A pesquisa Ibope sobre o financiamento de campanha

do blog do Zé Dirceu
 
Reforma política: a pesquisa IBOPE só tem boas noticias
 
A pesquisa feita pelo IBOPE em parceria com o jornal o Estado de S.Paulo publicada nos dois dias do fim de semana trouxe ótimas notícias. Na parte publicada no sábado, a pesquisa confirma que a presidenta Dilma Rousseff e seu governo continuam recuperando apoio e aprovação populares. A publicada no domingo indica que a maioria dos brasileiros (53%) apoia a proibição a empresas de fazerem doações para campanhas eleitorais.
 
Vejam, 39% a favor do financiamento público de campanhas eleitorais é um começo e tanto para aprová-lo num plebiscito ou consulta popular, como propuseram e defendem o governo e o PT. Mesmo a proposta do voto distrital misto tem base na sociedade para ser aprovada na reforma política, bem como a própria proposta de voto em lista aberta, como propôs a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-nacional) ou o relatório elaborado pelo deputado Henrique Fontana (PT-RS), autor do texto da reforma política na Câmara.
 
Assim, o financiamento privado – via empresas – está definitivamente rejeitado pelos brasileiros. Nem sou eu quem o afirma, são todas as pesquisas. Vamos levar em frente a tramitação e a votação da reforma que, no debate político, será possível demonstrar para o cidadão eleitor o vínculo do atual modelo de lista aberta uninominal com o financiamento empresarial das eleições. E provar o encarecimento e alto custo da disputa eleitoral pelo sistema atual, já que cada campanha de cada candidato é uma campanha à parte.
 
A rejeição dos eleitores ao financiamento privado
 
Na parte da pesquisa sobre o financiamento das campanhas eleitorais, apenas 20% dos entrevistados pelo IBOPE mostraram preferência pelo atual modelo de financiamento privado, em que os candidatos recebem recursos de empresas e de pessoas físicas. Dos eleitores que responderam à pergunta sobre o tema – excluídos os que não souberam se manifestar – 39% defenderam o financiamento público exclusivo, em que apenas verbas públicas bancam as campanhas.
 
Outros 14% se declararam favoráveis somente à permissão para que pessoas físicas contribuam. Assim, somados, 39% defenderam o financiamento público exclusivo mais os 14% que querem que pessoas físicas contribuam, a maioria, 53%, quer retirar as empresas do financiamento eleitoral.
 
De acordo com a pesquisa, a maioria também prefere mudar a forma como se reparte o eleitorado: o voto distrital é apoiado por 50%, e outros 21% preferem uma combinação desse modelo com as regras atuais. Só existe rejeição à mudança quando o tema é a forma como se definem os candidatos a deputado.
 
A grande maioria (74%) acha melhor manter o sistema atual de lista aberta, no qual os eleitores podem votar nas pessoas ou nos partidos. E só 7% dos entrevistados disseram saber bem do que se trata a reforma política. Já o Senado, pasmem, inicia amanhã a votação de uma minirreforma eleitoral em que passa ao largo dessas questões. Não deixem de ler, também, o post que publiquei sábado, sobre a outra parte da pesquisa, com o título Pesquisa prova melhora de Dilma e do governo. Já oposição degringola.
Redação

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador