Chegamos ao fim da Educação, por Eliana Rezende

Por: Eliana Rezende

“A escola acabou. É preciso encontrar outro lugar.”

(Michel Maffesoli)

 

 

Aqui uma interessante perspectiva é que a que defendo. O modelo de escola que temos está falido!

 

E não creio que tenha que ver com dinheiro e subsídios em primeiro lugar, antes sim tem que ver com motivação, objetos e objetivos. Neste modelo que conhecemos a educação não serve nem como elemento formador, inovador, nem criador. Há tempos este modelo deixou de tomar o individuo como um todo holístico inserido e integrado ao seu mundo e a seus tempo. Isto é, inserido em um contexto social, cultural, politico, econômico, produtivo.

 

Desde que a escola e seus sistemas supostamente inciaram a compartimentação, e pretensa especialização, os indivíduos começaram a atrofiar-se enquanto pessoas capazes de entender e propor alternativas ao seu tempo. E aí que todos os problemas surgiram.

 

A escola começou a ser vistae funcionar, como um local onde conteúdos são dispostos e perfilados…apresentados um a um sem relação ou conexões. Tudo parece nada e nada precisa ser pensado, interpelado, questionado. O espirito crítico, criativo e elucubrador não é mais incentivado e cada vez mais, programas e conteúdos, são apenas dispostos como uma amassa amorfa a ser decorada. E aí que entram os elementos de desencanto, desinteresse e desmotivação não apenas de alunos, mas também de professores. Ninguém sabe ao certo porquê mesmo é que está ali, nem para quê.

 

A escola transformou-se em um local de metas e obrigações a cumprir e não um espaço criativo de vivências e oportunidades de convívio com o que é novo, diferente, instigante… infelizmente.

 

Daí que para este modelo, não há recursos que possam dar conta do esgotamentodesencanto e desmotivação.

 

O professor teria que ser apenas e tão somente um mentor a instigar e não um conteudista regurgitando conteúdos, números, dados, gráficos, tabelas, textos, poemas….precisaria ser capaz de transformar isso tudo em algo que estivesse conectado com o mundo em que estamos com a vida que tais discentes têm, rodeados de estímulos visuais, sonoros e, de que forma levá-los ao mesmo tempo a ver-se inseridos em uma sociedade que age e se reproduz desta ou daquela forma. Enquanto isso não ocorrer, não há reformas de currículos e verbas que darão conta de todo o sistema falido em que se pensa a Educação.

 

Vejo como única possibilidade de salvar a Educação o professor voltar a ser um iniciador!

Aquele que mostrará as ferramentas para que o discente descubra o mundo à sua volta. Só que mentores não são formados em escolas! Ser um mentor exige Sabedoria interior, visão holística aguçada, sensibilidade, perspicácia, generosidade intelectual. Todas características e qualidades que exigem cultivo, dedicação, disciplina. E aquí a minha pergunta: “quantos docentes tem estas qualidades?”

 

De novo insisto: estas qualidades não estão nos currículos de formação e não se adquirem por incentivos financeiros governamentais. Aí as “desculpas” cessam, já que precisam ser de inciativa individual daquele que chama para si a responsabilidade de ser um mentor intelectual.

Quantos agentes teríamos?

Boa pergunta!

 

A Educação precisa, e deve, ser pensada holisticamente. Sem este olhar terá chegado ao seu fim!

 

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Publicado originlamente no Blog Pensados a Tinta

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Redação

52 Comentários

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  1. Formada desde 1971, reconheço as mudanças pelas quais a

    sociedade passou e as mudanças pelas quais a ESCOLA não passou.

    Hoje acredito muito em Tião Rocha, em Pacheco e em outros tantos que concebem ensinar no coletivo, com a interação direta entre os aprendizes, os ensinadores e os conteúdos ensinados- tudo isso a toda hora invertendo papeis e, em novas conformidades, as aprendizagens.

    De TODOS.

     

    1. formada desde 1971

      Ol@ Odonir…

      Acho que este é um grande problema. 

      A sociedade saiu de forma analógicas para uma estrutura virtual. Os alunos pensam e se movem assim e no entanto, mesmo escolas com recursos financeiros inssite num formato conteudistico. Sem atrelar vida e compreensão do mundo aos ditos conteúdos. 

      Por isso digo que não tem que ver com dinheiro e investimentos, tem antes que ver com atitude!

      Abs 

      Eliana

  2. Educação não chegou ao fim

    O meu filho o ano passado foi para o primeiro ano, busquei escolas com métodos de ensinos diferentes e escluí escolas com métodos tradicionais. Pesquisei e achei escolas (infelizmente particulares e que temos que pagar mais caro) com a metodologia Humanista onde o aluno é o centro e o professor além de passar as informações forma pessoas não crianças que decoram matérias.

    Optei pelo método Construtivista, onde o professor ensina a construir o pensamento e adquirir informações que são ligadas a várias disciplinas.

    Acho que a educação tem solução, mas infelizmente o ensino público vai demorar para alterar o método Tradicional de ensinar. 

    1. Educação não chegou ao fim

      Ol@ Luiz…

      Fico feliz de vc ter tido alguma opção. Mas sabemos que isto representa um oásis! 

      Qdo falo da Educação, falo dela como um todo. 

      O construitivismo é uma boa teoria, mas como sempre terá seus “aplicadores” e aí poderá sofrer desvirtuamentos. Como defendo, o professor deve ser antes de tudo um mentor, um instigador. Sonho com isso! Mas vejo que muito preofessores estão muito longe deste ideal…infelizmente!

      Abs e sorte com o ensino para o teu pequeno…

      Eliana

  3. Escola: ensino ou educação?

    A Escola idealizada como o espaço de intercâmbio de saberes e não uma bodega em que se vendem um e outro saber em coloridas embalagens luxuosas ou baratas conforme quem decide o quanto vale esta ou aquela clientela.

    No Paraná, por exemplo, o grupinho que se posicionou na governança não consegue, nem com muito esforço, entender este pequeno texto de Eli Rezende e muito menos, jamais leu Michel Mafessoli, mas se considera capaz de reduzir os custos do que já carece de muito mais empenho para se realizar minima e honestamente.

    E as escolas ditas particulares rezam cotidiamente na cartilha neoliberal da meritocracia arrancada à fórceps e cesariana, ao mesmo tempo… Para quê?

     

     

  4.  Além deste excelente texto,

     Além deste excelente texto, aconselho a leitura dos post’s “Geração Touchscreen” e “Facebook:robotização e sedentarismo em rede”.

    1. Além deste excelente texto

      Ol@ Luiz…

      Fico muito feliz de ter gostado dos outros posts. 

      Os temas de educação, tecnologia e redes sociais são alvo de vários dos meus posts e gosto especificmaente destes que citou. 

      Obrigad@!!!

      Abs

      Eliana

  5. Ótimo discurso. Agora é só o

    Ótimo discurso. Agora é só o autor da proposta  entrar em sala de aula, em qualquer escola de  pereferia, e por em prática seus ensinamentos. Pois só com a comprovação  as teorias são validadas.

    1. Escolas

      A experiência de professores, que entram cotidianamente nas escolas, constata que alunos das escolas públicas de periferia são, via de regra, muito mais maduros, solidários e realistas do que alunos das escolas ‘pagas’ fora das periferias das nossas cidades.

      Não é difícil compreender algumas das razões para isso e também não é difícil prever as consequências deste fato na vida dos jovens e no resultado da sociedade que construímos.

      Advirá daí a dificuldade maior das mudanças necessárias?

      Basta considerarmos os nossos preconceitos e, sem eles, fazermos as nossas necessárias e inadiáveis críticas propositivas.

       

    2. Ótimo discurso. Agora é só o

      Ol@ Renato…

      Acho que vc fala infelizmente do que não sabe. 

      Mas neste caso vou ajudá-lo. 

      Pratiquei muito isso em minha vida e até por isso falo com assertividade. Passo longe de teorias pedagógicas, mas acredito na prática como forma de vida. 

      Em minha experiência, tenho muito bons relatos de inspiração, criação e formas de envolver não apenas os alunos mas uma comunidade inteira. 

      Periferia, as conheci várias e dúvido que muitos tenham entrado em barracos com chão de barro como eu entrei. 

      Dar aulas de formas inovadoras muitas vezes significou dar aulas embaixo de árvores, em áreas livres, parques, cinemas, pátios, bibliotecas… Não calculas as possbilidades! E só para vc notar como vc está contaminado pelo espirito d escola tradicoional: “me falou para entrar numa sala”. Em minha visão é o útimo lugar onde vou estar. Pode ter certeza! 

      Como já ouvi de uma coordenadora: “se quisermos nunca te encontrar é só irmos para onde seria tua sala de aula”. 

      Abs

      Eliana

    1. Por favor, alguma proposta!

      Ol@ Felipe….

      Rs,rsrsrsrsrsr

      Viu como é dificil pensar no mentor?

      Não há fórmulas meu caro. O mentor tem que encontrar o camiho. Por isso, temos escolas tão prosaicas e tão previsíveis. Todo mundo, em geral, quer fórumlas prontas para ler em livros. E o que digo é que o mentor tem que encontrr em si e no meio em que está as fórmulas.

      Por isso digo que nem com verbas isso se resolve. Pode-se ter verbas imensas, mas se quem está lá na frente não sabe como fazer e como inventar, só haverá reprodução pura e simples de conteúdos. Este é o caminho mais curto, mais fácil e mais rápido. 

      Poderia te dar “n” exemplos, mas ele serve para mim! Servem à miha personalidade. A mágica é encontrar em cada um meios de alcançar seu público.

      Abs

      Eliana 

      1. Mas Eli… Assim fica difícil…

        Você aponta com precisão as falhas do atual modelo, mas diz que não há modelos alternativos ou novos a sugerir? Você é especialista na área e diz que não tem modelos a sugerir, como as pessoas que não são especialistas (como eu) vão poder pensar em novos modelos, comparar alternativas?

         

        1. Mas Eli… Assim fica dificil…

          Ol@ Alan…

          Mas se é exatamente contra modelos prontos e fórmulas alheia que estou criticando!

          Como poderia de dar uma lista. 

          Sei as coisas que fiz e os  resultados que obtive e devo dizer que até mesmo com grupos diversos os resultados tbm são igualmente diversos. A riqueza deste tipo de caminho é exatamente este. 

          Vou dar–lhe um exemplo: 

          Uma vez dividi uma sala em vários Grupos pequenos. Distribui a cada um a tarefa de trazerem uma mochila com itens que revelassem pistas sobre o perfil de uma pessoa. Sem identificação estas mochilas foram escondidas de todos os membros da sala. No dia marcado entregava aos Grupos as mochilas com os intens e a partir daí cada um teria que traçar uma linha investigativa sobre a pessoa, seus afazres, gostos e fariam um diagnóstico.  

          O resultado foi riquissimo e muuuuito diferente das demais vezes. Esperava que fossem capazes de perceber que a história se constrói e fragmentos e interpretações. Que muitas interpretações podem ser equivocadas e indicios podem levar há ainda mais dúvidas. Além de tudo fizeram um excelente exercício de escrita e interpretação, além de reunirem argumentos de convencimento sobre as suas conclusões. Essa atividade foi instigante e mostrou o potencial craitivo de cada um e durante largo tempo pude usar o argumento para várias situações. Até mesmo para questionar versões de noticias e eventos. Percebe? E é importante dizer que eram alunos pequenos, entre 11 e 12 anos.  

          Nunca conseguia dar aula da mesma maneira pq eu própria ficava entendiada…cansada e imagine os alunos. Por isso, cada vez que chegava à aula me pergutavam: “o que vamos fazer hoje?” e isso em escolas que tinham apostilas prontas! Nunca me condicionaei a elas. 

          Por isso digo que vc tem que encontrar caminhos….  como digo tenho muuuitos exemplos…mas cada caso é um caso e detestaria ficar repetindo isso com todas as turmas que desse aula. Perderia a graça e o sentido!

          Abs

          Eliana

  6. Escola e educação= caráter.

    Sei não, mas nunca achei que a educação que adquirir na vida veio das escolas que freguentei, ora que fora muitas em pouco tempo; não acredito que a formação geral de um indivíduo seja de responsabilidade de uma chamada boa ou atual bem estruturada,futuristica escola, pra mim a educação vem do caráter desenvolvido de cada indivíduo, vem do convívio em sua sociedade, e compreensão;  desenvolver esse indivíduo ao modo coletivo não pode ser tarefa exclusivamente da escola e muito menos do governo; Todos os dias vejo nos jornais como é difícil o ciclo de vida de um aluno que vai a escola, como é difícil um professor caminhar até uma escola, acredito que todos os seguimentos que formam a sociedade é responsável pela baixa qualidade educacional da população onde os valores morais estão cada dia esquecidos; a Família, a Igreja, o Estado e a Justiça. Como resolver esse embrolho? onde cada um coloca a culpa em outro? Precisamos criar esse  canal de comunicação entre as partes para um concenso de responsabilidades. Culpar somente a escola, não resolve nada, é sim um grande golpe contra esses que lutam todos os dias indo as escolas, sejam professores e alunos contra esses e demais inimigos do ensino, mascarando e confundindo com educação. Educação vem de berço, não se aprende nas escolas.

    1. Escola e Educação

      Ol@ Vantuil…

      Vc percebe que vc fala da Escola neste modelo que eu estou criticando. 

      Isto está tão impregnado nas pessoas que as pessoas não conhecem pensar de outra forma. 

      Por isso digo que a Educação acabou!

      É exatamente pq as pessoas pensam  Escola e a Educação como sendo uma entidade exterior ao individuo. Aí está o problema. 

      Enqto houver este olhar de cisão teremos os problemas que enfrentamos hj. 

      Abs

      Eliana

  7. Sociedade sem escolas.

    Uma discussão proposta por Ivan Illich e que chegou até nós em 1972. Apresentações resumidas do debate:

    Parte 1 – Introdução ao pensamento de Ivan Illich

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=6Thxk0Ed6_w%5D

    Parte 2 – A escola transforma a educação em um castigo

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=EN8pfOfgsVY%5D

    Parte 3 – Diploma não é sinônimo de competência

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=eB9hqDN2DsA%5D

    La sociedad desescolarizada

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=33fN6-26EyM%5D

    Uma apresentação completa: La sociedad desescolarizada

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=nNn4zo6pdJA%5D

  8. Que sejam bem-vindos os novos tempos!

    Penso que deveríamos ser mais precisos no uso das palavras em função do poder político que carregam. A Educação não chegou ao fim e não chegará. O que provavelmente chegará a seu final é a educação escolarizada tal e qual a conhecemos. Evitemos, portanto, as generalizações usando o conceito de educação como sinônimo de escolaridade.

    Educação, que trata-se de um processo de ensinar e aprender,  continuará a existir porque ensinamos/aprendemos o tempo todo, em todos os lugares e de diferentes maneiras. A educação não se restringe a escolarização, não está circunscrita pela escola.

    Esta sim, a escola,  tende a acabar porque ainda vive no início do século XX e não tem mais função social, já que sua estrutura e funcionamento foi construída  a partir do modelo de produção fabril, hoje obsoleto. E  é em sua raíz reacionária, tanto que reage com unhas e dentes as mudanças que são  inevitáveis.

    A meu ver, não é que a escola hoje está ruim, ela sempre foi ruim do ponto de vista da formação crítica, criativa e inovadora. Toda essa papagaiada que lemos nos projetos políticos/pedagógicos das escolas é para inglês ver, na prática, todas elas são punitivas, classificatórias e esmagam qualquer diversidade.

    É esta a crítica que Ivan Illich fez de forma brilhante em seu pequeno texto, mas fundamental Sociedade sem Escolas  e que foi abominado em sua época, tanto pela esquerda quanto pela direita, mas que propunha novas formas de aprendizagem, efetivando uma crítica feroz a instituição escolar.

    Se a escola falir significa que a sociedade superou de vez este modelito de controle e que encontrou outros caminhos mais criativos de transmitir historicamente o conhecimento adquirido, subsidiando as novas gerações a encontrarem soluções para os problemas sociais e de sobrevivência da espécie humana que surgem todo o tempo.

    Que sejam bem-vindos os novos tempos!

    1. Que sejam bem vindos novos tempos!

      Ol@ Sonia…

      Eu disse Educação sim…. e não mudo o que quis dizer. 

      A escola para o que estou falando é muito pouco. E a ideia de que educação é ensinar e aprender tbm é uma concepção arcaica. Quem ensina e quem aprende? A mágina é saber valer-se de ferramentas para cavar para si formas de compreender o mundo e o que lhe cerca. 

      Falo de Educação num sentido amplo, holistico como digo. A Escola nunca fez isso! E caminhamos para que as pessoas tbm deixem de ter Educação. 

      Concordo com a distância entre proejtos pedagógicos e afins e corro disso o mais longe que posso. Mas considero que do ponto de vista de formação estamos anos luz do desejável. As pessoas simplemente são incapazes de conectar conteúdos com suas vidas cotidianas. Isso acho aterrorizante! E mesmo que não sejam contéudos: as pessoas continuam desconectadas em mundo globalizado. Que paradoxo! 

      A sociedade contemporânea tem se transformado em um exército de autômatos que reagem por estímulos. Muitos deles altamente primitivos. Isso é preocupante. 

      Abs e grat@ pelo teu acréscimo!

      Eliana

  9. Mais um autor que faz governos neoliberais felizes

    Não é preciso investir mais na educação, mas o professor tem de melhorar, ter outro perfil. É o que os governos neoliberais adoram ouvir, dizer e praticar na educação.

    É claro que o professor tem de ter outro perfil, mais ajustado aos desafios da educação nesse século, mas mesmo isso não se consegue sem recursos. 

    Esse trecho sintetiza bem a visão burguesa e individualista que ele tem do papel do professor.:

    “De novo insisto: estas qualidades não estão nos currículos de formação e não se adquirem por incentivos financeiros governamentais. Aí as ‘desculpas’ cessam, já que precisam ser de inciativa individual daquele que chama para si a responsabilidade de ser um mentor intelectual.” 

    O autor desconsidera o contexto sócio-histórico da escola e do professor. 

    1. Mais um autor….

      Ol@ ElG

      ahahhahahhhah

      Olha vou rir pq acho que vc de fato não entedeu nada!

      Se ler comentários acima verá como insiro isto que disse. 

      Não seja obtuso por favor… Avancemos!

      Abs

      Eliana

       

  10. A escola nunca estará falida…

    A escola é tudo, não somente o lugar onde os nossos filhos vão estudar…

    Mas falando da escola tradicional ela nunca estará falida, pois possui clientes de montão.

    O que está falido é o sistema de gestão e os gestores das escolas.

    Como primeiro ato, elevar o piso salarial dos professores e funcionários em 3 vezes, depois adotar o máximo de 20 aulas por semana e o sistema de dedicação exclusiva. 

    O gestor da escola deve estimular a criação de Associações de Pais, na verdade toda a escola deveria ser obrigado a ter esta associação.

    Para início seria esta minha proposta.

    1. A escola nunca estará falida…

      Ol@ Drigoeira…

      Acho que vc tem que ler o post novamente. 

      Veja, tanta escola que paga muito bem e o prosaico e mediocre continua. 

      Lia o post e os comentários…. acho que é preciso “ler” o problema para além desta ótica simplista….

      Abs

      Eliana

  11. Até concordo c/ o espírito do texto, mas está no plano do Ideal

    E nas condiçoes atuais, nao só esse Professor nao existe (fora uma ou duas exceçoes de praxe) como nao tem a menor condiçao de vir a existir. 

  12. Até concordo…

    Ol@ Anarquista…

    Não acho impossivel. 

    Mas sinto que as resistências são muitas e as desculpas ainda maiores. E não é que seja impossível não. É que justificar por fatores extrínsecos acaba sendo mais simples… Só isso…

    Abs

    1. Simples é 1 discurso fora do real, nao só ignorando causas reais

      como dizendo que sao “desculpas”. Bastaria o voluntarismo, nao? De professores mal pagos, mal preparados, sem boa escolaridade anterior (os que a têm nao escolhem mais o magistério como profissao, nao sao masoquistas), sobrecarregados, desanimados, com síndrome de burn-out. Ah, mas sao só desculpas, que viva o pensamento mágico. 

      1. Simples é 1 discurso fora do real…

        Ol@ Anarquista…

        Não falo do que  propria não tenha feito muiot e muitas vezes. Não é sacerdócio e nem nada. É apenas por não me encontrar em formatos quadrados e conteudisticos. Simples assim….

        Há os além desta lista que vc cita opta tbm pela reprodução de conteúdos. Será que esta é então a saída? Isto justifica tudo? A mim não satisfaz e não consigo. Por isso, sempre busquei formas que motivassem tbm a mim. Seria demais encontrar com tantas dificuldades e ainda ser apenas uma engrenagem repetindo que tudo ´tão ruim e que não me resta outra coisa a não ser continuar a reproduzir ad nauseum tudo semrpe igual. 

        Não seria triste pensar que já que tudo é tão mal, pq eu vou melhorar meus dias e o dos outros não é?

        Eu não gosto de ter como justificativa salários e ordenados. Atras disso toda a história se repete, mas enqto farsa. Mentimos a nós mesmos.

        Abs

         

         

  13. Ai, que tédio.
    Escolas e

    Ai, que tédio.

    Escolas e universidades, com raríssimas exceções, estão mesmo em decadência. Concordo com o diagnóstico.

    Discordo, porém, da tese quanto à razão da coisa.

    Não acho que seja porque professores, como eu, não são suficientemente inteligentes, cultos, dedicados, holísticos, transdisciplinares, maravilhosos. É fato que não somos, mas a gente se esforça. Honestamente. A maioria. Pode crer. (Ou não – non me ne frega niente.)

    O problema é que a escola (assim como tantas universidades, Deus meu) passou, nesta idade das trevas em que vivemos, a ser dominada por este tipo de bulshitagem – ou, como diria o outro, vastas emoções e pensamentos imperfeitos.

    Este típico discurso passivo-agressivo tatibitate de quem não tem a menor noção do que seja preparar uma aula, encarar uma turma de alunos ou corrigir uma pilha de provas (não me refiro às faculdades de pedagogia, é claro ;-), mas se sente super à vontade pra destruir o trabalho alheio em nome da salvação abstrata da educação.

    Pedagogas de tons suaves adooooram dsitribuir culpa por todo lado. Aliás, nem todo. A experiência já mostrou, e o povo aprendeu que é uma beleza, que distribuir a culpa entre os professores, as Genis da educação, é o que mais conserva os dentes.

    Que tédio.

    De todas as razões, e são muitas, que levam a escola a se tornar inviável, nesta sociedade do consumo/espetáculo, a que mais me deprime é a pedagoguice obscurantista.

    1. Ai que tédio…

      Ol@ Rgudes…

      aahahhahahhha

      Está falando de vc?

      Pq seguramente não é de mim. 

      Primeiro nem sabe de onde venho e as escolas e experiências que tenho. Segundo não fiz Pedagogia. Talvez seja um tédio estar onde vc está. Te sugiro sair! Por isso , não me permito muitas coisas. Saia do lugar físico, mental, intelectual, e ideias pre-concecebidas te fará bem. É bom ir além do nosso quintal de existência!  

      Ah! E já esquecia: ler o que não está escrito! Bom, mas talvez seja parte de sua fértil imaginação não é mesmo?

      Gosto de debates onde as pessoas pelo menos leem o que está escrito e compreendem… Vi distribuição de “culpas” mas não acho que fui eu não! Releia seu texto: de repente lendo a si propria se entende.

      De outra parte, fica a sensação de que é por pessoas com pensamentos tão esquadrinhados que a Educação de fato acabou! Será apenas e tão somente o tédio de fato…

      Abs

       

  14. A escola da era industrial.

    Taylorismo, fordismo, toyotismo… de tempos em tempos, mudam as organizações dos sistemas produtivos do “ensino”.

    A finalidade é a mesma, produzir commodities para o mercado:

    Nem sempre o processo produtivo é perfeito…

    … é preciso exercer um certo “controle de qualidade”, corrigir os “defeitos”;

    … e uma das funções da escola industrializada é esta.

    Defendo salários decentes e condições dignas de trabalho para professores e seus auxiliares, estruturas de ensino bem equipadas para suas finalidades e amplo apoio público para a infância e juventude. Mas acho que a questão educacional não se reduz a uma pauta, digamos, sindical, ou mesmo comunitária. A questão política e o projeto ideológico da escola têm de ser colocados, têm de ser questionados.

    Anos atrás, um amigo me falava da experiência em seu estado, de um combativo movimento entre os praças da PM estadual, com lideranças que se identificavam com os movimentos e partidos de esquerda. Eu lhe pedi mais detalhes. Ele me contou casos de duas manifestações, em que um ativista tomou um tiro a queima roupa de bala de borracha no rosto, perdeu vários dentes e teve fratura na mandíbula; outro tomou no olho e ficou parcialmente cego; os manifestantes mantinham o “direito” de receber a rodo, de maneira abusiva, bombas, cassetetes e gás de pimenta na cara; nas periferias a truculência policial continuava o trivial de sempre, casos denunciados de tortura apareciam com frequência. As conquistas sindicais não se traduziam em melhorias da instituição, em respeito à cidadania e aos direitos humanos, pois o aparato ideológico era o mesmo herdado da ditadura; os policiais cumpriam as diretivas ideológicas repressivas dos seus governantes, só que agora melhor remunerados. Os praças discutiam melhores salários, mas não a truculência da sua instituição orientada por sua hierarquia.

    Se nós continuarmos achando utópicas a discussão da escola, como projeto de dominação ideológica desse sistema alienante, que transforma as pessoas em mercadorias e exclui aqueles que são “checados” com “defeitos”, então, podemos abandonar todas esperanças, de produzir uma sociedade em bases humanistas e libertadoras.

    1. A escola da era industrial

      Ol@ Almeida, bom dia!!!!

      Sensacional!

      Isso mesmo. Entendeu exatamente o que disse em todo o post. 

      A pauta de reinvindicações é legitima e eu mesma participei de “N” movimentos. Hj sou bem mais crítica em relação a pautas ditas “sindicais”. Em geral, são fumaça para o que verdadeiramente importa. E cá comigo vejo muitos docentes que mesmo que ganhassem milhões por hr teriam concepções ultrapassadas e mediocrizantes de seguir no seu dia a dia. 

      Como digo, para mim não são utópicas pq as pratiquei muito e em vários seguimentos. Sei que resultam e de fato “criam” individuos mais críticos e atuantes. Ficar apenas tercerizando justificativas é pouco para um projeto humanista e consciente. Concordo contigo que os que pensam que isso tudo é só teoria devem abandonar fileiras e desistir. 

      Vc pode sim ser crítico ao sistema, mas tbm ser crítico e producente qto às formas que vc atua e interage. 

      Abs e muito grat@ por tua rica contribuição. 

      Peço tua autorização para reproduzir teu comentário no meu blog onde a publicação original foi feita. Pode ser? É no Pensados a Tinta. O link está no final deste post. Terei que ser eu a por, pq vc não conseguiria colocar as imagens e me forneça seu nome todo. 

      1. Fique à vontade.

        Temos de fazer uma reflexão profunda e bastante crítica desse aparato industrial de reprodução ideológica, da sociedade burguesa produtora de mercadorias. A escola é muito mais abrangente e envolvente, do que os atuais meios de comunicação de massas, com os quais vejo as forças progressistas se preocuparem em demasia, não que seja uma discussão desnecessária. Os meios são complementos da base preparada pela escola, para se ler um jornal, é preciso ser adestrado na escola ─ é de adestramento, etimologicamente endireitamento, adequação aos padrões de comportamento dos “donos”, de que se trata.

        Aos meios, nós temos capacidade de criarmos instrumentos concorrentes, arrisco a dizer até que hoje nossa capacidade aumentou, eu convivi com a geração mimeógrafo. Mas para a escola industrializada o buraco é muito mais embaixo, ela pega criaturas indefesas, alija na prática as famílias do processo educacional, incute nestas últimas que estão fazendo o “melhor” para os seus rebentos. Nós não temos antídotos nenhum para este processo e ainda nos fragilizamos diante dele, dividimo-nos em posições que procuram minimizar a importância do debate, com argumentos tipo: “isto é muito utópico, companheiro”; “isto é uma contradição secundária” (diziam tal coisa para feministas e outros defensores de minorias nos 1960, juro).

        Pode reproduzir, copidescar, modificar para melhorar o entendimento, etc, pois minha postagem vai no sentido da concepção da sua, com a qual concordo inteiramente e lhe dou o texto em confiança; como dizia Zé Tamborim, “pode levar e dizer que é sua”.  Venho a este foro de modo anônimo com a intenção de produzir conhecimento e debate, com o espírito de que “o que sei não me pertence”; faço tudo de modo desprendido, não quero frutos, não quero louros, quero produzir reflexão e a consequente inquietação. Também “roubei” as gravuras postadas sem citar fontes, embora o endereço conste no código da imagem; se alguém reclamar de mal uso ou emprego inadequado, retiro com pedido público formal de desculpas no mesmo espaço. Se você quiser, cite apenas meu “nome frio” e o código da postagem (https://jornalggn.com.br/comment/571081#comment-571081), mas isto não é obrigatório, se quiser “roubar” eu deixo. Repito, sinta-se à vontade.

        Um abraço e, novamente, parabéns por trazer o debate.

        P.S. ─ Por falar em Geração Mimeógrafo: “Sejamos realistas, peçamos o impossível”. Façamos com Chacal  a reflexão sobre o “Impossível”:

        [video:https://www.youtube.com/watch?v=S3OZO-vSBSQ%5D

         

         

  15. A finalidade da escola em tempos neoliberais.

    O aluno visto pelo pensamento e valores neoliberais.

    O comparecimento da Educação na escola.

    Metodologias modernas e antigas comparadas.

    Metodologia antiquada na produção dos velhos autômatos.

    Metodologia atual na produção de moderníssimos autômatos.

    A presença do pensamento crítico na escola modernizada.

    1. Alguns senoes, Almeida

      Concordo plenamente que é preciso valorizar o pensamento crítico dos alunos, e que nao basta uma modernizaçao superficial. Realmente pode-se fazer boa educaçao até com gravetos na areia. Porém o seu comentário dá a impressao de que tecnologias sao ruins em si mesmas. Elas nao bastam, mas bons instrumentos tecnológicos podem ajudar muito  (nao coisas padronizadas como a adoçao dos métodos da Academia Khan, obviamente; mas fazer um hipertexto com os alunos, orientá-los em pesquisas com o Google, pode ser muito legal, e os motiva, e está ligado ao universo deles). E nao sao as tecnologias  que caracterizam uma pedagogia realmente moderna, e sim as concepçoes educacionais que levem em conta a atividade e os interesses dos alunos. Nisso concordo com o que a Eli disse no texto. 

      O que me revolta no texto da Eli é um certo “tom” de colocar nos professores individualmente a responsabilidade pela situaçao do ensino. Como se professores em primeiro lugar tivessem a liberdade de mudar o sistema, e também tivessem os recursos, o tempo, a formaçao necessária, e sobretudo a motivaçao, nas circunstâncias em que trabalham.  

      A necessária mudança de diretrizes curriculares, da divisao do tempo (nao se pode fazer muito num tempo burocratizado, dividido em fatias, etc.), e de diretrizes educacionais nao pode vir de professores atomizados, mas tem que ser sistêmica. Aí entao entram a motivaçao e o empenho dos professores, que só serao possíveis, porém, em condiçoes humanas de trabalho (com salário suficiente para viver sem se matar em vários empregos, com número adequado de alunos em sala, com orientaçao educacional, com recursos auxiliares, inclusive tecnológicos, etc). Ignorar isso é blablablá moralizante. Nao só inócuo: negativo, porque culpabilizador e cruel.  

      E há um outro aspecto da importância dos salários. Salários baixos por muitos anos, como acontece agora, provocam (já provocaram) uma anti-seleçao na captaçao de novos professores. Sou professora de futuros professores e falo sobre o que observo em tempo real, digamos assim. A tendência geral é que alunos com boa formaçao anterior deixem de escolher a profissao, e só se candidatem a elas pessoas para quem ela ainda significa ascençao social; além do mais é o vestibular mais fácil. O problema decorrente daí nao é a origem mais humilde dos candidatos em si mesma, mas o fato de que eles nao têm em sua maioria uma formaçao que dificilmente se adquire depois de adultos, e que é necessária para o bom exercício da profissao.

      Dou aula para futuros professores de Português que nao lêem, nao gostam de ler, nao adquiriram esse gosto na infância, que é quando ele se forma (pesquisa da Unesco — nao tenho mais a fonte — diz que o gosto pela leitura dificilmente se forma depois dos 10 anos de idade). Como esses professores poderao estimular o gosto de ler dos alunos, que é uma das principais finalidades do ensino de Português? Aí ficam naquele ensino burro de gramática, que nao leva a nada (nem mesmo a aprender gramática…). Meus alunos têm a maior dificuldade de compreender textos teóricos. Como poderao entender profundamente os discursos pedagógicos e selecionar entre eles? E sao coisas que nao se adquirem em “cursinhos de formaçao”. É indispensável tornar de novo o magistério uma profissao atraente, que selecione candidatos com boa formaçao anterior, e nao há a menor possiblidade de se conseguir isso na base do discurso moralizante. 

      1. Não sou um neoluddita tão radical.

        Observe que eu me vali na postagem, de usar recursos da tecnologia para expor minhas ideias e críticas. O meu neoluddismo se manifesta em outras direções, no sentido de que a sociedade industrial terá de ser superada, até porque está se tornando inviável, e seus aparelhos ou equipamentos ideológicos devem receber uma atenção especial, terem prioridade para serem, vou usar o jargão industrial, ‘descomissionados’. A escola industrializada deve ser ‘descomissionada’.

        Agora observe quando você diz, sobre os professores de português que não têm hábito de leitura; eles vão reproduzir isto sobre seus alunos, às vezes de modo cruel, sufocando, criando verdadeiros traumas para o apresendizado da nossa ou de qualquer outra língua; a fábrica se reproduz, isto é o processo industrial da escola em andamento, ela só supera esta ‘ineficiência’,  adotando tecnologias mais ‘eficientes’, mas não se iluda, será dentro do padrão industrial; é preciso romper o ciclo da renovação da escola industrial. Eu citei numa postagem abaixo o exemplo dos policiais narrado por um amigo; evidente que queremos os praças tratados com dignidade, mas se eles querem nosso apoio firme, eles têm de discutir a truculência que eles transmitem emanadas das classes dirigentes, combaterem os abusos. Não se deve culpar os praças por estarem numa máquina de repressão cruel, não se deve culpar os professores por estarem no regime de ensino industrializado, assim como não se deve culpar os operários pelas fábricas; mas se deve mobilizá-los, todos, para superarem ‘a fábrica’. Como? Qual é a proposta? Bem, há ‘séculos’ frequento a página http://www.pensamentocritico.com, confesso que nunca encontrei o botão “Respostas”.

        Por enquanto é isto, um abraço.

         

        1. Concordo; mas eu disse coisas complementares às suas

          Nao estamos discordando. Eu só estou pondo mais ênfase nas condiçoes reais de exercício do magistério atualmente, e no beco sem saída que isso se tornou e que só pode ser revertido com a valorizaçao real da profissao. Acho que nenhum discurso pregado aos professores adiantará de nada sem que sejam efetivamente mudadas as condiçoes em que trabalham (e, o que é mais difícil, o recrutamento dos profissionais…). Esse problema do gosto ou nao pela leitura é um exemplo bem concreto. Nao adianta pregar para ninguém que a pessoa deve gostar de ler, certo? E menos ainda que ela deva compreender o que lê. Ela simplesmente nao gosta, e nao compreende… 

      2. CLAP CLAP CLAP!

        Belíssima resposta a esse texto que, como milhares de outros que já cansamos de ler, joga o peso da mudanças APENAS no colo dos professores. A posição do texto é excelente para os que defendem menos recursos na educação, cortes de gastos na área etc., como os governos neoliberais. 

        1. Ol@ ELGSabe pq temos tantos

          Ol@ ELG

          Sabe pq temos tantos problemas na Educação em geral? 

          Pq temos muuuuitos como vc que são incapazes de ler e compreender o que está escrito. 

          Bem, não gosto desta coisa de pessoas colocarem palavras em minha boca ou tintas em minhas palavras. Escrevi o que penso e se vc não consegue comrpeender isso só reforça minha concepção de mesmo que dessemos milhões a alguns teriamos pessoas de mentes estreitas incapazes de ser um mentor. 

          É bom pq ai meu exemplo fica personificado. Obrigada por exemplificar como são estas pessoas. 

          Abs

          1. Golpe baixo

            Eli, caso não esteja de má-fé, quem parece ter problemas de interpretação é vc, com todo o respeito.

            Não estou interpretando mal nem colocando sentidos novos na sua boca. Outras pessoas que comentaram o texto têm a mesma leitura (ou bem parecida à) que eu tenho. Os comentaristas que criticaram o texto temos todos deficiências de leitura? É esse o lugar para onde quer nos empurrar por não ter argumentos que confrontem nossas questões? 

            Ocorre que, mesmo que o texto não defenda diretamente um projeto neoliberal para a educação, sua ideia de que salários ocupam um lugar secundário (ou ainda inferior) na discussão e de que as transformações cabem mais aos professores do que a outros aspectos estruturais não faz o debate avançar e se ajusta à perfeição ao que dizem os defensores do estado mínimo e de políticas de arrocho aos trabalhadores da educação e ao próprio sistema educacional. Note bem: sei da resposabilidade dos professores no quadro, mas é relativamente pequena se fizermos uma análise honesta da conjuntura.  

            Às vezes, mesmo que não saibamos ou queiramos, podemos apoiar indiretamente posições políticas que não defendemos explícita ou conscientemente.  

            Há nessa proposta de Mafesoli muito idealismo, voluntarismo e foco no indivíduo. Não é assim que as coisas funcionam, a não ser num plano ideal. Onde ficam a história, as desigualdades, as condições materiais concretas do sistema de ensino? Mesmo que não seja um neoliberal, o autor atropela tudo isso como um bom idealista neoliberal. 

             E não vale “argumentar” desqualificando seu oponente sem tocar nas questões efetivamente levantadas. É golpe baixo.  

  16. CHEGAMOS AO FIM DA EDUCAÇÃO

    Este talvez tenha sido um dos artigos mais lúcidos, claros e cristalinos (em toda a sua crua e dura realidade) que já li sobre a nossa infeliz realidade, nos últimos tempos.

    Pena que o artigo tenha sido escrito há um bom tempo e somente agora eu tenha tido a oportunidade de encontrá-lo.

    Parabéns ao autor pela aguçada visão acerca do infortúnio que vivenciamos em nossos dias.

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