do CEE Fiocruz
Bioprinting 3D e 4D: o futuro do desenvolvimento de medicamentos
por Daiane Batista
O artigo, assinado pelos pesquisadores Fabio Mota, Luiza Braga, Leonardo Rocha e Bernardo Cabral, mostra que embora os modelos animais sejam padrão em estudos pré-clínicos, as altas taxas de falha de medicamentos em ensaios clínicos sugerem que as diferenças interespécies tornam os animais nem bons modelos de doenças humanas, nem preditores confiáveis de toxicidade. Essas evidências têm sido objeto de pressões éticas, políticas e sociais para desenvolver alternativas ao uso de animais em pesquisas. “À luz desses problemas, algumas tecnologias estão sendo desenvolvidas para serem utilizadas como alternativas aos modelos animais. Eles incluem modelos químicos, silico e in vitro (incluindo culturas de células bidimensionais e tridimensionais (3D)). Como ainda não possuem validação científica, esses métodos são utilizados juntamente com modelos animais. Espera-se que tecidos e órgãos 3D / 4D biologicamente impressos revolucionem o campo biomédico e possam representar um novo caminho de pesquisa para testes de drogas, potencialmente reduzindo custos e aumentando a velocidade de desenvolvimento de medicamentos, assim como as taxas de sucesso de candidatos a medicamentos”, diz a publicação.
Espera-se que tecidos e órgãos 3D / 4D biologicamente impressos revolucionem o campo biomédico e possam representar um novo caminho de pesquisa para testes de drogas, potencialmente reduzindo custos e aumentando a velocidade de desenvolvimento de medicamentos
Assim, o estudo conclui que a análise de patentes e as visões dos entrevistados apontam para a possibilidade do uso de modelos bioprintados 3D / 4D no processo de desenvolvimento de medicamentos nos próximos anos. “Sabe-se que as mudanças orientadas pela tecnologia têm um forte impacto na maneira como a pesquisa e o desenvolvimento são realizados. Portanto, se essas expectativas forem atendidas, esses modelos podem não apenas mudar a maneira como o desenvolvimento de medicamentos é realizado, mas também a maneira como a pesquisa é feita e ensinada. Não serão necessárias instalações para criação e manejo de animais de laboratório, protocolos de pesquisa serão alterados ou abandonados, e a aprovação ética para testes de drogas pode não ser mais necessária. Consequentemente, as universidades e entidades envolvidas em pesquisa também precisarão mudar para se adaptar a esse paradigma emergente. A preparação para o futuro é, portanto, uma necessidade para os cientistas envolvidos no avanço do conhecimento e para as organizações e governos que apoiam e financiam suas atividades.”, conclui.
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