AMMD: No Brasil, o enfrentamento do Coronavírus de Wuhan depende do SUS

O sucesso em conter a epidemia atual e as futuras depende do fortalecimento do SUS, o que passa pela revogação da EC 95 (Lei do teto dos gastos).

da AMMD – Associação de Médicas e Médicos pela Democracia

No Brasil, o enfrentamento do Coronavírus de Wuhan depende do SUS

Na sequência do texto, aula do Prof. Unai Tupinambás da Faculdade de Medicina da UFMG sobre Síndromes Respiratórias Associadas ao Coronavírus.

Após um mês da detecção de uma nova infeção virótica na China (Wuhan – Província de Hunei) a OMS declarou dia 30 de janeiro de 2020 que este novo Coronavírus (2019 n-CoV) é uma emergência mundial.

Esta é a sexta emergência sanitária global decretada pela OMS nesse século, a primeira foi a gripe A  (H1N1) em 2009, seguida do vírus da poliomielite – 2014. A terceira e a quarta decorreram do vírus Ebola e na sequência a síndrome congênita do vírus Zika (SCZV) originada no Brasil em 2016.

Essas emergências sanitárias têm em comum o fato de que o seu enfrentamento exige uma ação coordenada de saúde pública sem a qual essas epidemias ou pandemias não podem ser vencidas. Sem uma ação articulada desde da OMS até os diversos Sistemas Nacionais de Saúde a possibilidade de conter estas condições é nula.

Lembremos que a SCZV teve seu epicentro no Nordeste brasileiro e foi uma trabalhadora da saúde do SUS quem estabeleceu a possível conexão, depois comprovada, entre o Zika vírus e microcefalia. Nas condições do Brasil, só podemos imaginar a mitigação de uma epidemia com a magnitude e gravidade que antevemos com o 2019 n-CoV sob a égide de um sistema universal de saúde atuando de forma articulada na totalidade do território nacional e somente o SUS reúne essas condições.

Só teremos chances de conter esta ameaça a saúde mundial com um sistema com capilaridade territorial e acesso universal.

O sucesso em conter a epidemia atual e as futuras depende do fortalecimento do SUS, o que passa pela revogação da EC 95 (Lei do teto dos gastos).

Convidamos você para assistir à aula Síndromes Respiratórias associadas ao Coronavírus.

O Dr. Unaí Tupinambás é professor da Faculdade de Medicina da UFMG e membro da Comissão Executiva da Associação Nacional de Médicas e Médicos pela Democracia – ABMMD

Redação

4 Comentários
  1. Primeiro precisamos lembrar do fim da participação dos médicos cubanos no Programa Mais Médicos, o desmantelamento da saúde e educação praticado pelo governo eleito em 2018.

    Há vários fatores que contribuem para a instalação da pandemia da doença provocada pelo coronavírus (2019-nCoV) , entre eles estão a possibilidade de transmissão do vírus antes do sintomas se manifestar, a possibilidade de portadores do vŕus poderem contaminar bem mais pessoas que a média da população, a globalização das relações sociais e econômicas, a velocidade dos atuais meios de transportes, que permitem atravessar o mundo em dois ou três dias, contra 15 dias do Período de incubação do vírus. além de ser um vírus novo sem remédios ou vacina.

    Em tese no períodos de temperaturas mais baixas, mais função dos procedimentos adotados, a propagação de vírus de doenças respiratórias é mais rápida.

    De qualquer maneira tudo indica que os médicos de cuba vão fazer muita falta, o desmantelamento da saúde vai revelar toda sua crueldade, assim como o desmantelamento das universidades públicas, que dificilmente poderão cumprir o seu papel nas pesquisas de tratamentos e pesquisas contra o coronavírus(2019-nCoV).

    Na China as Universidade estão na linha de frente na batalha contra a atual a novo vírus.

    A ameaça é real, e precisamos nos cuidar.

  2. Da BBC Brasil
    Brasileiros em Wuhan gravam apelo a Bolsonaro por retirada da China
    BBC Brasil 02-02-2020— Há 1 hora

    Direito de imagem Reprodução/YouTube
    Image caption Brasileiros na China fazem vídeo pedindo que governo de Jair Bolsonaro os retirem de país afetado pelo surto do coronavírus

    Um grupo de brasileiros na China fez um apelo ao governo de Jair Bolsonaro para a retirada de cidadãos do país afetado pelo surto do coronavírus.

    Na carta-aberta, gravada em um vídeo publicado no YouTube na manhã deste domingo, 2, eles lembram as operações de evacuação já feitas por diversos países e dizem estar dispostos a passar pelo período de quarentena fora do território brasileiro. A carta-aberta é datada de 30 de janeiro, e os brasileiros dizem estarem em Wuhan, na província de Hubei, na China, epicentro do surto.

    “Nós somos homens, mulheres e crianças de vários estados e regiões do Brasil. Estudantes e trabalhadores, indivíduos e famílias de brasileiros na China”, diz um dos brasileiros no vídeo. “No momento em que essa carta está sendo escrita, não há, entre nós, quaisquer casos de contaminação comprovada ou até mesmo sintomas de infecção por coronavírus”, afirma outro. Todos os brasileiros terminam o vídeo dizendo: “Brasil, casa de todos nós”.

    Coronavírus: O que se sabe sobre a primeira morte fora da China
    Brasil tem 16 casos suspeitos de coronavírus, informa Ministério da Saúde

    Questionado sobre a possibilidade de repatriação dos brasileiros, o presidente Jair Bolsonaro vem até agora descartando essa possibilidade. Nesta sexta, 31, ele afirmou que o governo estuda estratégias para buscar esses brasileiros que vivem na China e querem retornar ao Brasil. Mas, segundo ele, é preciso antes resolver entraves diplomáticos, jurídicos e orçamentários.

    O presidente se reuniu na sexta, 31, com ministros no Palácio da Alvorada, em Brasília, para discutir estratégias e a situação de brasileiros nessas áreas de risco na China.

    https://www.bbc.com/portuguese/internacional-51347383

  3. Da BBC BRasil
    Coronavírus: O que se sabe sobre a primeira morte fora da China
    2/2/2020 Há 2 horas

    Um homem morreu nas Filipinas após ser infectado pelo coronavírus. Foi a primeira morte registrada fora da China.

    O paciente era um homem chinês de 44 anos de Wuhan, na China, onde o vírus foi detectado pela primeira vez.

    Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), ele foi infectado antes de chegar às Filipinas.

    Mais de 300 pessoas morreram por causa da doença até agora —a maioria da província onde fica Wuhan, Hubei. Mais de 14 mil pessoas foram infectadas. Esse novo vírus, contudo, se espalha mais rápido, mas mata menos do que os da SARS, que causou um surto na China em 2002 e 2003, e que o H1N1.

    No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, existem 16 casos suspeitos. Nenhum foi confirmado.—-
    —Os Estados Unidos, a Austrália e um número crescente de países estão barrando a entrada de estrangeiros da China e exigindo que seus próprios cidadãos fiquem em quarentena. O Brasil não tomou essa decisão. O Ministério da Saúde orientou que viagens para a China devem ser realizadas somente “em casos de extrema necessidade”.
    O que se sabe sobre a primeira morte fora da China?

    O homem viajou às Filipinas de Wuhan via Hong Kong. Estava acompanhado de uma mulher chinesa de 28 anos que teve resultados positivos para a infecção na semana passada, o Departamento de Saúde das Filipinas informou.

    Segundo autoridades, o homem foi internado em um hospital na capital do país, Manila, onde desenvolveu uma pneumonia severa.

    Acredita-se que o homem tinha condições de saúde pré-existentes.

    Rabindra Abeyasinghe, representante da OMS nas Filipinas, pediu calma à população: “É o registro da primeira morte fora da China. No entanto, precisamos considerar que não é um caso de infecção adquirida localmente. O paciente veio do epicentro do surto”.

    De acordo com o veículo de notícias local Rappler, o ministro da Saúde Francisco Duque disse que o paciente estava “estável e mostrou sinais de melhora”, mas sua condição deteriorou rapidamente em 24 horas.

    “Estamos trabalhando com a embaixada chinesa para garantir uma administração digna de seu corpo de acordo com as normas nacionais e internacionais para conter a doença”, afirmou Duque. De acordo com ele, o corpo do homem será cremado.

    O Departamento de Saúde agora está tentando encontrar pessoas que estavam no mesmo voo que esse homem para que posssam ficar em quarentena, ele disse, além de outras pessoas com as quais o homem e a mulher podem ter entrado em contato, como funcionários de um hotel.

    A morte do homem foi confirmada logo após as Filipinas anunciarem que vão imediatamente suspender a chegada de quaisquer visitantes estrangeiros da China.

    Antes, havia restringido apenas aqueles de Hubei, província epicentro do surto.
    China

    Autoridades informaram que mais 45 mortes foram registradas na província de Hubei até o final de sábado, elevando o número de mortes para 304.

    O número total de infectados na China agora é de 14.380, segundo a TV estatal (que citou como fonte a Comissão Nacional de Saúde).

    Estimativas da Universidade de Hong Kong sugerem que o número total de casos pode ser muito maior que os números oficiais. Mais de 75 mil pessoas podem ter sido infectadas na cidade de Wuhan, especialistas dizem.
    Restrição à entrada de visitantes estrangeiros vindo da China

    Os Estados Unidos e a Austrália anunciaram que vão recusar a entrada de todos os visitantes estrangeiros que foram recentemente à china, onde o novo vírus 2019-nCov surgiu pela primeira vez em dezembro.

    Outros países, incluindo a Nova Zelândia, Rússia, Japão, Paquistão, Itália, Indonésia e Singapura também anunciaram restrições de viagem.

    O Brasil ainda não tomou essa decisão. O Ministério da Saúde orientou que viagens para a China devem ser realizadas somente “em casos de extrema necessidade”.

    Nos EUA, cidadãos e residentes retornando de Hubei ficarão em quarentena por 14 dias. Aqueles retornando de outras partes da China terão permissão para monitorar sua própria condição durante um período similar.

    O Pentágono disse que providenciaria alojamento para mil pessoas que talvez precisem ficar em quarentena depois de chegar aos EUA de fora. Quatro bases militares na Califórnia, Colorado e no Texas providenciarão até 250 quartos cada.

    A Austrália anunciou que seus próprios cidadãos chegando da China também entrarão em quarentena por duas semanas.

    Também houve um grande número de evacuações da China com governos estrangeiros trazendo seus cidadãos de volta.
    Restrições a viagens funcionam?

    Autoridades de saúde global desaconselham restrições a viagens.

    “Restrições a viagens podem causar mais danos do que benefícios minando compartilhamento de informações, cadeias de suprimentos médicos e afetando negativamente economias”, afirmou o secretário-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

    A OMS recomenda a introdução de triagens em fronteiras. A organização alertou que fechar fronteiras pode acelerar a propagação do vírus, com viajantes entrando nos países de forma não oficial.

    A China criticou as restrições a viagens, acusando governos estrangeiros de ignorar o conselho oficial.

    https://www.bbc.com/portuguese/internacional-51347379

Comentários fechados.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador