Cientistas usam eucalipto e nanopartículas de ouro contra o câncer

Jornal GGN – Pesquisadores da Universidade Murdoch, na Austrália, desenvolveram um método “verde” para criar nanopartículas de ouro que podem ser usadas no campo médico, em especial na potencialização do combate a tumores de câncer. Partículas de ouro em escala nanométrica não são novidade, mas os métodos químicos e físicos atuais muitas vezes têm resultados tóxicos e provocam impactos ao meio ambiente, além de causar reações adversas em pacientes.

Para contornar o problema, os pesquisadores usaram folhas de eucalipto durante a produção das partículas de ouro. A produção verde dessas partículas em escala nanométrica envolve a dissolução de fios de ouro de alta pureza e uma mistura de ácido nítrico e ácido clorídrico para produzir cloreto de ouro. O material é misturado com uma solução à base de água e extratos de folhas de eucalipto comum. A mistura é sintetizada à temperatura ambiente.

“Graças ao eucalipto, estamos mudando isso [toxidade dos métodos atuais]. Nosso método é a base de água, realizado à temperatura ambiente e sem a necessidade de equipamentos complexos, e é limpo e não tóxico. Não apenas isso, mas a cera do extrato da folha de eucalipto proporciona uma qualidade antibacteriana e antifúngica adicional”, afirma Gerrard Eddy Poinern, diretor do Grupo de Pesquisa em Nanotecnologia Aplicada da Universidade Murdoch.


Espécie usada no experimento foi a Eucalyptus macrocarpa.

Oportunidade de ouro

As nanopartículas de ouro tIem papel importante na potencialização de medicamentos contra o câncer. Segundo os pesquisadores, elas facilitam a entrega de DNA em terapias genéticas. Além disso, quando aquecidas em escalas nanométricas, as partículas podem matar células cancerosas. “Estudos têm demonstrado que os medicamentos contra o câncer são aderentes à superfície das nanopartículas de ouro que, por sua vez, podem melhorar a eficácia das drogas e minimizar a duração do tratamento, além de reduzir os efeitos secundários das drogas anticancerígenas”, diz.

A produção das partículas envolveu, contudo, processos químicos e físicos que envolviam elevados custos financeiros, tornando o acesso a esses tratamentos pouco acessíveis. Além disso, ainda utilizam materiais tóxicos, com riscos potenciais ao meio ambiente, e ainda abrem brechas para a geração de novas fontes cancerígenas. Ainda assim, os métodos de uso de ouro são considerados eficazes por potencializar o combate de micro-organismos resistentes a antibióticos, segundo os cientistas.

Com informações do Phys.org

Redação

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