Advertência: o governo golpista faz mal à saúde, por Dilma Rousseff

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Advertência: o governo golpista faz mal à saúde

por Dilma Rousseff

Além de acabar com postos públicos do Farmácia Popular, ministério ameaça extinguir o fornecimento de remédio gratuito e barato na rede privada

Depois de extinguir a rede pública do programa Farmácia Popular, já tendo fechado mais de 500 postos de fornecimento, o desastroso governo golpista avança mais um passo na revogação do acesso dos brasileiros a medicamentos gratuitos ou com até 90% de desconto nas drogarias privadas. O ministro da “Saúde” anunciou esta semana que vai cortar até pela metade os custos com as indústrias que fornecem medicamentos aos estabelecimentos conveniados sob o selo “Aqui tem farmácia popular”.

Os representantes das indústrias informam que isto pode significar a extinção da única parte do programa que ainda funciona. O ministro do governo golpista diz que não faz mal, porque passará a fornecer remédios apenas nos postos do SUS.

Isto significará um retorno à dolorosa via crucis a que os brasileiros eram submetidos até 2004, quando o governo Lula criou o programa Farmácia Popular, mantido e ampliado no meu governo. Significará enorme sacrifício físico e financeiro e perda de tempo para milhões de brasileiros que, para tratar suas doenças, terão de se dirigir a postos de saúde distantes de suas casas, gastando com transporte, entrar em longas filas e, muitas vezes, receber a informação de que o medicamento está em falta, o que os obrigará a voltar em outra data.

Arthur Chioro, que foi ministro da Saúde no meu governo, critica a decisão anunciada pelos golpistas:

— O que observamos em relação ao Farmácia Popular é uma desmontagem do programa. O Farmácia Popular não substitui o SUS. Ele foi pensado para dar retaguarda a usuários de planos que não têm garantia de cobertura de medicamentos, que têm peso significativo sobre o orçamento das famílias. Extinguir o Farmácia Popular é colocar todo mundo em concorrência no SUS novamente.

O governo que está fechando os postos públicos das Farmácias Populares agora ameaça inviabilizar o “Aqui tem farmácia popular” para economizar cerca de R$ 600 milhões, uma ninharia em se tratando de gastos com saúde pública para a população, mas um dinheiro que os golpistas certamente vão usar para fazer caixa a fim de comprar apoios políticos que mantenham o presidente usurpador livre do braço da Justiça.

O programa Farmácia Popular é uma referência mundial e fez do Brasil o único país do mundo a distribuir remédio de graça para a população. Atendia os brasileiros mais vulneráveis, e também, em sua versão nas farmácias privadas, fornecia remédios a milhões de crianças, trabalhadores e aposentados de classe média, que atenuavam, com acesso a medicamentos gratuitos ou quase de graça, os altos custos que tinham com o pagamento de planos de saúde. O programa Farmácia Popular chegou a atender 30 milhões de brasileiros até o golpe de 2016, fornecendo mais de 100 medicamentos gratuitos. O “Aqui tem farmácia popular” coloca à disposição da população 42 medicamentos, 25 dos quais de graça e os demais com descontos de até 90%, em uma rede de 35 mil farmácias conveniadas.

Este é mais um alto preço que os brasileiros pobres e de classe média pagam pelo golpe que derrubou um governo democrático e popular por meio de um impeachment fraudulento, confessadamente comprado à base de propinas.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

3 Comentários

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  1. Apartheid

    Do jeito que as coisas estão andando, nem tanto quanto uma ditadura “tradicional” com atos de violência física, repressão ou tortura, mas uma ditadura com mais violência financeira / jurídica com consequências na saúde, educação e subsistência de toda uma população, bem como venda de patrimônio e riquezas naturais.

    Tudo isso com apoio midiático, que reflete a casta dominante.

    Na Europa principalmente, olham com uma impressão de perplexidade tanto pelos abusos cometidos por executivo / judiciário / legislativo, quando a baixa reatividade da população!

    Está chegando a hora que até uma reação da população será entendida pela comunidade internacional como legítima defesa, pelos abusos que estão sendo cometidos! 

    Caminhamos assim como no Apartheid, para que o Brasil sofra censura de várias instituições / governos mais esclarecidos.

    A população sabia, mas a miséria do povo brasileiros só chegou de verdade a grande mídia depois do fome zero.

    E a “fome” é um processo, ou seja, são eventos dentro do tempo, então levou tempo e as autoridades e mídia “esqueceram” essas pessoas!

    Então é preciso que o sofrimento deste desgoverno caia na rede, no Youtube, nos face books – não podemos esperar a rede globo documentar o que acontece nos hospitais, por exemplo – e coloquem data nos acontecimentos!

    É preciso que sociedade tome consciência das consequências que estão sendo afligidas a outros seres humanos, brasileiros como nós e assim entender o tipo de sociedade que estamos criando, que tipo de sociedade emergirá.

    Se queremos uma sociedade mais fraterna ou mais violenta!

    Nós, povo, temos que fazer essas escolhas!

  2. O dinheiro para gastar com empresas de midia não deve faltar

    E a população pobre vai a cada dia sofrendo com as extinções dos programas sociais… Eh de desesperar ver o Brasil retornando aos anos 90, quando quem era pobre so tinha a rua do chão para andar e tentava manter a estima. Esses senhores de escravos não têm a minima piedade pela imensa maioria do povo brasileiro que precisa desses programas. So espero que tudo isso seja didatico e que o povo não se deixe mais enganar pela Globo e toda midia.

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