Sistema imunológico “manipula” micróbios da pele em sua defesa

Jornal GGN – É sabido pela ciência que o corpo humano serve de hospedeiro para milhões de tipos de micróbios e bactérias, muitos deles com funções para a própria saúde corporal, como as bactérias que ajudam na digestão. Agora, pesquisadores do NCI (Instituto Nacional do Câncer), da China, descobriram que o sistema imunológico possui algum tipo de controle maior do que se imaginava sobre essas colônias microbianas a ponto de, por exemplo, “escolher” quem pode ou não viver na pele e até usá-las como mecanismo de defesa contra doenças.

Em um estudo publicado na revista online Genome Research, os pesquisadores exploraram os micróbios que vivem na pele de pacientes com imunodeficiências primárias, como eczemas, ou que possuíam imunidade reduzida, como resultado de defeitos genéticos raros. Os cientistas, então, identificaram os micróbios que habitavam a pele desses pacientes por sequenciamento de DNA microbial. Todos os pacientes imunodeficientes tinham certos tipos de bactérias e fungos na pele que não são encontrados em indivíduos saudáveis.

Além disso, o número de diferentes micro-organismos entre as pessoas doentes era diferente das pessoas saudáveis. A pele da dobra do cotovelo, por exemplo, tinha menos tipos de micróbios do que os encontrados em indivíduos saudáveis, enquanto que a pele atrás da orelha tinha mais tipos de micróbios. Os cientistas sugerem que um desequilíbrio na diversidade microbiana em determinado local pode contribuir para doenças de pele.

Diversidade em equilíbrio

Outra característica da pele das pessoas doentes era que as quantidades de tipos de micróbios era quase igual no corpo inteiro. Em pessoas saudáveis, diferentes tipos de micro-organismos são encontrados em locais diferentes do corpo. Para os pesquisadores chineses, o resultado sugere que a pele dos pacientes foi mais permissiva em relação ao crescimento dos micróbios lá encontrados.

“Nossos resultados sugerem que o corpo humano, incluindo o nosso sistema imunológico, rejeita e potencialmente seleciona quais bactérias e fungos podem habitar pele”, disse Heidi Kong, um dos autores do estudo. “Além de perguntas sobre como os micróbios afetam o hospedeiro humano, existe um interesse em entender como o hospedeiro humano afeta os micróbios que fazem da nossa pele a sua casa”, avaliou.

O resultado da pesquisa abre caminho para novos tratamentos, o que inclui algum tipo de manipulação na “fauna” microbiana da pele das pessoas doentes de forma a equilibrar a diversidade de micro-organismos sobre a pele, ajudando no tratamento das doenças. Esse tipo de tratamento, contudo, seria mais eficaz em indivíduos com deficiências temporárias na função imunológica, como pacientes com câncer e transplantados.

Com informações do MedicalXpress.com

Redação

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