Se Brasil chegar a 100 milhões de vacinas até julho, será uma vitória, diz Dimas Covas

Para presidente do Butantan, Pazuello tem "visão absolutamente burocrática com base apenas em números que estão nos contratos, mas não tem relação nenhuma com a realidade"

Jornal GGN – Se o Brasil conseguir um terço das vacinas que o general Eduardo Pazuello promete em seus discursos até o meio do ano, já será uma “vitória”. A tendência, porém, é passar bem longe das 354 milhões de doses que estão no papel para 2021. É o que afirma o diretor do Butantan, Dimas Covas, em entrevista na Folha desta terça (23).

Segundo Dimas Covas, o ministro da Saúde Eduardo Pazuello tem uma “visão absolutamente burocrática com base apenas em números que estão nos contratos, mas não tem relação nenhuma com a realidade.”

“Os dois maiores contratos que o Ministério da Saúde fez e inclusive já pagou foram o da Oxford/AstraZeneca e do Covax, e até o momento as empresas não entregaram nenhuma dose da vacina. A vacina que veio da AstraZeneca não era parte do contrato, ela veio da Índia”, lembrou.

“Se o ministério conseguir 80, 100 milhões de doses até julho desse ano será uma grande vitória. Eu, particularmente, tenho certas reservas em acreditar que isso acontecerá; acho que tem uma boa dose de esperança e não de fato nos dados da realidade que vivemos hoje”, disparou.

O Butantan pretende entregar 100 milhões de doses de Coronavac até agosto, mas Dimas Covas admite possibilidade de atrasos caso haja problemas com a chegada de insumos da China novamente. Por enquanto, a questão está estabilizada.

Nesta terça (23), a Anvisa concedeu o registro definitivo da vacina da Pfizer, mas o Ministério da Saúde não adquiriu uma dose sequer desse imunizante, apesar de ter recebido uma oferta de 70 milhões de doses em 2020.

Redação

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