O capítulo de Danilo Jorge Vieira no livro “Desenvolvimento regional no Brasil: políticas, estratégias e perspectivas” trata da expansão do ensino superior de 1995 a 2014 em relação ao desenvolvimento regional.
Como mostra a tabela abaixo, a taxa de crescimento do ensino superior foi mais alta nos anos 2000 do que em outros períodos analisados, para todo o país. Mas a análise por regiões mostra que o crescimento do ensino superior foi acima da média nacional no Norte e o Nordeste, tanto em termos de número de Instituições de Ensino Superior (IES) 6,7% e de 5% ao ano para o conjunto do Brasil, entre 1995 e 2014, enquanto Norte e Nordeste cresceram a taxas anuais de 9,9% e 8,2% e 8,5 e 8,3%, nessa ordem. Assim, o Norte praticamente duplicou sua participação no total nacional de matrículas e IES nos anos analisados. O Nordeste, por sua vez, além de também ter dobrado sua participação no número de IES, registrou aumento relativo de 38,8% nas matrículas, superando a região Sul.
Tal fenômeno atenuou assimetrias e propiciou o surgimento e a expansão de áreas de geração e difusão de conhecimento. A maior expansão territorial do sistema de ensino superior cria condições mais promissoras de desenvolvimento regional e pode estimular o surgimento de novas centralidades geradoras de conhecimento científico e tecnológico para além das áreas tradicionais.
O reconhecimento dessas virtuosas mudanças, no entanto, não pode obscurecer o fato de que as atividades de ensino superior (bem como pedidos de patentes e produção científica) continuam muito concentradas no Sudeste, em especial em São Paulo.
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