Em novo recuo, Bolsonaro convoca médicos cubanos para combater pandemia

Parte dos profissionais que permaneceram no Brasil voltarão a atuar diante da escalada do coronavírus, afirma ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha

Em 2013, profissionais cubanos chegaram ao Brasil para participar do programa Mais Médicos, que levou atendimento em saúde aos rincões do Brasil e às periferias das grandes cidades

As portarias 40 e 41 foram publicadas no Diário Oficial da União dessa segunda-feira (30). Elas divulgam a lista dos nomes, localidades onde atuarão e respectivos registros dos 498 médicos cubanos reincorporados ao agora chamado Projeto Mais Médicos para o Brasil.

O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP), ex-ministro da Saúde e criador do programa Mais Médicos ironizou: “A Terra é redonda e o mundo dá voltas”.

Para o médico infectologista e deputado federal (PT-SP), o governo de Jair Bolsonaro demorou e muito para determinar a volta desses profissionais aos seus postos de trabalho.

“Foi preciso que a maior crise econômica e sanitária da história do país atingisse milhares de famílias de brasileiros para o governo Bolsonaro resolver cumprir lei aprovada pelo Congresso no ano passado para finalmente chamar os médicos cubanos para cuidar do nosso povo”, avalia Padilha.

Volta parcial

A lei 13.958, assinada por Bolsonaro em 18 de dezembro de 2019, instituiu o Programa Médicos pelo Brasil no âmbito da atenção primária à saúde no SUS.

A portaria publicada nessa segunda-feira autoriza o trabalho a 498 médicos cubanos. Segundo Padilha, são cerca de 2 mil os profissionais cubanos que permaneceram no Brasil após Bolsonaro decretar o fim da parceria entre os governos brasileiro e cubano.

programa Mais Médicos, criado pelo governo Dilma Rousseff, em 2013, levou em torno de 15 mil médicos para municípios do interior e periferias das grandes cidades do Brasil onde havia carência desses profissionais.

Com o fim do programa petista, os profissionais cubanos ficaram impossibilitados de atender pacientes. A maioria retornou a Cuba e os que ficaram foram forçados a trabalhar até em subempregos.

Marca grave

Para Padilha, esse impedimento da atuação dos médicos cubanos desde dezembro de 2018 é uma das marcas mais graves da atitude do governo Bolsonaro, o começo de fragilização do SUS. “E essa postura certamente teve impacto no conjunto de mortes da covid-19”, afirma o ex-ministro.

Desde a saída dos médicos cubanos, lembra Padilha, houve aumento da mortalidade infantil, da população indígena, das internações de crianças por pneumonia.

Padilha destaca o perfil desses profissionais, capacitados para reconhecer na comunidade quem tem mais situação de risco. “O fato de esses médicos não terem atuado 2019 inteiro fez com que hipertensos, diabéticos, pessoas com doenças mais graves chegassem em má situação para enfrentar a covid”, explica.

“Infelizmente é mais uma atitude do governo que vem atrasada, retardada. E que só acontece porque a oposição aprovou uma emenda durante a tramitação da medida provisória do Médicos pelo Brasil, no ano passado.”

Redação

1 Comentário

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  1. A Verdade é Libertadora. É um recuo sim. Mas recuo do Estado Ditatorial Caudilhista Absolutista Assassino Esquerdopata Fascista. É um recuo dos lacaios e satélites deste Período Fascista, representado por Monopólio de Federações Corporativistas e ditatoriais como OAB, ou neste caso CFM ou CRM’s? O que diz a Classe Médica Brasileira, talvez uma das mais privilegiadas dentro deste país? Não dizem nada, nem mesmo de forma autônoma dos Cidadãos Médicos Brasileiros? Por que tamanho silêncio? Ou o cabresto de Facção Corporativista impede qualquer opinião discordante? Entendemos. A volta do Regime e Estrutura Escravocrata pós 1930 explica o silêncio e omissão. Médicos vão permitindo a construção desta aberração produzida por 9 décadas. A omissão e covardia são evidentes, quebrados apenas para que tais Federações demonstrem sua Característica mais ditatorial, corporativista e xenófoba no ataque aos Médicos Estrangeiros. Afinal CFM, assim como OAB ou MEC ou UNE são produtos de Regime Fascista. Só poderiam agir da mesma forma fascista. Pobre país rico. Mas construção erguida e mantida durante 9 décadas. Mas de muito fácil explicação.

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