Em Porto Alegre, ato de professores e estudantes critica governo Sartori

Jornal GGN – Nesta quarta-feira (8), estudantes de escolas ocupadas e professores em greve do Rio Grande do Sul fizeram um ato que exigia que o governador Ivo Sartori (PMDB) atenda suas reinvidicações e a presença do secretária da Fazenda estadual, Giovani Feltes, durante as negociações relacionados aos salários e verbas. 

O ato percorreu ruas do centro de Porto Alegre e chegou na sede do governo estadual, onde a presidente do Centro dos Professores do Rio Grande do Sul (Cpers), Helenir Aguiar Schürer, criticou a proposta feita do governo que pretende entregar parte da administração das escolas para organizações sociais. 

Uma aluna discursou no ato afirmando que os estudantes não pretendem aceitar a proposta feita pela Secretaria da Educação para desocupar as escolas. “Se eles querem que a gente desocupe, vão ter que atender todas as pautas dos estudantes e dos professores”, afirmou. 

Os professores do Rio Grande do Sul entraram em greve no dia 13 de maio, pedindo um reajuste nos salários de 13,01% referente a 2015 e de 11,36% para 2016. Já as escolas começaram a ser ocupadas a mais de um mês, chegando a mais de 150 unidades ocupadas. Os alunos exigem melhorias estruturais nas escolas,  e também são contrários ao projeto que permite a atuação de organizações sociais na educação.

 
Do Sul 21
 
Em ato unificado, estudantes e professores percorrem ruas do Centro e criticam governo Sartori
 
Débora Fogliatto

Os professores em greve e estudantes de escolas ocupadas do Rio Grande do Sul, com o apoio de pais e funcionários, realizaram um Ato Unificado na tarde desta quarta-feira (8) para cobrar respostas por parte do governo estadual, percorrendo ruas do Centro de Porto Alegre. Com a greve e as ocupações quase completando um mês, eles pedem que o governador José Ivo Sartori (PMDB) atenda às suas reivindicações e exigem a presença do secretário da Fazenda Giovani Feltes durante as negociações relacionadas a salários e verbas.

A concentração começou às 13h em frente à sede do Centro dos Professores do Rio Grande do Sul (Cpers), na rua Alberto Bins, em Porto Alegre. Congregando participantes de diversas cidades e núcleos do Cpers, o ato seguiu pela rua Doutor Flores e Avenida Salgado Filho, enquanto os manifestantes entoavam “escola na rua, Sartori a culpa é tua” e “unificou, unificou, o estudante, funcionário e professor”. Os estudantes e professores carregavam faixas com frases de Paulo Freire, como “ser professor e não lutar é uma contradição ideológica”, além de outros dizeres relacionados à educação.

A marcha seguiu pela avenida Borges de Medeiros, de onde dobrou na rua Mauá e chegou em frente à Secretaria da Fazenda. Lá, sentaram nas escadas do prédio enquanto “chamavam” Feltes para participar da próxima audiência, marcada para segunda-feira (13) às 14h. “Em todas as reuniões nos falavam que precisavam falar com o Feltes, que ele era o homem do dinheiro. Por isso viemos dizer que ele tem esse compromisso conosco na segunda-feira”, afirmou uma professora, no carro de som.

 Foto: Joana Berwanger/Sul21
 

Em seguida, os manifestantes deram um “abraço” simbólico em torno do prédio da Sefaz, para demonstrar que “essa secretaria não é do Feltes, ela é do povo”. De lá, seguiram pela rua Sete de Setembro, novamente pegaram a Borges e dobraram na Jerônimo Coelho, chegando no Palácio Piratini. Uma das palavras de ordem entoadas na chegada ao local era: “não tá tranquilo nem favorável, esse governo é lamentável”.

Ao chegar à sede do Executivo estadual, a presidente do Cpers, Helenir Aguiar Schürer, criticou a proposta feita pelo governo em relação ao projeto de lei 44/16, que pretende entregar parte da administração das escolas para organizações sociais. “Eles fazem uma propaganda enganosa, dizendo que vão congelar por 90 dias e retirar regime de urgência. Queremos dizer que não tem negociação a não ser a retirada desse PL da Assembleia. Se querem negociar, tem que chegar na segunda-feira dizendo que vão retirar”, afirmou.

 Foto: Guilherme Santos/Sul21

A mãe de uma estudante do Instituto de Educação General Flores da Cunha também fez uma fala, demonstrando que parte dos pais de alunos apoiam as ocupações escolares. “Há um número significativo de pais e mães apoiando seus filhos. Se o Estado não faz o seu trabalho, que ocupem mesmo. Acreditamos que, graças a vocês, a escola nunca mais vai ser a mesma”, disse.

Já uma aluna do colégio Cândido Godói sinalizou que os estudantes não têm a intenção de aceitar a proposta feita pela Secretaria da Educação, em documento entregue nesta terça-feira (7). “Se eles querem que a gente desocupe, vão ter que atender todas as pautas dos estudantes e dos professores”, garantiu. O governo haviadeterminado 48 horas, que se encerram nesta quinta-feira (9) para que as escolas fossem liberadas, antes de ingressar na Justiça para lidar com o assunto.

Veja mais fotos:

08/06/2016 - PORTO ALEGRE, RS - Ato Unificado do Cpers e estudantes contra o sucateamento da educação. Foto: Joana Berwanger/Sul21

08/06/2016 - PORTO ALEGRE, RS - Ato Unificado do Cpers e estudantes contra o sucateamento da educação. Foto: Joana Berwanger/Sul21

08/06/2016 - PORTO ALEGRE, RS - Ato Unificado do Cpers e estudantes contra o sucateamento da educação. Foto: Joana Berwanger/Sul21

08/06/2016 - PORTO ALEGRE, RS - Ato Unificado do Cpers e estudantes contra o sucateamento da educação. Foto: Joana Berwanger/Sul21

08/06/2016 - PORTO ALEGRE, RS - Ato Unificado do Cpers e estudantes contra o sucateamento da educação. Foto: Joana Berwanger/Sul21

08/06/2016 - PORTO ALEGRE, RS - Ato Unificado do Cpers e estudantes contra o sucateamento da educação. Foto: Joana Berwanger/Sul21

08/06/2016 - PORTO ALEGRE, RS - Ato Unificado do Cpers e estudantes contra o sucateamento da educação. Foto: Joana Berwanger/Sul21

 Foto: Guilherme Santos/Sul21

Foto: Guilherme Santos/Sul21

 

 

 

Redação

2 Comentários

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  1. Temos visto muitas

    Temos visto muitas manifestações contrárias a governadores. Em SP, no RJ, no RS, mas onde está o governador Pimentel – MG – quase todos os dias atacados pela justiça e imprensa, a populção parece sentir-se confotável com o governador. 

  2. Infelizmente, o anti-petismo

    Infelizmente, o anti-petismo doentio “elegeu”  o senhor José Ivo Sartori, o pior governador que já se viu por essas quadras. Um homem totalmente despreparado, incapaz. Uma triste piada. Uma vergonha. 

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