Pressionados pela justiça, estudantes mantêm mobilização no DF

Secundaristas desocupam quatro colégios, mas afirmam que movimento continuará lutando contra PEC 55 e MP 746
 
 
Jornal GGN – Em Brasília, representantes de secundaristas que ocupam escolas no Distrito Federal contra a MP 746, que reformula a grade curricular do ensino médio no país, e PEC 55 (antiga 241), que congelas os investimentos em políticas sociais, incluindo a educação, concederam uma coletiva de imprensa nesta quarta (02) afirmando que não vão retroceder em resposta as decisões judiciais que autorizam o uso de força policial para desocupar escolas. 
 
A comissão que representou os estudantes destacou que caberá a cada grupo dos colégios ocupados decidir ou não pela saída, entretanto, todos continuaram mobilizados, atuando em novas formas de manifestação, se for necessário. Nessa terça (1/11) secundaristas que ocupavam Centro de Ensino Médio Ave Branca (Cemab), em Tatuatinga decidiram sair pacificamente, após o juiz da Vara da Infância e Juventude, Alex Costa de Oliveira, definir no domingo (30) um pedido de desocupação do governo, por conta da realização do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) no local.
 
Costa de Oliveira causou polêmica por autorizar o corte de energia, água e gás da escola e ainda, o uso de instrumentos sonoros contínuos para impedir o descanso dos alunos, além da restrição de acesso de parentes e conhecidos no interior do prédio. 
 
No último dia 28, outro juiz de plantão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), Newton Mendes Aragão Filho, autorizou a desocupação de todas as escolas ocupadas, também devido à aproximidade do Enem, programado para os próximos sábado (5) e domingo (6). Por conta das ocupações, o Ministério da Educação decidiu na semana que passou adiar a prova para 191 mil alunos que farão o exame em 3 e 4 de dezembro. O ato foi criticado pelos secundaristas como mais uma forma de pressão. 
 
Além do Cemab, os estudantes do DF desocuparam três escolas, duas na Asa Sul e outra o Centrão. 
 
*Com informações da Agência Brasil
 
 
 
 
Redação

5 Comentários

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  1. Filhos de juiz, $7,5 mil do

    Filhos de juiz, $7,5 mil do estado para estudar em escola boa. 
    Filhos da população que pedem por escolas boas, juiz autoriza bombas, algemas e porrada.

    Brasil merecia gente melhor pra gerir as legítimas prioridades nacionais.

    1. Tudo isso?

      Quer dizer que um juiz recebe R$ 7,5 mil como auxílio-educação? Essa quantia é para cada filho? Sem falar no tal auxílio-moradia que é de quase R$ 5 mil e outros penduricalhos.  Portanto, REFORMA NO JUDICIÁRIO, JÁ!

  2. Educação

    Há que se rever critérios de

    concursos para a admissão ao cargo de juiz(za), além de notórios conhecimentos, não só jurídicos, sanidade mental, militância advogatícia e mesmo determinada idade. Os caras passam em concurso difícies, reconheço, ma s não sabem nada de vida e estão fazendo estas merdas todas

     

  3. COERÊNCIA E PERSEVERANÇA

    Correta e exemplar a decisão de desocupar as escolas e manter a mobilização política. Este é o caminho adequado para perseverar na luta democrática, sem permanecer em posição vulnerável a provocações e à repressão policial.

    Este é um exemplo de maturidade e de coerência política, pois fornece a senha para o prosseguimento da mobilização em bases mais amplas, com prudência e criatividade, através do uso dos meios democráticos de resistência.

    Vale lembrar que o discurso de radicalização, cuja propaganda repete o slogan sombrio e falacioso das pseudo primaveras, segue scripts que envolvem ocupações e repressão absurda por parte do poder público, em espiral evidenciada no Brasil em 2013, e que remetem às experiências trágicas vivenciadas na Ucrânia, na Líbia e na Síria.

    A estratégia correta para manter e ampliar o movimento de resistência dos estudantes e trabalhadores é a crescente mobilização política, impulsionada através da realização de atos públicos simbólicos e significativos, organizados com amplo apoio das instituições democráticas da sociedade brasileira. E tais iniciativas democráticas podem e devem ser incrementadas por meio de aulas e debates, em praça pública e em grandes auditórios, com a presença de especialistas em política e educação, fiéis aos princípios fundamentais da pluralidade cultural e da formação humanística.

    A força maior do movimento popular consiste exatamente na capacidade de demonstrar para a sociedade efeitos danosos dos retrocessos promovidos pelos setores reacionários do poder hegemônico. Diante dessa percepção, fica patente o acerto da decisão de ceder terreno com a desocupação das escolas e prédios públicos, para assim avançar com firmeza na defesa da democracia através dos meios democráticos, que pressupõem sempre o diálogo amplo com vistas à definição do modelo de sociedade e de educação adequado ao futuro da nação brasileira.

    Sigamos unidos e mobilizados, para perseverar na coerente resistência democrática.

    1. NOTA DE ESCLARECIMENTO

      Apesar de desnecessário, vale destacar que meu comentário é referente à decisão dos estudantes de desocupar as escolas com ou sem intimações judiciais draconianas, e de manter a mobilização política através dos meios democráticos.

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