Idec rompe com ANS após concessões aos planos de saúde

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Ministério da Saúde

Da RBA

Idec rompe com ANS e se retira de câmara de saúde suplementar da agência

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) decidiu entregar o assento que ocupava na Câmara de Saúde Suplementar da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O desligamento foi comunicado nesta quarta-feira (4), seis dias após a agência reguladora autorizar os planos de saúde a cobrar coparticipação de até 40% em contratos novos, como medida para desestimular o uso dos serviços pelos clientes. Em carta enviada à ANS e aos membros da Câmara, o Idec manifestou sua decepção e descrédito, assim como dos seus associados, em relação ao descompromisso da agência e de seus gestores com os consumidores.

É o caso das falhas na regulação econômica e nos reajustes aplicados às mensalidades de planos de saúde. Segundo o Idec, a omissão da ANS na atuação fiscalizatória e normativa, como manda a lei, permite  abusos e prejuízos causados pelos agentes regulados contra os consumidores que deveriam ser protegidos.

Na carta, a entidade ressalta ainda que conselhos consultivos e câmaras técnicas são espaços valiosos, que devem ser ocupados pelas entidades de consumidores para oferecer propostas que contribuam para a prática da boa regulação.

“E foi com esse espírito que o Idec voltou a participar como membro da Câmara de Saúde Suplementar (CAMSS) no início de 2017, na certeza de que poderia contribuir nos processos regulatórios da ANS, como representante dos interesses e necessidades dos consumidores nas deliberações de sua diretoria”, afirma a entidade.

A CAMSS foi criada na ANS como um órgão de participação da sociedade, de caráter permanente e consultivo, com finalidade de assessorar a diretoria em discussões e tomadas de decisão.

“Lamentavelmente, a absoluta falta de compromisso institucional da Agência Nacional de Saúde Suplementar com os interesses mais fundamentais e básicos dos consumidores, sua crescente captura pelo setor regulado, em que parte dos seus dirigentes estão preocupados exclusivamente em atender às demandas econômicas das operadores, e a triste realidade que nos faz assistir às indicações de novos diretores para a Agência, em flagrante violação ao princípio da moralidade, são evidências que tornam a Câmara de Saúde Suplementar um espaço inócuo para contribuir”, informa a carta de desligamento.

Apesar do desligamento, o Instituto informa que continuará vigilante no acompanhamento do mercado de planos de saúde e em relação à ANS, na luta pelos direitos de consumidores.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

4 Comentários

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  1. Essas agencias reguladoras,

    Essas agencias reguladoras, trolha inventada pelo ociólogo,

     

    agem mais como sócias das empresas que deveriam fiscalizar, não se salva uma…………….. 

  2. Não há surpresa em relação ao
    Não há surpresa em relação ao posicionamento da ANS.Num país onde o nível de corrupção assusta e assola ,para os empresários TUDO ao.pobre eleitor,bestas como eu que colocamos no.poder um bando de carniças e urubus NADA.É. hora do povo acordar,porque mesmo que o Criador diga diferente se não houver luta,continuará tudo como está!

  3. A ANS não trabalha a favor do
    A ANS não trabalha a favor do consumidor à muito tempo. Estamos entregues a esses aumentos abusivos e desrespeito aos clientes. Infelizmente só os planos quê ganham. E quando tentar lutar por nós. Vem as liminares que favorecem apenas à eles.

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