Como o governo federal pode ser mais incisivo na melhoria da educação

Comentário ao post “Campo de Debate do PT: sem agendas de equidade, a educação não salva

Por Muzius

O texto até é ponderado.  Aponta aspectos importantes.

Contudo, no final, adota o princípio de Pilatos: o problema é dos estados e municípios.

Sim, a operacionalização da educação básica cabe aos estados e municípios. Mas, como ter uma ação mais incisiva por parte do governo federal?

Se formos esperar os estados e municípios corremos o risco de demorar muito o processo.

Enfim, texto não é rancoroso como o do PSDB. Mas, falta substância. Preocupante, afinal, é o partido que está no governo.

Por Moraes

Verdade, é apenas um esboco. Nao tinha mais espaco para coisa mais detalhada. O leitor está certo –  a divisão de competências entre os 3 níveis de governo pode servir para um jogo de empurra. E para desculpas por não fazer o que se pode fazer. O governo federal, então, pode ser mais ousado, persuadindo os outros níveis, com vários meios. Um desses meios é a promoção de programas com contrapartidas: programas que melhorem a educação nos municípios e estados desde que estes oferencam contrapartidas visiveis e verificáveis.

O governo americano, p. ex, fez isso com educação superior – programas e financiamentos para estados e localidades, desde que elas entrassem com uma parte dos investimentos. Mas, repito, é mesmo apenas um esboço, um curto alerta sobre um ponto que acho essencial: a política de melhoria da educação depende, fundamentalmente, de um programa de redução das desigualdades e das carências nâo tipicamente educacionais, mas das condições abrangentes dentro das quais vivem as crianças e jovens das classes populares. Essa percepção é essencial para que nao façamos da educação ou dos métodos pedagógicos um fetiche – para o bem ou para o mal.

 

Redação

8 Comentários

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  1. Dois bons comentários, sobretudo o do Morallis

    Adorei a mençao ao “fetiche” com relaçao a modelos pedagógicos. Nao que eu negue a importância de modelos pedagógicos. Mas o que querem os construtores de fetiche é vender métodos. 

  2. edu

    Se  isso for real entao a politica dos municipios  e muitos estados é a de Pilatinhos.

    Esperam, pressionam e dependem do governo federal e assim ficarão de PIRES na mão sempre.

    A letra da constituiçao , sobre a divisao das competencias, entre fundamental, medio e superior-  ladeando com o privado,  é letra morta.

    Entao sao 5592 pilatos (o total dos estados + total de municipios)

    E haja bacias de água!!!!!!!!!!!!!!! vAMOS LEMBRAR que:

     

    a)até os anos 70 e começo de 80 metade naoe stava na escola, ou 60, 70 somente la estava.A QUALIDADE era boa.

    Nos anos e somente ai foi tudo universalizado no fundamental (95% quase). A QUALIDADE Fficou pessima.

    Nos anos Lula e pos Lula – o debate sobre a escola ficou FORTE, CONTINUO e pesado. Principalmente para espinafrar o PT, a Geni da vez.

    Mas atençao: no nosso tempo, HOJE,  a taxa de natalidade é somente 1,6% ao ano. Igual a Europa. E A de fertilidade é de menos de 2 filhos por mulher!!! Portanto, precisa de menos bancos escolares, menos salas, menos equipamentos e MUITO MENOS CRIANÇAS POR SALA, acima de tudo.

    Tem uns 30% dos muncipios e algum Estado que ASSUME sua responsabilidade. Parabens a eles.

    Mas e os ALAGOAS da vida, com seus governos de sempre? E ps outros municipios?

    Ora, perguntem as cidadezinhas do Piaui que produzem em serie geniozinhas da matematica em escolinhas sem banco nem papel.

     

  3. se cada aluno(a) representa parte de um modelo familiar…

    pensando aqui se as soluções de outrora eram mágicas ou não……………….

     

    não, não eram, pois cada estado e município tinha o seu

  4. Quem não conhece a

    Quem não conhece a administração nos municípios devem concordar com o texto do Muzius.

    Problema é tão grave que pra aumentar a responsabilidade federal, só mesmo a intervenção em mais da metade de estados e municípios. Há muito dinheiro nas prefeituras pra investir em educação, em muitas cidades o recurso per capita de alunos matriculados chega no valor dos colégios particulares mais baratos ( e aí há o lucro do empresário).

    Como o dinheiro é tanto, os prefeitos começam assinar Veja pra todo mundo, apostilas do COC (sendo que o MEC fornece material gratuito), fretamento de transporte escolar, um tal Sangari, etc.

    Se tem alguém que não foge à responsabilidade é o governo federal, até porque a mídia marca em cima. Não sabemos porque existe governador em SP, esse não assume nada. E os prefeitos quando não é do PT, podem deitar e rolar no dinheiro público, pois nem a mídia, nem o MP se preocupam.

    Quando um prefeito rouba a verba da merenda escolar, a culpa como sempre é da Dilma.

  5. Governo Federal e Sindicatos do Magistério

    Caro Nassif e demais

    Quando falamos em Educação, muitos sindicatos do Magistério apoiam os governos Lula/Dilma. E os sindicatos, além das reivinvidações econômicas, carregam também, as bagagens sobre o que se pode fazer para melhorar a Educação. Entendo a necessidade da discussão,  mas muitos desses Sindicatos, são as base de apoio do governo. É só o governo sentar-se com eles, já que também ocupam cargos de comando, e fazer avançar essa pauta.  

    Por exemplo, onde houver qualquer governo do PT, não ingeressa a esfera, a palavra greve, deveria ser proibida, já que sendo um governo do PT, teriam por obrigação, se adiantar, junto aos sindicatos, e tratar das reivindicações, antecipadamente. Se isso não ocorrer, o governo do PT deveria ser criminilazado, no mínimo.     

    Saudações

  6. Federalismo Patrimonialista.

    Essa divisão de competências entre os três níveis de governo serve, e muito, à um jogo de empurra-empurra.

    E não só na educação. Em qualquer área. Saúde, Segurança Pública, Transporte…

    Esse negócio de divisão de competências dentro de uma mesma temática acaba fazendo com que ninguém assuma a real responsabilidade de fazer a coisa como deve ser feita.

    É um federalismo inacabado, quase pseudo-federalismo.

    As divisões de competência servem mais para proteger a capacidade das elites de se apropriarem de uma parte de qualquer coisa do que dividir tarefas para serem melhor realizadas.

    Um jeitinho esperto que o Patrimonialismo das elites estaduais e municipais encontrou de continuar com seu poder sem chamar tanta atenção.

    A educação tinha de ser federalizada. Ponto.

    Somos, ou pretendemos ser, uma Nação. Do Oiapoque ao Chuí, a formação de todo brasileiro tinha de ser buscada no sentido da igualdade e isso não é garantido, nem de perto, por um só Lei de Diretrizes Básicas.

    É preciso mais. É preciso um sistema único.

  7. Eu me perguntaria se o passo

    Eu me perguntaria se o passo decisivo, que ainda não foi dado, não seria justamente o Governo Federal chamar para si TODA a responsabilidade pelo ensino básico, deixando aos estados e municípios um papel coadjuvante, de simplesmente implementar em nível local políticas discutidas e planejadas em nível nacional. A esquerda precisa superar o fetiche da diversidade – a idéia de que é preciso descentralizar o sistema de ensino em nome de uma atenção a “caracteristicas regionais”. Meu ponto não é, veja bem, que essas características não existam e não devam, em alguma medida, serem levadas em conta. Acho apenas que elas são secundárias em relação aos fatores uniformes, que se aplicam (ou deveriam se aplicar ) a todo o sistema educacional. Há um núcleo de conteúdos que são comuns e fundamentais. Todas as crianças têm que chegar à idade adulta com um certo repertório minimo sem o qual estão simplesmente condenadas à exclusão, e esse repertório mínimo tem que ser garantido em escala nacional, obedecendo a critérios padronizados e a um sistema de metas a serem atingidas. Nada disso passa por “diferenças regionais”. 

    Além disso, a política para o ensino básico tem que ser uma política de Estado, vinculada a qualquer projeto político que se apresente à consideração dos cidadãos numa eleição para o cargo máximo da nação. Do jeito que está, o ensino básico tem pouquíssima VISIBILIDADE POLÍTICA, pois toda a responsabilidade é repassada aos estados e municípios, diluindo-se nesse processo. 

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