“Escola Sem Partido” é censura e semeia o analfabetismo político, criticou Erika Kokay

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
[email protected]


Foto: Lula Marques
 
Jornal GGN – Ao contrário de buscar acabar com “a ilusória doutrinação comunista”, o objetivo do projeto “Escola Sem Partido” é de censurar professores e impedir a liberdade de pensamento e de expressão escolar. A opinião é da deputada Erika Kokay (PT-DF).
 
“Ninguém defende doutrinação partidária dentro de escolas. Ninguém defende isso. O que se defende é a liberdade de pensamento. Colocou-se uma acunha em um projeto que tenta impedir a troca de saberes dentro de uma escola, que tenta impedir a liberdade de cátedra. Falou-se que era um projeto de escola sem partido, mas esse projeto da escola amordaçada, do ferimento à liberdade de cátedra, um princípio constitucional, que tenta colocar professores como inimigos da Nação”, afirmou a parlamentar.
 
A fala foi feita em pronunciamento na Câmara na última semana, criticando a proposta do futuro presidente Jair Bolsonaro (PSL), e aproveitou para desmistificar o principal argumento dos defensores da medida.
 
“Aqueles que falam em doutrinação comunista, de duas uma: ou não sabem o que são os educadores, o processo pedagógico e a educação ou não sabem o que é o comunismo. E como se fossem soldados despossuídos de inteligência, vêm, em um mesmo refrão, numa ousadia fascista, criar como inimigos imaginários desta Nação professores e professoras”, disse.
 
Para a deputada, a liberdade de expressão dentro das escolas permite romper o analfabetismo político. “São tantas inteligências que tem o ser humano que nós não podemos ser considerados robôs que apenas engolem um conteúdo sem contestação. O que nós queremos, em verdade, são pessoas que rompam o analfabetismo político. Já dizia Brecht que o pior analfabeto é o analfabeto político”, concluiu.
 
 
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

2 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Para um teoria bárbara de criação e manutenção de elites

    Desculpe, mas sou obrigado a considerar a perspectiva ideológica no nível “política-política” da leitura um tanto limitante e limitada.

    Como um professor de Biologia, por exemplo, poderá explicar aquela teoria primordial da vida, do caldo nutritivo, etc., pra uma garotada encharcada de religião? 

    O que está em jogo é a capacidade dessa molecada de fazer um curso superior decente, inclusive.

    Se bem que, nesta toada, a intenção pode ser esta mesma… criar uma horda de ignorantes e, para as escolas de quem pode pagar, aquele conhecimento que falta na escola pública.

     

  2. Corredora
    Eu gostaria de saber se a deputada kokay irá debater com os postulantes desse descalabro, ou irá fugiu do plenário (como existem vários vídeos) por estratégia de bater e correr?

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador