Estudo aponta impacto da pandemia em crianças e bebês

Dados da Epicovid-19 mostram que, até setembro, 867 crianças de até 4 anos e 194 crianças de 5 a 9 anos morreram no Brasil por covid-19

Foto: 30seconds.com

Jornal GGN – A pandemia de covid-19 deixou um rastro de pobreza, subnutrição e falta de assistência em saúde e educação para muitos bebês e crianças brasileiros, sem considerar a perda da mãe, do pai ou de responsáveis para a covid-19.

Até setembro deste ano, 867 crianças de até 4 anos e 194 crianças de 5 a 9 anos morreram no Brasil por covid-19. O estudo mostra ainda que também foram vítimas da doença 273 adolescentes de 10 a 14 anos e 808, de 15 a 19 anos, segundo dados da Epicovid-19, pesquisa realizada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em parceria com o Ibope, apresentados no 9º Simpósio Internacional de Desenvolvimento da Primeira Infância, realizado pelo Núcleo Ciência Pela Infância (NCPI).

“Temos que pensar em termos amplos, em políticas públicas de combate à pobreza, de estimulação intelectual, de assistência médica – por exemplo, as vacinações que foram perdidas -, de escolaridade, e assim por diante”, disse o professor emérito de Epidemiologia na UFPel e coordenador do Epicovid, Cesar Victora. “Programas potencialmente efetivos como o Criança Feliz precisam ser revitalizados, pois a pandemia afetou marcadamente a frequência das visitas domiciliares visando a estimular a interação entre crianças e seus familiares”.

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De acordo com a pesquisa, as crianças também deixaram de ser vacinadas. Durante o período pandêmico, 22,7% das crianças mais pobres deixaram de ser vacinadas. Entre as mais ricas, o índice é de 15%. “O maior impacto é o fato de que as crianças que já estão fragilizadas pela subnutrição resultante do aumento na pobreza, ficam ainda mais suscetíveis a outras doenças infecciosas que podem ser prevenidas pela imunização”, diz o coordenador do estudo.

Victora também apresentou dados de entrevista com participantes do programa Criança Feliz que mostram que 11% das crianças deixaram de ser vacinadas em setembro de 2020. Em janeiro de 2021, o índice foi para 10%. Além disso, 6% das grávidas faltaram às consultas pré-natais em setembro de 2020. Em janeiro, o percentual passou para 10%. O pesquisador defende uma atenção especial à infância e o reforço de políticas públicas: “Investir na primeira infância e minimizar os efeitos da pandemia é essencial para garantir não apenas a saúde das próximas gerações, mas também o capital humano que permitirá o desenvolvimento de nosso país nas próximas décadas”. As informações são da Agência Brasil.

Redação

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