Coronavírus: nova variante é encontrada em quase metade dos casos do Amazonas

De acordo com Ester Sabino, é provável que esta nova variante brasileira seja mais transmissível que a cepa dominante atual pois tem mutações que demonstraram ter esse efeito em outras variantes.

Agência Brasil

Jornal GGN – Uma variante do novo coronavírus já responde por cerca de metade das infecções em Manaus, causando receios de um maior risco de disseminação, alertou pesquisadora em entrevista a Anthony Boadle, na Reuters.

Uma equipe liderada pela imunologista Ester Sabino coletou dados genômicos de testes do COVID-19 em Manaus que indicaram que 42% dos casos confirmados foram infectados pela nova variante, que possui mutações semelhantes às variantes britânica e sul-africana.

“Essa foi a frequência que apareceu em nossos dados de dezembro. Estamos encerrando janeiro agora e está aumentando”, disse Sabino, professora da Universidade de São Paulo cujos resultados preliminares da equipe foram publicados no fórum Virological.org.

De acordo com Sabino, é provável que esta nova variante brasileira seja mais transmissível que a cepa dominante atual, mesmo que ainda não se tenha provado, pois tem mutações que demonstraram ter esse efeito em outras variantes.

Manaus passa por uma segunda onda de casos que sobrecarregou o sistema hospitalar e acabou com o estoque de oxigênio, com dezenas de pessoas morrendo em suas casas e enfermarias de UTIs, dizem os médicos.

A capital do Amazonas não respeitou os bloqueios e não foi imposto o distanciamento social, mas os pesquisadores acreditam que o aumento pode ter sido agravado pela nova variante, detectada há duas semanas no Japão, depois de testes em quatro pessoas que chegaram de Manaus para o país.

“Tudo indica que essa variante está por trás da forma como a pandemia está evoluindo em Manaus”, disse Sabino.

A infectologista pede que autoridades de saúde brasileiras reforcem a vigilância do surto em Manaus e região, bem como em todo o Brasil. “Isso tem que ser monitorado”, disse ela.

A nova variante, identificada como P.1, que possui as mutações N501Y e E484K, foi detectada em 13 das 31 amostras de teste de PCR positivas coletadas em Manaus entre 15 e 23 de dezembro. Estava ausente nas amostras de vigilância do genoma vistas entre março e novembro, destacando a rapidez com que apareceu e se reproduziu.

Diante da possibilidade de uma forma mais contagiosa do coronavírus, o grupo pediu à autoridade da aviação civil que intensifique o monitoramento nos principais aeroportos dos passageiros que chegam de Manaus, cidade isolada da Amazônia acessível principalmente por avião ou barco.

Redação

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