Reginaldo Nasser: “França esteve envolvida na criação do Estado Islâmico”

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Para o internacionalista e professor da PUC-SP, Reginaldo Nasser, o avanço do terrorismo contemporâneo está associado à “ingerência” das grandes potenciais ocidentais no Oriente Médio. Em entrevista ao Brasil de Fato, Nasser avaliou que “a partir do governo Sarkozy, continuando com Hollande, a França passou a intervir muito mais nos conflitos internacionais, diferente do que ocorreu na era Chirac, que se opôs, principalmente, à intervenção no Iraque. A França, ao intervir, começou a eleger seus inimigos.”

Do Brasil de Fato

Desde janeiro de 2015, a França foi alvo de três grandes atentados terroristas. O último, ocorrido nesta quinta-feira (14) na cidade de Nice durante as celebrações da Revolução Francesa, matou ao menos 84 pessoas e feriu centenas.

Para analisar os eventos dos últimos dias, o Brasil de Fato entrevistou o professor da PUC São Paulo Reginaldo Nasser. Para ele, a principal causa para a emergência do terrorismo contemporâneo é a ingerência das grandes potências ocidentais no Oriente Médio. “Os EUA, a própria França e a Inglaterra estiveram envolvidos na criação do Estado Islâmico”, afirma.

Outro ponto levantado por Nasser é o fato de que, ao contrário da cobertura dos noticiários, a maior parte das vítimas de atentados são mulçumanos. “Quando acontece atentado em alguns países chama a atenção, mas é regular, cotidiano em outros lugares”.

Confira a entrevista na íntegra:

Brasil de Fato – Por que a França se tornou um alvo prioritário do terrorismo?

Reginaldo Nasser – As organizações terroristas, quaisquer que sejam, têm seus alvos políticos. Por mais cruel que seja o método, as mortes são uma mensagem para alguém. A partir do governo Sarkozy, continuando com Hollande, a França passou a intervir muito mais nos conflitos internacionais, diferente do que ocorreu na era Chirac, que se opôs, principalmente, à intervenção no Iraque. A França, ao intervir, começou a eleger seus inimigos. Um desses inimigos – com o governo francês declarando guerra – é o Estado Islâmico. A partir disso, ela fica na rota do terrorismo.

A composição étnica da sociedade francesa não influi nisso?

De jeito nenhum. Há 4,5 milhões de islâmicos na França, quantos participam de organizações terroristas? Se chegar a 100 é muito. A Alemanha tem até mais do que a França. Isso é uma correlação falsa. Se isso fosse verdade, porque acontece agora, nos últimos anos, e não antes? Essa questão está ligada claramente com aspectos políticos. Assim como nos atentados de 11 de Setembro, momento em que a França não estava envolvida – como estavam EUA, Inglaterra e Espanha, que foram alvos de atentados.

A França liderou a intervenção na Líbia. Também atuou no Mali. Dentre os países europeus, é o que mais estava chamando para intervir na Síria. Eu diria que o único motivo é político. O terror tem objetivos políticos.

Qual seria a mensagem e o objetivo então? Afastar o ocidente do Oriente Médio?

É isso. Qualquer que seja o atentado, quando se faz contra civis, ele dá outro recado, apontando que o governo é incapaz de proteger o cidadão. É uma mensagem de “negociação”. “Pare de intervir que nós paramos com os atentados”. A cada atentado, a França reage dizendo que vai atuar de forma mais intensa, endurece suas leis. Isso não adianta nada, pelo contrário, só piora, tensionando muito mais o ambiente – que é o que terrorismo gosta.

Nessa perspectiva, como se deve lidar com o Estado Islâmico?

A primeira coisa é a origem do Estado Islâmico. A gente não pode tirar da questão. Como todo mundo sabe, a Arábia Saudita e, indiretamente, os EUA, além da própria França e da Inglaterra estiveram envolvidos na criação do Estado Islâmico. Era um pequeno grupo dentro da Al Qaeda e passou a ser abastecido com armas e inteligência durante todo esse tempo. O livro do jornalista Patrick Cockburn cita fontes e documentos mostrando isso.

Os serviços de inteligência das grandes potências estiveram presentes desde o início do conflito na Síria, até mesmo antes, no Iraque. Seja serviço de inteligência, seja abastecimento com armas. Os EUA e a França declararam que estavam fazendo isso. Eles afirmaram que estavam mandando armas para rebeldes. Arma para rebelde em contexto de guerra civil você não sabe onde vai parar. Há uma cumplicidade.

Há outra questão, simples e objetiva. O que os EUA e a França têm a ver com o conflito na Síria ou no Iraque? As grandes potências assumem a responsabilidade por uma série de conflitos no mundo. Ao assumir, intervêm e se tornam alvos. Deixar de ser alvo é deixar de interferir.

Veja o caso da Turquia. O país, inicialmente, apoiava o Estado Islâmico, já que era conveniente que ele lutasse contra, de um lado, os curdos e, de outro, o Assad. De um ano para cá, a Turquia mudou de postura em relação ao Estado Islâmico por pressão norte-americana. O que aconteceu? Se tornou alvo do terrorismo.

Todos esses atores estão envolvidos. Infelizmente, o terror, ao invés de atacar forças militares e governamentais, atacava os civis desses países, que são as principais vítimas.

Há uma certa ambiguidade em relação ao Estado Islâmico então? Por isso ele conseguiu se expandir tanto?

Os jornalistas mais confiáveis dizem que a Turquia e Israel compram petróleo do Estado Islâmico. Essa é outra questão: como ele se mantém? Como compra arma, mantém um território do tamanho da Jordânia, exerce uma administração sobre seis milhões de pessoas? Essas coisas precisam ser investigadas, mas ninguém olha para isso.

Por que as potências mudaram de postura em relação ao grupo?

É aquela questão clássica: você apoia quando é pequeno, quando cresce e se torna tão poderoso quanto você, passa  a ser inimigo. O Estado Islâmico adquiriu notoriedade em um ano e meio. Interessava aos EUA desestabilizar o governo sírio. A partir do momento que passa a ameaçar seus aliados e interesses, vira inimigo. É o caso do Talebã [no Afeganistão], que os EUA apoiaram contra a União Soviética e depois virou inimigo.

Os EUA continuam jogando arma lá. Se o Estado Islâmico desaparecer, pode ter certeza, daqui uns anos vem outro. Se dizia que a Al Qaeda era a pior coisa no mundo. Agora é o Estado Islâmico. Logo logo, tem outro ultrapassando.

Resumindo: é a própria Guerra ao Terror que intensifica o terrorismo?

Não tenha dúvida. Em 2002, morreram cerca 2.500 pessoas no mundo por conta do terrorismo. O ano passado, foram por volta de 37 mil. Durante esse período de 13 anos, o que aconteceu? As grandes potências investiram em que? Acabar com o terrorismo. Intervindo no Afeganistão, no Iraque, em meio mundo e matando inocentes. O resultado? Aumentou o terrorismo.

80% dos mortos, vítimas de terrorismo, são islâmicos e estão em cinco países: Síria, Iraque, Paquistão, Nigéria e Afeganistão. Se pegarmos o histórico, na França, se não me engano, da década de 50 até hoje, morreram 1.800 pessoas em ataque terroristas. Nesses países, morre esse número por mês.

Quando acontece atentado em alguns países chama a atenção, mas é regular e cotidiano nesses outros lugares.

Saddam era um ditador, um dos piores que já existiu. No entanto, até 2002, nunca tinha havido um atentado no Iraque. Afeganistão idem: tinha guerrilha, não atentado. Depois da invasão, passou a ter. E a França continua alimentando isso ao declarar guerra. Um dia antes, a capa do [jornal] Le Monde era uma declaração de [François] Hollande [presidente da França] afirmando que iria enviar o porta-aviões Charles de Gaulle ao Iraque. É claro que vai ter reação.

Por conta do Jogos Olímpicos, a discussão sobre terrorismo tem ocorrido no Brasil, e já temos uma lei específica sobre o assunto. Nós estamos adotando esse padrão das grandes potências?

Não só o Brasil, o mundo inteiro acaba seguindo o padrão das grandes potências, norte-americano. Com isso, se difundem as leis: o Brasil tem uma lei anti-terrorismo sem ter terrorismo. O mais interessante é que o projeto veio do Ministério da Fazenda, porque veio via G7. O G7 acabou por fazer a difusão desse sistema, não para acabar com terrorismo, mas reprimir movimentos sociais.

Há também um exagero da ameaça do terrorismo. No Brasil, morrem 55 mil pessoas assassinadas por ano e se discute Estado Islâmico. Tem Olimpíadas no Rio e tem preocupação com terrorismo, isso no estado de calamidade em que se encontra, com mortes, prisões… Terrorismo é um bom motivo para desviar a atenção de outras questões.

Nos Estados Unidos, morrem de 45 a 50 pessoas por ano por conta de terrorismo, 65% vítimas de grupos de extrema-direita. De outro lado, há violência contra negros, encarceramento em massa, mas isso não de discute. O terrorismo é muito conveniente para tirar atenção dos problemas reais.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

13 Comentários

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  1. É simples… O presidente

    É simples… O presidente turco se apossou dos jornais contrários, fraudou eleições… Seu filho compra petróleo da ISIS como os Russos compravaram através de imagens áreas dos caminhões petrolíferos entrando na Turquia… A França declarou apoio ao presidente turco contra o suposto golpe, que na verdade é uma tentativa de recuperação do processo democrático… A França é a que mais recebe atentados do ISIS… É tudo um quebra-cabeça… Enquanto o povo fizer papel de parvo sofrerá pelas consequências…

    1. Seria melhor dizer que é a

      Seria melhor dizer que é a que mais recebe ataque do ISIS de acordo com a mídia, assim como foi com os EUA e motivou as guerras no Oriente Médio. Só mostra o poder de manipulação da mídia sobre as pessoas e como aqueles que estão no poder não estão nenhum pouco interessados pelas pessoas neste planeta. Estão interessado na globalização para aumentarem seu poder no mundo. Tanto é… como bem disse o jornalista em uma entrevista, se você for de um outro país além daqueles pertencentes a estes ricaços que acreditam governar o mundo… você é chutado pra fora. Nada contra as leis e ordem. Mas isso só mostra que a globalização e os jornais internacionais só servem interesse de uma minoria. Senão fosse assim, noticiariam estes países árabes relatados pelo jornalista que perde centenas de pessoas por mês com os ataques.

  2. análise política

    A análise política da situação mundial, incluído o Brasil, não pode dar conta do problema. As ferramentas academicas de análise só podem obscurecer, pois não se trata mais de política, mas de crime organizado. E as ferramentass de análise são outras.

  3. muito bem colocado…

    outra coisa que eu só queria entender:

    toda França em alerta máximo; um grande feriado nacional; todos parados, concentrados, agrupados e comemorando; e um caminhão daquele porte transitando àquela hora sem despertar suspeitas

    no mínimo deveria ter sido parado para vistoria

    e como várias armas foram encontradas com o motorista, não teria morrido tantos inocentes

  4. Mostram ataques aos países

    Mostram ataques aos países com grande influência e um poder bélico destruitivo… Estão utilizando dos estados e seus aparados bélicos para saquearem o planeta. É o mesmo com as leis anti-terrorismo e a utilização da polícia… Ou seja, perderam seus direitos trabalhistas, se reclamarem tomarão balas de borrachas no rosto! É tudo um maquineismo… O povo acordando para estas falcatruas e então eles arrumam terrorismo, guerras… etc… É preciso um olhar atento para ver isto tudo.. mas não é muito difícil… A destruição das escolas, seu sucateamento… privatização… Isso tudo serve para sucatear o povo… QUanto mais ignorante e mais trabaiadô..! Mas cristão eles são… “Só dar ração e um pasto para pastarem já está ótimo!” Eles devem pensar assim…

  5. Imperio frances

    Em 1992 uma coligação de partidos e grupos religiosos venceram uma eleição parlamentar na Argelia. Com a ajuda financeira e militar da França, as forças armadas argelinas conseguiram anular a eleição lançando o pais em uma guerra civil eterna que ja causou mais de 250 mil mortos. Tudo isso por causa do fluxo de petroleo e gas baratos do norte da Africa. Desde de então as forças islamicas radicais tem a França como alvo principal. Mas como disse o professor, nos temos problemas maiores por aqui. 55 mil assassinatos por ano é um numero que foge do compreensivel.

  6. A solução do professor é

    A solução do professor é deixar correr solta a barbárie do Estado Islâmico para que a França não sofra atentados. É um humanista.

  7. É o tal caso. Se o povo

    É o tal caso. Se o povo francês não sabe porque está sendo atacado, o governo sabe. E haverá mais porque a França não tem nem nunca terá um aparato preventivo como os USA tem. Como o governo francês acha que é ainda uma potência fica se metendo em aventuras em que não pode se garantir, então o povo sofrerá as consequências

  8. eu li no blog conversa afiada

    eu li no blog conversa afiada uma outra situação; a população islamica sofre pela a discriminação na frança. e isso já acontece há muito tempo. seguidos governos na frança de direita ou extrema direta levaram a uma segregação da população muçulmana nas periferias das grandes cidades. a pobreza avança e e é essa gente que é recrutada pelo o ISIS.

  9. O professor não analisou a possibilidade do emprego do …

    O professor não analisou a possibilidade do emprego do terrorismo do Daesh como uma máscara a ações de outros interesses que não o do próprio DAESH para perturbar a vida de outros países como o Brasil.

    Há mais de cinco anos que os USA vem advertindo sem nenhum motivo a situação na tríplice fronteira como nécleo terrorista, por mais que não se tenha nada a insistência nestas advertências talvez tenham bem mais do que problemas com terroristas reais.

  10. lições sobre imperialismo

    A análise de Reginaldo Nasser deixa de lado fatores e fatos que aconteceram no oriente médio e influíram na explosão da onda terrorista na Europa. Em primeiro lugar podemos salientar que nunca houve uma época em que a França, como ex-colonizadora no oriente-médio, deixou de intervir em assuntos domésticos desses países. EUA e outros países ocidentais nunca deixaram de imiscuir no oriente médio.

    Até 2011, o ano em que a primavera árabe começou a derrubar regimes ditatoriais, a política do ocidente era de apoio ao estado de Israel (com nuances entre França, Grande Britânia, EUA) apoio também aos regimes árabes ditatoriais ( também com diferentes politicas frente a regimes diferentes: variava a política ocidental em geral e a Francesa em particular do apoio incondicional às dinastias do golfo e uma política que oscilava entre amor e ódio com regimes como o sírio e o líbio ) e uma oposição categórica ao regime iraniano acusado de ter ambições expansionistas e de querer varrer Israel do mapa.

    A primavera árabe fez o ocidente embaralhar de novo suas cartas.com medo de desestabilizações regionais, tanto na Tunísia, Egito, Iêmen, Líbia e visando a solução rápida do problema a favor dos insurgentes justamente para não ver o fogo espalhar para os demais países, o ocidente fez uma aposta arriscada ou no mínimo, muito mal calculada: não levou em conta o poder do alcance dos Aiatolás do Irã. O regime iraniano interveio em peso, no Iêmen, no Iraque e na síria.ao que mais tarde viria a se juntar uma posição russa cada vez mais categórica a favor dos regimes ditatoriais e contraria a intervenção ocidental para a derrubada dos regimes ditatoriais.

    O tempo passava e o ocidente recuava cada vez mais diante da força da aliança Iraniana-Russa. Isso criava a impressão nas oposições regionais sírias, iraquianas, do que foram traídas pelas mesmas potencias que as apoiavam anteriormente, pelo menos politicamente. Os ocidentais são agora considerados inimigos por não terem intervindo militarmente em apoio aos revoltados, e o poder dos muçulmanos moderados recuava em favor dos mais radicais.

    A política externa americana mudava com Obama 180º.contra o intervencionismo de Bush, Obama preferia evitar o uso de forças a menos que os interesses americanos ficassem sob ameaças e no conflito regional iraniano-saudita-turco o Obama não se reclinou a favor de nenhuma das partes.ao contrario ele assinou com os iranianos um acordo nuclear que poderia ser traduzido politicamente em pacificação com Irã.

    O recuo do ocidente em apoiar a oposição regional, a intervenção regional iraniana de caráter religioso fundamentalista xiita, o assalto ao poder no Iraque pela maioria xiita com apoio dos EUA e Irã, o apoio das dinastias sunitas do golfo aos rebeldes na síria e no Iraque,a intervenção do regime turco,cujo chefe Erdogan é um religioso sunita com nostalgias otomanas, tudo isso ajudou ao recrudescimento do fundamentalismo e do terrorismo.

    A impressão (melhor dizer a visão) deixada nos povos periféricos é de que as grandes potencias usam a força se tiverem interesses e não por princípios humanitários, como andam a espalhar nas suas mídias. A realidade é dura e as vezes suicida para qualquer povo que queira alcançar seus direitos.se os povos periféricos podem morrer “de graça´´, a mesma lógica suicida pode ser aplicada aos povos do centro.

    Com a derrubada do bloco soviético o mundo voltou um século para trás. No século XIX, revoltas eram esmagadas, movimentos de independência aliavam-se a uma potência contra outra (geralmente a que dominava um pais) para serem depois liquidadas após um fortuito acordo entre a potência imperialista combatida e o outro imperialista que um povo imaginou ser seu aliado. Mas apesar de voltarmos um século para trás, temos diferenças substanciais: no século XXI massas humanas se deslocaram em todas as direções, gerando diversidades culturais e morais, a comunicação avançou a velocidade da luz, literalmente, com a internet e as redes sociais e as fronteiras nacionais quase desapareceram com os meios de transportes e a globalização (apesar dos reveses do Trump e do Brexit) que atingiu todos os cantos da vida cotidiana.

    O futuro da humanidade não nos traz boas perspectivas, muito menos esperanças vãs.

  11. E o Brasil vai sofrer as

    E o Brasil vai sofrer as mesmas retaliações de grupos extremistas se optar pela política de intromissão nos países islâmicos e adotar uma política francamente pró Israel, como ensaia fazer o governo golpista.

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