Força da bancada evangélica concentra-se na união de pautas

Grupo dobrou desde 2006 e, apesar de representa hoje apenas 16% da Câmara e 3% do Senado, tem sido capaz de atrasar pautas como aborto e legalização de drogas 
 
Foto: Divulgação FPE
 
Jornal GGN – Na última década a bancada evangélica no Congresso vem ganhando musculatura, ainda assim está longe de representar um terço da população nas duas principais casas legislativas do país. Segundo levantamento do Estado de São Paulo, o grupo é composto por 84 membros: 82 deputados e dois senadores. O número é mais que o dobro de parlamentares evangélicos eleitos em 2006, segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).
 
Os 84 membros do Congresso representam 23 estados, 21 legendas, ou apenas 15,9% do total de 513 deputados e 3% dos 81 senadores, mas conseguiram estabelecer estratégia suficiente para barrar pautas progressistas. O grupo aglutina membros de 19 denominações religiosas, 6,46% deles ligados à Assembleia de Deus. 
 
Em 2015, sob a liderança do então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (da Assembleia de Deus), aprovaram por 17 votos, dentro de uma comissão especial, o Estatuto da Família, projeto que define a família como entidade formada pela união de um homem com uma mulher. 
 
O principal poder da bancada evangélica é justamente a atuação conjunta, independente da origem partidária e, em algumas pautas, conseguem o apoio dos Católicos, reforçando o poder de fogo. 
 
O levantamento do Estado aponta que a união é em torno dos “valores cristãos e da família”, organizando-se conforme os projetos desta plataforma. As principais pautas são contra: aborto, união homoafetiva, jogos de azar, identidade de gênero, escola sem partido e legalização das drogas.
 
“Não é no grito que vamos conseguir o que queremos, é no voto. Daí a importância de estarmos organizados, presentes. Não podemos comer mosca”, explicou para o jornal Leonardo Quintão (MDB-MG), presbiteriano que está no terceiro mandato. 
 
Outra estratégia para garantir a articulação entre os evangélicos é uma reunião que acontece todas as terças, na Câmara dos Deputados, onde são discutidos projetos de interesse do grupo ou iniciativas que merecem maior foco dos evangélicos. 
 
“Os deputados da esquerda militam. Entendemos que tínhamos de ter um grupo para militar também”, pontuou o deputado deputado Hidekazu Takayama (PSC-PR), que, aos 70 anos, está em seu quarto mandato e, desde o ano passado, preside a Frente Parlamentar Evangélica (FPE). “A Frente funciona como uma espécie de guardiã”.
 
Alguns parlamentares evangélicos, entrevistados pela matéria do Estado, acreditam que podem aumentar ainda mais a participação no Congresso e, ainda, conquistar cargos nos governos dos Estados e da União. Por outro lado, outros discordam, apontando pouca capacidade de articulação nesse sentido. Marina Silva (Rede), por exemplo, nunca foi capaz de reunir o apoio dos evangélicos, apesar de ser evangélica.
 
 
Redação

4 Comentários

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  1. Bancada ou base partidária

    A bancada se agrupa em torno de algumas pautas cívicas, familiares e religiosas, tudo dentro de um ambiente comportamental de parcelas da sociedade, que lutam pela sua forma de vida em comunidade. Os partidos políticos lutam pelo modelo de país que possa garantir, numa segunda fase, o “modo de vida à brasileira” que a população livremente deseje para sim própria, como o terceiro banheiro em locais públicos, o ensino religioso em escolas, o casamento gay e outros assuntos da sociedade, na sua permanente caminhada para um futuro melhor. A grande mídia exacerbou as discussões comportamentais, levando o Bolsonaro para frente do Alckmin e agora não sabem como reverter.

  2. 40 ANOS DE REDEMOCRACIA. LIXO ESQUERDOPATA

    Esta que está aí na foto não é Benedita da Silva? Benedita da Silva do PT? Socialistas que até chegarem ao Poder deveriam jurar agnósticos ou ateístas? Religião não é utopia a ser combatida? Assim como deveriam professar seu Anticapitalismo. Benedita não é a Deputada que gastou de uma só vez, mais de 4 mil reais num Salão de Cabelereiros? Mas também, como viver com apenas 36 MIL REAIS, não é Dona Luislinda? Salário de Escravidão, não é mesmo? Ateus Socialistas como Marina Silva. Como Mario Covas, que tornou-se espirita. E Vocês cairam na ‘papagaiada’ destes farsantes?!! 88 anos de Esquerdo-fascismo. 40 de Redemocracia Esquerdopata. O Brasil nesta Latrina. Mas a culpa é dos outros. Elites também o são. Pobre país rico. De muito fácil explicação.  

  3. Estamos piores, muito piores

    Estamos piores, muito piores do que em 64.

    É o pior congresso da história do Brasil, levando a nação em marcha ré até a Idade Média.

    Atualmente podemos ver claramente a existência de dois Brasis coexistindo simultaneamente: um Brasil moderno e inclusivo, com pautas que servem a população e seu progresso; E um Brasil colonial, preconceituoso e ignorante, que serve ao capital sem restrições.

    O confronto entre esses dois Brasis é inevitável.

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