Ah, meu santo, eu preciso meditar!, por Matê da Luz

por Matê da Luz

A filha está em época de vestibular. Diz o ditado que pressão demais espana, cobrança de menos deixa irresponsável. Ela também namora agora, decidiu que ia mudar a prática de ser livre, leve e solta bem no final do terceiro colegia, veja bem, logo ela que falava que o foco ia ser outro, Ciuminhos à parte, gosto muito do moço, da relação, dos sorrisos que ela descobriu por ali mas, de fato, na prática, é mais uma atividade na vida – fora a escola em período integral que, pasmém!, traz simulados insanos sábado sim, sábado também. 

Minha cabeça anda à mil com a última reordenação no meu negócio próprio. Sabendo-me apaixonada pelo core-business da coisa toda, decidi estudar e pedir ajuda pra quem sabe lidar com o que eu não sei, que é justamente aquela parcela de administração e gerenciamento de sonhos que os faz tornar realidade ou pesadelo. Descobri que estava pagando pras pessoas usarem alguns de meus produtos. Muito choro, porque eu sou emocional pra caramba, recálculo e chegamos num custoXbenefício que faz a missão fundamental da empresa, que é gerar lucro, acontecer – “pensa que foi verba de marketing”, me disse o contador, talvez tocado pelas minhas lágrimas, as verdadeiras que me deixam com pintinhas no rosto, as pintinhas da mágoa. 

Daí que também estou numa profunda modificação espiritual, mais livre, mais leve, mais solta mas, sendo honesta com você, que nem me conhece, eu tenho uma desconfiança enorme no que não conheço e, portanto, estar amparada pelo conhecimento de uma casa, de uma mãe ou pai de santo era algo que deveria me trazer segurança. Minha última experiência mostrou que não é bem por aí ou que, no mínimo, eu faça melhores escolhas em termos de referência e, então, agora eu estou testando minha confiança no invisível de uma forma mais sutil, porém muito mais poderosa e até então desconhecida pra mim: treinando o conhecimento que obtive em sete anos de práticas mediúnicas com a supervisão do meu próprio entorno invisível e, enfim, tirando proveito do chamego que a mãe de santo do meu melhor amigo tem comigo para confirmar ações e direcionamentos. 

Tem sido um período de bastante espera, de incertezas tão marcantes que a meditação é um dos poucos momentos que consigo ter paz mental. Não há floral, remédio tarja preta ou conversa em terapia que acalme minha cabeça frente a tanto não-saber: o controle das situações, mesmo que estejam péssimas pra mim, foi a forma que meu cérebro encontrou para lidar e prever adversidades, uma vez que quando comecei a tomar consciência delas eu já estava cansada demais. Mais um treino árduo pro momento: reaprender a refazer escolhas. Isso, meus caros, demanda tanta energia que o fim do ano, neste meu contexto, não seria o ideal – mas pra mim, uma filha de Iansã que deseja ventar e fluir, não tem “pelo menos” que acalme. Ou vai ou vai. 

E então me lembrei de uma das meditações mais fortes que já vivenciei, que é a Heart Chakra do Osho – uma meditação pra liberar espaço no coração e integrar o passado, o presente e o futuro, algo que de fato distancia a ansiedade e o desejo de saber o que virá. Neste link aqui você pode baixar essa meditação e, apesar de recomendado que ela seja feita na primeira hora do dia, faça a qualquer momento, não tem problema algum e vai ajudar da mesma forma. Pelo menos pra mim tem ajudado. 

Ainda não sei pra onde a filha vai; tampouco se o negócio vai fluir direito desta vez, tão em cima pro varejo nesta época de Natal em crise; ainda estou no modo reativo sobre minhas dores da alma, mesmo que saiba que isso já não me cabe mais – mas uma horinha de dança meditativa tem me trazido para mais perto do momento que, mesmo sendo de dúvida, é o que realmente tenho disponível. 

 

Mariana A. Nassif

2 Comentários

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  1. Boa sorte, Mate!
    (Eu ja nao

    Boa sorte, Mate!

    (Eu ja nao falo “chakras” ha anos;  se voce me ver falando em “verbos”, eh o mesmo assunto)

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