Jornal GGN – A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu que a denúncia contra o ex-ministro Eduardo Pazuello por omissão na pandemia seja remetida à primeira instância. O pedido ocorre um dia após o presidente Jair Bolsonaro exonerar Pazuello do cargo, dando posse a Marcelo Queiroga.
Desde o início do ano e o colapso do sistema sanitário no Amazonas, com a falta de oxigênio e a morte de milhares de pessoas, além da marca de quase 300 mil mortos por Covid-19 no Brasil, o governo Bolsonaro usou a estratégia de centralizar a imagem negativa da gestão da pandemia na figura do ministro.
Assim, a própria PGR apontou que o ministro sabia da crise do sistema de saúde na capital do Amazonas, ainda em dezembro, além de indícios de atraso do envio de oxigênio e insumos às cidades da região, que sofreram o colapso.
Apesar de expressamente o presidente Jair Bolsonaro assumir a defesa da cloroquina como remédio para combater a doença, durante o ano passado, a denúncia contra Pazuello também inclui a recomendação e o uso do medicamento do Kit Covid como de responsabilidade do então ministro.
“A distribuição de cloroquina foi iniciada em março de 2020, inclusive com orientações para o tratamento precoce da doença, todavia sem indicar quais os documentos técnicos serviram de base à orientação”, expôs o PGR, Augusto Aras, na denúncia contra o militar.
A apuração foi aberta somente em janeiro deste ano, após o próprio presidente decidir minar o ex-ministro do cargo e responsabilizá-lo pelo colapso sanitário.
Agora, contudo, a PGR busca distanciar os ilícitos cometidos na pasta do próprio governo. Para isso, pede que o caso seja investigado na primeira instância, uma vez que agora Pazuello não é mais ministro de governo e não tem mais foro privilegiado.
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