Contra o ebola, Cuba e EUA se aproximam

Enviado por Miriam L.

Em Cuba, EUA participam de reunião convocada pela Alba para debater prevenção ao ebola

Do Opera Mundi

Havana e Washington romperam relações nos anos 1960; participação é para assegurar resposta a uma possível introdução do vírus na região

Em uma cooperação sem precedentes nos últimos 40 anos, o governo norte-americano enviou especialistas para participar da reunião técnica convocada pela Alba (Aliança Boliviariana para os Povos de Nossa América), em Cuba, com o objetivo de coordenar estratégias de prevenção e luta contra o ebola na região. Os países romperam relação nos anos 1960.

O encontro foi estipulado durante a cúpula extraordinária que a Alba realizou em Cuba na semana passada e da qual participaram 254 representantes de 32 países. Também foram convidados os integrantes da Celac (Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos) e da OPS (Organização Pan-americana da Saúde).

O ministro da Saúde de Cuba, Roberto Morales, afirmou que o objetivo fundamental do encontro é o intercâmbio de critérios para enfrentar a doença. “Cada país tem que estar preparado para dar uma resposta [se surgirem casos]. Não teremos tempo para chegar a uma resposta internacional”, disse na abertura do encontro.

O diretor dos CDC (Centros para o Controle e Prevenção de Doenças) do governo dos Estados Unidos para a América Central, Nelson Arboleda, ressaltou a importância da união dos países para o controle do vírus. “Estamos apoiando os países e os ministérios da Saúde nas Américas para assegurar que tenham as capacidades adequadas para poder responder a uma possível introdução do ebola”.

[Nelson Arboleda disse que EUA estão agindo para que “todas as respostas ao vírus sejam coordenadas e eficientes”]

O programa inclui uma visita ao Instituto de Medicina Tropical Pedro Kourí, onde são treinados os profissionais que integram a brigada de funcionários médicos cubanos que participarão da luta contra o surto do vírus na África Ocidental.

Cuba contra o ebola

Cuba se destacou no cenário internacional por enviar mais de 250 profissionais da saúde para cooperar com a luta internacional contra o ebola em Serra Leoa, Libéria e Guiné, na África Ocidental. A ação foi elogiada pelo secretário de Estado norte-americano, John Kerry.

Em editorial, o principal jornal dos Estados Unidos, The New York Times, destacou o trabalho desempenhado pelo país e ressaltou que, mesmo sendo Cuba uma “ilha empobrecida”, vai enviar “centenas de profissionais às linhas de frente da epidemia”, posição que deve ser “elogiada e copiada”, diz. O jornal pede ainda que Washington coloque à disposição das brigadas médicas cubanas equipes e capacidades logísticas norte-americanas.

Cuba e Washington não mantêm relações diplomáticas oficiais desde 1961. Apesar das reiteradas condenações da Assembleia Geral das Nações Unidas, os Estados Unidos mantêm, desde 1962, um bloqueio contra a ilha.

De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), 13.703 pessoas se infectaram com o vírus do ebola desde o início da epidemia em março.

Redação

16 Comentários

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  1. Parabens

    Cuba esta de parabens, mostrou que tem valores, no momento mais dificil mandaram profissionais de saude para o Continente Africano para lutar contra ebola. Se os EUA fizer esta parceria, sera dado os primeiros passos de aproximação. Ja aqui no Brasil, coxinhas insistem em dizer que Cuba não presta, e quem tem parceria com os Castros, quer trocar a cor da bandeira do Brasil para vermelho. 

    1. Pois, é Renato!

      Esses, infelizmente, são os “bem informados” brasileiros!  Suas informações chegam atráves da Veja e dos noticiários da TV. Uma lástima!  Muito triste…

  2. A solidariedade cubana

    Os profissionais da saúde cubanos são soldados que vão à luta, até para morrer, não em defesa da pátria e sim em defesa da humanidade.

    Exemplo para o mundo!

  3. Embaixadores dos EUA e Grã-Bretanha elogiam médicos cubanos
    Do El País: A embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Samantha Power, que retornou na quinta-feira de uma viagem de quatro dias pela Guiné, Libéria e Serra Leoa, se declarou “orgulhosa” do trabalho realizado na região por “médicos americanos, europeus e cubanos, enfiados durante tantas horas em trajes que parecem fornos”. Da mesma forma que Power, o ministro das Relações Exteriores britânico, Hugo Swire, se mostrou “orgulhoso” de trabalhar com Cuba “em uma causa tão importante”. 

  4. Medo

    Os EUA só ajuda com equipamentos e umas merrecas em dinheiro.

    Eles estão sujando as cuecas de medo do ebola.

    O pessoal da “ilha empobrecida” faz muito mais com muito menos.

    1. A “ilha empobrecida” foi

      A “ilha empobrecida” foi TERCEIRIZADA pelos EUA para fazer o serviço de faxina na Liberia e adjacencias. Cuba não faz nada por atruismo, faz por dinheiro, não os censuro, eles prestam um serviço e cobram porisso, ESSE TIPO DE TRABALHO COM SAUDE É HOJE A MAIOR RECEITA DE DIVISAS DE CUBA, quase 9 bilhões de dolares m 2014, é um trabalho LEGITIMO e foram inteligentes em se especializar nesses serviços MAS OS CUBA LOVERS devem olhar a coisa com REALISMO e não babação de ovo.

  5. Cuba. Uma lição para o

    Cuba. Uma lição para o mundo.

    E o NYT a chama, mesmo que não de forma pejorativa de “Nação empobrecida”. Até parece que estava a se olhar no espelho.

    1. Nada a ver, não tem lição

      Nada a ver, não tem lição nenhuma, a exportação de serviços de saude é um BUSINESS, um fundamental NEGOCIO de Cuba, que em 2014 vai render US$8,6 bilhões em moeda forte, são 50.000 medicos cubanos em 60 paises, só na Venezuela são 30.000, pagos com petroleo que a PDVSA envia a Cuba, 80.000 barris/dia, metade dos quais Cuba vende para terceiros paises, só do Brasil a receita vai ser superior a um bilhão de dolares.

      O médico cubano vai aonde medicos de outros paises não vão porque são obrigados a ir, deixando a familia em Cuba como garantia, já foram para os tres paise do ebola 154 medicos cubanos, arriscando a vida , não são voluntarios, vão na marra, mais 256 estão prontos para ir.  Como medico americano não vai para essa zona de risco por dinheiro nenhum, a proposta cubana veio a calhar, é claro que Cuba vai cobrar caro, aliás tem todo o direito de faze-lo, mais risco, mais dinheiro, alguem tem que pagar, OMS, Tesouro americano ou ONU, de graça Cuba não manda nem boa noite.

      Os dados numericos são do jornal GRANMA

  6. Médicos Cubanos.
    Não chega nem a ser engraçado. Pois o assunto é de uma gravidade extrema. Mas, alguém pode dizer onde andam os médicos Brasileiros. Quando os Cubanos chegaram no Brasil disseram e fizeram coisas horríveis deles e neste momento não tem nenhum com preparo e CORAGEM para socorrer os povos Africanos.

    1. Agora interessa muito Obama.

      Agora interessa muito Obama. Afinal, cada médico americano que morrer por lá é ponto a menos para esse e cada cubano é uma pensão a mais que uma família ganha para poder sobreviver

  7. Vejam: os “bem informados” e

    Vejam: os “bem informados” e adoradores do irmão do norte, odeiam o que o seu país(USA) está fazendo para evitar o ebola no seu próprio país. tem coisa mais doida que tentar justificar a aproximação do uSA com Cuba do que não perceber o ganho para as duas partes? USA e CUBA ganham com essa medida humanitária.

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