Planos de saúde populares podem piorar legislação atual, por Ana Luiza Matos

Da Fundação Perseu Abramo

Notas FPA – Política Social 396 – Planos de saúde populares
 
por Ana Luiza Matos de Oliveira, economista

Ricardo Barros, atual ministro da Saúde, propôs criar “planos de saúde populares”. Em janeiro deste ano, um grupo de trabalho foi criado para analisar a proposta pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O grupo, no entanto, exclui entidades da Saúde Coletiva, de defesa do consumidor, de médicos, dentre outros setores da sociedade envolvidos.

Por meio de nota, a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) repudiam a decisão da ANS de dar continuidade à discussão de planos de saúde populares ou acessíveis. Segundo as entidades, por exemplo, existe a possibilidade de piorar a atual legislação, que já apresenta falhas e lacunas. “Será uma volta ao passado, mesma situação de vinte anos atrás, quando existiam planos de menor preço, porém segmentados e com restrições de coberturas”, diz a nota. Também há o risco de ampliação da judicialização da saúde suplementar (ações judiciais contra planos de saúde).

Abrasco e Idec são contra planos populares ou acessíveis, e defendem proteção social, em especial “o Sistema Único de Saúde (SUS) constitucional, público, universal, de qualidade e adequadamente financiado, bem como a regulamentação da assistência à saúde suplementar, que precisa ser melhorada e não flexibilizada”.

Barros é conhecido por declarações absurdas, como a proposta de rever o SUS, que pesquisadores que defendem um sistema universal de saúde “não são técnicos, nem especialistas, são ideólogos”, entre outras. Frequentemente, o ministro ataca a Saúde como “direito de todos e dever do Estado”, de acordo com a Constituição. Por outro lado, o ministro vê com bons olhos a ampliação da privatização na Saúde. É importante ainda lembrar que o ministro teve a campanha eleitoral para deputado federal financiada em parte por um dos principais operadores de planos de saúde do país.

Para saber mais:

“Plano popular será volta a um passado ruim”
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Redação

2 Comentários

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  1. Quando terceirizarem todo mundo.

    Diálogo ocorrido aqui:

    Eu: De agora em diante não pagaremos apenas a previdência privada, mas também plano de saúde de 60 reais para sermos atendidos apenas com o bucho aberto. 

    Coxa: Então é melhor nem pagar INSS.

    Eu: Você acha que deixando de pagar INSS ele será incorporado no seu salário? A única forma de parar de pagar INSS é virar PJ. O que logo seremos com a terceirização.

    Coxa: Governo é ladrão demais!

    Eu: Lutaram por ele, está fazendo o que pediram.

     

    Silêncio de túmulo…

     

    Obama cria planos de saúde populares, pois não tinha apoio para criar um sistema de saúde universal. 

    Aqui desmontamos o essencial para ficar com o básico…

     

    Então, vamos esperar estarmos todos no inferno para nos rebelarmos? 

     

    Lá faz tanto calor e o clima é tão pesado que depois do trabalho eu vou preferir ficar em casa enchendo a cara. 

  2. Duas máfias em guerra.
    Duas máfias em guerra. Nenhuma delas pensa no pais ou em seu povo.
    O premiado se fosse coerente não iria a este evento. Se foi e segundo sua visão é golpista também.
    O ministro deveria considerar normal uma manifestação política mesmo que esta fosse contra o governo que representa.
    Enfim os dois se mostraram em toda a sua degeneração moral.

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