Novo ministro da Saúde tenta dar respostas, mas centraliza poder e não defende lockdown

Após mudança de postura de Bolsonaro, governo tenta agora criar mecanismos para centralizar poder de decisão da pandemia nas mãos do Executivo

Foto: Divulgação

Jornal GGN – Após a mudança de postura do presidente Jair Bolsonaro com a pandemia e a tentativa de impedir que governadores e o Congresso assumam o comando das responsabilidades sanitárias, o governo tenta agora criar mecanismos para centralizar esse poder de decisão em suas mãos.

Com este objetivo, o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou a criação de uma Secretaria Extraordinária de enfrentamento à pandemia de Covid-19. Segundo ele, o objetivo é fazer uma “frente única” com a participação de especialistas da saúde e cientistas, mas concentrando os esforços no Ministério.

“É necessário que deixemos as divergências de lado e façamos uma ação em cima dos pontos de convergência, que são maiores, no sentido de salvar vidas”, disse, na manhã desta segunda (29), em entrevista à CNN.

Publicamente, o ministro tem evitado comentar a postura do mandatário e fala somente em “olhar para frente”. Afirma que se compromete com a vacinação, prometendo 1 milhão de brasileiros imunizados por dia, mas contraditoriamente passou a responsabilidade pela disponibilização de oxigênio e insumos para hospitalização de pacientes aos governos estaduais e municipais.

Afastando essa responsabilidade de si, o ministro, contudo, diz que está articulando com a indústria nacional, “trabalhando com a indústria nacional, que tem um papel fundamental no suprimento desses insumos, e também buscando fornecimento no exterior, de tal forma que não falte na ponta”.

Sem defender expressamente medidas de isolamento social, Queiroga disse que as medidas de lcokdown não seriam adequadas ao país, usando como justificativa que ocorrem aglomerações dentro das casas. “As residências, sobretudo das pessoas das classes média e baixa, são menores, com muitas pessoas vivendo juntas”, disse.

Redação

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