Temer deixa fora do edital os municípios que aguardavam reposição do Mais Médicos

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Da RBA

O governo de Michel Temer (MDB) retirou 1.600 vagas de 1.000 municípios que aguardavam reposição de médicos cubanos do novo edital do Programa Mais Médicos, para substituir os 8.500 profissionais que estão se retirando do programa, depois que o governo de Cuba suspendeu sua participação no programa em razão de críticas do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL).

Secretários municipais de Saúde que participaram de encontro nacional em João Pessoa, na quinta e sexta-feira (22 e 23), enfatizaram que estão enfrentando dificuldades em relação ao bloqueio feito pelo Ministério da Saúde a esses municípios em setembro, por conta da falta de médico. “Os municípios que ficaram sem médico, pela falta de reposição dos cubanos, foram bloqueados e não constam na lista de opções para receber profissionais nesse novo edital. Temos que reivindicar um posicionamento do Ministério em relação a isso, não faz sentido prejudicar ainda mais os municípios que já estão passando por dificuldades”, disse Leopoldina Cipriano, presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Piauí.

Willames Ferreira, vice-presidente do Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), afirmou que acertou com o Ministério da Saúde que será publicado o edital de reposição que não foi lançado anteriormente logo após o final desse processo de contratação dos médicos brasileiros para o programa. “Estamos insistindo nessa reposição há meses, principalmente por conta desse bloqueio que os municípios sofrem caso fiquem sem médicos; são mais de 1.600 vagas de reposição em quase 1.000 municípios”.

Problemas nas inscrições

Os gestores discutiram também problemas com as inscrições dos profissionais brasileiros no Programa Mais Médicos, prorrogadas até o dia 7 de dezembro. De acordo com Leopoldina Cipriano alguns médicos que já trabalhavam na Estratégia de Saúde da Família do município estão pedindo exoneração do cargo para se inscrever no edital. “Já recebi solicitações deles para retirar o nome do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) para que possam se inscrever no Mais Médicos, por conta do salário maior e benefícios concedidos aos profissionais ligados ao programa”.

No entanto, a presidente do Conselho no Espírito Santo, Andreia Passamini, destacou que o edital veta a participação de profissionais recentemente desligados do CNES. “No edital fica muito claro que o período de desligamento deve estar entre outubro/2017 a outubro/2018, esses médicos que estão pedindo desligamento agora não poderão atuar no programa em qualquer localidade, o edital permite que eles se inscrevam somente para trabalhar em municípios com perfil de extrema pobreza, descrito no edital”.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

2 Comentários

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  1. O que importa agora são números.

    A mídia fazendo um papel cruel, enfatiza os números buscando afirmar que temos médicos suficientes, quando sabemos, com certeza que temos médicos suficientes, mas que não querem nem pretendem e nem tem experiência e formação para trabalhar em municípios tão carentes. Agora se vê os CRMs que se dizem defensores da qualidade, apressar a licença para médicos recem formados ansiosos para pagarem suas dívidas com o FIES. Alunos recem formados sem residência  e muitos sem internatos irão enfrentar uma situação sem nenhum preparo ou vontade real.  Existem muitas formas de incentivá-los a ir para o interior, mas a pior delas é forçá-los através das dívidas.  Descartando médicos experientes, os CRMs agora até abrem mão da licença na segunda chamada. 

    Desprezando as necessidades e o sofrimento desta população  veremos os numeros de uma catástrofe se transformarem em vitória de Bolsonaro contra o comunismo e contra as ideologias,( palavra que ideologicamente o presidente não compreende o significado, isto é, para ele ideologia são todas as idéias dos outros)

  2. A responsabilidade não é do
    A responsabilidade não é do Eduardo Bolsonaro e sim de seus eleitores. Mas por enquanto não está nada consumado e o caminho será Duro

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