Jornal GGN – As declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a compra de vacinas estar atrasada “desde abril” levou o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta – e responsável pela pasta na época – a reagir.
“Desonesto, mentiroso”, afirmou o ex-ministro da Saúde à jornalista Monica Bergamo, do jornal Folha de São Paulo. “É inacreditável que o homem responsável pela economia do país esteja criando uma narrativa mentirosa para disfarçar a própria incompetência, dele e do governo do qual faz parte”, ressaltou.
Em abril de 2020, não existiam imunizantes para o combate à covid-19, e nem mesmo testes estavam em andamento.
Em entrevista à CNN Brasil, Guedes afirmou que Mandetta “saiu com R$ 5 bilhões no bolso”, e que a vacina deveria ter sido comprada naquela época. Segundo o ex-ministro, o dinheiro citado por Guedes foi usado para comprar 15 mil leitos de CTI (Centro de Terapia Intensiva) e equipamentos de proteção individual, como máscaras, e testes “que o governo não usou e deixou vencer”.
“Em agosto, quatro meses depois da minha saída, surgiram as primeiras propostas de laboratórios que estavam desenvolvendo vacinas e que queriam vendê-las ao Brasil”, diz ele. “A incompetência e o negacionismo, aos quais Paulo Guedes sempre fez coro, dizendo que a economia era o mais importante, nos levaram a essa situação, em que faltam imunizantes”, diz.