TV GGN 20 horas: Os abusos dos delegados da Lava Jato

"Outro ponto de debate são os abusos da Lava-Jato, que estão vindo à tona (...) É escandaloso essa indústria da anti-corrupção, o grau de mediocridade desse pessoal que assumiu”

O programa começa com a análise dos dados da covid-19: a média semanal de casos está em 46.921 casos, 3% acima do visto 14 dias atrás. Os estados que mais avançaram foram Paraná, Santa Catarina, Roraima e Distrito Federal. Quanto ao total de óbitos, a média diária permanece acima de 1000 ao longo dos últimos dias – a média chegou a 1.053, 4,2% acima do registrado 14 dias atrás.

“O ponto central, que ainda não está refletido nesses gráficos mas vai ficar, é a ocupação de leitos em todos os lados. Por todo lado que você olha, está vindo realmente uma tragédia pela frente”, diz Nassif

O ex-ministro Nelson Barbosa e o presidente do banco Fator, Gabriel Galipolo, conversaram com Luis Nassif sobre como compatibilizar o impedimento das cotações de dólar e câmbio se reflitam no mercado doméstico, e impedir que a Petrobras tenha prejuízo.

“O que tem acontecido nos últimos anos é o show do improviso (…) Nós vamos para uma situação de livre flutuação, achando que isso vai funcionar rapidamente, e aí no período de baixa de preço todo mundo comemora (…) Quando vem a alta, é esse Deus nos acuda”, explica Barbosa.

“Você tem dois interesses em jogo: o interesse do Brasil, pois pega todos os brasileiros que é o preço do combustível (…) E tem o mercado, que é só o acionista da Petrobras”, diz Nassif. “Quando você pega a mídia só reflete mercado, é impressionante”.

“Você tem duas crises políticas, uma com o Pedro Parente e a outra agora, porque o Brasil não aceita isso (…)Como você faz para criar formas, engenharias que permitam preservar a Petrobras mas impedir essa loucura da contaminação dos preços internos pelos preços internacionais”, explica Nassif. “Mas quando você olha a pobreza do debate na mídia é assustador. E o que sai de consenso é a criação de um fundo, efetivamente, como o que tem no Chile”.

“Esse fundo é o seguinte: quando o petróleo está lá em cima, o governo pega parte desse recurso para constituir o fundo. Quando o petróleo está lá para baixo, o governo coloca para sustentar. Então reduz a volatilidade até das próprias cotações (…)”, afirma Nassif. “É uma discussão sofisticada, que exige alternativas sofisticadas, e o Brasil emburreceu (…) Uma comentarista falava ‘a Petrobras é do povo brasileiro, portanto não podemos deixar que ela leve prejuízo’. Gente, o prejuízo da Petrobras afeta o acionista”.

“Outro ponto de debate são os abusos da Lava-Jato, que estão vindo à tona (…) É escandaloso essa indústria da anti-corrupção, o grau de mediocridade desse pessoal que assumiu”, pontua Nassif.

Nassif e o jornalista Marcelo Auler conversam sobre o caso Erika Marena, delegada da Polícia Federal no Paraná, que usou 120 a 130 pessoas para conduzir uma operação contra a reitoria da UFSC por problemas administrativos em convênios com o Ministério da Educação. “Ela levou o reitor, Cancellier (Luiz Carlos Cancellier de Olivo), ao suicídio. E ela hoje, no material divulgado pela defesa do Lula, eles pegam um trecho em que os procuradores falam ‘poxa, a Erika simulou um depoimento, ela achou que a gente estava querendo e simulou um depoimento'”, explica Nassif.

“‘Ela (Erika) achou que a gente estava querendo e simulou um depoimento, inclusive falou de presença, de todos os procedimentos lá, que não era verdade'”, diz Nassif. “O que eles discutiam? Cabe ao Ministério Público a fiscalização da Polícia. O que eles discutiam: a maneira de limpar a barra da Erika. Então, todos esses abusos (…) é de envergonhar”, ressalta.

“A última informação é que o inacreditável Ministério Público do Distrito Federal, que é um ministério mais inquisitorial do que o do Paraná, querendo denunciar o Delgatti por ter dado a entrevista para o 247”, diz Nassif.

“Essa notícia de que a Erika escreveu um depoimento de quem ela não tomou não me surpreende, porque foram muitas as ilegalidades cometidas pela Polícia Federal na Lava-Jato”, explica Marcelo Auler, a começar pelo próprio grampo ilegal na cela do Alberto Youssef. “A falsidade permeia toda a Lava-Jato. E o que eu achava curioso é que a Vaza-Jato, e a Spoofing também, só estava trazendo as conversas de procuradores (…)”, afirma Auler.

“Esse caso não é uma conversa de procurador com delegado. São dois procuradores, o Deltan Dallagnol e o Orlando Martello, falando que a Erika escreveu um depoimento de uma pessoa que ela não ouviu. Isso é falsificação, e agora?”, questiona Marcelo Auler. “Dois pontos chamam a atenção: um, eles (os procuradores) celebrando o fuzilamento moral do ministro Ribeiro Dantas (…), que é um procurador respeitabilíssimo, mas garantista”, diz Nassif

“Ele (Ribeiro Dantas) assume a relatoria da Lava-Jato no STF e saem matérias bombásticas no Estadão e no Globo torpedeando ele. E você vê nas conversas a comemoração do Deltan: ‘Conseguimos’”, diz Nassif. “E outro ponto relevante: eles dizem o seguinte ‘nós precisamos tomar posição política para não perder a popularidade, para não perder a opinião pública’ (…) O que eles querem? ‘Ah, nós somos os salvadores’, então para onde nós vamos? Vamos para onde nos permitirem'”, diz Nassif

“Quando tentaram pegar Serra, Gilmar, esse presidente do STJ, dançaram. Dançaram. E é interessante que eles sabem que eles estão indo naquela direção do Lula e do PT porque sabem que foi um espaço que deixaram para eles”, diz Nassif. “Mas todos eles se apaixonam pela tese. Se tornam antipetistas de carteirinha, passam a ironizar, a tratar o Lula como se fosse um inimigo, falar do ‘nine’. Então, essa exposição pública é uma desmoralização que já tinha do MP e, agora, da Polícia Federal”, afirma Nassif.

Sobre o caso do Delgatti, Marcelo Auler diz que “estão querendo melar (os dados obtidos) e amedrontar o rapaz. E não vão conseguir”.

Redação

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