MEC vai aplicar ENEM feito para jovens infratores a estudantes de escolas ocupadas

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O governo Michel Temer (PMDB) resolveu usar o Ministério da Educação para tentar esvaziar as escolas ocupadas por secundaristas que protestam contra a PEC do Teto dos Gastos, o projeto Escola Sem Partido e a reforma do ensino médio por meio da medida provisória. Segundo o MEC, se as mais de mil escolas ocupadas em todo o Brasil não forem liberadas até a meia noite desta segunda (31), o teste do ENEM será adiado e os prejudicados terão de responder à mesma prova elaborada para jovens detentos.

De acordo com o Estadão, a nova data do ENEM nas escolas ocupadas será 6 e 7 de dezembro (terça e quarta-feiras). Cerca de 95 mil alunos podem ser prejudicados com esse adiamento.

Sem tempo e dinheiro para mandar fazer um terceiro questionários, os alunos afetados pela decisão do MEC de não promover ENEM em escolas ocupadas terão de fazer o teste feito para “candidatos privados de liberdade e jovens sob medida socioeducativa. Eles fazem uma prova diferente, mas – segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) – com o mesmo rigor e o mesmo balanço de dificuldades aplicados aos alunos em liberdade.”

“O MEC informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que só vai se manifestar oficialmente sobre o tema nesta terça-feira, 1º, uma vez que o prazo está em curso (vai até a meia-noite desta segunda), mas que acompanha o caso com muita responsabilidade.”

Ainda segundo o Estadão, o MEC alega que não muda os endereços dos exames, ao invés de cobrar as desocupações, por questões de “segurança e logística”. “A Advocacia-Geral da União (AGU) afirmou que poderá cobrar judicialmente dos responsáveis o valor gasto por cada nova prova aplicada (R$ 90) e que “irá trabalhar para identificá-los”, sem informar como.”

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

8 Comentários

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  1. Estado de Golpe Permanente:

    “Sem tempo e dinheiro para mandar fazer um terceiro questionários, os alunos afetados pela decisão do MEC de não promover ENEM em escolas ocupadas terão de fazer o teste feito para “candidatos privados de liberdade e jovens sob medida socioeducativa. Eles fazem uma prova diferente, mas – segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) – com o mesmo rigor e o mesmo balanço de dificuldades aplicados aos alunos em liberdade.””:

    ISSO EH LEGAL NO BRASIL????????

    Se isso ta suposto a ser o chilique do dia do governo Temer, ops…  so outra cagafe mesmo.  Ele nao faz outra coisa.

  2. Esse é o recado dos golpistas.

    O Mendoncinha (DEM), nomeado pelo sócio do Cunha no Lobby em favor de empresas, o Golpista, corretor do Porto de Santos, todos bandidos sustentados pelo engajamento do judiciário no GOLPE, em posição de poder para ditar regras arbitrárias contra o movimento legítimo dos estudantes secundaristas.

  3. Para uma galera, vai ser um

    Para uma galera, vai ser um ano de vida acadêmica e talvez profissional desperdiçada. Para outra, em número bastante reduzido, essas ocupações vem lhes proporcionando  visibilidade política (oh, Ana Júlia…), o  que pode lhes garantir uma vida parlamentarista precoce e profícua… bem, para uns e para outros o tempo ainda lhes é alvissareiro: eles podem, são jovens, belos e fortes. Uma vida pela frente. Agora, o comum a todos é a lição que fica: qualquer ato nosso gera consequencias, para o bem e para o mal. A suspensão do Enem nas escolas ocupadas é uma dessas; a eventual cobrança pelas despesas adicionais, outra. A quem cobrar? Aos ocupantes? Não… são iniputáveis. Só  restam os pais… como sempre, coitadinhos de nós…

  4. A nau golpista sem rumo vem

    A nau golpista sem rumo vem com tudo nas ameaças a jovens que estão defendendo seu futuro. Até a ridícula tucana da CGU ameaça de forma truculenta quem não possui renda nem força financeira. Queria ver ameaçarem sonegadores ricos como ameaçam a quem luta pelos direitos protegidos (deveriam ser, pelo menos) pela Constituição.  Horror!

  5. nada que impeça

    Não há coisa alguma que impeça o INEP de fazer os exames nas escolas ocupadas, a não ser a ruindade, a truculência e a patifaria desse governo ilegitimo e impopular. Os exames são aplicados, em sua esmagadora maioria, a  alunos do terceiro ano. Há espaço nas escolas para aplicação das provas. Bastava conversar com os alunos e reservar as salas. Mas esse governo espururio e canalha trata os estudantes como bandidos, com uso de escopetas e ameaças. Esse tratamento só leva a radicalização dos estudantes e reforço de sua luta contra o sistema. O governo golpista semeia, caprichosamente a  rebeldia juvenil e cada coração de estudante. 

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