alagoano foi mencionado 203,7 mil vezes, das quais 50 mil entre as 17h30 e 18h, logo após abrir mão da candidatura a presidente.

Pouco antes de Renan tirar sua candidatura da mesa, outros parlamentares ganharam destaque nas redes sociais, pelas manifestações públicas a respeito do voto. O que teve maior relevância foi Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), ao declarar sua votação em Alcomubre.

A posição de Flávio foi mencionada 38,4 mil vezes das 16h às 19h. Às 17h35 do sábado, o senador decidiu abrir seu voto em Alcolumbre. Das 17h30 às 18h, seu nome é citado 12 mil vezes.

Reprodução Folha S.Paulo

O artigo pontua, ainda, que a manifestação nas redes sociais e seu impacto na eleição do Senado possibilita perceber a importância dos influenciadores para as eleições coletivas nas redes. “Foram eles que catalisaram as modificações na discussão política da internet, com efeito direto no plenário”.

“Essa primeira (e expressiva) demonstração da força dos canais digitais sobre os parlamentares não passa despercebida dos nomes experientes da política. Por isso, o reeleito presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), acerta ao enfatizar que o Congresso deve se aproximar da sociedade, inclusive com maior uso de plataformas digitais”, pontuam os jornalistas que assinam a análise.

Para eles, a investigação do que aconteceu na eleição para presidente do Senado é uma amostra “do que está por vir”:

“Pôde-se observar um preâmbulo da força da web sobre as decisões centrais no parlamento logo na abertura da sessão legislativa”, explicam.

Eles concluem avaliando que a inovação que o formato de comunicação suscita na correlação de forças entre os poderes lança novas dúvidas que precisam ser consideradas no quadro do jogo político daqui em diante, dentre as questões estão: será a política, a partir de agora, mais previsível? Que papel têm os influenciadores digitais na democracia? Distorcem-na ou operam como “líderes de torcida” da web? Como as instituições operam neste novo cenário? Como o mercado avalia tendências em cenário mais complexo ainda?

“Mais do que nunca, a mobilização do cidadão na política se faz intensa em um contínuo, e não somente no entorno dos pleitos, gerando uma complexidade inaudita para a comunicação das instituições e a análise de risco. De toda forma, um fato é indisputável: para além das três esferas canônicas de Poder e da imprensa, surge um quinto. Vê-se, em síntese, que esse Poder na nova política é a rede”, ponderam.

As ações coletivas a partir das redes sociais também foram sentidas na eleição presidencial que levou Jair Bolsonaro (PSL) ao poder. Essa influência desses mecanismos tende a alterar a forma como aliados e oposição reagem às propostas de governo e criação de novas leis.

A análise preliminar de alguns especialistas, replicada neste artigo, é que as redes sociais facilitam, para o bem e para o mal, as ações coletivas, porque possibilitam e aumentam as microcontribuições em tempo real de cidadãos na política. Ela também fortalecem influenciadores digitais, pessoas que conseguem desenvolver a capacidade de melhor articulação política no ambiente digital. Para ler o artigo na íntegra, clique aqui.

Redação

2 Comentários

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  1. e se pelo menos houvesse bom senso por parte de muitos que vivem agarrados nas mensagens idiotas de seus tablets, esses eternamente agarrados não deixariam prosperar a MALDITA REFORMA DA PREVIDÊNCIA, QUE SÓ PRIVILEGIA ALGUNS EM DETRIMENTO DE PESSOAS MAIS POBRES AS QUAIS, ESTAS SIM, SE FERRARÃO COM A TAL REFORMA. Pena que idiotizados pela midia e pelas redes sociais não tenham mínimo de bom senso nem pra perceber que só ganharão com isto juizes, pessoal do ministério público e militares……enquanto o resto do povo já viu né…..

  2. Enquanto as ruas estiverem abandonadas pelos que se manifestam nelas, as redes/vias digitais, estarão influentes. Mas se um dia o povo acordar… espero mudança no nível da influência.

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