‘PT demonizou privatizações’, diz Aécio, que pretende Superministério da Agricultura

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Aécio parece aquele aluno que 30 minutos antes da prova recebe um resumo e o lê alucinadamente.

A definição de prioridade, no singular, é a de caber apenas uma medida. Quando diz ‘outra prioridade’ o candidato está apenas enumerando itens que foram separados por assessores e os repetindo, como uma receita de bolo.

Aécio desconhece os números da agricultura e a realidade brasileira do setor. O Brasil quase dobrou a produção de grãos em 12 anos. O fez com auxílio da Embrapa também, o fez com auxílio dos empréstimos oficiais. Foram criados instrumentos de financiamento privado também, basta querer se informar.

Aécio é igual a qualquer político tradicional que evita falar de água em casa de afogado.

Pega temas ao acaso e os coloca para o ganho de aplausos fáceis. Não se aprofunda. Repete chavões. Fora comunistas, Cuba não vai mandar no Brasil. Os sem-terra não vão ditar a política agrícola. Vou garantir a propriedade privada, Vou enfatizar a logística. A agropecuária vai bem da porteira pra dentro…

Qual o maior custo por exemplo, para um produtor de Ribeirão Preto que usa caminhões para levar sua produção ao Porto de Santos ? Ele gasta R$ 1.000,00 ( ida e volta ) em pedágios que cobram agora, por eixo suspenso nas estradas paulistas, ou seja, mesmo descarregado e retornando de uma entrega, os caminhões pagam.

R$ 1.000,00 é um custo bem alto, ainda se considerando qualquer que seja o valor da carga. Estes valores são cobrados por concessionários que compraram o benefício das tarifas, em prejuízo à eficiência do estado de Sâo Paulo todo.

Poderiam ter feito editais de licitação de estradas em que, os caminhões seriam isentos de cobrança, afinal, privilegiaria nossa produção. Mas, ao se buscar mair receita arrecadatória em 2 momentos – na venda da concessão e nos tributos sobre a receita das estradas – o governo do estado de São Paulo demonstra como funciona sua visão de eficiência.

Estas coisas, Aécio não mencioa. Da porteira para fora, como é que vai ficar a cobrança dos pedágios aviltantes ? E a segurança visto que outro custo alto nas cargas é a necessidade de escoltas armadas para garantir a chegada dos cominhões, sem serem assaltados como o são na Anhanguera, por exemplo ?

E a padronização de pallets para diminuir desperdícios ? E a redução do tempo de espera nos Portos ? E a construção de ferrovias?

O simplismo de Aécio é o mesmo que o PSDB mostra há 3 eleições presidenciais. Para eles, basta dizer: ‘Não somoso o PT’, que parte do eleitorado deslumbrado já está garantido.

Mas para angariar a maioria dos votos, este discurso se perde na superficialidade. Na falta de propostas concretas e que encontrem eco no lado da platéia. É muito pouco o que ele apresenta, além de ter que responder pelos 8 anos do governo do FHC onde, o setor foi tão abandonado, que o valor das terras atingiu o patamar mais baixo da história, justamente nos anos dourados do FHC…

Pedindo desculpas

Pedindo desculpas antecipadas, devo começar dizendo que no assunto do agronegócio, neste blog, tenho de falar para iniciantes. Quem não entendeu Aécio está tão mal informado sobre a questão agrícola brasileira que só pode eventualmente entender se lhes for desenhado, como costumam dizer os sabidões deste espaçoem resposta a quem os questione.

Primeiro, qualquer mudança que um opositor propuser tem obviamente de fazer referência à situação atual. Mas citar a situação atual é considerado ataque à Dilma, tese única do post.

Estão claras três coisas:

1 – A turma hard desse blog nada entende de agricultura.

2- Também não conhece a história da Embrapa.

3 – Idem, não são informados sobre a nossa reforma agrária e dos resultados objetiivos e factuais dos assentamentos feitos tanto por FHC quanto pelos governos do PT.

Vamos por item.

1 – A agricultura que se vê hoje no Brasil teve início em 1973, quando se criou a Embrapa e Alysson Paulinelli foi empossado no MAPA. Suas missões eram claras. Primeiro, tornar a Embrapa tão convincente que os agricultores a sustentariam contra qualquer decisão de extngui-la. Segundo, impedir que a presidência da Embrapa jamais fosse matéria de negociatas políticas; o presidente teria de ser escolhido por critérios técnicos. Terceiro, criar tecnologias de exploração economicamente viáveis do nosso cerrado. Quem tiver interesse em ver como isso foi arquitetado, sugiro ver o chamado LIvro Preto da Embrapa, que reúne as memórias das reuniões do grupo que projetou a Embrapa. Preto porque foi redigido em um desses cadernos pretos de atas. Aé hoje, um único presidente da Embrapa foi escolhido por negociatas políticas, mas ele só ficou seis meses no cargo.

Quando a Embrapa foi criada, o Brasil patnava na produção de 50 miilhões de toneladas de grãos. Soja era em artigo ainda exótico. Sob a liderança de Paulinelli, as coisas mudaram rapidamente. Partindo de pesquisas anteriores da Univ. Fed. de Viçosa, desenvolveu-se uma variedade de soja (Santa Rosa) que deu o arranque inicial na nossa aventura nesse campo.

Sabendo que não tínhamos competência suficiente na área agrícola, foram enviados 1300 agrônomos para fazer pós-graduação no exterior. Bons alunos para universidadesde ponta, esse foi a regra meritocrática usada nesse programa. O MAPA passou à Embrapa os recursos para bancar esse avanço em recursos humanos.

Partindo de conhecimentos desenvolvidos nos EUA e na Europa, a Embrapa desenvolveu o método de plantio direto, que dispensa aração da terra. Esse método demonstrou ser inviável nos locais em que foi inicialmente pensado, mas excelente para o Brasil, pois o nosso clima tropical acabou formandosolos muito porosos ( o chamado solo franco), o que é indispensável para o plantio direto. Ademais, não precisamos da aração para eliminar o gelo que resta no solo quando entra a primavera. Por sorte, o cerrado é o solo mais propício, em todo o mundo, para o plantio direto, pois é tão poroso que há vida bateriana atá a profundidade de 4 metros. Descobriu-se rapidamente que com deposição de calcáreo dolomita e fosfato, o cerrado se tornava quimicamente apropriado para agricultura.

2 – A Embrapa foi muito bem financiada até o início do governo petista. Depois disso, houve um decaimento porque a base petista fazia sérias restrições ao agronegócio. A Embrapa tem 38 centros de pesquisa, todos eles com mais de 12 anos e quase com o mesmo quadro técnico.  O orçamento tem sido contido. Com isso, embora a empresa ainda tenha excelente desempenho, foi impossível fazer novos avanços. Exemplos: ela pouco contribuiu para avanços da tecnologia da cana de açucar, principalmente para  desenvolvimento de variedades mais apropriadas para o cerrado. Seu orçamernto tem sido insuficiente para o desenvolvimento de variedades de sementes de milho e de soja competititivos com as produzidas por empresas como Monsanto e Cargill, o que levou os agicultores a optarem por sementes desenvolvidas por essas empresas.

O orçamento da Embrapa deveria ser no mínimo duplicado.

3 – Os assentamentos agrícolas, baseados nas condições pensadas impostas pelo MST, têm sido uma calamidade. Quem conhece esses assentamentos, save muito bem disso. Conheço, por inspeção in loco, pelo menos dez deles. Fazer um assentamento bem sucedido requer gastos bem maiores do que os que têm sido empregados. Além disso, há que usar a mais rigorosa meritocracia ao selecionar as famílias a serem assentadas. Quem se dispôs a ficar anos em acampamentos em beiras de estradas, vivendo de ajudas diversas, quase sempre já está desqualificado para receber esse tipo de ajuda governamental, pelo se o critério for viabilidade econômica. Além do mais, os nichos para a reforma agrária estão rigidamente estabelecidos. Eles se restringem a setores menos mecanizados,como friticultura e horticultura. O cultico de grãos tornou-se tão mecanizado que a profissão de trabalhador rural nesses campos está ameçada de extinção. Cada máquina faz o trabalho de 400 trabalhadores e é operada por um técnico muito bem preparado e muito bem pago. A Dilma sabe muito bem disso, e não é outra a razão pela qual fez menos assentamentos que qualquer governo nas últimas décadas. Mas não tem discernimento para ver que nos setores de frutas, hortas e granjas há um espaço magnífico para a empresa familiar, desde que tudo seja bem planejado e executado, e que as famílias tenham acesso à melhor assistência técnica.

Tem certeza que quem fica

Tem certeza que quem fica atacando é o Aécio???? Em tudo que tenho acompanhado só vejo a Dilma e sua equipe do PT fazendo ataques à oposição, não vejo propostas. Hoje acompanhei pela internet a participação dos dois candidatos, a Dilma parecia que queria enrolar o máximo que desse para não sobrar muito tempo para ela falar, pq visivelmente não tinha nada para falar!!! E mais, acreditar que o atual governo vai apresentar mudanças é coisa de quem passou os últimos 12 anos dormindo. 

Quem é o Aécio?

Desculpem pessoal. Na foto, o Aécio é o que está embaixo ou em cima?