A estratégia de Dilma e os resultados entre mulheres e no Sudeste

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – A edição da Folha de S. Paulo desta terça (21) informa que, para o instituto Datafolha, a probabilidade maior, a seis dias do segundo turno presidencial, é de que Dilma Rousseff (PT) vença a disputa contra Aécio Neves (PSDB). No estudo divulgado no dia anterior, Dilma aparece com 52% das intenções de votos válidos, ante 48% do tucano. Um empate técnico no limite da margem de erro, que é de dois pontos. É a primeira vez que a petista lidera a pesquisa, ainda que numericamente, desde que Aécio garantiu lugar no segundo turno. Na pesquisa anterior, ele tinha 51% e Dilma, 48%.

Analisando a pesquisa Datafolha, o jornalista Kennedy Alencar (SBT), em seu blog, avaliou que a estratégia de Dilma – de tentar pautar o debate presidencial para abrir vantagem – vem gerando frutos. A fórmula foi aplicada contra Marina Silva (PSB) – que perdeu muito tempo explicando o que queria dizer com “independência do Banco Central”, entre outros temas – e, agora, passa a ser usada com Aécio.

Desde que Aécio colocou o dedo em riste e chamou a presidente de “leviana”, além de covarde e mentirosa – mesmo que indiretamente – a campanha do PT vem martelando que o tucano tem dificuldade em respeitar mulheres. Lula, em comícios, disse que gostaria de ver se o presidenciável se comportaria como “machão” caso o adversário não fosse uma mulher.

A agressividade de Aécio no debate promovido pelo SBT culminou na queda de pressão de Dilma, ao final do programa, alvo de deboche indelicado por parte do próprio tucano. Coincidentemente ou não, após o episódio, o Datafolha mostra que Dilma cresceu quatro pontos entre o eleitorado feminino – foi de 42% das intenções de voto para 46%.

Na avaliação do cientista político Juliano Domingues, da Universidade Católica de Pernambuco, é difícil fazer um diagnótico nesse momento acerca de uma eventual virada de Dilma sobre Aécio. Mas, na visão dele, a postura do candidato no debate pode ter inflado a pontuação de Dilma.

“Tudo indica que a postura agressiva de Aécio, com ironias e deboches em excesso, ajudou em sua queda nesses dias. Mas o cenário ainda é imprevisível, e a pesquisa continua sugerindo que a disputa vai ser no voto a voto”, comentou.

Aécio cai nas cinco regiões

No Sudeste, onde Aécio lidera, Dilma fez a lição de casa e conseguiu reduzir a distância do tucano. No intervalo de 11 dias, ela cresceu cinco pontos na região, e possui a preferência de 40% do eleitorado. Aécio tem 49%, um ponto a menos do que detinha na pesquisa anterior.

A presidente ainda lidera no Nordeste (64% a 27%) e no Norte (55% a 39%), mas oscilou para baixo nas duas regiões, dentro da margem de erro.

No Sul, Aécio também caiu dois pontos, mas continua na frente com 53% ante 33% de Dilma. No Centro-Oeste, Dilma foi de 33% para 39% e Aécio, de 57% para 48%.

Nos recortes de renda, Dilma – que adotou como discurso que Aécio é o candidato da elite – continua vencendo com folga entre eleitores com até dois salários mínimos: o placar é de 55% para a petista contra 34% de Aécio, nos votos totais.

No grupo seguinte (2 a 5 salários), Aécio perdeu a vantagem de 11 pontos e agora tem 3 na frente (46% a 43%, um empate técnico). O tucano vence entre os grupos mais ricos.

A rejeição do tucano, pela primeira vez também, superou a de Dilma: 40% dos eleitores dizem que não votam nele de jeito nenhum. Com Dilma, a taxa é de 39%.
 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

9 Comentários

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  1. Carta de Dilma aos Evangélicos do Brasil

    Carta de Dilma aos Evangélicos do Brasil

    http://cidadaniamaisfe.com.br/familia-fe/161-menagem-de-dilma-aos-evangelicos-do-brasil

    Detalhes:

    Criado em Terça, 14 Outubro 2014 09:38

    Direção: Rogério Barrios | Jornalista: Rodrigo Oliveira.

    Mais que uma carta, trata-se de um documento histórico que, após quase dois meses de espera, os evangélicos apoiadores de Dilma comemoram ter saído mesmo às vésperas da última semana da campanha.

    Não foi fácil. Como seus apoiadores conheciam o bloqueio que os senhores do território estavam fazendo à inserção da candidata no meio evangélico, para rompê-lo e chegar até este, seus apoiadores tiveram ainda que superar dois obstáculos: as opiniões contrárias do coordenador principal da campanha a contatos com igrejas em geral e as dela própria por razões éticas de respeito à religião e temer que uma maior aproximação agora pudesse ser vista como oportunismo eleitoral.

    Vencidos os obstáculos, foi correr contra o tempo e produzir material apropriado, tanto impresso como nas redes sociais, donde surgiram quatro documentos, incluindo esta Carta, todos postados aqui mais a página principal: https://www.facebook.com/evangelicoscomdilma

    Os resultados compensadores não tardaram a chegar e o apoio significativo que ela goza no segmento ficou evidenciado logo no primeiro manifesto, pois em menos de 15 dias já havia obtido a adesão de mais de 1.200 de suas lideranças em todo o país.

    Bem, daí em diante o que se viu foi uma grande mobilização e divulgação nas redes sociais, com milhares de acessos e toda sorte de contribuição e compartilhamento

    1. Só esclarecendo…

      Só esclarecendo que da forma que postei meu comentário ficou parecendo que seu autor foram os jornalistas acima que na verdade atuaram no documento profissionalmente, não respondendo os mesmos por nenhuma de minhas afirmações.

  2. Ainda assim, é vantajoso pra ele.

    Só que são riscos em escala limitada, visto a dimensão dos seus ganhos. Não é uma falha de comportamento, do ponto de vista eleitoral.

  3. A direita brasileira

    A direita brasileira se beneficia muito do controle da mídia e do poder judiciário. Ocorre, entratanto, que os seus representantes que disputam o Planalto são sempre muito fracos. O que põe todo os esforços a perder.  

  4. Com a palavra Juca Kfouri

    Covardia de Aécio Neves

    Juca Kfouri

     

    01/11/2009 12:09

    Aécio Neves, o governador tucano de  Minas Gerais, que luta para ter o jogo inaugural da Copa do Mundo de 2014, em Belo Horizonte, deu um empurrão e um tapa em sua acompanhante no domingo passado, numa festa da Calvin Klein, no Hotel Fasano, no Rio.

    Depois do incidente, segundo diversas testemunhas, cada um foi para um lado, diante do constrangimento geral.

    A imprensa brasileira não pode repetir com nenhum candidato a candidato a presidência da República a cortina de silêncio que cercou Fernando Collor, embora seus hábitos fossem conhecidos.

    Nota: Às 15p8, o blog recebeu nota da assessoria de imprensa do governo mineiro desmentindo a informação e a considerando caluniosa.

    O blog a mantém inalterada.

    http://blogdojuca.uol.com.br/2009/11/covardia-de-aecio-neves/

     

     

    1. Um pouco mais…

      Desmentidos

      Juca Kfouri

       

      05/11/2009 12:14

      Rodapé de minha coluna de hoje, na Folha de S.Paulo:

      Aécio Neves e sua namorada negam que tenha havido um incidente entre eles numa festa da Calvin Klein, no Rio, no domingo retrasado.

      É possível mesmo que não tenha havido.

      A nota que dei em meu blog, no UOL, no domingo passado, uma semana portanto depois da tal festa, diz claramente que ele deu um tapa e um empurrão em sua acompanhante.

      Repito: acompanhante.

      A fonte que ouvi, testemunha do incidente, disse com todas as letras:

      “Ele deu um tapa, um empurrão, ela caiu e depois cada um foi para um canto, diante de constrangimento geral.”

      Então, perguntei: “Era a namorada dele?”.

      E a fonte respondeu:

      “Isso não sei, porque não a conheço. Era uma loira bonita e que estava inconveniente”.

      O fato grave, é claro, permanece: a agressão.

      http://blogdojuca.uol.com.br/2009/11/desmentidos/

       

       

  5. acho que foi mesmo o deboche

    acho que foi mesmo o deboche que fez

    com que aécio caísse em várias regiões.

    pulsões narcísicas, seja o que signifique isso

    – freud talvez explique.

    ou o Alienista , de machado?

     

    caso clínico?

    será que ele andou passeando muito pela delfim moreira

    com o simão bacamarte?

    vide-o, freud, machado….. 

     

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