Vera Santana: Cultura local deve entrar na escola e ajudar a transformá-la

Por Pedro Nogueira do Portal Aprendiz, integrante da Rede de Noticias do Centro de Referências em Educação Integral

A jornada como educadora começou bem cedo para Vera Santana. Aos 14 anos, enquanto estudava no Colégio Estadual do Atheneu Norte Rio Grandense, em Natal (RN), ela começou a dar seus primeiros passos, entrando para um curso de alfabetização de jovens e adultos. Ao terminar o ciclo básico, Vera já tinha passado como professora por diversas turmas.

Em sua trajetória, Vera seguiu por escolas da rede pública brasileira, desobedecendo currículos, secretarias de educação e, muitas vezes, desagradando gestores e professores. Durante a ditadura, mudou-se para o Rio de Janeiro e lá ficou até completar 43 anos, trabalhando nas secretarias municipais e estaduais de Educação.

Quando voltou para terras potiguares, se desentendeu com o cargo que ocupava no departamento de Cultura do município – o gabinete nunca foi seu forte – até que, em 2002, após dois anos de conversa com os mestres da cultura da comunidade de Felipe Camarão, Vera resolve fundar a ONG Terra Mar e o projeto Conexão Felipe Camarão.

Vera relata que buscava uma área de Natal que tivesse grande representatividade cultural. Lá, viviam o Mestre Manoel Marinheiro, que ensinava e mantinha a cultura do Auto do Boi de Reis, o teatro de bonecos João Redondo do Mestre Chico de Daniel, o Mestre Cícero da Rabeca e a capoeira do Mestre Marcos.

Articulando os ensinamentos destes mestres com a escolas locais e a comunidade, as oficinas foram ganhando cada vez mais uma agenda fixa com o território, além de uma sede – a Escola de Saberes Conexão Felipe Camarão. Um polo cultural reconhecido, que está sempre de portas abertas para qualquer criança ou adulto da comunidade. É só chegar.

Para entender melhor como o resgate da cultura pode fortalecer o território, aproximando a escola dos saberes locais e projetando nas novas gerações a continuidade – e, por que não, a transformação – das diferentes identidades ali constituídas,  o Portal Aprendiz conversou, na última semana, com a educadora Vera Santana, durante sua passagem por São Paulo.

Clique aqui e leia a entrevista com a Educadora Vera Santana na integra.

Redação

2 Comentários

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  1. podem esperar problemas

    Tem gente que acha que a escola deve servir para doutrinar as crianças na religião.

     

    “Conforme apontou meu colega de trabalho e editor de livros didáticos pastor Fernando Dias, “essa nova base curricular comum promete ser uma arma de doutrinação marxista. Querem omitir toda a história do surgimento do cristianismo e da Reforma Protestante dos livros de História e, no lugar, valorizar a cultura de povos pagãos. A história dos países que cumprem as profecias da Bíblia também não terá lugar. Se isso acontecer, será muito difícil dar estudos bíblicos, porque ninguém saberá que existiram Babilônia, Grécia, Império Romano, Revolução Francesa, etc.”

     

    http://www.criacionismo.com.br/2016/01/querem-mudar-o-curriculo-educacional-do.html

  2. muito importante, desejo muito sucesso…

    tipo de cultura que é para ser vista, não apenas lida

    pedir para ler, mas sem fazer que vejam, é como deixar os saberes  locais e seus personagens nas trevas do anonimato, pois tudo o que eles fizeram ou criaram foi para ser visto para todo o sempre

    ou então, e em seguindo para ser lida apenas, que parem de chamar de cultura popular

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