Bolsonaro evita críticas a Mandetta, enquadra Teich e ataca governadores

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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"Essa massa de humildes não tem como ficar presa em casa. O governo não tem como manter o auxílio emergencial ou outras ações por muito tempo."

Jornal GGN – Jair Bolsonaro confirmou à imprensa no final da tarde desta quinta (16) a demissão de Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde, e anunciou publicamente o substituto, o oncologista Nelson Teich. Durante o pronunciamento, o presidente garantiu que o trabalho de Mandetta não será desfeito, mas orientou o novo ministro a criar meios de suspender as medidas de distanciamento social adotadas até agora contra o coronavírus.

“Conversei com doutor Nelson que gradativamente temos que abrir os empregos. Essa massa de humildes não tem como ficar presa em casa. O governo não tem como manter o auxílio emergencial ou outras ações por muito tempo”, justificou Bolsonaro.

“Sei que a vida não tem preço, mas a economia e o emprego têm que voltar à normalidade. Não o mais rápido possível, mas tem que começar a ser flexibilizado”, insistiu.

O presidente reclamou de já ter despedindo “aproximadamente 600 bilhões de reais” com decisões econômicas para mitigar os danos da crise sanitária sobre a sociedade.

Sobre Mandetta, Bolsonaro tentou evitar críticas e demonstrou respeito às opiniões do ex-ministro, apesar das divergências.

“Foi realmente um divórcio consensual. (…) Era direito do ministro defender seu ponto de vista como médico, mas a questão do emprego não foi da forma que eu achava que deveria ser tratada. Não condeno nem critico Mandetta, ele fez aquilo que achava que deveria fazer”, comentou.

Bolsonaro aproveitou os holofotes para cutucar os governadores e prefeitos por “excessos” no enfrentamento ao coronavírus. Ele disse que jamais impediria o trânsito livre das pessoas nem mandaria prender ninguém por furar o isolamento. Também demonstrou contrariedade em não ser consultado pelos gestores estaduais.

“O governo não é fonte de socorro eterno. Em nenhum momento eu fui consultado sobre medidas adotadas por grande parte dos governadores e prefeitos. Tenho certeza que sabiam o que estavam fazendo. O preço vai ser alto.”

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

4 Comentários

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  1. Considerações:

    1) Foi o primeiro pronunciamento a que assisti, agora há pouco, reprise da TVE. Alguém pode esclarecer se aquele modo de falar/discursar se deve:
    a) teleprompter
    b) ponto eletrônico
    c) uma combinação de A e B mais tarja preta?

    2) O novo ministro domina a arte de falar e não dizer. Rolando Lero está revirando no túmulo.

    3) Não tem saída honrosa, quem aceita integrar esse governo não tem salvação, jogou a biografia – se houver – no lixo. Seja quem for.

    4) John Milton é o personagem interpretado por Al Pacino, no filme Advogado do Diabo. John Milton é o próprio, o Diabo. No final do filme, depois de ter destruído o jovem e ambicioso advogado, diz: “Vaidade. Definitivamente, meu pecado favorito”. Só a vaidade explica esse ministro aceitar o cargo. Caiu em tentação. Convocação para servir a pátria é conversa mole pra boi dormir.

    5) trecho do filme: https://www.youtube.com/watch?v=kIbIfU8WtGA

  2. “O governo não tem como manter o auxílio emergencial ou outras ações por muito tempo”. Questão de prioridade. É só deixar de priorizar o mercado financeiro parasita e priorizar o povo. Inclusive os iludidos que o elegeram. E os mais iludidos que ainda o apoiam.

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