Esquizofrenia não é doença, por Phil Hickey

Esquizofrenia Não É Doença (Parte 1)

Por Phil Hickey

Do Behaviorism and Mental Health

Traduzido por Ramalho12

A APA [Associação Psiquiátrica Americana] define esquizofrenia pela presença de dois, ou mais, itens da relação seguinte, cada um deles presente durante uma porção significativa de tempo ao longo do período de um mês:

(1) delírios
(2) alucinações
(3) discurso desorganizado
(4) comportamento grosseiramente desorganizado ou catatônico
(5) sintomas negativos, i.e., afetividade empobrecida, alogia ou avolição.

Os sinais do distúrbio devem ter estado presentes por ao menos seis meses e deve haver déficits significativos em umas ou mais áreas funcionais como trabalho, relações interpessoais e cuidado pessoal.

O conceito “dois ou mais” constitui uma falha substancial no dito diagnóstico. Um indivíduo que está apresentando alucinações e delírios (critérios 1 e 2) receberá um diagnóstico de esquizofrenia. Mas uma pessoa cujo comportamento está flagrantemente desorganizado e cuja afetividade está empobrecida (critérios 4 e 5) pode receber o mesmo diagnóstico. Superficialmente, estes quadros sintomáticos são muito diferentes e a única razão da atribuição do mesmo diagnóstico é que a APA diz que é assim. Este estado de coisas é encontrado em todo o DSM. Elliot S. Valenstein, professor emérito de psicologia e neurociência da Universidade de Michigan tem o seguinte a dizer sobre isto:

“Embora aqueles que conduziram o projeto do DSM-IV sustentem que ‘houve ênfase maior nos dados de pesquisa do que nas revisões anteriores’, considerações científicas não tiveram papel significativo no manual. Em vez disto, a tradição psiquiátrica e considerações sociopolíticas parecem ter tido os principais papéis na elaboração deste documento. O Dr. Allen Frances, que dirigiu o projeto do DSM-IV, declarou que ‘não queremos romper com a prática clínica eliminando diagnósticos em largo uso’. Sintomas muito diferentes estão incluídos sob a rubrica da ‘esquizofrenia’ principalmente porque estiveram sempre agrupados, em vez de por causa de qualquer nova evidência científica de que compartilham etiologia comum” (Blaming the Brain, 1998, p. 161).

Tal contrasta notavelmente com a medicina em geral. Por exemplo, há uma doença chamada granulomatose de Wegener que é causada pela inflamação dos vasos sanguíneos. Nos grandes vasos, a inflamação causa relativamente pouco dano, mas os pequenos vasos podem se tornar completamente ocluídos, levando a danos significativos nos rins, pulmões, terminações nervosas etc. Pessoas com esta doença podem apresentar quadros clínicos muito diferentes, mas o processo subjacente à doença é essencialmente o mesmo, e o mesmo anticorpo será encontrado na corrente sanguínea dessas pessoas.

É largamente aceito pelo público em geral que algum tipo de característica similar esteja presente na esquizofrenia e que psiquiatras e outros profissionais de saúde mental estejam cientes desta ligação patológica. Mas este, simplesmente, não é o caso. Selecionando-se dois sintomas de cinco chega-se a dez diferentes quadros sintomáticos. Selecionando-se dois ou mais dos cinco chega-se a 25 permutações diferentes. Embora se possa admitir que uma certa sobreposição e características comuns existam nestes vários quadros sintomáticos, não há nenhuma evidência de que todas essas pessoas tenham a mesma patologia subjacente. A elas é atribuído o mesmo diagnóstico e são consideradas como tendo a mesma “doença mental” simplesmente porque a APA diz que é assim.

O ponto central deste blog é que o conceito de doença mental é essencialmente espúrio e que a vasta maioria dos problemas enumerados no DSM são problemas da vida diária e comportamento aprendido. Os assim chamados diagnósticos são quase sempre apresentados como explanações de comportamento anormal ou incomum, quando de fato eles [os diagnósticos] são nada mais do que rótulos.

Examinemos os “sintomas” da esquizofrenia um a um.

Delírios

Um delírio é uma crença falsa. O único modo pelo qual você pode perceber a crença de uma pessoa é através de sua fala, escrito ou outra indicação evidente. Todos estes indicadores são comportamentos. A fala é comportamento e nossos padrões de fala estão sujeitos às mesmas influências comportamentais que quaisquer outros comportamentos. Assim, quando as pessoas expressam ideias incongruentes (ou, mais precisamente, quando ela falam incongruentemente) precisamos perguntar por quê. Sob o sistema DSM, não perguntamos por quê. A fala delirante é simplesmente um “sintoma” de “doença” chamada esquizofrenia, e nada resta a não ser a prescrição dos tranquilizantes principais. De fato, é crença generalizada e dito a estudantes que nada pode ser feito para amenizar a fala delirante.

A realidade é totalmente diferente. Por décadas inúmeros pesquisadores têm demonstrado que a fala delirante pode ser reduzida e eliminada através de intervenções comportamentais concebidas apropriadamente. Ayllon e Haughton (Modificação do comportamento verbal sintomático de pacientes mentais em Behavior Research and Therapy, 1964, 2, 87-97), por exemplo, conseguiram uma redução de 60% na fala delirante de um paciente hospitalizado pelo treinamento da equipe para ignorar estes tipos de observações ao longo de um período de 6 meses. O indivíduo em questão rotineiramente referia-se a si próprio como “a Rainha” e questionava a equipe por não receber tratamento compatível com sua exaltada posição. Tinha sido assim por quatorze anos. A equipe foi treinada para simplesmente não responder, olhar para outro lado, parecer entediada, desviar a atenção para outro lado etc., sempre que ela fizesse esse tipo de afirmação delirante, mas para responder normalmente à fala não delirante.

O ponto essencial é que a fala delirante é comportamento e segue os mesmos princípios gerais de qualquer outro comportamento. Em particular, a fala que atrai atenção positiva e aprovação tem maior probabilidade de aumentar em frequência, enquanto que a fala que não atrai atenção e atrai desaprovação tende a ser eliminada. Isto é tão verdadeiro nas conversas do dia a dia quanto o é na fala delirante de clientes de saúde mental.

No mesmo artigo mencionado acima, Ayllon e Haughton descrevem dois clientes de hospital mental, um com diagnóstico de esquizofrenia; o outro, depressão. Ambos eram mulheres e ambos passavam uma boa parte do tempo reclamando da saúde, embora problemas físicos não tenham sido detetados. Isto vinha acontecendo há anos. Aqui, novamente, a equipe do hospital foi treinada para ignorar as queixas somáticas e para responder positivamente e atenciosamente à fala normal. A incidência da fala delirante declinou rapidamente e em 18 meses foi reduzida a virtualmente zero. Esta pesquisa foi feita há 45 anos! Exemplos mais recentes podem ser encontrados em Wilder et al (Journal of Applied Behavior Analysis, 2001, V 34, No 1, 65-68) e Mace e Lalli (Journal of Applied Behavior Analysis, 1991, V 24, No 3, 553-562).

O que é particularmente notável aqui é que a equipe de saúde mental sem querer, mas rotineiramente, reforça o discurso delirante. Sob o sistema DSM, este tipo de comportamento é considerado um sintoma e a equipe tende a “levantar as orelhas”, por assim dizer, quando clientes emitem este tipo de discurso. O membro da equipe pode até tomar nota. Clientes de saúde mental são tão hábeis quanto qualquer outra pessoa em perceber sinais de atenção e aprovação, e a equipe se torna treinadora inadvertida do comportamento delirante. Este tipo de interação é uma consequência direta do sistema DSM, sob o qual a esquizofrenia é conceituada como doença incurável, e da qual um dos sintomas é a presença de delírios. Se toma-se como foco, em vez da fala delirante, o comportamento disfuncional que é aprendido, então a resposta apropriada se torna clara: ignore a fala delirante e encoraje a fala normal. Observe que isto não é o mesmo que tentar falar ao indivíduo para tirá-lo de seus delírios – tentar persuadi-lo que está equivocado. Tentativas deste tipo são geralmente mal sucedidas porque fornecem atenção e, portanto, reforço.

Na cultura ocidental, os três grandes desafios do início da vida adulta são: emancipação dos pais; iniciar uma carreira; e encontrar um parceiro de vida. Correndo o risco de dizer o óbvio, alguns indivíduos têm mais sucesso nestas empreitadas do que outros. A maioria dos jovens, contudo, administra os tropeços durante estes tempos difíceis para emergir na vida adulta com uma razoável dose de sucesso nestas três áreas.

Alguns indivíduos desafortunados, contudo, falham miseravelmente em um ou mais destes desafios, e um número pequeno de pessoas falha em todos três. Sempre que falhamos – sempre que não temos sucesso em alcançar um objetivo – independentemente de se a questão é grande ou pequena – sempre temos duas opções. Podemos reconhecer a falha e tomar uma ação corretiva, ou podemos reorganizar nosso pensamento tal que a falha seja etiquetada em alguma outra coisa. Esta verdade fundamental é expressada muito bem em um antigo adágio: o mau carpinteiro culpa as ferramentas. Se decido, por exemplo, fazer uma caixa de janela e o projeto é um desastre, posso reconhecer que preciso melhorar minhas habilidades de carpintaria, talvez mesmo assistir a algumas aulas, ou posso me queixar de que as ferramentas não eram boas, ou a madeira estava defeituosa, ou que minha mulher é uma chata por me pedir para fazer o projeto etc. Em outras palavras, posso mudar meu comportamento (neste caso, minhas habilidades de carpintaria), ou posso mudar meu pensamento. Em geral, o último é usualmente mais fácil do que o primeiro.

No caso da caixa de janela, o resultado é relativamente trivial. No caso de falhas maiores, contudo, o resultado é muito significativo e a distorção cognitiva pode ser considerável.

Considere o exemplo de um jovem que deixa a casa após se graduar na escola secundária e encontra trabalho em uma outra cidade. Ele está cheio de esperança e de sentimento de independência, mas depois de alguns meses é despedido. Fica tão desanimado que não procura outro emprego e um mês ou dois depois é despejado de seu apartamento. Finalmente, em desespero, liga para “casa” e seus pais fornecem-lhe a passagem de ônibus e o pegam na rodoviária. Para completar, diga-se também que sua namorada o abandonou.

Agora, se ele for um jovem excepcional, poderia dizer algo como isto:

“Obrigado mãe e pai por me resgatarem. Realmente não tive disciplina, perseverança, ou habilidades interpessoais necessárias para ter sucesso no mundo adulto. Se estiver tudo bem para vocês, gostaria de ficar aqui com vocês por mais um ano e trabalhar as deficiências de minhas habilidades. Vou conseguir um emprego e pagar a vocês o aluguel e me juntarei aos Toastmasters para me ajudar a desenvolver alguma confiança em minhas relações com outras pessoas e ficaria muito agradecido por qualquer retorno ou ensinamento que vocês puderem me dar.”

Infelizmente o cenário mais provável é aquele em que ele fica amuado em seu quarto, negligencia sua higiene pessoal e persuade a si próprio de que teria ido bem se as pessoas não tivessem desistido dele. Em contexto de falha significativa, estes tipos de pensamento paranoico alimentam a si próprios e, em casos extremos, atingem um nível que poderiam ser descritos como delirantes. Uma boa dose de tensão familiar usualmente se segue. Algumas vezes isto degenera em hostilidade aberta, a qual alimenta mais e confirma a paranoia do jovem.

Neste estágio, ele (ou ela) descobre que a fala delirante tem preço significativo. Ela reduz as expectativas. Ele não espera mais encontrar emprego, montar uma casa por si mesmo, ou encontrar um parceiro de vida. Ele é incluído no sistema de saúde mental, onde a ele é dado um diagnóstico e uma prescrição do tranquilizante principal. Ele pode também ganhar o status de deficiente com benefícios financeiros e médicos. Neste estágio, as chances de emancipação e independência funcional são pequenas. (O tranquilizante principal, evidentemente, amortece o comportamento problemático. Mas melhoras reais funcionais são raras e os efeitos colaterais das drogas podem ser verdadeiramente devastadores). Se os pais perguntarem por que o filho deles é tão paranoico, isolado e desmotivado, receberão a resposta: “porque ele tem esquizofrenia”. Isto parece uma explicação, mas se os pais forem pressionar o assunto e perguntar: “por que ele é tão paranoico, isolado e desmotivado?”, a única resposta possível é: “porque ele tão paranoico, isolado e desmotivado”. O “diagnóstico” da esquizofrenia é nada mais do que um rótulo que descreve os comportamentos que pretende explicar. E um rótulo destrutivo na medida em que reprime e suprime a exploração genuína da(s) verdadeira(s) causa(s) do problema e a correção genuína dos déficits originais de habilidade.

É necessário salientar que não estou sugerindo que nosso indivíduo hipotético está deliberada e conscientemente fingindo sua “loucura”. É simplesmente o caso que o comportamento que está sendo reforçado tende a aumentar em frequência enquanto que o comportamento que não é reforçado ou que atrai consequências negativas torna-se menos frequente. No caso em questão, os comportamentos de se lançar por si próprio, achar emprego, parceiro etc., terminaram todos desastradamente. Mas o comportamento de pôr-se de mau humor em seu quarto expressando pensamentos paranoicos furiosos foi recompensado com atenção, preocupação solícita, refeições feitas em casa e uma dose extraordinária de poder e controle sobre seus pais. O resultado não é surpreendente. Um ponto essencial aqui é que a fala delirante e a fala normal são um continuum. Pessoas expressam ideias levemente delirantes o tempo todo. Ouça qualquer programa de rádio. Ouça políticos protestando contra seus oponentes. Ouça fanáticos religiosos. Ouça estereótipos raciais. Ouça pessoas que insistem que a Terra tem somente 6000 anos de idade. Ouça golfistas depois deles terem feito uma tacada ruim. Ouça as pessoas que foram preteridas em uma promoção, etc., etc., etc…. Os processos que promovem este tipo de fala levemente delirante podem levar a delírios severos se as condições estiverem maduras.

É notável que o problema real de nosso jovem – i.e. uma marcante falta de habilidade para lidar com situações estressantes [coping skills] – nunca foi abordada. As habilidades sobre as quais estamos falando aqui incluem:

– autoavaliação crítica
– levar tarefas a cabo
– não procrastinar
– tomar boas decisões alimentares
– administrar o dinheiro; orçar
– interagir apropriadamente com supervisores e outras autoridades
– interagir com pares; resistir à pressão negativa de pares
– administrar uma conta-corrente
– ir para cama em hora razoável
– “paquerar” parceiros sexuais/relacionais prospectivos
– namoro
– higiene pessoal
– compra e manutenção de um carro
– limpeza de casa e administração geral do espaço pessoal
– escolha de amigos
– cozinhar
– boa administração do tempo
– etc., etc., etc.

Nossa cultura geralmente tem antipatia por indivíduos que estejam em dificuldades por causa de déficits em habilidades básicas. Temos programas de ajuda para déficits em habilidades profissionais, mas não para as habilidades mais fundamentais, tais como as relacionadas no parágrafo anterior. Indivíduos com estes tipos de déficit são usualmente sujeitados a censura e rotulação negativa (e.g., preguiçoso, sujo, desalinhado, pródigo, impetuoso, estúpido, desajeitado etc.).

O ponto aqui é que os três grandes desafios, emancipação dos pais, lançar-se em uma carreira e encontrar um parceiro de vida – são exatamente isto: grandes desafios. Eles não são fáceis. Mas este fato é raramente reconhecido. A expectativa cultural é que os jovens sejam capazes de fazer tudo isto sem dificuldade. E o fato é que a maioria de nós consegue de alguma maneira sair destes anos com, pelo menos, alguma dose de competência. Outros, contudo, não, e alguns deste último grupo espatifam-se desastradamente e tornam-se clientes de saúde mental pelo resto da vida. A este respeito, é notável que a maioria das pessoas às quais é atribuído um “diagnóstico” de esquizofrenia é diagnosticada no final da adolescência e no início da vida adulta – precisamente quando as demandas pelas habilidades básicas são máximas.

Naturalmente, a escola biopsiquiátrica retrucará que estes indivíduos já estavam “doentes” antes de iniciarem suas tentativas de emancipação – que eles tinham uma doença cerebral que impactou sua capacidade de funcionar efetivamente. Esta posição pode estar correta. Mas a definição da APA de esquizofrenia inclui o critério de que “o distúrbio não é devido a … uma condição médica geral”. Assim, o comportamento delirante que é causado por um mau funcionamento do cérebro não é (por definição) esquizofrenia. Se realmente pudesse ser estabelecido que há indivíduos com cérebros comprometidos e que este dano neurológico era verdadeiramente a causa dos problemas em vida, então a doença precisaria ser reconhecida como tal, ganhando um nome apropriado (e.g., neuropatia de Smith, ou algo que o valha), diagnosticada neurologicamente e tratada apropriadamente. Entrementes, assumir um déficit neurológico com base em comportamento incomum ou anormal é intrinsecamente inseguro. Quando estamos considerando o comportamento das pessoas, há sempre múltiplos caminhos para o mesmo lugar. Considere onze pessoas em um time de futebol jogando uma partida sábado à tarde. Elas todas estão engajadas na mesma atividade (jogar futebol), mas a sequência de eventos que as leva a este ponto é extremamente diversa. Um jogador, por exemplo, poderia estar amplamente motivado pelo desejo de agradar seu pai, enquanto um outro poderia estar ali primariamente para aborrecer seu pai. Um quinto poderia estar a tentar dissipar sentimentos de ansiedade e tensão, etc., etc., etc.

Similarmente, é claro que genes e fisiologia têm impacto nas ações das pessoas, e é possível que a fala delirante de uma pessoa seja resultado direto de um mau funcionamento cerebral. Uma outra pessoa, porém, poderia expressar comportamento muito semelhante sem qualquer problema neurológico; a fala delirante no último caso sendo resultado do tipo de falha provocado pela história psicossocial descrita antes. O cérebro é um aparato em busca de padrão. Ele busca regularidades e padrões nos dados que recebe e armazena estes padrões para uso futuro. Quando não pode discernir um padrão (por qualquer que seja a razão), faz um novo. No caso de nosso jovem hipotético mencionado antes, o padrão correto era sua significativa falta de habilidades em uma larga faixa de áreas. Isto é uma coisa difícil de aceitar, assim seu cérebro inventou a noção de que outras pessoas estavam lá fora para pegá-lo – estavam sabotando seus esforços. Deste ponto de vista, esta é uma explicação perfeitamente válida de suas falhas. Obviamente, esta não é a verdadeira razão e outras pessoas veem-no como paranoico e delirante e se ele é encaminhado ao sistema de saúde mental recebe o diagnóstico de esquizofrenia.

As áreas problemas que a APA rotula de esquizofrenia constituem um tópico extremamente complexo e inevitavelmente este post do blog torna-se muito longo. Tenho mais a dizer sobre este assunto, mas penso que devo enviar isto e continuar com mais reflexões sobre esquizofrenia no próximo post. Entrementes, seus comentários – como sempre – são bem-vindos.

Redação

21 Comentários

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  1. “O ponto central deste blog é

    “O ponto central deste blog é que o conceito de doença mental é essencialmente espúrio e que a vasta maioria dos problemas enumerados no DSM são problemas da vida diária e comportamento aprendido”:

    Sim, mas toda definicao do DSM eh exclusivamente experimental e nao “cientifica”.  Uma diagnose de esquizofrenia, por exemplo, tem todo potencial de ser mais facil e cientifica atravez de medicoes de ondas cerebrais do que de um psiquiatra -profissao que tem usado e abusado de medicamentos para “problemas da vida diaria e comportamentos aprendidos”.

    1. Mazomenos assim..

      One, two, Black Hawk’s coming for you!
      Three, four, better lock your door!
      Five, six, grab your crucifix!
      Seven, eight, better stay up late!
      Nine, ten, you’ll never sleep again!

      hehe

  2. diagnóstico

    A esquizofrenia é doença , o que pode haver é um erro de diagnóstico . O  que ocorre por exemplo com depressão que pode ser diagnosticada como distúrbio bipolar , antigamente denominado de limítrofe que ainda é tratado com terapia de eletrochoque em uma clínica de repouso em gôiania, onde passam até deputados para repouso, noivas abandonadas no altar e etc, lá tudo é doença!

  3. Artigo discutível

    O artigo como um todo me parece extremamente discutível. Como não sou psiquiatra, limitar-me-ei a algumas observações.

    a) O delírio normalmente está associado a algum tipo de alucinação. Não me parece adequada a tentativa de entender e abordar os dois sintomas por separado.

    b) A medicação antipsicótica costuma combater eficazmente delírios e alucinações. Considerando que o delírio seria uma espécie de crença adquirida, aprendida, como explicar a eficácia dos antipsicóticos?

    c) A esquizofrenia provoca enorme sofrimento ao próprio paciente e aos que estão em seu entorno. Basta ler os relatos dos doentes que conseguiram superar os sintomas. Se não é doença, como classificá-la?

    d) Até onde sei, a técnica de ingorar o discurso delirante funciona às vezes, mas não tem efeito permanente.

    Essa é apenas uma amostra. Seria de bom alvitre que algum profissional de saúde mental fizesse um contraponto à altura.

    1. “Se não é doença, como

      “Se não é doença, como classificá-la?”:

      Acho que o ponto dele era que eh uma desordem exceto nos casos provados de morte em massa de celulas cerebrais.  Eh so mais uma razao que eu disse que a medicao de ondas cerebrais eh mais acurada para uma diagnose cientifica mais correta.

      1. Só é doença se tiver morte de células?

        Então, se não há comprometimento celular, não é doença. Essa é a premissa; portanto, Alzheimer é doença, esquizofrenia não. Qual o ponto de apoio dessa premissa?

        Nas psicoses delirantes e alucinatórias existem anomalias na produção e circulação de neurotransmissores (especialmente dopamina e serotonina) no sistema límbico e no córtex-pré-frontal, que já foram muito estudadas. É a partir desses estudos que foram desenvolvidos os antipsicóticos.

        Não vejo como não chamar isso de doença. Ela tem até expressão orgânica, a despeito de sua origem e manifestação psíquica.

        1. Em resposta aa pergunta do

          Em resposta aa pergunta do titulo eu NAO disse isso.  Eu disse que nos casos de esquizofrenia essa eh a excessao provada.  Ha outros nos quais o dano cerebral nao eh nem perto disso.

          Oh, e acho que voce nao viu de onde o artigo veio:  de um site que estuda behaviorism e psiquiatria e se concentra na comparacao.  Tanto que os exemplos de sustentacao de caso do item vem do campo do behaviorism, o que tambem sustenta o ponto central que eh demonstrar que alguns casos podem ser tratados com comportamento medico aa altura do comportamento do paciente.

          O item faz um ponto excelente a respeito de esquizofrenia NAO ser uma “doenca” mas uma desordem cerebral, e eh uma lastima que se concentra logo na parte mais cientificamente fraca, o behaviorism.  Mas o item eh excelente.  A verdade eh que ninguem sabe o que causa a esquizofrenia, portanto ainda nao pode ser chamado de “doenca” mas sim de desordem.

  4. as máquinas desejantes postas

    as máquinas desejantes postas para funcionar ininterruptamente, uma hora podem pirar…

    o narciso só ve o que é no seu espelho….

    de lira em lira, de trololó em trololó, de falácia em falácia,  o cara delira e sufoca no aquário.

    o troll empulha tanto que quando se olha no espelho se

    reconhece e pede asilo ao vazio e à sua ausencia real.

    alguns viram psicóticos e piram de vez…

    alguns viram malucos beleza, reclamam, pedem pro mundo parar

    pra que ele possa descer logo desta josta, outro vira metamorfose ambulante,

    e depois de consumir um monte de drogas, descobre sua vocação final – vira pastor evangélico

    para curar os esquisofrenicos e drogados….

    (mas como se sabe, não existem esquisofrenicos, existem diagnosticadores de doenças)….

  5. O artigo é ótimo, mas…

    Tenho uma irmã de 54 anos que começou a ficar esquizofrênica aos 16 anos de idade.

    Ela sofreu exatamente o que é descrito neste artigo. Na adolescência sofreu vários golpes da vida real em função de seus “elevados” objetivos de vida, isto é, ela queria ter e ser o que nossa família não podia lhe dar.

    Aí vem aquela disfunção dos esquizofrênicos: todos têm MANIA DE GRANDEZA. As frustrações acontecem justamente porque eles acham que podem mais do que realmente podem.

    Sofremos com ela durante 25 anos de internação em internação, de médico em médico e de remédio em remédio. Foi um verdadeiro CALVÁRIO. A destruição quase total da família teria se concretizado se não fosse a força e a coragem de minha mãe que nunca desistiu dela.

    Até que um dia um médico psiquiatra “caridosamente” lhe receitou a Clozapina. 

    Foi a salvação dela e da família. Hoje ela está 90% melhor. Raríssimas vezes tem delírio. Leva uma vida quase normal. Porém, a idade emocional dela é de uns 10 a 14 anos. Não sabe lidar com dinheiro e não tem noção de perigo, portanto não pode sobreviver sozinha. 

    No entanto, isto é genético ou hereditário, pois tem outras pessoas que sofrem desse problema na minha família.

    Uma das piores coisas que pode acontecer numa família é ter algum filho ou irmão com esta DOENÇA. Sim, eu vivo com isto e tenho certeza que é uma terrível doença mental.

    É DEVASTADOR.

    1. Psicose, uma das saídas para a frustração

      Que um jovem ache que pode mais do que realmente pode, é até normal.

      A forma como o sujeito lida com essa incongruência entre desejo e realidade é que tem grandes variações. Psicose é uma delas. Depressão é outra. Há ainda o álcool, os entorpecentes… E há a forma saudável. Qual o caminho adotado para a resolução do conflito, vai depender de uma combinação de fatores genéticos, ambientais e subjetivos que é virtualmente impossível prever de antemão.

    2. Edyna, nao ha caso forte para

      Edyna, nao ha caso forte para esquizofrenia ser doenca genetica -familiar sim, genetica nao.  Tanto que a literatura medica tem varios casos de gemeos identicos onde so um(a) ficou enfermo.

    3. Sua irmã
      A pior coisa que pode acontecer a uma pessoa é cair numa família de idiotas, que parece ser seu caso.
      Não tenho esquizofrenia, mas conheço a doença.
      Se a família sofreu, ela sofreu muito mais, pois se tem uma coisa que acontece com os esquizofrenicos é eles se tornarem marionetes dos outros.
      O número de psicopatas atuando na área da psiquiatria é extremamente maior que qualquer outra área, os reféns quando caem na teia desses manipuladores com diploma em medicina não tem saida pra vítima e ninguém irá lhe dar crédito. (não são todos os psiquiatras que são psicopatas, mas com certeza existem muitos pois é ideal pra eles cometerem torturas sem ser pegos)
      Você do jeito que é ignorante nem deve saber o que é um psicopata, quando eles tem diploma em medicina nunca são pegos pois é o plano perfeito.
      O fruto não cai longe da árvore, se sua irmã é esquizofrenica é porque sua família tem genes de esquizofrenicos, não é culpa dela, mas de vocês.
      John Nash se recuperou sem drogas legalizadas de efeito duvidoso, se ela nunca se recuperou é culpa de você que moldou ela assim, pois ela mesma nunca teve autonomia, vocês sempre a trataram como esquizofrenica e esquizofrenicos são verdadeiros escravos dos outros tanto que ela ficou igual uma criança agora depois de tanta química pesada que vcs nem pesquisaram sobre.
      Se você fez lobotomia na sua irmã eu te torço pra que vc sofra muito na vida, porque isso é pior que matar ela.
      Sinto muito te dar esse choque de realidade, mas vc precisava.

  6. Esquizofrenia não é doenca e psquiatria não é ciência

    (Phil Hickey é psicólogo aposentado com título de doutor (Ph. D.) o que significa dizer que tem experiência profissional e formação acadêmica. Seu blog pode ser visto aqui.)

    Como o autor prova, esquizofrenia é um rótulo aplicado pela APA a 25 diferentes combinações de comportamentos que não guardam entre si uma etiologia biológica comum, e por uma razão muito simples: não se sabe a causa biológica da esquizofrenia. Não há prova, por exemplo, de que decorra de alegado desequilíbrio químico do cérebro (que os antipsicóticos equilibrariam) e tampouco que tenha causa genética. Mesmo assim, a esquizofrenia é tratada pela psiquiatria como se tivesse causa biológica.

    As hipóteses de causa genética vêm sendo desmentidas há cerca de 50 anos, e nada, portanto, foi provado a este respeito (ver em Quotations From the Genetics “Graveyard”: Nearly Half a Century of False Positive Gene Discovery Claims in Psychiatry).

    A própria psiquiatria vem sendo posta em questão, por ser pseudociência.

    A seguir, texto resumo sobre este último ponto.

     

    *********************

    Por Ramalho

    (Este texto é basicamente um resumo do artigo
    “Unfalsifiability in psychiatry”, de César Tort
    com excertos do livro “How to become
    a schizophrenic” de John Modrow.)

    A psiquiatria, segundo a epistemologia de Karl Popper, é pseudociência porque sua hipótese fundamental é irrefutável e, também, porque finge usar metodologia científica. Tem, apenas, aparência de ciência. Enquadra-se na mesma categoria da astrologia, frenologia e ufologia, dentre outras pseudociências. Em relação a estas, porém, tem péssimos agravantes: suas intervenções estigmatizam, cerceiam a liberdade, podem causar doenças incuráveis e até morte. Ademais disto, são caras e não curam os transtornos mais importantes que tratariam, como a esquizofrenia.

    Karl Popper, epistemólogo considerado por muitos o mais influente filósofo da ciência do século XX, estabeleceu critério de demarcação entre ciência e não ciência, e que é o seguinte: qualquer teoria científica é falseável (falsificável, refutável).

    Falseabilidade é a propriedade de uma teoria poder ser refutada (provada ser falsa). Por exemplo, a afirmação “todos os corvos são pretos” é científica, pois pode ser refutada (falseada) pela descoberta de um corvo branco, por exemplo. Analogamente, a afirmação “a força aplicada a uma mola é proporcional à sua elongação” (Lei de Hooke) pode ser falseada pela descoberta de uma mola em que tal não ocorra. Já a afirmação da psiquiatria de que “não há marcador biológico para a esquizofrenia, mas haverá no futuro” não é falseável, é irrefutável cientificamente (de se observar que a falseabilidade é falseável).

    Como refutar a afirmação de que haverá marcador biológico no futuro para a esquizofrenia? Tal  afirmação é manifestação de fé, e manifestação de fé não pode ser refutada cientificamente. A refutação de argumento de fé se faz com argumento de fé, como, por exemplo, não haverá no futuro marcador biológico para a esquizofrenia. Nestes termos, o debate, como se vê, se dá sem qualquer evidência que sustente as posições antagônicas. Haverá marcador biológico no futuro para a esquizofrenia é proposição irrefutável, não é falseável, não há como provar sua falsidade.

    Os que afirmam que não há marcador biológico para a esquizofrenia, e, também, para o TDAH (Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade) e, ainda, para outros transtornos mentais, e que afirmam, além disso, que têm fé de que no futuro haverá tais marcadores são, nada mais, nada menos, do que autoridades psiquiátricas.

    Nancy Andreasen, editora do American Journal of Psychiatry, a publicação psiquiátrica mais influente do mundo, em seu livro Brave New Brain, publicado em 2001, diz que “não foi encontrada qualquer patologia fisiológica por trás de transtornos mentais … não há nenhum teste laboratorial que determine quem é mentalmente doente e quem não é”.

    Rodrigo Muñoz, ex-presidente da Associação Psiquiátrica Americana declara, “… estamos gradualmente avançando para o ponto em que seremos capazes de localizar com precisão mudanças funcionais e estruturais no cérebro que estejam relacionadas com a esquizofrenia”.

    A Associação Psiquiátrica Americana afirma oficialmente que “A ciência cerebral não avançou a ponto de cientistas ou clínicos poderem apontar lesões patológicas facilmente discerníveis ou anormalidades genéticas que em si e por si sirvam de biomarcadoras confiáveis ou preditivas de determinado transtorno mental ou transtornos mentais como um grupo … Será provavelmente provado que transtornos mentais representam transtornos de comunicação intracelular; ou interrupção de circuito neural”.

    Sobre o TDAH, diz a Novartis, fabricante de Ritalina, nome comercial de droga (metilfenidato) usada por psiquiatras para “tratar” o TDAH: “a etiologia específica desta síndrome é desconhecida e não há teste diagnóstico específico”.

    Em síntese, não há marcador biológico para, ao menos, os principais transtornos mentais, mas há fé inabalável de que tal marcador será descoberto no futuro, e isto dito pela própria psiquiatria.

    Mesmo sem qualquer marcador biológico, a psiquiatria, por ter fé de que no futuro haverá tal marcador, “trata” transtornos mentais como se fossem doenças biológicas. Faz isso com base em sub-hipóteses jamais provadas (e que não podem sê-lo porque não há marcadores biológicos para elas), como as muitas sub-hipóteses relativas a esquizofrenia (da dopamina, da taraxeina, da ceruloplasmina, da adrenalina adrenocromo, do odor peculiar, da serotonina, da endorfina, do defeito genético etc.) quase todas abandonadas pela própria psiquiatria (en passant, mencione-se que a sub-hipótese da dopamina é a da moda).

    A hipótese fundamental da psiquiatria da qual sub-hipóteses derivam, usada em última análise pela psiquiatria para explicar a administração de drogas a pacientes psiquiátricos, não é, portanto, científica, por isso, a psiquiatria também não é. Assim, a psiquiatria, sob a ótica epistemológica de Popper, não é ciência. Além disso, como finge usar método científico, a psiquiatria é pseudociência (vale mencionar que, se algum marcador biológico for encontrado para um transtorno mental, o não mais transtorno ou síndrome, mas, agora, doença, passa para o âmbito da neurologia).

    Quanto aos malefícios da psiquiatria e suas drogas, o depoimento a seguir de um ex-esquizofrênico, o  americano John Modrow, reconhecido por muitos como autoridade mundial em esquizofrenia, fala por si: “… sei por experiência pessoal que ser rotulado como esquizofrênico pode causar centenas de vezes mais sofrimento do que a assim chamada ‘doença’ em si mesma. Ser rotulado como esquizofrênico pode levar a encarceramento e a ter inoculadas compulsoriamente em seu corpo drogas neurotóxicas potentes que frequentemente causam doenças cerebrais irreversíveis como discinesia tardia, demência tardia e psicose de supersensibilidade. Isso pode levar a pessoa a devastação psicológica total – por ser doutrinada com a ideia completamente desmoralizante de que é deficiente, biologicamente inferior, com mente incuravelmente doente. Finalmente, pode levá-la a ser vista e tratada pelos outros com se não fosse completamente humana …”.

    John Modrow relata ainda que “… Os sintomas desta doença [a síndrome neuroléptica maligna] induzida por droga [neurolépticos, drogas ministradas por psiquiatras] incluem febre, rigidez muscular, ou tremor; hipertensão arterial, pulso rápido, sudorese, incontinência excretora, confusão mental e número elevado de glóbulos brancos. Estimativas da taxa de mortalidade desta doença [induzida por neurolépticos ministrados por psiquiatras] variam de 20 a 30 por cento”.

    Também de John Modrow, ainda em “How to become a schizophrenic”, sobre os custos das intervenções psiquiátricas: “Na imprensa popular de hoje em dia, encontram-se frequentemente alegações de que os neurolépticos mais novos chamados ‘atípicos’ – e.g., clozapina, risperidona, olanzapina, quetiapina, ziprasidona – têm muito menos efeitos colaterais e são muito mais eficazes no tratamento da esquizofrenia do que as drogas neurolépticas mais velhas. Contudo, este não é certamente o caso, pois, como Robert Whitaker relata em seu livro recente ‘Mad in America’, não somente os estudos ‘científicos’ que se propõem a provar a segurança e efetividade superiores destas novas drogas são financiados pelas empresas farmacêuticas e manipulados para fazer com estas drogas pareçam melhores do que realmente são, mas, também, tais estudos foram ghost-written por empresas de relações-públicas contratadas pelas companhias farmacêuticas aos quais aqueles pesquisadores dos estudos meramente afixaram seus nomes! Como as patentes das drogas neurolépticas mais antigas expiraram, elas não são mais tão rentáveis quanto os neurolépticos mais recentes. Por exemplo, enquanto um neuroléptico mais antigo como clorpromazina pode custar menos do que US$ 10 por mês, drogas mais novas como risperidona e olanzapina custam US$ 240 e US$ 300 por mês respectivamente [números do início dos anos 2000]. Consequentemente, se pode facilmente ver por que aquelas companhias farmacêuticas tinham enorme interesse em nos manter acreditando que os novos neurolépticos são superiores às drogas mais antigas!”

    É notório que a psiquiatria e psiquiatras declaram unissonamente que várias síndromes das quais “tratam”, como a esquizofrenia por exemplo, não teriam cura.

    Tudo visto, o que se tem é que a psiquiatria não é ciência, faz mal aos pacientes, é cara e não cura, mas essas asserções são refutáveis. A psiquiatria, portanto, merece ser mais e melhor discutida. 

    _______

     Referências:
    >César Tort, Unfalsifiability in psychiatry, em http://chechar.wordpress.com/2012/01/13/unfalsifiability-in-psychiatry-a… 2006, revisto em 2011.
    >John Modrow, How to become a schizophrenic, Writers Club Press, iUniverse; 2003.
    >David Papineau, O falsificacionismo de Karl Popper, tradução de Pedro Galvão, em http://www.aartedepensar.com/leit_falsificacionismo.html.
    >Falseabilidade, Wikipedia, em http://pt.wikipedia.org/wiki/Falseabilidade.
    >Método Científico, Wikipedia, em http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9todo_cient%C3%Adfico.
    >Schmidt, P., Santos, J. L.; O pensamento epistemológico de Karl Popper, ConTexto, Porto Alegre, v. 7, n. 11, 2007.

     

  7. Bom, não sou especialista…

    Eu não sei se PSIQUIATRIA é ciência ou não e não acho que é disso que se trata o post.  Não sou médica nem pesquisadora.

    O que sei é que foi um PSIQUIATRA que salvou nossas vidas.

    Minha mãe que tanto lutou para salvar minha irmã, há 1 ano e meio está com Alzheimer.

    Ela ficou surtada durante 1 mês com alucinações, agressões e loucuras.

    Mais uma vez foi um psiquiatra que resolveu o problema. Receitou Olanzapina e ela saiu do surto.

    Hoje com 86 anos está estabilizada, portando sou imensamente grata aos PSIQUIATRAS.

    Talvez tenha alguma ligação entre estas duas DOENÇAS: Alzheimer e esquizofrenia.

    Vai saber…

     

  8. Excelente matéria! Fui diagnosticada com transtorno esquizoafetivo e desde então, tudo o que eu faço, falo ou deixo de falar é visto como um “sintoma da doença”.
    Uma vez, eu mal acabei de chegar na consulta, a médica perguntou como eu estava e disse estar bem. A resposta dela foi: não, você não está bem. Você está no limite da aceleração.
    Reclamei dos efeitos colaterais dos remédios e me foi dito que qualquer reação é melhor do que não ser medicada, pois sem os remédios, viverei cerca de 20 anos a menos que a média da população.
    Quanto à destruição da minha vida sexual por essas substâncias, a médica me perguntou: o que você prefere, não ter orgasmos ou ficar maluca?
    Receber um diagnóstico psiquiátrico é game over pra você em praticamente todos os sentidos e nem precisa de qualquer exame físico ou prova científica. Basta alguém dizer que você tem o transtorno tal e você tem e pronto.
    Enquanto isso, ninguém sabe me explicar por que alguém que chega a desmaiar, acreditando que está incorporando o demônio não é psicótico, mas eu tenho anomalias cerebrais por já ter tido minhas próprias crenças incomuns, necessitando de drogas pesadas pelo resto da vida.
    Ninguém sabe me dizer por que todas as outras pessoas que vão à falência não são maníacas, mas eu tenho traços de bipolaridade por já ter sido irresponsável com dinheiro.
    Psiquiatria não é ciência e no final, ninguém se responsabiliza por uma série de novos problemas adquiridos pelo uso prolongado desses medicamentos.
    Sei que não sou médica e sou a paciente, mas se os homossexuais fossem ouvir os especialistas, estariam fazendo terapia de conversão e tomando eletrochoque até hoje.
    Tive dificuldades e não nego, mas quero respeito.
    No meu caso, estou há aproximadamente 4 meses sem medicação alguma sem a ciência da médica, uma vez que a psiquiatria é a única área que pode drogar pessoas contra a sua vontade, enquanto nem a quimioterapia pro câncer é tratada assim. TODAS as pessoas quem convivem comigo, sem exceção, acreditam que estou infinitamente melhor agora do que quando vivia sedada e robotizada por essas substâncias.
    Estou curtindo música de novo, sentindo prazer sexual, sorrindo, achando as coisas engraçadas e me sentindo viva novamente.
    Dizer pra alguém que essa pessoa é portadora de uma doença terrível e incurável que vai levá-la a viver menos é algo muito sério e alguém tem que se responsabilizar por tratamentos equivocados e resultados desastrosos.

  9. Tentei responder alguns comentários em particular, mas não consegui.

    Como explicar a eficácia dos
    antipsicóticos?

    Ninguém sabe dizer ao certo, mas mesmo assim, eles são prescritos para desde irritabilidade em autistas até psicose nos rotulados esquizofrênicos. Já testemunhei prescrição de antipsicótico até para induzir o sono.
    Não sou médica, sou a cobaia e vou repetir o que já disse aqui que se os homossexuais fossem aceitar o tratamento dos ditos especialistas, estariam fazendo terapia de conversão e tomando eletrochoque até hoje.
    Antipsicóticos são acima de qualquer coisa, tranquilizantes, então acredito que eles “funcionem” em todos esses casos, porque junto com os supostos delírios, eles levem as emoções, os desejos e a própria personalidade do paciente. Pra muitos, não sobra quase nada.
    Sou adepta do que dizem alguns raros profissionais de saúde mental de que transtornos mentais são mistérios, não problemas e não há cura porque não são doenças, mas sim diferentes maneiras de existir.

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