Renato Janine: Por que gente “sem limite” tem tanto espaço e poder?

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Renato S. Cerqueira/Futura Press/Estadão Conteúdo

Por Renato Janine Ribeiro

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Poderoso era, antigamente, alguém como Tancredo Neves ou os políticos mineiros, que pensavam longamente nas consequências de seus atos e não agiam afoitamente.

Hoje, poderoso(a) é quem age sem pensar nas consequências, de maneira impetuosa, até irrefletida. Geralmente angariam admiração e sucesso.

Um exemplo é o prefeito Doria. Aumentar velocidade mesmo contra pesquisas internacionais sérias, desalojar drogados mesmo contra pesquisas internacionais sérias, em suma, fazer o que lhe dá na telha.

Consegue admiração e sucesso.

Tem futuro? Na briga anunciada entre criador e criatura, Alckmin é o contrário dele. Não age à la diable. Não que tenha uma política de segurança admirável, longe disso. Mas sua marca é a cautela.

Agir mil vezes antes de pensar pode dar certo a curto prazo. Trará a presidência? Essa receita serviu para Collor em 1989, servirá agora? Doria aguentará um ano e meio se expondo? Alckmin, mais calmo, o comerá pelas bordas?

Mas há a questão específica – Alckmin x Doria – e a questão de fundo: por que gente sem limites está tendo, hoje, tanto espaço, é tão chamada de “poderoso(a)”?

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

13 Comentários

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  1. Me atravo a uma explicação, a

    Me atravo a uma explicação, a AUCADIA. Há muito mais gente cautelosa no mundo do que gente audaciosa. O audacioso se arrisca mais mas porisso mesmo explora mais oportunidades e tem mais chance de acertar, assim como tem de se esborrachar.

    Tudo depende das circunstancias. Churchill, hoje historicamente incensado, era MUITO MAL VISTO entre 1917 e 940, considerado aventureiro, falastrão, nada cauteloso, o rei da audacia. Mas nas circunstancias da agressão de um Hitler, outro audacioso, Churchill era a solução e não o cauteloso Chamberlain, jogou sozinho e estava certo ao ser nomeado Primeiro Ministro em abril de 1940, era o unico que tinha acertado em prever que Hitler iria começar uma guerra total.

    As vezes o audacioso dá certo em dez lances mas se esboracha no 11º, caso de Janio Quadros. Sua audacia lhe deu a Prefeitura de São Paulo na sua primeira eleição majoritaria em 1947, um audacioso que até então só tinha sido suplente de vereador contra uma coligação de NOVE partidos bancando um bom candidato (o prof.Francisco Cardoso) apoiado pelo então poderoso Governador Adhemar de Barros. Janio ganhou essa e as outras duas seguintes, governo do Estado de SP e Presidencia da Republica mas sua audacia mal calculada o jogou no chão em 1961 no golpe da renuncia.

    Juscelino, outro audacioso, ganhou todas, da Prefeitura de BH à Presidencia da Republica, contra tudo e todos mas calculou mal suas chances para uma nova Presidencia em 1965, apoiando o golpe militar de 1964, votou em Castelo Branco no Senado para Presidente, achando que logo viriam eleições gerais em 1965, errou e perdeu.

    O jogo de Doria é arriscado e se justifica pela audacia, pode ganhar ou perder, depende das circunstancias.

     

    1. Todos os personagens citados

      Todos os personagens citados tinham em comum também alguma dose de competência e de visão. Um audicioso sem esses ou outros pré-requisitos não passará de parlapatão. Caso de Collor, e mais recentemente esse João Dória e Bolsonaro. O que esses tem em comum é a “audácia” dos canalhas, como diria Disraeli. 

    2. Mas o audacioso ainda precisa
      Mas o audacioso ainda precisa de neurônios de qualidade e totalmente funcionais, se não sua taxa de sucesso vai ser muito baixa. Se for audacioso e burro a audácia sucumbe perante a burrice.

  2. Aliar-se ao capital, fazer o

    Aliar-se ao capital, fazer o jogo das grandes corporações vendendo um discurso moderno e oco,

     

    isso lhes garante espaço e a benevolencia da mídia, que se diz fiscalizadora da sociedade, mas não passa de mais um agente para manter o status quo, fingindo-se indignada com a corrupção, porém, para manter seus privilégios e o jogo sujo do poder não se furta aliar-se com a escória.   

  3. Dória dando certo é a prova

    Dória dando certo é a prova cabal da burrice do povo brasileiro.

    Cada povo tem o governo que merece.

    Para o brasil, penso que nunca foi tão verdade como agora.

  4. Coerencia

    Ah esses liberias …. Joao Doria proibe food trucks e distribuiçao de alimentaçao a moradores de rua , mas apos tomar ovada na cara ´´descola uma empresa parceira´´ que distribui omeletes amoradores de rua em umFOODTRUCK

     

     

  5. como pode ser?

    Dória afirma aos quatro cantos e para quem quiser ouvir, que é de origem humilde e que estudou com muito esforço. Admitindo tudo isso como verdade, é de se perguntar como chegou à fortuna que tem, posto que as empresas dele não prestam serviço algum  e não produzem absolutamente nada, senão convescotes de ricos.

  6. Talvez esta constatação nos

    Talvez esta constatação nos diga duas coisas.

    A primeira, sobre o nível da sociedade brasileira atual…

    A segunda, o redimensionamento tardio de nossos grandes homens públicos, que a cada dia crescem mais à nossos olhos e da história, e nos levam a questionar como pudemos perder o fio da meada de tal maneira.

  7. A explicação tem quatro letras: LULA

     A explicação tem quatro letras: LULA. Tem de ser criado o anti-LULA , nem que seja a custa de dorias e outras coisas piores e que nem devem ser escritas. Desde 27 de outubro de 2002 a única coisa que tem ocorrido é a mais estrita conspiração, na tentativa de se criar alternativas ao lulismo. Eleitoramente, do ponto de vista nacional, não conseguiram. Restou o golpe. A virada à direita do petismo levou o psdb e o que ele representa eleitoralmente a cada vez mais tomar posições mais e mais à direita, seja no campo político, no campo econômico e até mesmo no campo cultural e comportamental. A hegemonia de geraldo como verdadeiro herdeiro de covas é a maior demonstração disso. geraldo esteve no centro do governo paulista desde 1995, exceto no período 2007-2010. Seu poder em são paulo em termos de longevidade só é comparável ao de ademar. dória pode se tornar a alternativa para os que entendem geraldo como demais paulista e aécio fósforo queimado. A forma como se impôs na disputa para a prefeitura, primeiro na disputa interna do psdb, atropelando a todos os que se opunham a ele, depois, na disputa contra haddad, que se mostrou um anão eleitoral, incapaz de reagir contra a força da campanha de dória e minúsculo na defesa do seu partido e de seu próprio governo. dória se mostra a atual tentativa de criar um anti-lula sobre controle dos poderes reais desse país.

    Só há surpresa em alguém como janine se mostrar tão simplório na análise do significado de dória.     

  8. Essa é fácil de responder. Os

    Essa é fácil de responder. Os criminosos (e sociopatas como Doria) têm tanto poder no Brasil porque vocês se borram nas calças na hora de impor limites para estes criminosos. Pegando o “juiz” Moro como exemplo, porque ele não está preso apesar de todos os crimes que ele está cometendo? Porque quem deveria colocá-lo na prisão ou também é criminoso ou é covarde demais para tomar as atitudes necessárias.

    Em um país de povo covarde os criminosos fazem a festa.

  9. A resposta

    Gente sem limite tem tanto espaço no poder porque não tem limites.

    Não sente vergonha, não respeita ninguém, não remorsos, não tem escrúpulos,

    não têm consciência e não aceita um não como resposta.

    E o principal, adora o poder.

    É isso.

    Sobre o Tancredo, não foi  fina flor.

    Pelos seus frutos se conhece a árvore.

     

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