As ligações do novo presidente da Anatel com o PSDB

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Michel Temer (PMDB) nomeou para a Anatel – agência reguladora do setor de telecomunicações – o ex-ministro e engenheiro paraense Juarez Martinho Quadros do Nascimento, que capitaneou a pasta de Comunicações entre 2002 e 2003, no final do mandato do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

A indicação de Juarez consta no Diário Oficial da União desta sexta-feira (9). Para ocupar a função, ele precisa ser aprovado pelo Senado. O ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, já havia sinalizado a escolha.

Juarez trabalhou na Telebras até 1995. Seu nome consta como um dos interessados em um processo da Telerj – empresa de telecomunicações do Rio de Janeiro – no Tribunal de Contas da União, relativo à prestação de contas de 1993.

A companhia foi um dos redutos de Eduardo Cunha (PMDB), que tinha interesse em ascender no setor de teles nos anos 1990. Mas encontrou um obstáculo na base governista de FHC, que entregou boa parte do comando das teles para o PSDB e partidos aliados.

Juarez foi nomeado ministro numa minirreforma que FHC fez em 2002 para atrair partidos para a base governista, principalmente o PMDB, com vistas à eleição presidencial daquele ano. O ex-presidente queria fazer de José Serra seu sucessor no Planalto.

Em 1992, Juarez foi diretor de Coordenação de Operações e Serviços no exercício do cargo de Diretor de Planejamento e Engenharia. Ele trabalhou com outro nome muito lembrado quando o assunto é o governo e Aécio Neves em Minas Gerais: Djalma Bastos de Morais, presidente da Cemig – concessionária mineira de energia.

Djalma ocupou lugar na cúpula da Telebras como conselheiro. Juarez também passou pela diretoria da Telebras, além de ocupar cargos na Telesp, Embratel e Correios.

Juarez substitui José Batista de Rezende, cujo mandato no comando da Anatel se encerraria apenas em novembro de 2018. Ele que abriu mão do posto alegando motivos pessoais, após o impeachment de Dilma Rousseff (PT). 

O ex-presidente enfrentou uma turbulência após defender interesses de empresas que querem alterar o ambiente regulatório das concessões de telefonia fixa para, entre outras ações, limitar a banda larga fixa.

Em agosto, a Anatel produziu um relatório se desculpando pela iniciativa de Rezende e defendendo os consumidores da investiga das teles contra a banda larga fixa ilimitada.

 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

5 Comentários

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  1. Temer…

    Temer e temer. Mais do mesmo. Quem governa não é o pmdb, partido desde a sua criação teve como único talento ser lacaio. Quem governa é o psdb, que declara todo dia: apoiamos se for outro Itamar. E Itamar fez o que, fora levantar a candidatura FHC e depois receber seu quinhão de aposentadoria em alguma capitania hereditária? Álias é a história do Brasil e seus politicos modernizantes, socializantes, progressistas e anti-capitalistas. Mais do mesmo. 

  2. Sem ginga…

    Indústria pede ao governo fim de software brasileiro em TV digital

     

    Indústria pede ao governo fim da obrigatoriedade de instalação de software brasileiro em TV digital

     

    Fabricantes de aparelhos eletrônicos e operadoras de telefonia pediram ao governo o fim da obrigatoriedade de instalação de um software desenvolvido por pesquisadores brasileiros para televisores e equipamentos usados para transmissão e conversão de sinais de televisão digital.

    Uma das principais bandeiras dos governos petistas na época do lançamento da TV digital no país, o software brasileiro, conhecido como Ginga, tem como função viabilizar o acesso dos telespectadores a conteúdos interativos que o sistema digital permite transmitir junto com a programação das emissoras.

    Com a troca de governo e a posse do presidente Michel Temer (PMDB), a obrigatoriedade virou alvo das empresas. A Eletros, associação que representa os fabricantes de aparelhos eletrônicos, enviou cartas a ministros de Temer pedindo o fim da exigência.

    ——
     

    Segue em:

    http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/09/1811538-industria-pede-ao-governo-fim-de-software-brasileiro-em-tv-digital.shtml

  3. menos

    menos… dá a impressão que estão trocando o haddad pelo mendonça filho*…

    fiz uma reclamação na anatel que seria escandalosa… a vivo só instala o que quer a quem quer**. juntei provas do que falava desmontando todos os argumentos que foram dados nas chamadas cujos protocolos entreguei –  provas fotográficas. 

    isto foi em fevereiro, não foi agora.

    deu em quê? em p%##@ nenhuma!  o passo seguinte seria a denúncia da anatel ao MP… sério?!? SÉRIO?!?

    muda assim tanto trocar o cabeça de um orgão que já não fazia nada? foi a pressão da sociedade que fez com que a limitação não avançasse… não o cabeça. e se houver pressão, não avança de novo – mexer com a banda larga de quem manda…? há limites.

     

    *quem viu a fantástica entrevista que deu ontem ao jornal da cultura?

    **se não for o combo, não há mais entradas para fibra ótica.

  4. Aparelhamento ?

    Não, claro que não. Somente o PT coloca seus “cumpanheiros” para levarem uma “boquinha”. É o que dizem todos os contra, qdo dou uma olhada em blogues que não posso comentar. E nem faço questão mesmo, eles são baixo nível no duro.

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