Tasso Jereissati e Nelson Jobim lideram apostas para substituir Temer

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O PSDB ainda não desembarcou do governo Temer porque defende, como alternativa à queda do presidente, a eleição indireta, que é a saída constitucional em caso de vacância da Presidência, até o momento. Para eleger um nome de seu agrado, precisará dos votos do PMDB.
 
Como Michel Temer não quer renunciar, a solução mais rápida é aguardar o julgamento da chapa reeleita em 2014 no Tribunal Superior Eleitoral, que ocorre no próximo dia 6. E enquanto isso não ocorre, tucanos e peemedebistas discutem os nomes mais cotados para presidente: Tasso Jereissati e Nelson Jobim. Além de agradar parlamentares, ambos também são bem vistos pelo mercado financeiro, segundo analista do Estadão.
 
Folha de S. Paulo analisou que embora o ex-ministro do STF Nelson Jobim tenha melhor trânsito entre alas do PT, ele pode ser implicado pela Lava Jato, já que foi membro do primeiro escalão durante gestões petistas, e a compra dos caças Gripen está sendo investigada. Já Tasso não foi sequer “aranhado” pela operação.
 
Outros setores do PSDB avaliam que Fernando Henrique Cardoso seria o melhor nome, mas não há consenso nem sinais de que o ex-presidente aceitaria a missão.
 
Segundo informações de Mônica Bergamo, com Aécio Neves derrubado pela delação da JBS, sobraram para 2018 apenas Geraldo Alckmin e João Doria. Mas como os paulistas não são unanimidade, parte do tucanato lançaria Jereissati numa eleição indireta pensando que, se a ideia vingar ou não, o cearense ao menos se credencia como candidato em 2018. 
 
Independente de quem for escolhido para substituir Temer, a ideia do PSDB e PMDB é manter a equipe de Henrique Meirelles na Fazenda e aprovar as reformas impopulares.
 
Um incentivo para Temer largar o osso seria manter seus homens fortes no governo. 
 
“Até agora, a maior parte dos aliados concorda com a manutenção do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Alguns também observam que seria conveniente propor a Temer que, caso a situação fique insustentável, os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, também sejam preservados, embora sejam investigados pela Lava Jato”, diz Estadão.
 
A cassação pelo TSE ainda daria a Temer a desculpa de que foi a campanha de Dilma Rousseff a responsável pela sua queda, e não o escândalo JBS.
 
A questão é que as negociações podem ser pegas por um fator supresa. A eleição indireta passa pelo período de 30 dias de gestão interina de Rodrigo Maia (DEM) e aliados de Temer já suspeitam que o deputado pode reunir forças no baixo clero para se manter na cadeira até 2018. 
 
ELEIÇÃO DIRETA
 
A costura nos bastidores em torno da eleição indireta tem sido intensa, ainda de acordo com os jornais, porque PSDB e PMDB querem evitar que a PEC das Diretas Já seja aprovada e Lula possa entrar na disputa pelo PT. O ex-presidente tem alta rejeição, mas lidera isolado as últimas pesquisas de intenção de voto para 2018.
 
Se não pela PEC, a eleição direta dependeria de “alguma leitura heterodoxa do TSE” ao final do julgamento da chapa. Se Temer for cassado, a corte pode discutir se cabe aplicar um dispositivo do Código Eleitoral que permite novas eleições desde que o cargo fique vago mais de seis meses antes do próximo pleito. É preciso debater se essa lei valeria para o caso da presidência da República ou apenas para governadores e prefeitos. 
 
O argumento da grande mídia e políticos contra essa ideia é que, dessa maneira, o TSE jogaria o País numa “barafunda legal”. 
 
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

15 Comentários

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  1. Bela análise política do professor Armando

    Vejam que bela análise de conjuntura política do professor do Departamento de Filosofia e Ciências Humanas da UNICAMP, Armando Boito.Vale muito a pena ler e refletir:

    “O governo Michel Temer balançou, embora ainda não tenha caído. É um governo instável. Para entender o que está ocorrendo, é preciso desvencilhar-se de ideias correntes que são verdadeiros obstáculos no caminho da compreensão do momento atual:

    a) a ideia de que a “direita”, essa noção genérica, vaga e imprecisa, seria um campo unificado;

    b) a ideia de que a burguesia seria uma classe homogênea e com poder de controlar todo o processo político;

    c) a ideia de que o Estado seria um instrumento passivo nas suas mãos e, ainda;

    d) a ideia segundo a qual os conflitos de classe oporiam apenas dois polos – o “capital” e o “trabalho”.

    O governo Michel Temer foi concebido pela oposição ao governo Dilma Rousseff visando restaurar a hegemonia do capital internacional e da burguesia a associada. Como é sabido, ele tem tomado muitas medidas e elaborados planos nessa direção: desnacionalização do pré-sal, desnacionalização da cadeia produtiva do óleo e gás, desnacionalização das terras, dos aeroportos, do Aquífero Guarani e outras. Porém, o governo Michel Temer não está conseguindo, a despeito de tudo, atender aos interesses internacionais e também aos interesses manifestos do conjunto da classe burguesa, como são os casos da reforma trabalhista e previdenciária. Esse governo não está conseguindo, dizíamos, estabelecer hegemonia alguma, já que a hegemonia pressupõe um governo minimamente estável, coisa que esse governo, evidentemente, não é.

    Qual força social está desestabilizando o governo Michel Temer?

    É certo que o fato de ele não ter sido eleito e também o fato de ser contestado pelo movimento sindical e popular minam sua base de sustentação. A greve geral de 28 de abril, embora não tenha atingido o nível de uma “greve argentina”, foi um protesto amplo e importante. Deve-se acrescentar a isso um fator de importância menor mas que também conta: segmentos da burguesia interna têm, ainda que moderadamente, se oposto a algumas medidas de política econômica do governo – as empresas da cadeia de petróleo e gás acionaram a Justiça contra o desmonte da política de conteúdo local, e grandes empresas nacionais já estão protestando contra o impacto do ajuste fiscal na política de financiamento do BNDES.

    Contudo, a falta de legitimidade, o protesto sindical e popular e as insatisfações localizadas da grande burguesia interna tornam o governo vulnerável, mas não são o elemento ativo da instabilidade governamental. O elemento ativo é outro: a ação do sistema de justiça (composto pela Polícia Federal, Ministério Público Federal e Judiciário) contra os integrantes do Executivo Federal e de sua base aliada no Congresso Nacional. É verdade que esse sistema usou e usa politicamente o combate à corrupção para combater o PT, que é o seu inimigo principal. Mas esse sistema quer, também e de fato, combater a corrupção, mesmo aquela praticada pelo PMDB e pelo PSDB. Definem o inimigo principal, escalonam prioridades, concentram-se sobre um ou outro alvo de acordo com o momento, enfim, fazem cálculos táticos, como toda e qualquer força que intervém no processo político.

    Esse sistema de justiça teve muitos dos seus integrantes treinados pelo Departamento de Justiça dos EUA, recebeu informações privilegiadas dessa mesma instituição e foi estimulado a dar um combate sem tréguas à grande burguesia interna e ao PT. Mas, não fez isso como instrumento passivo nas mãos do imperialismo. Ele tem uma base social própria na alta classe média, base que se reconhece nele, sai às ruas quando é por ele interpelada, e, de sua parte, esse sistema tem consciência clara de que tal base social é o seu maior trunfo político.

    Dito de outro modo, o que está desestabilizando o governo Michel Temer é que a força dirigente do golpe do impeachment perdeu o controle da sua base de massa. O capital internacional e a burguesia associada, que, após atrair grande parte da burguesia interna e estimular a mobilização da alta classe média, chegaram ao poder com Michel Temer, perderam o controle da base de apoio do golpe. A frente golpista rachou e o estabelecimento de uma nova hegemonia ficou comprometido.

    A maior parte dos setores ativos do sistema de Justiça, cuja ação provoca a instabilidade do governo Michel Temer, age, então, como representante político da alta classe média. Agiu junto ao imperialismo no movimento golpista mas, hoje, toma um rumo próprio. A Lava Jato não parou, contrariando o que muitos petistas imaginaram que aconteceria após a deposição de Dilma Rousseff, e tomou um rumo que representa um verdadeiro estorvo para a ala burguesa do golpe. O conjunto da burguesia quer as reformas trabalhista e previdenciária, a burguesia associada e o imperialismo querem a desnacionalização da economia, Henrique Meireles está, como dizem os boleiros, “fazendo o seu melhor” e tem à sua disposição uma equipe econômica dos sonhos para esses setores. Porém, a Lava Jato e outros setores do sistema de justiça estão pondo tudo isso em risco. Fazem-no como representantes políticos da alta classe média e, também, por motivos corporativos. A PF e o MPF estão insatisfeitos com o governo Michel Temer devido à sua reforma da Previdência e à sua relutância em nomear para a PGR o mais votado da lista corporativa do MPF.

    Vivemos uma situação de crise de hegemonia e, portanto, uma situação de instabilidade política. É certo que a briga entre o sistema de justiça, de um lado, e o executivo federal e as forças majoritárias do Congresso Nacional, de outro, é uma “briga de brancos”. Nenhum dos dois lados defende propostas progressistas. Contudo, esse conflito pode favorecer o movimento popular já que desgasta ambas as partes e abre brechas para o movimento operário e popular fazer passar, com mobilização nas ruas, a bandeiras do “Fora, Temer” e das “Diretas Já”. Enquanto dois brigam, o terceiro pode sair ganhando”.

  2. Tenho uma sugestão: porque

    Tenho uma sugestão: porque não fazem uma pesquisa entre os descendentes de Julio Prestes e se entrega a presidência para seu mais direto herdeiro? Asism a restauração da velha república estaria completa, retomando-se sua história do ponto onde foi interrompida pela revolução de 1930… Tamb´me poderiam restaurar a Monarquia, colocar um descendente de Pedro II como figura decorativa, contratar um bom marqueteiro para passar a imagem de o Imperador é o pai da nação, enquanto os latifundiários, os entreguistas, os banqueiros, os empresários em geral decidiriam o futuro do brasil. Seria menos ridículo do que termos um “presidente” “eleito” por este congresso com selo de qualidade JBS/Odebrecht? 

  3. Eis a nossa essência…

    Ciro Gomes deve ter engolido o jornal quando leu que Tasso corre no pareo para ser mais um presidente posto. O que vier dessa tractação toda não me traz esperança. Nelson Jobim talvez seja o menos pior dentre os nomes que têm aparecido. O que vem por ai são as reformas que nunca trarão paz social nem consenso politico. Francamente, o Grupo Globo, além de decidir por nos, pensa que pode pensar em nosso lugar?

      1. Bovinamente mesmo! Começo a
        Bovinamente mesmo! Começo a pensar que o pilha do Mainardi tem razão, só se enganou ao circunscrever a ‘bovinidade’ ao nordeste!!! Onde estava o povo nas demais cidades enquanto o pau quebrava em Brasília?!
        Eu inclusive!!!

  4. O fundemental é não deixar a

    O fundemental é não deixar a GLOBO fazer o Presidente, sua grande meta.

    E as opções da GLOBO não estão na classe politica

  5. tá difícil!

    O Brasil está f…. mesmo, sequestram, torturam e tentam exterminar a esquerda e, em troca, só oferecem mutantes oriundos do submundo oligárquico e entregfuista.

  6. Pelamordedeus!

    Pelamordedeus!

    Nelson Jobim pelo menos se pretende polido no trato e com algum apreço pelo saber (jurídico, no caso). Tasso Jereissati é mais um boçal-rico que só mesmo um congresso como esse é capaz de escolher como presidente. A diferença dele para um Doria é quase nula..

    Tomara que seja somente um balão de ensaio, um tipo de provocação.
    Mas, embora impressione ver um tucano na presidência, não surpreende, pois, afinal, colocaram um desqualificado do DEM na presidência da Câmara, não foi?

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