Foto: Fábio Pozzebom/Agência Brasil
Jornal GGN – Apesar do tratamento dramático da imprensa, a liberação parcial de José Dirceu não foi a única decidida pelo Supremo Tribunal Federal, lembra o jornalista Janio de Freitas, em sua coluna de hoje (4) na Folha de S. Paulo
O problema, diz o colunista, é que se trata de Dirceu, que tem um prioridade no noticiário que nem Eduardo Cunha e Sérgio Cabral superam, algo que “ninguém da explicação razoável”.
Outro que foi solto, mas sem tratamento dramático por parte da imprensa, foi o empresário Eike Batista. Janio questiona se Eike deveria estar preso e fala as “prisões inconvincentes têm sido muitas”. “Gilmar Mendes em momentos paternais indica possível motivação. Não toda. Nem, muito menos, a principal”, conclui o jornalista.
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Da Folha
Janio de Freitas
O tom dramático com que a imprensa recebeu a liberação parcial de José Dirceu –”o Supremo rachou”, “conflito entre Supremo e Ministério Público”, “Supremo ameaça a Lava Jato”, e por aí– não decorreu da liberação de um preso do juiz Sergio Moro nem do tenso resultado de 3 votos a 2.
Embora a economia da imprensa e da TV em notícias a respeito, vários outros foram liberados pelo STF, ainda com Teori Zavascki e já com Edson Fachin como relator, sem imputações à decisão. O problema é tratar-se, dessa vez, de José Dirceu.
Curioso é que ninguém dá explicação razoável para essa prioridade que nem Eduardo Cunha e Sérgio Cabral superam. Os argumentos ficam sempre nas obviedades que se aplicariam bem a centenas de figuras presentes ou recentes.
Resultados estritos, 3 a 2, 5 a 4, desempate pela presidência do tribunal, são desagradáveis sempre: motivam a ideia de falta de clareza jurídica, de firmeza de critérios, de duvidosa justiça na decisão. Mas não são excepcionais no Supremo.
Além disso, é preferível um resultado com mínima diferença do que a decisão apenas individual de um juiz, por exemplo, de manter presos por prazo indefinido, sem marcar os respectivos julgamentos, por falta das provas que deseja ou como coerção para extrair delações.
Outro liberado, mas sem deduções dramáticas, foi Eike Batista. Manso, generoso, com ótimas e com tresloucadas ideias, havia mesmo razões para estar na cadeia, sem previsão de julgamento, sem “culpa formada”?
Bem, ele pagou US$ 16,5 milhões a Sérgio Cabral. Pagamento espontâneo ou extorsão, ainda que disfarçada? Não está esclarecido. Ah, mas fez jogo com ações na Bolsa. E o que é a Bolsa senão isso mesmo? Vão fechá-la? Nem há outro preso por jogo com ações na Bolsa.
As prisões inconvincentes têm sido muitas. E, tão ou mais grave, estendendo-se no tempo com elasticidade contrária ao Direito brasileiro. Coisa de ditadura, não de regime com aspirações democráticas. Gilmar Mendes as atribui a que, na composição da Lava Jato, “são jovens que não têm a experiência institucional e a vivência institucional”. Gilmar Mendes em momentos paternais indica possível motivação. Não toda. Nem, muito menos, a principal.
BRASILEIRINHAS
1- Manchete na Folha, muito apropriada para o 1º de Maio: “71% dos brasileiros são contra reforma da Previdência”. No entanto, é imposta por um presidente sem voto, com apoio comprado de congressistas e pago com dinheiro dos cofres públicos, a título de remuneração de cargos para indicados políticos.
2- Outra sobre a reforma da Previdência à maneira do presidente sem voto e dos congressistas ilegítimos: “Reforma beneficia mulher de alta renda”. Para isso vieram.
3- Com as mesmas palavras, manchete melhor para estes tempos cirúrgicos: Alta renda beneficia reforma de mulher.
4- Pequena discordância com o bom editorial “Barbáries”, sobre os massacres de índios no Maranhão e de lavradores no Mato Grosso. O poder público não “é incapaz” de solucionar os conflitos fundiários. Poderia ser indiferente. Também não é.
Desde muito antes dos capitães de mato, o poder público sempre dispôs de meios superiores e suficientes para evitar e, quando não, para punir o genocídio de índios e de pequenos posseiros. Em nosso tempo, a superioridade desses recursos é esmagadora. Importa a quem prestam serviço e quem dele se beneficia. Material ou politicamente, como se dá com Michel Temer e o ministro Osmar Serraglio.
“Autoridades” omissas são parte do crime.
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CADEIA PARA OS GOLPISTAS
CADEIA PARA OS GOLPISTAS DISSIMULADORES DO GOLPE DE ESTADO APLICADO NO BRASIL. CADEIA PARA OS BANDIDOS ASSASSINOS DA FOLHA BEM COMO DE TODA A GRANDE IMPRENSA GOLPISTA, PANFLETEIROS DE DITADURAS E DITADORES. SÃO “PARÇAS” DO LESA PÁTRIA BANDIDO ASSASSINO FERNANDO HENRIQUE CARDOSO CLINTON, DESDE O GOLPE DE ESTADO DE 1964 QUANDO APOIARAM OS MILITARES EM CRIMES HEDIONDOS E NA MANUTENÇÃO DA DITADURA POR 25 ANOS, CONSEGUINDO AGORA EM 2016 DAR O GOLPE DE ESTADO QUE DERRUBAOU A VALOROSA PRESIDENTA DILMA ROUSSEFF, MEDIANTE O ROUBO DE 55 MILHÕES DE PETISTAS DEMOCRÁTICOS BRASILEIRÍSSIMOS. QUEREM CONTINUAR COM ESSA DITADURA ETERNAMENTE, POR ISSO DÃO UMA DE MORTO, CRITICANDO OS SEUS PRÓPRIOS PARCEIROS PARA DAR UNS ARES E IREM EMPURRANDO A GENTE COM A BARRIGA!
Comentário.
Condenado Dirceu pois a literatura (sic) permitia.
Deve ser aquele livro LTR – Linguagem do Terceiro Reich. Recomendo, a propósito.
Enquanto fica essa cortina de fumaça, o Parente nada de braçada na entrega daquilo que seria saúde e educação, o pré-sal.
Com a ajudinha dileta dos congressistas que quererm ferrar a nossa vida de qualquer jeito.
O gênio de Jânio
Além da crítica inteligente e elegante só mesmo alguém com a genialidade de Jânio de Fritas para produzir algo assim:
“2- Outra sobre a reforma da Previdência à maneira do presidente sem voto e dos congressistas ilegítimos: “Reforma beneficia mulher de alta renda”. Para isso vieram.”
“3- Com as mesmas palavras, manchete melhor para estes tempos cirúrgicos: Alta renda beneficia reforma de mulher.”
Quer uma explicação razoável para a sina do Dirceu?
“A Lava Jato, porém, há muito tempo parece ter deixado de ser uma investigação policial. A operação parece prisioneira da presunção de que tem um papel a desempenhar no futuro da política e da Justiça no Brasil, razão pela qual qualquer ponderação que ponha em dúvida seus métodos e suas certezas será vista como manobra contra seu prosseguimento. O discurso messiânico de alguns de seus principais integrantes sugere que, para eles, todas as instituições do País estão apodrecidas, com exceção do Ministério Público. Em sua ânsia de sanear o País, a Lava Jato comete erros – e um deles deu um gostinho de vitória a JOSÉ DIRCEU, UM DOS PERSONAGENS MAIS NEFASTOS DA HISTÓRIA BRASILEIRA.” – Estadão, A Real Ameaça à Lava Jato
http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,a-real-ameaca-a-lava-jato,70001762527
Como visto, os personagens mais funestos da história do Brasil não são os esquartejadores do Tirandentes, nem o carraco de Zumbi dos Palmares, nem o Fleury, nem o Ustra, nem o Hidelbrando Paschoal, nem os pedófilos, nem os golpistas, mas o Zé Dirceu.
off-topic: “MPF/RS obtém na Justiça a primeira condenação (…)”
“Ah, mas fez jogo com ações na Bolsa. E o que é a Bolsa senão isso mesmo? Vão fechá-la? Nem há outro preso por jogo com ações na Bolsa.”
Não sei se alguém foi preso, mas houve a notícia seguinte em novembro último: “MPF/RS obtém na Justiça a primeira condenação no Brasil por fraude na bolsa de valores”.
http://www.mpf.mp.br/rs/sala-de-imprensa/noticias-rs/mpf-rs-obtem-na-justica-a-1a-condenacao-no-brasil-por-fraude-na-bolsa-de-valores