Especialistas debatem alternativas aos testes em animais

Jornal GGN – Na última terça-feira (30), especialistas se reuniram em São Paulo, na sede do Sindusfarma, no I Fórum de Ensaios Pré-clínicos, onde debateram os avanços dos centros de pesquisa de todo o mundo na utilização de métodos alternativos ao uso de animais em testes de medicamentos e fármacos.

Entre as iniciativas, eles destacaram a criação do Centro Brasileiro de Validação de Métodos Alternativos (BRACVAM) que atua em cooperação com o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), e com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

De acordo com José Mauro Granjeiro, coordenador do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), a regulamentação da experimentação animal no Brasil, seja para fins didáticos ou científicos, ainda está em construção, assim como o arcabouço jurídico que diferencia maus tratos de experimentação científica. “Esta construção envolve um conceito fundamental de boas práticas. A qualidade é a base de tudo, não adianta realizar qualquer estudo sem que a preocupação com a qualidade esteja presente”, disse.

Para Antonio Carlos Campos de Carvalho, diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, a falta de desenvolvimento de modelos para ensaios pré-clínicos são um gargalo da indústria. “Temos esse ano uma encomenda da Renama para a validação de métodos alternativos, essa é uma preocupação constante do Ministério da Saúde que desde já está à disposição para as próximas etapas desse processo”, garantiu.

Nesse cenário, um dos desafios da Rede Nacional de Métodos Alternativos ao uso de Animais (Renama) é consolidar uma infraestrutura laboratorial capaz de fornecer no Brasil serviços com métodos alternativos.

“A ideia da metodologia alternativa não é unicamente a redução, substituição e refinamento do uso de animais, mas também acelerar as etapas iniciais de desenvolvimento de novos produtos ou mesmo novos serviços e processos. A indústria nacional precisa ganhar competitividade trazendo essas técnicas de fronteira do conhecimento em beneficio da sociedade”, explicou o coordenador geral de biotecnologia do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

O neurocientista do Laboratório Nacional de Biociências, Eduardo Pagani, reafirmou, no entanto, a necessidade dos testes para garantir o uso seguro de novas substâncias. Ele lembrou o caso do uso da talidomida, na década de 60, que provocou o nascimento de 12 mil pessoas com limitações físicas por conta de efeitos não testados. Para ele, os testes pré-clínicos trazem benefícios financeiros e da proteção do ser humano, e evita um novo desastre. “Após a realização dos testes nunca mais tivemos uma talidomida lançada no mercado”, afirmou.

 

Redação

1 Comentário

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  1. Acho que há hipoccrisia

    Acho que há hipoccrisia demais nessa defesa dos animais. Há gente fazendo cmpnha contra testes, ms que defende linchamento de ladrão de biscoitos. Na minha opinião, esse é o cúmulo de individualismo e do não saber viver em conflitos, pois se prefe animais aos homens alegando que os últimos nao nos machucam emocionalmente.

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