Alemanha tenta incentivar tratamento para pedófilos

Enviado por Pedro Rinck

Do Aleteia

Polêmica: pedófilos inocentes? Uma coisa é a tendência, outra coisa é o ato de abuso
 
Alemanha quer evitar o abuso sexual infantil dando tratamento a quem se sente atraído por crianças

A Alemanha lançou um ousado programa para incentivar os pedófilos a buscarem tratamento confidencial, voltado a controlar ou mesmo reverter a sua atração sexual por crianças. A proposta vem gerando polêmica no país porque inclui os pedófilos que já cometeram abusos sexuais.

Por outro lado, importantes aspectos positivos da proposta merecem destaque:

– O foco é o tratamento do pedófilo e a prevenção de abusos, em vez da punição do pedófilo depois que o crime já foi cometido.
– Incentiva-se o pedófilo que quer tratar o seu transtorno a buscar ajuda especializada, superando o medo de ser denunciado à polícia. Este aspecto se aplica em particular à Alemanha, onde os terapeutas não são obrigados a denunciar abusos cometidos por seus pacientes no passado. Já em outros países, como o Brasil e o Reino Unido, os terapeutas são obrigados a fazerem essas denúncias, o que dificulta a busca de tratamento por parte dos pedófilos, que temem a prisão e acabam cometendo novos abusos.

– Esta abordagem também promove o entendimento da diferença entre a pedofilia e o abuso sexual: a pedofilia é uma tendência, é a atração sexual por crianças, pela qual o pedófilo não tem culpa; a tendência em si não implica necessariamente que essa atração seja levada à prática mediante o abuso contra crianças.

– Da mesma forma, esclarece-se melhor que nem todos os abusadores infantis são pedófilos: muitas vezes, são até adultos heterossexuais que, por uma gama variada de motivos, cometeram ou cometem abuso infantil, embora também se relacionem sexualmente com outros adultos.

– Existem pedófilos que se abstêm da prática da pedofilia: são pessoas que sentem a atração por crianças, mas sabem da gravidade do crime do abuso infantil, não querem cometê-lo e sofrem para tentar conter a sua propensão. Essas pessoas formam um grupo muito maior do que se costuma pensar: segundo pesquisas, de 3% a 5% dos homens sentem atração sexual por crianças, mas grande parte deles não concretiza atos de abuso.  

O tratamento oferecido na Alemanha é uma terapia cognitiva comportamental: são analisados os sentimentos sexuais do paciente e elaboradas estratégias para evitar até mesmo as potenciais situações de risco de abuso. Cerca de 440 homens começaram o tratamento no país. O número poderia ser muito maior: existe até lista de espera, pois ainda são poucos os locais adequados para a realização da terapia.

Uma campanha publicitária informa os alemães sobre a existência do tratamento. Um dos anúncios na TV mostra um jovem mascarado que diz: “Ninguém tem culpa de ter esta inclinação sexual. Mas toda pessoa é responsável pelo seu comportamento”. Em seguida, ele tira a máscara e afirma: “Eu não quero me tornar um criminoso”.

Redação

5 Comentários

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  1. Parece que tem enrustidos na área.

    Parece que uns enrustidos na área. Comprem uma passagem e vão passear pelas terras germânicas, da direitista Merkel. Vocês misturam tudo e depois colocam como se alguém de esquerda faz sempre essas misturas. Vocês precisam se tratar vcs sofrem de PTfobia. kkkk

  2. A pedofilia não é crime, mas

    A pedofilia não é crime, mas a satisfação do desejo dela é sim uma conduta criminosa, mas ao pensar em criar centros de atendimento ao pedófilo objetivando, em sua grande maioria de pacientes, aqueles que não tiveram uma conduta sexual impropria ou violenta, é pensar na frente, é proteger o pedófilo de si mesmo e evitar novas vitimas. Não cabe aqui inocentar aquele que praticou sexo ilícito com menores, mesmo estes que devem ser punidos conforme a lei, devem sim se tratar para evitar novas vitimas. Não se trata de inocentar ou torna-lo inimputável mas resolver o problema na origem, antes de aconteça o abuso. Ta ai uma grande iniciativa que deveria ser copiada aqui para o Brasil.

    Doentes devem ser tratados par não se tornares crimonosos e aqueles que cometeram crimes devem ser tratados para não reinicidirem em uma nova conduta delitiva.

     

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